História A carta - Blood

Uma semana lendo e relendo a mesma carta, ele havia decorado alguns trechos e ansiava em ler outros novamente, um nome ecoava em seus sonhos, ele não sabia como ela podia ser, mas em seus sonhos ela era perfeita, sonhos esses que começavam a o enlouquecer, todas as noites acordava suado e excitado com sonhos eróticos com essa garota sem rosto a qual o escreveu.
_ Jungkook, acorda, temos que pegar o avião, cara. Namjoon sacudia o mais novo que tinha mais uma noite mal dormida pra sua coleção semanal, abriu os olhos se espreguiçando e levantou vagaroso.
_ Eu... Eu já to indo... Ele disse com a voz rouca e falha, dobrou a carta que estava amassada embaixo dos edredons e pos dentro do envelope. Caminhou até o banheiro pra um banho rápido já vendo o mais velho arrumado e com a mochila nas costas, era pervertido de sua parte, mas todas as suas ações ele a imaginava assistindo e fazia pra ela, mesmo sabendo que ela não estava ali. Ligou o chuveiro e fechou os olhos sentindo a água tocar seu corpo, ele imaginou-a o vendo, imaginava ela mordendo os lábios e se tocando o que o fazia querer se tocar também, ele estava atrasado e não podia pensar naquilo, mudou a polaridade do chuveiro pra frio e sentiu o choque térmico resfriar seu corpo em instantes, pensou em coisas aleatórias pra se desvencilhar de tudo que a envolvia. Os garotos estavam começando a se preocupar com o mais novo que vem parecendo sempre cansado e indisposto, não o conseguem ver mais acordado e Namjoon curioso foi na ponta dos pés até embaixo do travesseiro do garoto, pois sabia que isso começou desde o aparecimento dessa carta que ele carrega como uma bíblia, ela estava amassada e as letras estavam manchadas, mas ainda era legível, o mais velho tampou a boca surpreso e olhou pra porta do banheiro se precavendo pra não ser pego.
_ Então é isso que ele esconde? Não sabia como tratar aquilo, ele devia o interrogar? Tentar ajudar? Mas ajudar em que? Era ainda coisa da idade, não é? Ele se perguntava, guardou a carta na posição que estava e esperou sentado sobre a cama cogitando puxar ou não uma conversa sobre aquilo.
Jungkook saiu envolto da cintura pra baixo em uma toalha branca, Namjoon o olhava com o semblante curioso querendo lhe perguntar, mas com medo de sua reação, o mais novo como sempre estava em outro mundo, mais precisamente em outro país, vestia as roupas no automático sonhando com alguém as tirando, suspirou reprimindo os pensamentos e pegou sua mochila, os momentos em silêncio vêm ficando cotidianos ao lado do garoto que sempre estava distraído. Ele foi até seu colchão e levantou o travesseiro guardando a carta no bolso.
_ To pronto, hyung. Ele disse com os olhos baixos e um sorriso amarelo no rosto, Namjoon assentiu e juntos foram porta a fora, de um lado Namjoon se questionava em perguntar ou não e do outro Jungkook se pos em um dilema, responder ou não essa carta, ambos foram o caminho pra o avião com essa duvida os corroendo, os outros membros os notaram distantes, mas estavam todos cansados e sobrecarregados de trabalho, ninguém com animo pra perguntas.
Preciso de outra carta, pensou Jungkook, preciso de mais palavras, de novos sonhos, ele suspirou recostando na janela observando Tókio ficar mais perto, ele pegou o celular abrindo o bloco de notas e iniciando sua carta.

Ariana né? Eu li sua carta e gostei.
Ele apagou detestando seu inicio, ele queria responder a altura.

Você conseguiu me fazer querer, você quer me sentir e eu quero deixar.

Ele se sentiu envergonhado em digitar aquilo, mesmo que ninguém visse sentiu o rosto arder.

Vou fazer um show no Brasil em fevereiro, e quero realizar nossas fantasias, o que acha de um encontro? Eu não falo o seu idioma e você não fala o meu, mas você mesma disse que só quer me ouvir não é?

As bochechas dele ficavam vermelhas a cada palavra e ele sorria de canto, escrever pra ela o excitava, mas ali sem duvidas não era nem o momento e nem o lugar.

Você me despertou algumas duvidas.

Ele suspirou fechando os olhos e suprimindo as reações do seu corpo.

Quero saber como você é, como é seu gemido, como é estar dentro de você além de um sonho, quero sentir sua boca me...

Ele apertou os olhos envergonhado.
 

Chupando.

O avião estava pousando e ele respirou fundo salvando no bloco de notas e guardando o celular, pos uma musica nos fones e tentou se controlar daqueles pensamentos.
Seria uma boa idéia mandar a carta? Ele se perguntava nervoso, ele poderia ter dormido como os outros, mas estava pilhado e cansado com os olhos abertos, se sentia um zumbi, mas não conseguia mudar isso, nenhuma noite de sono foi igual e se não respondesse a maldita carta não seria mais por um bom tempo. Pegou o celular e abriu na mesma pagina.

Eu ando tendo sonhos com você, sonhando sua aparência, sonhando até coisas que eu não deveria, acho que você conseguiu de uma maneira estranha me fazer seu fã, porque mesmo tendo vinte anos e podendo ficar com outras garotas só de pensar que você está do outro lado do mundo eu fico duro.

Era uma carta, escrita, digitada, mas aquilo o envergonhava e deixava nervoso, como se ela pudesse vê-lo.

Estou ficando louco sem poder fazer nada em relação a isso, eu queria pedir outra coisa além do encontro, uma foto, preciso ver você, saber como sonhar seu rosto quando estiver fantasiando nosso encontro.

Ele sorriu imaginando as coisas que gostaria de fazer. Os passageiros já se levantavam e ele guardou o celular novamente, levantou e estava se direcionando pra fora, ficou atrás de Jimin e V estava atrás dele o abraçando e pondo todo seu corpo nos ombros dele, os ombros dele estavam tensos das noites mal dormidas e do estresse, V seguiu atrás dele massageando e falando coisas que passavam em sua cabeça.
_ E então Sanji teve que escolher entre ficar com a tribulação do Luffy ou ficar com as mulheres, eu acho que eu roubaria as mulheres e ficaria com o Luffy mesmo assim. Ele dizia enquanto Jungkook o carregava pra fora._ O que você escolheria? Ele perguntou próximo ao ouvido do mais novo que descia as escadas com ele.
_ Acho que ficaria com o Luffy, ele é um grande amigo. Ele respondeu em um modo automático de seu cérebro, ficou ali do lado de fora esperando com V, pensando em mais coisas pra escrever e respondendo no aleatório as perguntas e simulações de situações de V.
Todos estavam no carro a caminho do hotel, Jimin cutucava Jungkook tentando o fazer rir enquanto Namjoon os olhava estranho, é anormal um Jungkook quieto, mas era aterrorizante um Namjoon tão calado, todos estavam alarmados com o silêncio do líder.
_ Tudo bem, Jonie? Jimin perguntou sentando-se ao lado dele e ele assentiu sem muitas explicações o que era de mais estranheza ainda.
Jungkook pegou o celular novamente e retornou a escrever.
Eu queria ler mais do que você queria fazer comigo, mas pra ser justo eu tenho uma lista de coisas que eu queria fazer e a primeira delas é beijar você, eu ando imaginando qual sabor dos seus lábios, como é o seu beijo, a maciez da sua boca, esses sonhos vem me fazendo perder noites de sono, irônico não é?

O carro parou e o garoto travou o celular saindo, do lado de fora havia ARMYS acenando e tirando fotos, ele olhou fixo pra cada uma delas se perguntando se elas também o queriam daquele jeito, será que elas seriam capazes de fazer aquilo com ele, será que elas se ajoelhariam e implorariam pra chupá-lo? Ou se queriam apenas segurar em sua mão e beijá-lo.
Ele entrou no hotel e V novamente se desmanchou sobre o ombro dele.
_ Eu queria ler a mente das ARMYS, queria saber o que elas pensam sobre nós. Ele disse com um olhar pensativo, Jungkook também queria, queria saber o que elas fariam por ele.
_ Estranho, parece até que você leu a minha mente. O moreno riu bagunçando os cabelos e Suga que escutava em silêncio a conversa sorriu.
_ Como o Namjoon disse, 10% inteligente e 90% idiota. Ele disse olhando pra V que o empurrou rindo de sua implicância, ele de verdade não se importava, pois tinha em mente que era melhor, melhor do que Suga pensa que pode ser, mas essas convicções ele não dividia, apenas deixava em pistas em suas frases que muitos chamavam de aleatórias, mas eram apenas a compreensão de quem consegue captar.
 Eles chegaram ao quarto, o mais novo se jogou na cama sentindo o corpo relaxar depois de horas sentado em uma poltrona de avião, pegou novamente o celular com intuito de terminar essa carta e transcrevê-la de uma vez.

Mas enfim, eu também queria que dançasse pra mim, queria que rebolasse, que gemesse meu nome enquanto eu fodo você, você disse que queria que eu gozasse pra você, eu quero sentir você gozando em mim, você conseguiu eu quero sentir você e em resumo é tudo que eu quero.

Ao fechar os olhos ele sentia ela sobre ele rebolando em seu membro, queria segurá-la pela cintura e a fazer ir mais rápido.

Espero que você responda minha carta, que me mande mais desejos, uma foto e uma confirmação de que quer me ver.

Ele terminou pegando na mochila um papel e transcrevendo tentando manter a letra o mais legível possível, os garotos passavam de lá pra cá e alguns tentavam ler, mas ele escondeu com garras e dentes, terminou deixando algumas observações e fechou, precisava agora apenas de um envelope e um correio.
_ Eu já volto. Ele gritou de forma audível a todos e pegou a mochila saindo sem dar chance a perguntas, mas no caminho foi parado por fãs que queriam tirar uma foto e não pode negar.
_ Somos muito fãs de BTS, amamos você. Elas se aproximaram dando o clique pra foto, ele sorriu tentando parecer sincero, mas tudo que queria era enviar a maldita carta.
_ Obrigado, vocês podem... É me ajudar? Elas sorriram radiantes balançando a cabeça positivamente.
_ Claro. Responderam em uníssono e ele sorriu.
_ Podem me levar ao correio daqui? Ele perguntou com um sorriso que arrancou suspiros de ambas.
_ Claro, claro. Elas responderam exasperadas e sorriram largo. Ele respondeu várias perguntas como em uma entrevista no caminho, mas elas cuidaram bem dele o levando corretamente, ele agradeceu as abraçando carinhosamente e entrou no correio, esperou alguns minutos na fila e seu coração acelerou ao escrever o ultimo número do endereço dela, mordeu os lábios e entregou a carta, que agora estava sendo enviada pra o outro lado do mundo.

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