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História A Casa dos Doces - Uma segunda chance


Escrita por: JoaninhaSafada

Notas do Autor


Oii gente!

Então...
Essa oneshot é sobre um OC de um amigo meu! (Esse mesmo, que está como imagem do capítulo)
Eu fiz como uma homenagem, pois amei demais o OC <3
Vou deixar a página dele nas notas finais! Mas antes de vocês irem ler, uma explicaçãozinha:
Kim é um personagem não-binário, ou seja, ele não se identifica nem com o gênero masculino, e nem com o feminino, ele é... Só ele! (personagem).
E o Mortimare é Pan!
Peço a vocês que, se não entenderem muito bem sobre o assunto, se interessem para ler! É sempre bom ter conhecimento sobre essas coisas!

Só isso, Boa leitura ^-^'

Capítulo 1 - Uma segunda chance


Fanfic / Fanfiction A Casa dos Doces - Uma segunda chance

Tudo naquele dia estava favorável. A noite sem estrelas, o barulho inexistente na floresta, e eu sentia que algo, ou talvez alguém, iria passar por aquele lugar. Aquele ambiente poderia ser muito calmo e sereno, mas também poderia ser avassalador e deprimente. O clima estava agradável, e pequenos vagalumes pairavam sobre a escuridão  

De repente escuto passos vindo à minha direção. Alguém andando por essa região à essa hora da noite só poderia estar perdido. Uma pessoa desolada e desnorteada, sem ter para onde ir. Seria uma presa perfeita. O barulho se tornava cada vez mais intenso. Eu agora escutava também uma respiração descompassada, tudo indicava que aquela seria uma ótima refeição.

A pessoa passa e eu acabo ficando por despercebido, escondido no breu, com meus olhos atentos em seus movimentos. Movimentos no mínimo peculiares, ela parecia estar desgovernada. E enquanto andava acanhadamente, lágrimas escorriam de seus olhos, que estavam escondidos por seus longos cabelos ondulados. Sua pele tinha a mesma cor de um marshmallow, e à luz da lua parecia ser tão macia quanto o mesmo.

— Hey, você. — Ele virou assustado ao perceber a minha presença, fazendo assim com que seu cabelo fosse para o lado e seus lindos olhos caramelados finalmente se mostrassem. — Por acaso estaria perdido?

— Ah… Q-quem é você?! — Ele parecia assustado, talvez pela minha aparência inconveniente. — O-o que é você? Você esteve aí o tempo todo?

— Se acalme, logo tudo ficará bem. Mas, por que você está aqui? — Andei em direção à ele — Não acha que está muito tarde?

— Não chegue perto! — Ele disse enquanto dava alguns passos para trás — O que você quer de mim?

— Só quero ajudar, se acalme — Permaneci parado — Não estaria com fome? Aceitaria uma xícara de chocolate quente?

— Eu… Só queria parar de trazer dor as pessoas... — Uma lágrima escorria — Só queria parar de ser um estorvo..

Aquele humano já parecia perdido mesmo antes de me encontrar, eu não sabia muito bem o porquê, mas queria muito saber a sua história.

— Gostaria de conversar? — Ele pareceu receoso. — Eu posso não ter quatro ouvidos mas posso te escutar — Disse descontraindo o clima pesado, o que o fez sorrir.

— Claro, adoraria.

— Poderia começar por… Qual seu nome?

— Kim, e o seu? — Disse enquanto sorria

— Mortimare.

 

    Eu realmente não entendia o porquê do meu interesse por um mero humano, mas algo inexplicavelmente me deixava curioso quanto a aquela figura insegura e desprotegida.

    — Nossa, você gosta de doces, hein? — Disse rindo, seus lábios eram tão avermelhados quanto uma cereja — Tudo aqui parece ter um ar açucarado.

    — Na verdade nem eu entendo muito bem, mas todo esse ambiente me deixa mais confortável — Caminhei até a mesa dos bolos — Qual o seu favorito?

    — Adoro o de cenoura, mas também amo o de amoras — Ele parecia indeciso.

    — Que tal os dois? — Disse dando uma piscadinha, voltando assim para a mesa com os bolos — Chá?

    — Claro! — Seus olhos brilhavam, e de certa forma me senti mal por ele estar comendo outras pessoas — Isso está tão bonito! —  Disse enquanto cortava um pedaço.

    — E então, vai me dizer o porquê de estar aqui a essas horas? — Perguntei curioso — Não estaria pensando em…

    — É… Eu planejava… Você sabe. - Disse cabisbaixo

    — Mas… por quê?!

    — Acho que pra te explicar isso, tenho que te contar um pouco sobre mim… — Ele respirou fundo e quando voltou a falar, sua voz estava trêmula. — Desde cedo, eu percebi que eu não era como as outras crianças. Enquanto os meninos gostavam de brincar na rua com seus carrinhos, eu preferia ficar em casa, brincando com as bonecas da minha irmã. E isso me fez pensar: “Será que eu sou uma menina?”. Eu tinha muito medo do que meus pais, do que a minha família ia pensar de mim se eu contasse. Eles sempre quiseram um menino… Com certeza eles teriam nojo de mim, me veriam como uma aberração. Mas… um tempo depois, eu percebi que eu também não era uma menina. Tinham coisas “de menina” que não me interessavam e eu também não me identificava como uma. Depois que eu cresci eu fui ver que eu não era nem um nem o outro. Eu era… eu. Essa coisa estranha que eu sou. Eu fugi de casa, vivi na rua por um bom tempo. Os poucos amigos que eu consegui deixaram de querer ficar comigo depois de um tempo. Eu fiquei sozinho. Eu ainda estou sozinho. E… eu acho que eu não mereço viver. Eu não mereço o dom da vida.

— Hey… Você… — Levei duas de minhas mãos ao seu rosto, colocando seu cabelo de lado e limpando assim suas lágrimas, que continuavam a cair de seus olhos —     Só se acalme… Acho que você não deveria desistir da vida, ela pode ser tão bela. — Disse olhando diretamente em seus olhos — E, mesmo eu nunca tendo a visto de tal forma, podemos… Tentar descobrir a sua beleza juntos.

E então ele me abraçou, eu senti suas lágrimas molharem meu ombro, deixando assim aquela região aquecida. Sua pele é… Quente. Assim como um bolo que acabara de sair do forno.

 

E então, diante daquele nobre pensamento, ambos decidiram, ali mesmo, procurar pelas belezas na vida, só que com uma única, porém grandiosa, diferença: Desta vez nenhum deles estaria sozinho.

Partiram então para diversas aventuras, explorando o mundo e conhecendo várias outras pessoas. Eles estavam tão acostumados com a presença um do outro que já se sentiam apenas um. E foi exatamente pensando nisso, que o  - agora nobre - monstro, chamado Mortimare se apaixonou, mas, durante todo o tempo o mesmo escondeu seus sentimentos de seu amado, Mortimare não se sentia digno de ser amado por um ser tão puro quanto Kim. Ele se via como um demônio, e seu amado como um anjo, que voava sem olhar para trás, coisa que ele nem sempre conseguiu fazer.

O problema era que Mortimare ainda se sentia culpado por tudo que um dia fez, se sentia sujo ao pensar em seu passado, e nunca conseguia esquecer de tudo aquilo. Até que um dia o mesmo se abriu para o seu amado.

Kim, em resposta, disse que aquilo não importava, disse ao nosso amado monstro para deixar aquilo no passado, e, para fazer isso, decidiram por fim voltar a aquele lugar.

 

— Sabe… Antes de você aparecer aqui, eu era um monstro por completo. — Disse enquanto acariciava seu cabelo, que agora tinha um corte que mostrava seus olhos — Acho que… Se não fosse por você, eu continuaria até hoje, aqui, praticando cada vez mais crueldades.

— Você também sabe tudo que fez por mim, Mortimare, você me deu uma segunda chance, você esteve ao meu lado quando todo o mundo estava contra mim… — Disse enquanto olhava fixamente para o horizonte. — Mas… Vamos logo com isso? O passado tem que ficar no passado! Vamos viver o presente, vamos... Continuar vendo o lado belo da vida.

— Mortimare, eu talvez saiba que isso seja impossível, mas… Durante grande parte do tempo em que passamos juntos eu escondi algo de você. — Ele agora se vira e fica a minha frente, seu cabelo dançava pelos ares a cada movimento, a noite estava linda, assim como no dia em que nos vimos pela primeira vez, o céu obscuro, os vagalumes pairando sobre nós, a lua, que trazia um pouco de luz para o ambiente, tudo estava… Perfeito. — A verdade é que eu.... Eu te amo!

Eu não sabia como reagir a aquilo, certo, eu também o amava, mas não compreendia como um ser tão angelical quanto ele amaria a um monstro como a mim. Eu realmente não sabia como reagir, não sabia o que falar, mas tudo o que poderia se passar por minha cabeça desapareceu quando senti seus lindos lábios tocarem os meus, e eu posso dizer que nunca senti algo tão intenso e profundo, em todos o anos de minha existência.

— Kim…. — Eu disse ao nos separarmos — Eu acho que… Também te amo.

 

Naquele mesmo dia, - o agora casal - fizeram um pequeno altar, homenageando a todos que um dia Mortimare machucou,  e, agora sem o pesar nas costas, e sem olhar para o passado, ambos partiram para uma nova jornada. Agora, não  só como amigos, mas como amantes.

 


Notas Finais


Espero que tenham gostado!

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