Voltar para casa era... Estranho. Quando o taxi parou na frente da residência e eu observei o lugar em que vivi, eu me senti diferente. Estava feliz por finalmente rever minha família, mas mesmo assim me sentia estranho. Uma parte de mim ainda estava triste, eu queria o Tae aqui comigo.
Bom, ficar pensando isso a todo momento não fará com que o tempo passe mais rápido para que amanhã chegue logo e eu possa finalmente vê-lo, muito pelo contrário. Preciso procurar distrações, o que não será difícil já que meus pais estão dentro da casa e temos muita saudade para matar e muito assunto para por em dia.
Fiquei tanto tempo dentro do veículo perdido em meus devaneios que o taxista já estava começando a me olhar feio. Entreguei seu pagamento, peguei minhas coisas e desci do carro antes que eu fosse expulso.
Não me demorei na calçada, andei logo em direção a porta e apertei a campainha. Minutos depois meus pais abriram a porta e me receberam com abraços calorosos, era nosso reencontro, afinal.
Meu pai me ajudou a levar as malas para meu quarto e minha mãe havia ido a cozinha. Ela disse que fez um bolinho de boas vindas e essa era, com certeza, a melhor forma de ser recebido. Depois de ter dado uma organizada básica nas minhas coisas, desci com meu appa para a cozinha e sentamos todos na mesa. Comemos, conversamos, estávamos tendo um momento em família depois de tanto tempo.
Eu estava oficialmente de volta a meu lar.
Em meio a nosso diálogo, senti meu celular vibrar no bolso da calça que eu vestia. Peguei o aparelho e descobri se tratar de uma mensagem. Não uma mensagem qualquer, era mensagem de ninguém mais ninguém menos que Kim Taehyung. Já estava morrendo de saudades dele, aish.
TaeTae:
Oi, Jungkookie!
Só queria saber se você chegou bem em casa
Não consegui conter o sorriso ao ler sua mensagem, ele é tão fofo comigo.
Eu:
Oi, hyung!
Cheguei sim
TaeTae:
Que bom, coelhinho
Eu:
E você?
TaeTae:
Também
Na verdade, mais ou menos
Jin hyung quis me bater
Ele pensou que eu te traria aqui hoje
Eu:
Parece que não tenho como fugir dele
TaeTae:
Não mesmo
Ele tá louco pra te conhecer
Tipo louco mesmo
Quando eu cheguei, pensei que ele fosse me abraçar
Mas quando ele viu que você não tava comigo, ele virou a cara para mim
Eu:
Isso é bom
Acho que ele gosta de mim
TaeTae:
Ele te ama
Esqueceu até que o irmão existe
Eu:
Tadinho
TaeTae:
Pois é
Eu tô com saudades
Eu:
Eu também
TaeTae:
:)
Só que eu preciso ir agora
Ele tá me infernizando aqui
Eu:
Tudo bem
TaeTae:
Mais tarde nos falamos
Beijo, Kookie
Eu:
Okay!
Até, Tae
<3
Quando desviei minha atenção do celular e o aguardei, percebi que meus pais já não conversavam mais. Ambos se entreolharam e depois passaram a me fitar.
Talvez eu tenha me distraído um pouco e chamado atenção.
- Era ele? - minha mãe perguntou séria, mas logo um sorriso surgiu em seu rosto.
- Hm, sim. - concordei e abaixei minha cabeça, sentindo uma leve ardência nas bochechas. Dá muita vergonha conversar sobre coisas assim com a sua família.
- Por que não nos fala um pouco sobre ele? - meu pai incentivou e eu engoli em seco. Eu tenho vergonha, caralho.
- O Tae... - estava pensando no que dizer quando meu celular começa a tocar. A primeira coisa que eu pensei foi "obrigada Deus" e a segunda foi "é o meu salvador".
Só pensei mesmo. Quando olhei para o visor do aparelho, vi que era uma chamada para o FaceTime. E pior, uma chamada do Baekhyun, que não é salvador de porra nenhuma.
Na verdade, com o Baek eu tinha chances muito maiores de passar vergonha. O Baekhyun não é santo de forma alguma, mas eu estava com saudades dele, então atendi.
- Kookinho! - gritou animado.
- Oi Baek. - ri de sua animação.
- Ué, cadê o Taehyung? - perguntou aparentemente confuso.
- Ele 'tá na casa dele.
- Por isso que você 'tá assim tristinho? - revirei meus olhos com seu comentário.
- Eu não estou triste. - o Byun soltou uma risada irônica.
- Se você diz...
- Aish, me deixa. - enquanto eu conversava com o Baekkie, meus pais somente assistiam e riam baixinho.
- Depois eu ligo para o TaeTae também... Bom, por você eu só lamento. O Soo 'tá aqui comigo e ele ficou com pena de mim já que eu estava triste. Ele foi cozinhar para mim, Kookinho! - berrou feliz.
- Ele deve ter ficado com pena mesmo. - falei risonho.
- Fica quieto, o Soo me ama. - proferiu convicto de suas palavras.
- Saudades do Soo.
- E de mim?
- De você também. - ri da cara esbugalhada que ele fez.
- Ata, pensei que fosse me esquecer, mas eu sei que você me ama. Você, o Taehyung e o Soo. Jesus, o Soo me ama muito. Acho que ele quer casar comigo. - abanou as mãos no ar e balançou sua cabeça afetadamente.
- Para de falar besteira, doido.
- Eu 'tô falando sério, Jungkook.
- 'Tá bom, 'tá bom. - com o Baekhyun não se discute, o melhor é concordar mesmo.
- Bom, eu vou aproveitar essa minha "tristeza" - fez aspas com os dedos. - e fazer o Soo de escravo. - levei minha mão até a minha testa cansado de ouvir tanta baboseira e desta vez, os meus pais riram mais alto. Baekhyun pareceu ter ouvido as risadas e vi seus olhos brilharem.
Que medo.
Medo, angústia, pavor, temor.
- Tem gente aí com você, Kookinho? - o mais lógico e sensato seria responder 'não', mas não dava para mentir na frente dos meus parentes, então fiz que sim com a cabeça.
- Sim, meus pais estão aqui comigo.
- Não creio! - exclamou alegre e pousou a mão em seu peito. - Por que você não vira a câmera? Quero conhecê-los! - olhei para os meus genitores e eles pareciam animados, então o fiz, mesmo que receoso. - Olá tio e tia! - acenou sorridente e meus pais riram.
- Então, mãe e pai, o nome desse ser aqui - apontei para o meu celular. - É Byun Baekhyun. Ele é meu... Amigo.
- Ué, Kookinho. Por que você demorou tanto para completar a frase? Não senti firmeza.
- Ah, sei lá, tu já tentou me matar tantas vezes.
- Que mentira, Jungkook. Jesus castiga, viu? - dirigiu sua atenção aos meus genitores. - Tios, vou contar os babados para vocês! - e era disso que eu tinha medo. - Eu super ajudei o Kookinho com o mozão dele! Foi graças a mim que eles deram o primeiro beijinho. Créditos Byun Baekhyun.
- Sério? - minha omma questionou interessada.
- Seríssimo.
O Byun ficou conversando com meus pais, literalmente "contando os babados", como ele diz, e eu fiquei só observando constrangido pensando que não merecia isso.
Ficamos nessa até que o Kyungsoo apareceu no meu campo de visão, ele sim é o meu salvador.
- Soo hyung! - o chamei esperançoso quando o vi.
- Oi, Kookie! E... Pais do Kookie. - disse e meus pais o cumprimentaram.
- Soo, me ajuda pelo amor de Deus! O Baek não para de falar, eu não aguento mais. - eu já estava desesperado.
- Fica tranquilo que o Baek vai ficar quietinho agora que eu trouxe a comida dele. - disse calmo e sorriu para mim. Tinha algo nesse sorriso, o sorriso do Kyungsoo era lindo e tinha formato de coração mas... Esse sorriso de agora, ele foi diferente. Senti que me daria bem com a situação.
- O que você fez para mim, Soo?
- Sopa. - sorriu suspeito mais uma vez.
- Adoro sopa. Mas do que é?
- Por que não vê você mesmo?
- Tudo bem. - Kyungsoo abaixou a vasilha que segurava para que o Baek pudesse ver o que tinha nesta. O Byun ficou estático, logo depois jogou o recipiente no chão e começou a gritar. - Sopa de pepino, Kyungsoo? O que significa isso? - berrou irritado e o Soo começou a rir. - Não acredito que você fez isso comigo! - Baekyun olhou para o celular e correu atrás do Soo. - Tchau, gente. Do KyungSoo vai apanhar! - ele de repente desligou a chamada e meus pais ficaram sem entender nada.
- O Soo é o meu ídolo.
- Não entendi, o que houve? - meu pai perguntou perdido.
- O Baek tem "medo" de pepinos. É tudo frescura...
- Poxa, que pena. Eu estava adorando a conversa. - minha mãe falou cabisbaixa.
- Eu não, que bom que acabou. - suspirei aliviado.
- Não acabou não, você pode nos contar mais, filho.
- E-eu não quero.
- Conta Jungkook!
Queria dizer que consegui fugir da situação, mas não seria verdade. Nem Do Kyungsoo foi capaz de me salvar e eu tive que ficar naquela mesa até tarde da noite morrendo de vergonha alheia.
Quando eles finalmente se contentaram e me deixaram ir descansar, tomei um banho, coloquei meu pijama, escovei os dentes e fui me deitar.
Mas acontece que na minha cama não tinha um Kim Taehyung para me dar amor e me abraçar. Eu fiquei tão triste que não estava conseguindo dormir.
Que desgraça, sério.
Já farto de ficar fitando o teto tediosamente, peguei meu celular e vi que haviam algumas mensagens do hyung. O respondi e assim ficamos conversando. Certo tempo já havia se passado e eu continuava na mesma, não estava nem perto de ter um pouco de sono. Já eram quase 2 horas da manhã e eu não sabia se devia fazer isso, mas aish... Eu estava com tanta saudade dele, nem dormir sem ele eu conseguia. Era deprimente.
Não aguentei mais e enviei a mensagem que eu passei tanto tempo digitando e apagando, ponderando se deveria realmente mandar.
Eu:
Tae, eu sei que já está bem tarde
Mas eu realmente não consigo dormir
Você não quer aparecer aqui e dormir comigo?
TaeTae:
Eu quero
Me tranquilizei ao ler sua resposta, já não sabia mais o que fazer.
TaeTae:
Mas...
E os seus pais?
Eu:
Eles estão dormindo agora
Amanhã eu te apresento
TaeTae:
Tudo bem
Só me dá seu endereço
_________________________
Taehyung havia finalmente chegado e eu saí correndo que nem um louco para atende-lo na porta. Quando a abri ele estava lá, sorrindo lindo como sempre. Não aguentei e o abracei desesperado, sendo logo retribuído.
- Hyung, eu senti tanto a sua falta! - confessei abafado por ter enterrado meu rosto em seu pescoço.
- Eu também, Kookie. - se afastou um pouco e passou sua mão pelo meu rosto, me puxando para um beijo em seguida. Que saudade que eu sentia de beija-lo, saudade do seu cheiro, do seu abraço, de como ele me tocava, dele todo. A maneira com a qual nossos lábios se moviam juntos me fazia sentir tão bem, tão completo. Essas horas separados só serviram para que eu percebesse que o amava cada vez mais.
Quando nos separamos, eu fiquei somente apreciando a sensação que era tê-lo perto de mim enquanto nossas testas estavam unidas. Peguei sua mão e fechei a porta. Esperei que ele tirasse seus sapatos e o puxei para dentro da minha casa, o levando até meu quarto.
- Amanhã eu te mostro a casa, te apresento aos meus pais, faço tudo que você quiser. Mas agora, por favor, só vamos dormir. Já está muito tarde e eu estou louco para dormir abraçadinho com você. - disse baixo para não acordar ninguém mas tenho certeza que Taehyung me ouviu.
- Tudo bem, coelhinho. - sorriu e entramos no cômodo. Me deitei em minha cama e o chamei, tendo logo depois seu corpo atrás do meu me abraçando. Eu não conseguiria ficar sem isso, não conseguiria dormir longe do seu abraço. Eu estava tão feliz agora por finalmente o ter aqui.
- Obrigado por ter vindo, Tae. Foi muito importante, eu já não estava mais conseguindo ficar sem você. - disse sincero.
- Não precisa ficar agradecendo, eu já estava morrendo de saudades também. Se você não me chamasse, eu provavelmente me auto-convidaria. - riu fraquinho e deixou um beijinho na minha nuca.
- Pode se auto-convidar sempre que quiser.
- Vou ficar mal acostumado, viu?
- Eu te amo mesmo assim.
- Eu te amo de todos os jeitos. - disse carinhoso e entrelaçou nossas mãos em meio ao abraço.
- Agora é uma boa hora para me amar dormindo. Eu estou com sono, finalmente.
- Certo. Dorme bem, Kookie.
- Você também, hyung.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.