História A Casa do Lago - Trilha com o hyung

         Como ainda eram 14 horas, a trilha poderia ser mais elaborada e poderíamos demorar então voltamos para o quarto para nos organizarmos. 

 Eu vi que o hyung estava indo ao banheiro para se trocar e fiz o mesmo. Coloquei uma roupa mais confortável e separei uma mochila na qual eu levaria água e a minha câmera.

 — Oh, você tem uma câmera. — disse Taehyung enquanto saía do banheiro vindo em minha direção. 

 — Eu gosto de tirar fotos. 

 —  Que tipo de fotos?

 — Eu gosto de fotografar paisagens, principalmente.

 — Pode tirar uma nossa? Para registar o momento.

 — Claro. — se deixar, com você eu tiro várias.

 Ele se posicionou melhor atrás de mim para tirarmos uma foto semelhante a uma selca. Quando ele abriu aquele sorriso maravilhoso dele, até eu fiquei determinado a sorrir bonito também. 

 A foto ficou muito bonitinha, vou usar de perfil, de lockscreen do meu celular, de papel de parede do meu notebook, de pôster da minha parede, vou revelar e ainda colar no meu caderno para admira-lo quando precisar de uma inspiração.

 — Ficou ótima! Me mande depois, eu te passo o meu número, pode ser? — assenti levemente — Bom... Vamos indo? 

 — Vamos. 

 Saímos da casa e logo adiante haviam plaquinhas com setas indicando as direções dos destinos. 

 Trilhas a direita.

 A trilha se iniciava através de uma pequena ponte e depois só haviam árvores, plantas e terra. Ou seja, mato. 

 Um mato muito bonito e fotogênico, okay? 

 As folhas secas e alaranjas do outono reinavam no chão e os 'clicks da minha câmera eram constantes.

 Talvez, só talvez eu não me sinta mais tão incomodado por andar no mato só porque estou sendo acompanhado por Kim Taehyung. 

 Eu sentia meu coração palpitando rapidamente quando ele se aproximava, mas mesmo assim apreciava sua presença. Ele tornava tudo muito agradável, até mesmo uma conversa sobre as estações do ano. A medida que caminhávamos o assunto ia surgindo e eu perdi totalmente a noção do tempo.

 Estávamos falando sobre os animes que gostávamos quando Taehyung parou subitamente me assustando. 

 — Algum problema, hyung? — questionei confuso.

 — Shhh, olha lá. — sussurrou baixo apontando para um cervo que havia surgindo de algum lugar. O animal caminhava em meio às árvores com um semblante tranquilo. Peguei minha câmera rapidamente com receio de que ele partisse e logo o fotografei. 

 — Acho que nos afastamos demais. É melhor voltarmos antes que esfrie e escureça. 

 — Uma corrida até a casa? — nem o esperei responder e já sai correndo. 

 — Jungkook, você não ouse me deixar aqui! 

 — Tente me alcançar, hyung. 

  Eu sentia uma brisa suave batendo contra meus cabelos, bagunçando-os, e isso me proporcionava uma ótima sensação. Talvez deixar de ser um zumbi que fica trancafiando no quarto tenha seus pontos positivos. 

 Olhei de relance para trás e percebi que o Tae estava a alguns metros de distância. Fiz umas caretas e o vi começando a rir. Agora me sentia realizado, além da sensação de liberdade que a corrida me proporcionava ainda tinha a maravilhosa visão de um Taehyung rindo graciosamente. 

 Eu sou muito ridículo, conheci o menino hoje e já estou todo fru-fru. Pena de mim. 

 — Olha pra frente, seu bobo! — pode me chamar de bobo, eu deixo.

 Eu deveria ter o escutado no lugar de pensar que até me chamando de bobo ele era lindo. 

 Por um instante imaginei que eu era o diferentão indestrutível porque só assim para a criatura sair correndo no meio do mato olhando para trás. 

 Resultou em que? Em um Jeon Retardado Jungkook tropeçando em uma pedra bem horrorosa e voando no chão passando vergonha na frente do crush.

 Só me lembro do hyung gritando meu nome e de tudo escurecendo. 

 Mentira, eu não desmaiei não. Mas a queda foi feia. 

 Será que se eu fingir de morto o Taehyung me carrega até o dormitório? A vergonha alheia é tanta que não consigo nem abrir os olhos. 

 — Kookie! Você está bem? — disse Taehyung vindo na minha direção em meio a risos. Risos.

 Isso mesmo pessoal, ele estava rindo de mim. 

 Só não fiquei magoado porque tenho certeza que se fosse o contrário eu riria também. 

 Eu não obtive nenhum arranhão mas tenho certeza que meu joelho vai ficar roxo até mês que vem.

 — Já estive melhor. — respondi rindo sôfrego. 

 — Tadinho, está doendo muito? — perguntou se ajoelhando do meu lado. 

 — Doendo está né, mas da para sobreviver. 

 — Deixa eu te ajudar a levantar. — ele me puxou pelas mãos e parei de pé ao seu lado. — Quero ver se agora vai ficar de brincadeirinha! 

 — Que hyung sádico! 

 — Sádico nada, que isso sirva de lição para que você não me deixe para trás novamente. 

 — Agora que você falou isso, vai ter que me aguentar. — vai mesmo, até porque distância é a última coisa que eu quero de você.

 — Digo o mesmo para você! 

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 Voltamos para casa, Taehyung arrumou um pouco de gelo para o meu joelho e por fim tomamos um banho. Depois fomos para o salão principal onde ocorreu o jantar e fizemos amizade com Byun Baekhyun e Do Kyungsoo. 

 Com "fizemos amizade" eu quis dizer que Taehyung e Baekhyun começaram a conversar e eu e Kyungsoo fomos introduzidos no meio do assunto.

Baekhyun era engraçado. Ele teve uns mini surtos, crises ou ataques sei lá o que foi aquilo que deu no menino quando ele viu que tinha um pepino na mesa. Pelo o que Kyungsoo explicou, era só frescura, mas o Byun insistia que era uma fobia. Enfim... Eles eram caras legais. E descobri que são nossos vizinhos, eles estão no dormitório 4 do mesmo andar que eu e Taehyung. 

 Após jantarmos, seguimos com a dupla até a sala de jogos. Estávamos jogando sinuca, porém eu fiz uma pausa pois queria ir ao banheiro.

 Eu só não esperava que o doido do Baekhyun fosse me seguir. 

Sabe aqueles filmes de terror que a personagem usa o banheiro e quando está de frente para o espelho lavando as mãos uma assombração aparece atrás dela? Então, essa assombração era ele. 

 — Byun, que susto! — exclamei levando uma das minhas mãos até o meu peito na intenção de acalmar as batidas do meu coração.

 — Que Byun o que menino?! Pode me chamar de Baekhyun, ou Baekkie, ou hyung... Você que escolhe. — disse parando do meu lado com um sorriso suspeito.

 — Baekhyun, que susto! — gritei novamente. 

 — Bem melhor, Kookinho.

 — Kookinho? — perguntei rindo.

 — É o apelido que eu carinhosamente escolhi para você. 

 — Okay.... — fiquei com um pouco de medo dele, ainda mais depois do susto que a criatura deu em mim. 

 — Mas então, Kookinho. — a minha vó me disse para não confiar em pessoas que te abordam com "mas então" — Você tem um amigo bem bonitão, né? — Vó, a senhora estava certa esse tempo todo! Agora tudo faz sentido. 

 O doido do pepino está interessado no meu crush? Não pode isso, senhor.

 — V-vocé está a fim do Taehyung? 

 — Claro que não, seu tolinho! Eu estou falando de você. 

 — C-como assim? 

 — Jungkook não seja sonso, você que está interessado nele, né? 

 — Nós nos conhecemos hoje! 

 — "Quando vocês se conheceram" não foi o que eu perguntei. — eita que ele morde. 

 — Talvez... — ri nervoso. — Mas acho que ele é hetero. 

 — E pelo jeito você não.

 — É... 

 — Tem problema não, nós damos um jeito! 

 — "Nós"? 

 — Você está recusando a minha ajuda? É isso mesmo? 

 — Claro que não! — respondi rapidamente. 

 — Bom menino! — que medo. — Nós resolveremos isso depois, já estamos demorando demais. Capaz do Soo vir aqui me buscar. — assenti e deixamos o sanitário.

 Quando voltamos para a sala de jogos Baekhyun alegou estar cansando então, como eu e Taehyung também estávamos, resolvemos ir para o dormitório junto a eles. Nos despedimos da dupla e fomos para o nosso quarto. 

 Vestimos nossos pijamas e deitamos. Eu estava quase dormindo quando ouvi Taehyung me chamar. 

 — Kookie, você ainda está acordado? 

 — Estou sim, hyung. Por que? 

 — Eu não estou conseguindo dormir. Isso pode parecer estranho, mas... Posso dormir com você? 

 OMG, O crush quer dormir comigo?!/!/!/$/&/2772

 — Pode. 

 Ouvi ele se levantar e seus passos vindo em direção a minha cama. Dei espaço para que ele pudesse deitar também. 

 — Obrigado, Kook. — agradeceu enquanto deitava-se e me abraçava. Ele me abraçou, gente! Eu sei que foi na maior inocência, mas mesmo assim... O coração sentiu e apertou na batida. 

 O abraço dele era tão quentinho, tão aconchegante. Eu me sentia como um ursinho de pelúcia. O ursinho de pelúcia mais amado do mundo. 

 — Boa noite, Tae.

 — Boa noite, Kookie.