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História A Carta - Capítulo dois


Escrita por: galxticats

Notas do Autor


ALOALO
CHEGUEI AO SOM DE KO KO BOP
Desculpa a demora gente, eu estava muuuito ocupada como os outros projetos, mas tentarei voltar ainda mais rápido.

Espero que gostem~

Capítulo 2 - Capítulo dois



-Omma? Quem é esse cara?

  Era o garoto que eu havia ouvido na ligação. Ele tinha uma pele alva e os olhos esbugalhados de Kyungsoo.

-A-ah Jisoo querido...  Esse é um antigo colega de faculdade. -Kyung diz corado. O fato não parece passar despercebido pelo seu filho, que o encara confuso.

-por acaso ele é...  -seu filho se aproxima lentamente.

-eu vou sair com ele agora.  Te vejo mais tarde, bebê.  -Ele termina o assunto rapidamente.

  Kyung entra no carro e eu logo em seguida. Não havia entendido bem oque seu filho queria dizer, parecia bastante importante, pois Kyung o interrompeu. Estarei mentindo se disser que não estou muito curioso, mas é a privacidade dele. Ligo o carro e inicio o caminho até o local desejado por nós dois.

🌼🌼🌼🌼🌼🌼

  A risada maravilhosa de Kyung continuava a ecoar pela sorveteria. Nós relembramos de algumas histórias de quando nossa única preocupação era apenas estudar. Aquele momento entre nós dois é tão precioso. Momentos como aquele faziam tanta falta na minha vida. Na verdade, Kyungsoo fazia falta em minha vida, mas até o momento, eu nunca havia admitido isso para mim mesmo.

  Eu pelo menos queria entender o porquê dele ter saído no meio da noite da minha casa sem ao menos dizer nada. Ele havia sumido de Seul. Eu tinha ficado tão desesperado naquele dia. Foi tão inesperado. Ele se levantou sem ao menos explicar nada, tudo que dizia era sem nexo,  mas tudo se juntava em uma pequena frase,  "ir embora", me doeu muito ouvir aquilo,  ainda mais o ver partir. O procurei, se me permitissem eu saía até da Coréia e dava a volta ao mundo atrás  de meu pequeno, mas o meu passaporte me impediu, junto com meus pais e amigos. Eu fiquei tão arrasado. Minha mulher foi a única que pode melhorar meu humor.

  Se passaram anos e eu ainda me fazia a mesma pergunta. Por quê? O porquê de tudo aquilo? E agora com Kyung na minha frente, tudo ficava ainda mais fácil. Ele não irá escapar de minhas perguntas. Pelo menos mereço uma resposta depois de tanto tempo. O encaro sério, vejo seu sorriso em formato de coração sumir de seus lábios, dando lugar ao olhar de preocupação:

-você não acha que me deve uma resposta? -encaro seus olhos profundamente, mas o mesmo abaixa o olhar.

-D-Do que? -sua colher mexendo na massa parecia tão interessante para ele, afinal o baixinho não tirava os olhos dela, acompanhando os movimentos feitos pela sua mão na massa verde de menta.

-por que foi embora? Por quê me abandonou depois de dizer que me amava minutos antes? A gente 'tava tão bem... -infelizmente, relembro de tudo que havia ocorrido naquela noite antes dele ir embora.

  Era impossível esquecer daquela noite. Por mais que me doa lembrar dele me abandonando, minha mente fazia questão de mostrar a mim. Todos os toques, todos os beijos, todos os "eu te amo" que pronunciamos um ao outro enquanto fazíamos amor na calada da noite. Apenas eu e ele naquele quarto silencioso, iluminado apenas pela luz da lua que entrava pela janela. O jeito que ele descia sobre meu membro era tão excitante. Seus cabelos negros estavam grudados em sua testa cheia de suor. Seus lábios cheios estavam entrabertos e por eles saíam gemidos roucos e totalmente sexys. Me senti tão safado relembrando essa cena em meio de uma sorveteria, parecia ainda mais excitante, saber o perigo de pensar em uma coisa tão despura em um lugar público.

  Relembrei de seus lábios grossos em meu pescoço, pronunciando "eu te amo" entre seus gemidos, e eu fazia o mesmo enquanto segurava sua cintura. Estavamos colados um ao outro, agarrando-se um ao corpo do outro e se movimentando rapidamente afim de chegar ao tão esperado orgasmo.

  O que me deixava mais triste era lembrar o que aconteceu após isso. Ver Kyung se levantando da cama e dizendo aquelas palavras duras e frias para mim. Elas haviam destruído cada "eu te amo" que ele havia dito antes. Me machucou tanto, mas não doeu menos do que vê-lo sair pela porta de meu quarto. Eu esperava que ele voltasse, mas isso não aconteceu. Eu fui deixado naquela noite com as minhas lágrimas.

  Ele não parecia ter gostado da ideia de se afastar naquela noite. Ele chorou muito enquanto dizia para mim que deveria ir embora. Eu sabia que ele ainda me amava. Agora mesmo, Kyung parece querer chorar. Eu sei que ele não queria, esse motivo me sustenta o suficiente para não criar ódio contra ele. Ele se sentia quebrado como eu e isso me deixava ainda mais curioso.

-JongIn entenda, você está feliz com a sua família. Por que não esquece esse assunto? -Pela primeira vez, ele me encara.

-Eu quero realmente saber. O meu amor não foi o suficiente para você? -sentia meu peito começar a doer. A possível resposta me assustava.

-Claro que sim! Sempre foi... -Disse rapidamente com medo que eu o entendesse errado. Senti meu corpo aliviar, mas não totalmente.

-então oque foi que aconteceu naquela noite? -meu coração batia acelerado. Mais do que tudo eu precisava de uma resposta. Aquilo me perseguia.

-V-Você não entenderia... -seus olhos estavam cheios de lágrimas. Aquilo me doía tanto... Por um minuto, pensei em desistir e apenas abraçar o garoto, mas eu ainda preciso saber...

-Kyung, eu estou aqui justamente para te entender. -minha mão toca a sua sobre a mesa, a entrelaçando. Um arrepio passou pelo meu corpo apenas ao toque, mas não soltei nossas mãos.

-E-Eu sei q-que você vai ficar muito bravo... -ele não conseguiu conter suas lágrimas. Me levantei de minha cadeira e sentei ao seu lado,  o abraçando.

-Vem, vamos para um lugar mais reservado. -o ajudo a se levantar.

  Com as nossas mãos ainda entrelaçadas uma a outra, o levei para uma praça que havia na frente da sorveteria. O lugar é todo verde, cheio de flores e com alguns bancos de madeira espalhados pelo local. Havia também trilhas de pedra para podermos andar pelo local sem machucar as plantas. Além disso, tem uma árvore enorme no centro, ela tinha uma altura tão grande que parecia cobrir a praça toda, pelo menos boa parte dela. Estava ensolarado devido a estação que estavamos, o verão. Uma brisa calma passava por ali, andando entre nós e aliviando o nosso estresse. O principal de tudo, o lugar estava totalmente vazio, sem qualquer criança brincando, apenas eu e meu pequeno. Me virei para Kyungsoo, ficando em sua frente e colocando as minhas mãos sobre seus ombros. Eu queria ao máximo passar confiança para o pequeno, afinal não havia nada a temer, eu não iria fazer nenhum mal a ele e jamais farei:

-Pode falar, pequeno. -deixo um selar em sua testa e sorrio para ele.

-JongIn, por favor, eu não  deveria ter feito aquilo, mas naquele momento me parecia tão certo. Você estava tão  bem com a Krys...  -ele falava tudo rapidamente que ao menos conseguia entender.

-Espera... O que minha mulher tem haver com isso tudo?  -o interrompo confuso.

-Ela sempre foi destinada a você, até mesmo seus pais sabiam disso, eles queriam muito que vocês ficassem juntos,  eu não podia atrapalhar. Então quando descobri que... Descobri... Oh, contar isso é mais difícil do que sempre imaginei. Sabe, sempre esperei que esse dia acontecesse, mas você mudou tudo o que havia planejado, me fez esquecer de tudo e só focar em seu maldito sorriso. Não tem como te esquecer Nini, não tem como não se arrepender de ter saído por aquela porta... -ele havia parado de falar e parecia pensar bastante em suas próximas palavras, mas logo pareceu desistir e bufou com o ar, como se tacasse o foda-se para seus pensamentos -Eu estava grávido. Foi esse o motivo de eu ter ido embora. Eu vi que a sua vida ao lado de sua esposa seria bem melhor para você, todos sabiam que vocês eram destinados um ao outro a muito tempo, sua família a amava e eu conseguia perceber o quão ela é querida apenas de olhar de longe. Eu não queria estragar a sua vida...

  Eu fiquei estático. Por um segundo, eu pensei que fosse acordar e pensar o quão esse sonho foi totalmente estranho, mas não havia sonho algum. Kyungsoo estava realmente na minha frente nesse momento, ele está me dizendo que me deixou porque estava gravido, GRÁVIDO DE MIM! Tudo parece tão sem nexo como na noite em que ele me deixou.  A única coisa que eu sabia fazer era ficar parado como se o filme de nossa vida houvesse sido pausado por algum controle universal.

  Eu não sabia o que falar para ele, tinha medo de perder a cabeça e falar algo que o machuque, por mais que no momento eu esteja muito machucado. Eu fui privado da vida de um filho que eu nem sabia que existia. Perdi todo o desenvolvimento dele, não acompanhei o crescimento, os primeiro dentinhos, as cólicas durante a noite, os primeiros passos, o primeiro dia na escolinha...

  Nem ao menos acompanhei a gravidez de Kyungsoo. Pelo o que passei com a minha esposa, eu sei como uma gravidez pode ser linda e também ter seus contras. Tudo que ele precisava mais era de mim, mas preferiu passar tudo sozinho pela minha família. Me senti tão mau, senti uma pontada tão forte em meu peito, junto com uma grande vontade de chorar. O nó se formou na minha garganta, assim como as lágrimas em meus olhos.

  Eu perdi tudo e isso me doía muito, mas eu não devo perder a cabeça. Kyungsoo teve que passar por tudo isso sozinho porque se achava um incomodo para minha família. Eu não era a vítima que sempre achei que fui. Sempre pensando no quanto estava sofrendo, mas e o Kyungsoo? Nenhum momento havia pensado se ele também havia sofrido. Eu sou uma pessoa horrível. Eu tinha seu número, mas nunca havia o ligado nem para desejar um feliz natal. Teria sido diferente se eu tivesse feito isso? Será que ele desabafaria comigo e eu iria correndo atrás dele?

  Eu não sabia o que fazer. Eu estava dividido. Eu queria abraçá-lo e pedir perdão, mas ao mesmo tempo quis brigar com ele por ter ido embora sem ao menos explicar o real motivo para aquilo, por não confiar em mim e decidir uma decisão tão importante por mim mesmo. Volto a encará-lo, o mesmo não havia nem se mexido. Ele chorava tanto, oh como isso me dói! Ver a pessoa que já amei, ou ainda amo, não sei, ver ela chorando e eu não poder fazer nada. Ouvir seus soluços altos, ecoando pela praça vazia.

  Desisti de ficar parado, aquilo parecia o machucar ainda mais. Dava para ver pelos seus olhinhos escuros esbugalhados totalmente molhados pelas lágrimas que não paravam de sair, dava para notar que ele implorava para eu lhe dizer algo,  também estava doendo para ele. Apenas me aproximei e o abracei forte, colocando meu rosto em seu pescoço e inspirando aquele aroma maravilhoso, o aroma que fazia falta em meu travesseiro. Todos os dias eu ainda cheirava o tecido esperando que seu doce aroma estivesse grudado ali como antigamente, mas nunca havia dado certo. Meus sonhos comigo ao seu lado acabavam quando o som do alarme ecooava pelo quarto e a dor me invadia ao ver uma mulher ao meu lado e não Kyungsoo.

  É Kyung, você estava errado, eu jamais terei um futuro feliz ao lado daquela mulher, porque meu destino é ao seu lado. Sempre foi e sempre vai ser apenas você comigo até o fim. Só deviamos ter notado isso antes.

Notas Finais


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Obrigado por lerem^^


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