Se você imagina que algo mudou entre eu e o hyung depois do nosso beijo, você está enganado. Eu fiquei um pouco preocupado no começo, mas vi que estava tudo bem quando tomei banho e ao sair do banheiro o encontrei já deitado na minha cama. Ele mais uma vez me chamou para dormir consigo.
Eu já estava me acostumando com o horário da casa então hoje despertei antes mesmo de o despertador tocar, acordando somente com os raios de luz que passavam pela janela.
Tae ainda não havia acordado, o sono dele parece ser mais pesado que o meu. Não senti coragem de sair do seu abraço para me levantar, portanto somente me virei e passei a observá-lo.
Eu pensei que ele ainda estivesse dormindo mas vi que não quando ele de repente abriu um de seus olhos, sorrindo logo em seguida.
— Bom dia, hyung.
— Bom dia, Kookie. — ele disse se aproximando ainda mais, colando nossos corpos e deixando sua boca e minha orelha perigosamente próximos. — O que quer fazer hoje? — primeiramente eu quero que você seja menos atrevido, por favor. Para o despertador não ter tocado ainda, não devem ser nem 9 horas e eu já estou todo arrepiado por ter sentido o calor de sua respiração e a rouquidão de sua voz se chocando contra o meu ouvido.
— Hm, não sei.
— O que acha de sairmos e procurar algo para fazer? Você pode levar a sua câmera.
— Por mim tudo bem. — fiz menção de me levantar mas Taehyung me impediu.
— Calma, vamos ficar mais um pouco assim, abraçadinhos. — fica difícil dizer "não" a uma pessoa assim.
— Está bem.
— Vamos conversar um pouco.
— Sobre o que, hyung?
— Ah sei lá, qualquer coisa. — fez uma pequena pausa pensando em algo. — O que você gosta de fazer quando tem tempo livre e não esta tirando fotos?
— Ahn... Eu geralmente fico no meu celular, no meu quarto.
— Que sedentário!
— É, eu sei. Mas é por isso mesmo que meus pais me mandaram para cá, lembra? — ele fez que sim com a cabeça. — Eles esperam que eu mude.
— Também espero. Mas você fica sempre em casa?
— Sim...
— Não sai com os amigos?
— Geralmente eu os reúno na minha casa mesmo e fazemos maratonas de séries. Mas sair, sair mesmo, só para o cinema.
— Que desperdício, Kookie. Quando formos embora eu vou te encher o saco. Agora que sei que moramos na mesma cidade, vamos sair juntos sempre. — não pude deixar de sorrir ao imaginar várias saídas com o hyung.
— Sério?
— Mas é lógico! Existem muitos lugares e coisas interessantes para se fazer em Seul. Vai ter que me aguentar no seu pé o tempo todo. — respondeu risonho.
— Eu vou adorar, Tae. Mas e você, o que gosta de fazer?
— Eu gosto de sair. Não importa se estou sozinho ou acompanhado, eu gosto de ir a museus, cafeterias... Qualquer lugar.
— Entendi. O seu contrato aqui na casa é de quando tempo?
— 6 meses. Presumo que o seu também seja já que somos colegas de quarto.
— É sim.
— Vai ser inconveniente para você passar 6 meses aqui?
— Como assim?
— Bom, você não ficou feliz quando seus pais resolveram te mandar até aqui né? — se afastou um pouco, me fitando logo em seguida.
— Não mesmo. Quando a minha mãe me deu a notícia, a primeira coisa que eu pensei foi "que merda, não quero ir lá não".
O Kim levou uma de suas até meus cabelos e começou a acariciar os fios escuros. Ele me fazia sentir tão bem com um simples carinho e um meio abraço. Era ridículo como eu sentia que estava tudo bem só por estar com ele, era como se nada mais importasse. Eu estava completa e perdidamente apaixonado por este garoto.
— E você ainda pensa assim?
— Não. A experiência está sendo incrível. E foi aqui que eu conheci você. — sorri sincero mas o sorriso logo foi desmanchado quando o castanho ergueu suas sobrancelhas e parou o terno carinho que realizava em meus cabelos. — E-eu conheci você e o Baekhyun, o Soo hyung.
— Ah, claro. — respondeu indiferente, logo voltou a acariciar meus fios e continuou. — Bom... Fico feliz que esteja gostando. Eu também estou.
— Você disse que veio até aqui para pensar no seu futuro. Já tem em mente algo que queira fazer, hyung?
— Na verdade não. — riu — Vai ser realmente complicado tomar essa decisão. Eu sou uma pessoa muitíssimo indecisa.
— Seja lá o que você escolher, vai dar tudo certo. Você é uma pessoa incrível. — foi tão automático, tão involuntário. As palavras somente saíram da minha boca, antes mesmo que eu me desse conta.
— Poxa Kookie, obrigado. Você é adorável.
Ficamos um tempo assim, em um silêncio confortável somente sorrindo um para o outro. Até que o despertador tocou.
— Bom, acho que agora precisamos nos levantar, Tae.
— Então vamos.
_________________________
Depois de nos organizarmos, deixamos o dormitório e seguimos até o refeitório para tomar o café da manhã. Durante a refeição nada de Baekhyun e Kyungsoo aparecerem, até estranhei. Não quero nem imaginar o que eles fizeram ontem para estarem dormindo até agora.
Após sairmos do local, eu e o Kim fomos até os fundos da casa, onde descobri ter um pequeno playground.
Haviam dois balanços, uma gangorra e alguns outros brinquedos em bom estado.
O Kim rumou um dos balanços logo sentando-se e me chamando para sentar ao seu lado, no assento vago.
— Eu gosto de lugares assim. Me sinto renovado porque acredito que parques são lugares onde só se formam lembranças felizes. Quando estou triste ou entediado eu gosto de ir até o parque próximo à minha casa e fico lá, sentado em um banquinho só observando as pessoas ao meu redor. — disse o acastanhado se virando em minha direção.
— Eu posso fazer aqui, o relato de uma lembrança infeliz minha no parque.
— Ah é? Qual?
— Uma vez quando eu era pequeno, meus pais me levaram até um parque. Tinha uma caixinha de areia lá e eu estava fazendo um castelo de areia com meu baldinho. Até que uma menina muito idiota chegou e roubou a minha pá. Eu lembro que fiquei muito revoltado e ela jogou areia nos meus olhos.
— Vou fingir que não ouvi e continuar com a minha apreciação de parques. Você com certeza deve ter alguma lembrança feliz de lá.
— Nenhuma que eu me recorde.
— Bom, você pode fazer uma nova agora. Me empresta sua câmera?
— Cuidado com o meu bebê. — disse apreensivo entregando-o objeto pelo qual tinha tanto afeto .
— Pode deixar. Feche os olhos.
— O que?
— Feche os olhos. — repetiu.
— Por que?
— Só feche! — assenti e mesmo receoso, os fechei.
Percebi que o acastanhado havia se levantado pois as correntes do balanço reproduziram um barulho e senti que agora ele estava atrás de mim. Ele me abraçou e senti um de seus dedos fazendo carinho em minha bochecha. Não entendi seu propósito mas ri pelo carinho que recebia, ouvindo logo em seguida ouvi um click.
— Já pode abrir. — o olhei confuso.
— Se era só isso, por que me mandou fechar os olhos?
— Porque assim você não saberia quando a foto seria tirada e o seu sorriso sairia espontâneo.
— Céus, você não existe!
— É, talvez não. Mas veja pelo lado bom, agora você tem até a prova concreta de uma lembrança feliz com Kim Taehyung no parque. Não tente negar, seu sorriso nessa foto mostra que você gostou.
Esse menino é louco, mas suas loucuras e idiotices me cativam, me fazendo gostar cada vez mais dele. E o mais importante, me fazem sorrir.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.