"Merda"
Foi exatamente isso que eu, Jeon Jungkook, pensei quando recebi a maravilhosa notícia de que irei passar um tempo na Casa do Lago.
Essa casa é basicamente um acampamento em uma grande residência com vários dormitórios no interior dos interiores das redondezas do meu país.
Ou seja, no meio do mato.
Meus queridos pai e mãe me mandaram para o mato galera. Com o motivo de "você não sai de casa, precisa respirar novos ares".
Eu não curti muito.
A paisagem aqui é aparentemente agradável, ainda mais para alguém como eu que gosto de fotografias e tudo mais. Mas eu preferia permanecer na minha casa e manter a minha pose de emo vampiro gótico das trevas antissocial.
Sobre a parte do antissocial, eu me defino assim pois sou deveras tímido. E é aí que eu chego com mais uma reclamação.
Eu só não diria que estou morando sozinho, no mato, porque com a palavra "dormitório" vem um colega de quarto junto. E novamente, eu sou tímido.
Jungkook. Tímido. Dividindo. O. Quarto. Com. Um. Fulaninho. Desconhecido. Vai. Dar. Merda. Isso.
Sobre o meu colega de quarto, não o conheço ainda. Só espero que ele não seja um pé no saco e que me permita rodar a baiana ao som de Unravel feat. abertura de Tokyo Ghoul.
Eu acordei super cedo e me arrumei as pressas hoje para acompanhar o horário do ônibus que me trouxe até aqui.
O lugar é legal até, é tudo liberado, você pode nadar no lago que tem atrás do casarão, fazer trilhas, pesquisar na biblioteca, dormir e ser um inútil ou até passar o dia inteiro vendo anime. Tem wi-fi aqui, pelo menos isso, né?
Como eu disse, aqui é tudo liberado. Mas como o intuito não é ficar fazendo vários nadas, existem as programações da Casa do Lago. Algumas festas, acampamentos (com cabanas e fogueiras na floresta), passeios de caiaque no lago e etc serão organizados.
Estou agora, nesse exato momento da minha chegada aqui na casa, me dirigindo para o salão principal. Ao que tudo indica, é aqui que serão revelados os companheiros de dormitório e receberei a chave do meu quarto.
Aqui na frente tem alguns inspetores que estão a fazer uma chamada para identificar-nos. Aguardo até meu nome ser chamado.
— Jeon Jungkook. — me dirijo ao senhor baixinho e barbudo que traja uma camiseta com o logo do acampamento.
— Sim?
— Bem vindo a Casa do Lago. Seu parceiro já subiu. Aqui está sua chave. Segundo andar, dormitório 3.
— Obrigado. — o cumprimento com uma breve reverência e me dirijo as escadas. A casa tem aparentemente 6 andares com 5 dormitórios em cada.
Subo até meu destino e paro diante da porta de madeira com alguns detalhes e uma plaquinha com o número 3 pendurada na mesma.
Me sinto dominado por uma onda de vergonha e receio, eu não faço ideia de quem pode estar aí dentro. Ainda vou ter que me apresentar e cumprimentá-lo.
Pode parecer drama meu mas eu realmente sou fresco e cismado com essas coisas.
Bom... Não tem muito o que se possa ser feito agora. É pegar na mão de Deus, ir na fé direcionar a chave até a fechadura e rodar a maçaneta metálica.
Rodei. Agora é só fazer um esforcinho e abrir a porta.
Que tenso.
Após abrir a porta adentrei o quarto. Neste se encontram duas camas com um criado-mudo, uma de cada lado da parede. Uma televisão, um extenso armário, uma pequena porta que deduzi ser o banheiro e uma varanda.
Simples porém aconchegante.
Em uma das camas havia uma menino sentado de costas para mim.
A minha chegada foi provavelmente anunciada com o barulho que foi reproduzido quando eu fechei a porta, pois assim que tranquei a mesma ele se virou e passou a me fitar.
Ele trajava um casaco preto, uma calça jeans clara com alguns rasgos e um tênis cinza escuro. Mas não fui sua roupa que chamou minha atenção. Ele tinha cabelos castanhos lisinhos e olhos avelã. Sua pele era levemente dourada, de um acobreado único e parecia ser bem macia. Seus lábios eram vermelinhos, seu nariz delicado e abençoado com uma adorável pintinha. Ele parecia um príncipe, uma obra de arte.
Quando o analisei corretamente, a única coisa que a minha mente conseguia raciocinar era "Que garoto lindo" e "Não tenho dúvidas, sou gay com certeza".
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