O estômago de Faith revirou, em parte pela bebida. O cadáver do seu pai ainda cheirava aos lençóis onde dormira.
- Meu... pai?
- Ele não vai responder, Faith - disse um homem à sua frente. Era um tanto mais gordo que o falecido, com cabelos loiros e uma barba enorme. Seus olhos azuis eram frios e tão cruéis quanto o sorriso em sua face. - Desista. - O homem gordo, o pai de Darryel, pegou desajeitadamente a adaga ensanguentada que estava na mesa.
Meu pai está morto, e o pai do meu prometido sabe. Se ele sabe, Darryel... Faith se levantou. Estava começando a entender. Seu pai estava morto, bem na sua frente, e fora a Casa de Alarryel que o fizera. Não conseguia compreender como aquele monstro era o pai do homem mais lindo que já conhecera.
A garota, tremendo, virou-se para o rapaz loiro, os olhos cheios de súplica.
- Darryel? - perguntou. Ele, em resposta, apenas sorriu. Foi neste instante que Faith realmente compreendeu o significado daquele jantar.
E gritou, e como gritou...
Logo, punhais e espadas apareceram na garganta e no coração de cada familiar e fiel à sua casa. Perdeu o padeiro que lhe dava pães de graça, a doce mulher que já havia lhe enviando um buquê de rosas e margaridas, o gentil cavalheiro que lhe defendera quando um tropa inimiga avançara.
Darryel calou Faith com uma bofetada no rosto.
- Cala a boca, mulher. Não sabia que prometidas eram tão escandalosas, senhor meu pai. - Pai e filho trocaram risos. - Que tal morrer agora, minha lady.
Faith não pensou, apenas correu. Seu coração estava acelerado e a única coisa que queria, naquele momento, era encontrar a saída o mais depressa possível. Mas ela não foi rápida o bastante para escapar da flecha que veio ao encontro do seu quadril.
- Que tal esse presente, donzela? - disse Darryel, segurando uma balista do que parecia calcário. - E esse não é o único presente que tenho para você. Que tal tirarmos a sua virgindade um pouco antes do nosso casamento? O que acha de um pinto de presente? Não se preocupe, sei foder uma virgem muito bem.
Darryel jogou a balista no chão e tirou o cinto, mostrando a sua masculinidade.
- O que achou? É todo seu, minha...
Faith lhe deu um soco, deixando o seu punho dolorido.
- Sua...
Sem pensar duas vezes, retirou a flecha que estava quase saindo do seu corpo e enfiou no pescoço do monstro na sua frente.
- Não gostei do presente, obrigada. Pode ficar para si.
Dito isso, retirou-a e riu ao ver o sangue real jorrar.
O local onde a flecha acertara finalmente começou a arder, e Faith permitiu um som de agonia sair dos seus lábios. Depois do que pareceram horas no seu carrossel de dor e sofrimento, ela finalmente desmaiou.
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