História A Casa do Lago - Eu quero dar muito amor a ele

   Taehyung POV

 Eu e o Kookie já havíamos acordado e estávamos no terraço da casa. Ainda trocávamos algumas palavras mas ele estava conversando por mensagens com um amigo no celular e eu... Bom, eu estava lendo o meu livro. 

 Podem me julgar, eu queria ficar bem informado e atualizado sobre o mundo dos pornôs homoafetivos, lemons, smut, xablau, sei lá como que vocês chamam esse conteúdo que anda prendendo tanto a minha atenção ultimamente. 

 Já que é para ser gay, vamos fazer isso direito. 

 O livro era tão, mas tão erótico. Eu sou uma pessoa bem lerda, na leitura principalmente, então não havia nem chegado na página 60 ainda. Mas apesar de estar no começo, as coisas já estavam bem quentes.

 E não era bem um "romance" com uma trama e um casal protagonista, era literalmente um manual, quase que um tutorial de sexo gay. 

 Tinham vários capítulos com posições e fetiches diferentes, alguns com informações realmente úteis mas tinham as bizarrices. 

 Haviam uns tópicos bizarros como "7 passos para enlouquecer um gay com beijo grego" e "os 10 mandamentos para satisfazer um passivo".

 Vocês devem estar pensando "Taehyung, não é possível, você não leu isso. Tu pulou." Eu queria dizer que pulei! Mas seria mentira porque quando eu via coisas assim a única coisa que eu conseguia pensar era "preciso prestar atenção, quero fazer bonito com o Jungkook". 

 Eu me sentia um ser tão sujo fazendo isso, mas o que eu posso fazer? Devem ser os hormônios que estão me levando no meio das safadezas.

 Sabe quando você está lendo, ou vendo ou fazendo qualquer coisa considerada errada em um lugar público e você fica todo desconfiado olhando para todos os lados? Esse era eu mesmo nesta manhã. 

 Estávamos sentados em um banquinho e eu deitei minha cabeça nas pernas do Jeon. Eu disse que estava cansando por ainda ser cedo mas essa foi, na verdade, a minha desculpa para que eu pudesse continuar com a minha leitura de uma forma na qual ele não pudesse ver do que se tratava o livro que eu estava lendo. 

 Acho que ele respeita muito a minha privacidade porque se fosse o contrário e tivesse uma pessoa próxima a mim lendo um livro suspeito, sem título, capa ou coisa do tipo, e com a enorme concentração que eu possuía, eu seria um Baekhyun da vida e puxaria de suas mãos para ver o que pode ser tão interessante no meio de tantas páginas.

 Foi só eu pensar isso que o moreno parou de usar seu celular e se dirigiu a mim. 

 — O que você está lendo, hyung? — eu estou lendo e aprendendo sex skills para te satisfazer e usar em você. 

 Gente, eu juro que apesar de andar imerso no meio de tantos pensamentos impróprios para com o meu dongsaeng, o Kookie ainda é o meu ursinho querido e eu pretendo retribuir os seus sentimentos da maneira correta e dá-lo muito carinho. Não me entendam de maneira errônea, por favor.

 — Hm, é um livro qualquer... Da biblioteca. — olhei para ele e tentei sorrir naturalmente, falhando miseravelmente.

 — Por que você não o pegou ontem quando estávamos juntos lá? 

 — Porque... O Baek hyung também o queria então eu o despistei para que saíssemos. Aí mais tarde, quando eu pude, voltei e o peguei. 

 — Ah, sim. 

 O Baekhyun é daqueles seres que são atraídos só pelo nome. Foi só citar que ele já apareceu escandaloso como sempre. 

 — Gente, achei vocês! Galerão, vocês estão sabendo da novidade? — rapidamente coloquei um marca-página onde parei e fechei livro. 

 — Olá, hyung. Que novidade? — perguntei curioso. 

 — Fala para eles, Soo. — olhou para o Kyungsoo em expectativa para que ele nos contasse.

 — Tem um caminhão de sorvete aqui! 

 — Sorvete? — Jungkookie se pronunciou finalmente guardando o celular.

 — Sim, chegou um tiozinho dos ice cream! Vocês não querem se juntar a nós e... Taehyung! Eu sabia que você ia voltar e pegar o livro! Não são nem 11 horas ainda e você já está aí, seu safado! — ele olhou para o objeto que eu tinha em mãos e nada discretamente apontou e começou a gritar. Eu senti um olhar confuso sendo dirigido a mim pelo Kookie. Não posso deixá-lo descobrir então logo interferi no rumo que essa conversa me levaria. 

 — Baekhyun, você pare! Eu quero sorvete, se você quiser continuar discutindo por causa de um livro, fica aí até o sorvete acabar. Eu e o Kookie vamos tomar sorvete agora, não é Jungkookie? — me levantei e logo peguei sua mão o esperando assentir.

 — Só sei que eu quero sorvete. — ele logo se levantou também. 

 Por incrível que pareça, o Byun parou de implicar comigo e me ajudou a dar uma enrolada básica no Jungkook. Milagres ainda acontecem.

 — Quando você terminar de lê-lo, eu vou pegar então não demore, mocinho. — Deus é pai, não é padrasto! Baekhyun resolveu ser profissional e me ajudar.

 — Certo, hyung. Soo hyung, onde está o caminhão? 

 — Perto do lago. Podemos ir lá agora? 

 —  Já estamos indo. 

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 Havíamos chegado lá e esperamos alguns minutos na fila para finalmente solicitarmos nossos pedidos. 

 Eu havia pedido sorvete de flocos, o Kookie de baunilha, Soo e Baekkie de chocolate. Estava tudo indo bem até que o Baekhyun cismou e disse que eu deveria pagar o sorvete de todo mundo.

 — Por que, logo eu, tenho que pagar? — perguntei desacreditado.

 — Porque você pagou o do Kookinho! — respondeu como se fosse óbvio. 

 — Mas ele é o meu dongsaeng! 

 — E eu sou o seu hyung! — esse menino é terrível. 

 — Então você que deveria pagar, você é o mais velho aqui.

 — Lógico que não, o Soo sempre paga as coisas para mim. 

 — Soo hyung, você é dongsaeng dele! Não devia aceitar ele fazendo isso com você.

 — Eu já me acostumei, Tae. — fez um gesto com as mãos e deu de ombros.

 — Soo! Não fale de mim como se eu não estivesse aqui! Cadê o amor? 

 — Desculpe, Baek. — revirou os olhos mas deu uma selar na bochecha do Byun. 

 — Está perdoado. Vai logo Taehyung, pague isso aí pros seus hyungs.

 — Mas Baek hyung eu s-- o mocreio me interrompeu. 

 — Sem mas! Você já pegou o meu livro, paga o sorvete, garotão. — mereço! Ele vai me chantagear com esse livro até os meus últimos dias.

 E eu fiz o que? Paguei o sorvete do bonde inteiro enquanto o Kookie somente ria. 

 Entreguei o dinheiro ao moço do caminhão e finalmente recebemos nossos sorvetes. 

 Fomos sentar em uma das mesinhas que tinham sido organizadas lá na frente e passamos a comer. Enquanto comíamos, o Byun nos contava sobre como ele e Kyungsoo haviam se conhecido no colégio e que quando ele falou que o Soo era fofinho e que queria ser seu amigo, o Do deu um tapa em sua cara. 

 Com todo seu discurso eu pensei "se o Soo é dongsaeng dele e pode, por que eu não posso?". Mas apesar do Baekhyun ser assanhando e escandaloso, eu gosto dele.

 — Eu quero mais sorvete. Não se preocupe TaeTae, dessa vez o Soo paga para mim. — ele nem deu uma chance para que o Do respondesse e já se levantou o arrastando junto.

 Eu só ouvi o Kookie rindo e olhei para ele. — Eles são engraçados. — ele olhou para mim e nossa senhora! Eu estou mais terrível hoje do que nos dias normais. 

 O sorvete de baunilha estava escorrendo por seus lábios e sabe... Eu levei tudo para o lado malicioso e sexual da coisa. Eu queria ter dito "Kookie você é muito fofo" e ter limpado com um guardanapo. Mas acontece que o Taehyung tarado falou mais alto e eu fui limpar, só que com a língua.

 Até eu me assustei com a minha ação, do Kookie nem se fala. Quando passei a minha língua pelo canto de seus lábios, limpando o sorvete, ele arregalou os olhos e ficou parado. Mas depois que comecei a beija-lo, ele retribuiu e nós ficamos ali, no nosso mundo. Ele levou suas mãos para o meu pescoço e começou com um carinho singelo no lugar. Achei melhor não aprofundar as coisas então o dei mais um selinho e findei nosso contato. 

 — É... Me desculpa, eu não sei onde estava com a cabeça. — eu já estava começando a me sentir mal. Não pode ser assim gente, eu simplesmente ataquei o menino! 

 — Tudo bem, Tae. — sorriu doce. Ele simplesmente sorriu bonitinho, ele é tão fofo que eu me sinto pior ainda. 

 É tudo culpa desse livro! Eu deveria parar de ler? Deveria. Mas eu vou parar? Não, ainda quero fazer bonito futuramente. 

 Mas eu vou aprender a me controlar. O Kookie é... Especial. Eu quero que ele continue sorrindo para mim e quero dar muito amor à ele. Eu quero... Dizer que também gosto dele. Quando eu sentir que o momento certo chegou, eu vou dizer! E eu vou manda-lo para um hospital por diabetes quando fizer isso porque eu sou muito fofo quando não estou pensando em safadeza. 

 Eu vou te fazer feliz, Kookie.