Jovem demais para estar desistindo. Velha demais para estar onde estava. Não havia um lugar no mundo para ser quem eu gostaria de ser.
A esperança era como um pequeno monstrinho. Alegrava-me pela manhã e me tirava tudo ao fim do dia. Braços e pernas fracos, sem sorte alguma. Nem nada.
Tinha um teto sobre a cabeça e alma ao relento. Os pulsos formigavam, esperando por um habito que nunca existiu.
Não ler. Não escrever. Não dançar. Nem desenhar. Como se isso fosse o caminho para ser salvo. Dedicar a vida e seus esforços para não chorar, pois chorar incomoda. Molha os lençóis e faz a cabeça latejar. Mas não alivia a alma. Não como antes. As lágrimas que eram para ser consolo, hoje querem ser consoladas.
O corpo não quer mais o sol, ainda que o inverno tenha passado. Se deitou entre quatro paredes e quer que o mundo se esqueça de sua existência. Os olhos não querem ver as luzes de natal. Não queremos ou ouvir o coro de crianças da sacada, nem os "parabéns para você".
Queremos esquecer, deixar, apagar. Conviver com o fato de não ser bom o suficiente.
Sem poder voltar atrás ou ir em frente.
Abraçar as próprias pernas e dormir como se fosse para sempre.
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