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História A Casa de Praia - Capítulo 6


Escrita por: i_valeria2204

Capítulo 6 - Capítulo 6


Uma semana depois... 

Elisa

Pela primeira vez fiquei contente por ser segunda feira. Fiz a prova semanal e tinha o resto da semana para ficar livre, era assim que funcionava o sistema da faculdade. 

Duas semanas estudando uma matéria, e as outras duas fazíamos prova em determinado dia e pelo resto da semana podíamos ser adolescentes com vidas normais e sem depender de cafeína para nos manter acordados. 

Desde que Shawn enlouqueceu não tenho o visto, apenas na escola entrando em sua sala e algumas vezes correndo para dentro do seu carro para ir embora. Tenho vindo com minha moto, que Cameron fez o favor de concertar. O mesmo afirma que Shawn continua a mesma coisa com ele e não entende o afastamento que teve comigo.

— Ele deve estar em casa logo. Por que não aparece de surpresa? – Cameron fala, me tirando dos meus devaneios. 

Suspiro, guardando o capacete no baú do banco da moto. 

— Eu não fiz nada. Por que eu tenho que ir atrás dele? 

Cameron revira os olhos. 

— Por que você sente a falta dele, isso é nítido e por que está curiosa para saber o que aconteceu. 

— Tem certeza que ele está normal com você? 

Cameron assente.

— O que ele te disse? É a milésima vez que me pergunta isso. 

Havia evitado contar para Cameron com medo de que isso o fizesse brigar com Shawn. Conto cada detalhe para Cameron, que não eram muitos, pois havia sido breve o ataque de Shawn. 

Ele riu, me deixando nervosa.

— Então Shawn Mendes estava com ciúmes... está explicado. 

— Ciúmes? – gargalho — De mim? Essa é nova! Ele me considera irmã dele, Cam. Pode ser ciúmes de você, pensa que vou roubar seu melhor amigo já que não tenho ninguém além dele. 

Cameron nega.

— Ele estaria estranho comigo também. O negócio é com você. 

Massageio a testa e suspiro, derrotada. Precisava comer algo. 

— Tá, eu vou. Mas só por que estou curiosa. 

Cameron torce a boca, segurando o riso e lhe dou língua.

— Preciso ir, até mais! 

— Até! – aceno, o vendo correr de volta para o carro. 

Como a lasanha que havia feito no microondas e enquanto estou deitada em minha cama, observo a janela panorâmica do quarto. A casa de Shawn estava acesa, exceto pela janela que correspondia ao seu quarto. Ele deveria chegar logo, então me arrumei e tomei coragem para descer a tocar a campainha. 

Respirei fundo uma vez que estava de frente para a porta maior que eu, marrom e bem larga. A casa de Shawn era incrivelmente linda. 

— Elisa? – a mãe de Shawn abre a porta e me abraça. 

— Posso entrar, Sra. Mendes? 

Ela sorri. 

— Claro, mas o Shawn ainda não está aqui. 

Assinto. 

Logo sentamos no sofá e o silêncio nos separa, mas não deixo de notar o jeito preocupado em seu rosto. 

— Está tudo bem? Desculpe perguntar, mas parece preocupada. 

— É o Shawn, querida... Ele está demorando a chegar e temo que tenha parado em algum lugar... – ela se interrompe.

— Que lugar, por exemplo? 

Ela engole seco, claramente havia falado mais do que devia. Noto a expressão de culpa em seu rosto, mas a mesma abre os lábios e as palavras deslizam com peso. 

— Em um bar ou algum lugar com bebida. 

— Desculpe, o Shawn? Ele me disse que não bebe. 

— Depois que você foi embora, minha flor, Shawn nunca mais foi o mesmo. Vivia se culpando pelos cantos e acabou se misturando com bebida. Passou alguns meses em uma fazenda, uma espécie de SPA de meditação para se distrair, e de fato funcionou, mas sempre que fica nervoso, ele perde o controle das coisas... – minha mente se desligou e começo a pensar em Shawn bêbado em minha porta, lembro–me de estar no mercado e ver o mesmo encarando com desejo os vinhos e uísques. Tudo fazia sentido. Shawn não chega a ser viciado, mas refugia seus momentos de raiva em bebidas, como muitos adolescentes por aí. — Elisa? 

Disfarço que me distrai e sorrio triste. 

— Eu vou atrás dele. 

Antes que sua mãe pudesse dizer algo e eu pudesse passar pela porta, Shawn entra em casa todo suado. 

— Elisa? – seu rosto corou. 

— Filho, onde você estava? 

Shawn levantou as bolsas do mercado. 

— Você disse que precisava de algumas coisas ontem, eu anotei e como passo pelo mercado quando estou vindo da faculdade, acabei demorando por que estava muito cheio. 

— Oh... obrigada. 

Shawn colocou tudo na cozinha e voltou para a sala, passando os olhos por sua mãe e os pousando em mim. Não havia raiva em seu olhar, mas algo... diferente. Ele sorriu, de canto. 

— Eu já ia mesmo procurar você, então por que não subimos? Acho que preciso explicar algumas coisas. 

— Tudo bem. – olho para Sra. Mendes, que sorri alegre. — Obrigada pela conversa. 

— Sempre que quiser, mocinha. 

Subo atrás de Shawn, em silêncio. Assim que passamos pela porta do seu quarto, a mesma se fecha. Shawn abre a porta da varanda e abre duas cadeiras de praia, sentando em uma delas. Entendo que aquilo seja um convite e me sento ao seu lado. 

— Por que sumiu? Por que me tratou daquele jeito? Por que está normal com o Cameron e me evitou a semana inteira? Você é maluco? Eu não gosto do Cameron desse jeito, eu só queria ajudar ele! Todo mundo aqui sabe que eu gosto de você! – disparo, tampando minha boca logo em seguida. 

Shawn sorri, mas um sorriso tímido e meio angustiado. Uma mistura nada feliz de se ver. Sua mão acaricia a minha, o que me desperta alguns arrepios nas pernas. 

— Eu estava com ciúmes de Cameron, não queria que você... que ele... – pigarreia — Não queria pensar na possibilidade de você gostar de outra pessoa. 

— Não gosto, mas e se gostasse? Não tenho esse direito? 

— Tem! Lógico que tem, Elisa! O problema não é esse. 

— Então qual o problema Shawn Mendes? Por que desde que cheguei nessa cidade você diz que quer que sejamos amigos, mas a forma como você age, a forma como me olha, não parece que é isso que quer! E não sou mais criança, sei diferenciar amor de amizade agora! Então por que diz que quer ter nosso antigo relacionamento de volta, se nem ao menos é honesto comigo e fica agindo estranho? 

— Do que está falando? 

— Sua mãe me contou sobre seu problema com bebidas. – Shawn se levanta e entra no quarto. 

Prontamente o sigo e agarro sua camiseta, ficando cara a cara. O mesmo estava chorando, em silêncio. 

— Não é culpa dela, ela pensou que você já tinha me contado. – sussurro. — Por que não contou? 

— Por que não queria desapontar você ou deixar de ser puro como você? 

Gargalho. 

— Puro? – me afasto — Eu passei anos na reabilitação depois que meus pais morreram, por que queria me matar de qualquer jeito! Acha isso puro? Eu voltei pra essa cidade por que sabia que aqui era o único lugar que eu podia recomeçar. 

— Por que não contou pra mim? 

— Eu ia contar. Estava me preparando psicologicamente, ainda não sou a pessoa mais forte para tocar no quesito reabilitação. – seguro seu rosto — Mas o que importa é que não somos diferentes e sei que errei em não contar logo, só não estava pronta para mexer no passado de novo. 

— Eu não contei por que quando você chegou, bem, eu pensei que era minha chance de reconquistá–la! E se eu contasse isso, podia estragar tudo, você podia pensar que eu era um drogado, um maluco, menos o Shawn de sempre... E Elisa, depois que foi embora, eu, completamente burro, comecei a notar o quanto te amava, o quanto te amei esse tempo todo. Não podia simplesmente perder você outra vez por que fui um moleque mimado e me meti com coisas erradas. Do mesmo jeito, me desculpe, não devia ter escondido isso de você. 

Assinto, abrindo um pequeno sorriso. Shawn me abraça apertado. Eu, como sempre, fico na ponta dos pés e afago seu cabelo da nuca. Sinto o perfume doce em seu pescoço, inalando e fechando os olhos. 

— Quanto ao Cameron, eu estava com ciúmes. E sim, não um ciúmes de amigo. Como já disse, não poderia perder você outra vez. – sussurrou. 

Sinto sua boca tocar minha clavícula, causando arrepio e ardência no lugar. Fecho os olhos, sentindo a sua mão deslizar pelo meu rosto e, consequentemente, nos afastar. 

— Pode me dar uma chance, agora de verdade, de concertar tudo? Como mais do que amigos. – ele ressalta, me fazendo rir. 

— Eu vou pensar no seu caso. – brinco. 

Shawn sorri, o sorriso encantador que me deixava hipnotizada sempre, e de repente, para o desespero do meu coração, me beijou. 


Notas Finais


Desculpe a sumida!
Espero que gostem desse cap!


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