História A Casa do Lago - Sentimentos revelados - Parte 2

 Ele estava sentando de costas para mim com a cabeça baixa olhando para a água, mas eu sabia que era o Jeon. Fui me aproximando até estar perto do moreno. 

 — Kookie? — ele olhou para mim e logo se levantou, parando na minha frente. 

 — Hyung. — sorriu minimamente. 

 — O que faz aqui? 

 — Como assim? 

 — É que uma pessoa me pediu para encontrá-la aqui. 

 — Fui eu. 

 — O que?

 — Hyung, e-eu que escrevi a carta. — confessou pausadamente. 

 — Você?! 

 Eu só não conseguia acreditar, surpreso era uma palavra que nem chegava perto do meu estado perante essa situação. 

 — Sim...

 — Você gosta de mim? — o moreno corou assentindo com um movimento positivo e passou a olhar para seus pés — Mas... Como?

 — Eu só g-gosto de você, Tae. Não pode ser tão difícil entender isso. 

 — Perdão, eu...  Eu realmente não percebi. — agora eu estava me sentindo mal. Não é possível que ele tenha gostado de mim esse tempo todo e que eu não tenha nem mesmo suspeitado. 

 — Eu sei que não, por isso que eu escrevi a carta. — disse agora olhado para mim com semblante tristonho. 

 — Me desculpe, eu... Não sei o que dizer. Me desculpe. — ele parecia tão triste.

 — Você não precisa dizer nada. Só... Só me beija. — declarou desviando o olhar. 

 — Jungkookie. — meu Jesus Cristo, eu não sei o que fazer. Eu não sei o que fazer. Eu não sei o que fazer! 

 Não sei. Não sei. Não sei. 

 — Por favor Tae! Não é como se fosse a primeira vez... Só... Me dá uma chance. Diz que vai ficar comigo. — eu podia ver o desespero em seus olhos escuros, nas palavras que saiam de seus lábios delicados, nele todo. 

 Ser o causador de todo esse conflito fazia eu me sentir um lixo, a pior pessoa do mundo. O pior ser humano do universo.

 — E-eu preciso de você, hyung. Não me diz que vai embora.

 Eu não tinha certeza se deveria atender a seu pedido, mas eu não conseguia mais aguentar a culpa de fazer alguém por quem tenho tanta admiração, carinho e afeto se decepcionar comigo. 

 — Eu não vou embora, Jungkook. — sorri tentando o passar confiança.

 — Você vai aceitar os meus sentimentos? 

 — Eu vou ser bem sincero com você agora. Eu gosto muito de você, muito mesmo. Mas acho que não é do mesmo jeito que você gosta de mim. Eu posso não ser a pessoa mais certa para isso, mas eu prometo que eu vou tentar. 

 —  Sério? 

 — Seríssimo. 

 — Ai hyung, obrigado. — disse sorrindo aliviado. 

 — Vem aqui. — disse abrindo meus braços. Ele veio em minha direção e o abracei. — Eu não consigo mais dormir se você não estiver comigo para ser meu ursinho e me deixar te abraçar. — segredei em seu ouvido o sentido estremecer. 

 — Eu não consigo mais dormir sem que você esteja comigo para me abraçar. 

 Passamos mais um tempo assim abraçados, mantendo um silêncio confortável. Até que me afastei um pouco e segurei seu rosto em minhas mãos, o fazendo olhar para mim e conectando nossas orbes.

 — Prometo tentar retribuir a mesma altura. — falei e deixei um casto selar em sua testa.

 — Eu estou muito feliz, Tae. Mas assim... Eu tenho boca. — disse baixo e logo suas bochechas ganharam um tom avermelhado.

 — Certo. — suspirei. Eu posso fazer isso, prometi que ia tentar, não vou quebrar minha promessa. 

 — Se v-você não gostar, eu posso até trocar de quarto com o Baekhyu-- o cortei pondo um dos meus dedos em seus lábios.

 — Pare de falar merda! Eu já não disse que ia tentar? 

 — Disse. 

 — Então pronto. 

 Me aproximei novamente e levei minhas mãos até sua cintura, a segurando com firmeza. Eu sentia nossas respirações se misturando e estávamos muito perto um do outro. A distância que separava nossos lábios era mínima. O menor já havia fechado seus olhos e parecia somente esperar que eu me manifestasse. Fechei meus olhos e acabei com o pequeno espaço que nos separava.

 Comecei com leves selares nos lábios rosadinhos do moreno mas conforme os segundos iam se passando, fomos aprofundando o contato. Pedi passagem com a língua e ele logo cedeu, passei então a explorar cada pedacinho de sua boca.

 Jungkook passou seus braços pelos meus ombros e o senti entrelaçando os mesmos no meu pescoço, começando logo em seguida um carinho na minha nuca.

 Eu podia sentir que para ele não era um beijo qualquer, ele me beijava como se eu fosse a pessoa mais importante de todas. Eu conseguia sentir seus sentimentos sendo denunciados diante do beijo. 

 No momento, eu não conseguia pensar que ele era um garoto ou meu amigo, a única coisa que eu conseguia raciocinar era que eu estava gostando. E gostando muito.

 Acho que poderíamos passar muito tempo assim, e passaríamos, se não fosse a falta de ar se fazendo presente. Eu não queria ter que nos separar, mas precisávamos então eu o fiz. 

 Mantive nossas testas coladas enquanto regulávamos nossas respirações. Jungkook ainda não havia aberto seus olhos e passei a fitar seu rosto. 

 Seus lábios estavam bem mais avermelhados por conta do beijo recente e isso o deixava adorável. 

 Eu comecei a rir e ele logo abriu as orbes negras me olhando confuso.

 — Por que você está rindo, Tae?

 — Nada. É só que... Eu gostei. — levei uma das minhas mãos a seus cabelos e comecei a acariciar os fios.

 — Aish, eu gosto tanto de você. — confessou me abraçando novamente e encostando sua cabeça em meu peito.

 — Eu me sinto péssimo por não ter percebido antes. Me perdoa. — retribuí seu abraço.

 — Está tudo bem, o importante é que agora você já sabe.

 — Jungkookie, você me bagunçou todo. Está acontecendo tudo tão rápido. Até uma hora atrás eu pensava que era hétero...

 — Me desculpa. 

 — Eu não estou falando isso para fazer você se sentir mal! É só que foi muito repentino, eu já não estou certo de mais nada. Só sei que eu gostei de te beijar, e que eu quero muito fazer de novo.

 — Então faz. 

 Eu me sentia muito escroto. Não dá para desejar o Kookie e ser hetero ao mesmo tempo. Eu tenho que me decidir, é uma coisa ou outra. Os dois não pode. Querer o beijar me faz gay? 

 Olhei para ele e não aguentei mais. Uni mais uma vez nossos lábios e quando vi nossas línguas já estavam juntas em sincronia. Seu beijo era tão bom, era tipo o melhor beijo da minha vida. Era incrível como o beijar me fazia sentir bem. Como um simples selar de lábios podia me proporcionar um mundo inteiro? Eu não conseguia tirar minhas mãos de sua cintura, era como se eu tivesse medo de ele resolver sair correndo. Isso me faz gay? 

 Okay, talvez eu seja um pouco gay. Se é só isso que eu preciso admitir para continuar o beijando, eu admito. Talvez eu seja gay! 

  Eu sentia que se a minha língua continuasse dentro da boca dele, estaria tudo bem.

  Céus, eu sou terrível!

 Mas acho que eu consigo lidar com um Jungkook apaixonado. Acho até que consigo retribuir.