História A Casa Sakamaki - 2 Temporada - Por que vim?

Ela se levantou e foi até a porta e apagou a luz    

-Boa noite Gabriele    

-Boa noite....ei, espere!    

-O que foi?    

-Qual o seu nome    

-Yui Komori –ela disse sorrindo gentilmente e saindo do comodo fechando a porta   

-Ko...mori....    

Não pode ser, ela é uma Komori? De verdade? Ela? Uma Komori?  

Me deitei virando de lado pensativa, ela é mesmo uma Komori? Não pode ser, ela...é muito sonsa pra ser uma Komori. Mas se ela é mesmo uma Komori....eu conheci a mãe dela, era muito parecida com ela, loira, pele branca, só que tinha olhos verdes ao contrario dela que tem olhos vermelhos...Se ela tem olhos vermelhos....não pode ser?!  

Mal consegui completar meu pensamento e acabei pegando no sono.   

Abri os olhos e eu estava deitada na cama, eu sinto como se tivesse entrado em um sono profundo, provavelmente foi isso, estou viajando a quatro dias seguidos já era de se esperar, sem dormir, sem descansar. Sinto como se eu tivesse entrado em coma, e ainda por cima me sinto muito sonolenta.   

Me sentei na cama e olhei o relogio de ponteiro na parede, duas e treze. Eu dormi tanto assim?   

Me lembro de ter conversado com a humana antes de pegar no sono, meu sono foi pesado pois mesmo tento dormido como uma pedra me sinto muito sonolenta. Bem, pelo menos eu consegui repor os dias sem dormir, isso é algo bom, talvez eu sinta meu bem estar melhor, pelo menos não vou ficar quase dormindo de pé.  

Voltei ao centro da cama ainda sentada, ergui minha cabeça e fiquei olhando o teto. Eu conversei com a humana antes de dormir, ela disse que se chamava Yui Komori, ela é mesmo uma Komori? Isso não pode ser verdade, se ela for mesmo uma Komori, ela pode virar o Circulo dos Seres de ponta cabeça. Eu não posso deixar isso acontecer, isso quase aconteceu uma vez e foi um desastre, não posso deixar isso acontecer.  

Mas primeiro eu tenho que ver se ela é uma Komori autêntica, depois fazer algumas experiencias com ela para confirmar e....  

Já estava esquecendo o meu proposito aqui....se ela for mesmo uma Komori, talvez ela consiga me ajudar! E com os Sakamakis juntos....a vitoria das bruxas será obvia!  

Meus pensamentos foram cortados quando senti um certo peso em cima das minhas pernas, olho naquela direção e vejo Raito Sakamaki deitado na minha cama com os braços cruzados em cima das minhas pernas apoiando sua cabeça em cima dos braços, ele me olhava com um olhar cheio de malicia e luxuria, esbanjava um sorriso pervertido em seu rosto.  

-Posso ajudar? -Eu disse secamente  

-Bom dia bruxinha.  

-Bom dia Raito.  

-Estava perdida nos pensamentos?  

-Estava, por que?  

-Não foi no meu quarto ontem a noite. Fiquei preocupado  

-Esqueci onde era –Eu disse sorrindo ironicamente  

-Ficou mais sarcastica com o tempo? -Ele sorriu maliciosamente  

-O que acha? O tempo ensina tudo! -Eu disse sorrindo  

-"O tempo ensina tudo", parece até aquelas filosofias de bruxa –Ele sorriu ironicamente  

-Pode ser, não é?!  

Ele me olhou um pouco confuso e depois disse:  

-O que estava pensando bruxinha?  

-Nada demais, somente hipóteses.  

-Você está tão diferente de quando chegou aqui a três anos atrás. Está com que idade agora?  

-Dezoito.  

-É mais velha que eu, tenho dezessete  

-Você só tem aparência de Dezessete, como vampiro deve ter quanto? Mais de cem?  

-Quer mesmo descobrir? Essa informação não saíra de graça -Ele disse subindo pelas minhas pernas  

-Não preciso que me diga, como bruxa posso descobrir sozinha.  

-Então vamos fazer um jogo –ele disse desaparecendo e aparecendo novamente sentado do meu lado esquerdo  

Ele veio até o meu ouvido e sussurrou.  

-Se acertar está livre, se errar me deve um beijo. -ele sorriu maliciosamente  

-.......Você tem setenta e um.  

Ele se afastou lentamente me olhando sério, depois de um tempo ele deu um sorriso irônico e disse:  

-Parece que acertou.  

Eu dei um sorriso de canto e olhei para a janela. Me levantei da cama e fui até a janela abrindo as cortinas carmesim, ainda chovia, pelo jeito tem mais dois dias de chuva pela frente, ficarei um bom tempo na parte de dentro. Respirei fundo me virei, vendo que Raito tinha desaparecido. Fui até o banheiro e lavei o rosto, tirei a camisola e coloquei novamente a minha roupa, minha calça marrom que ia até a panturrilha, uma bota marrom, uma camiseta branca que ia com a manga até os cotovelos, coloquei o colar em forma de lua crescente que minha mãe me deu. Soltei meu cabelo penteando-o. Arrumei a cama e em seguida coloquei minha capa e minha mochila em cima. Peguei a chave do quarto saindo dele e o fechando em seguido o trancando e colocando a chave no bolso. Comecei a andar pela casa olhando cada detalhe, o papel de parede royal, o tapete vermelho, as portas de madeira detalhadas a ouro. Tudo. Passei na frente do quarto da humana, fiquei um tempo olhando a porta e continuei a andar, desci as escadas indo até o jardim dos fundos.Apos andar alguns corredores cheguei até a saída, não chovia muito forte, dava para andar sem problemas, a não ser que você não goste de se molhar é claro. Desci os degraus lentamente olhando as rosas brancas e vermelhas. Pelo jeito Subaru continuou cuidando bem delas. Comecei a andar lentamente olhando cada rosa atentamente, até que cheguei ao centro do jardim, me abaixei um pouco e olhei fixamente uma das rosas brancas, era magnifica, a pureza do branco, gostaria de sentir seu aroma, mas pela chuva ficou um pouco complicado, o cheiro da água da chuva com a terra das plantas deixava isso um pouco impossivel.  

-Olá Subaru, não vai me cumprimentar? -Eu disse sem tirar os olhos da rosa  

Ouvi o som de sapatos baterem no chão e comecei a sentir a sensação de estar sendo observada. Me levantei ficando de pé, virei meu corpo ficando de cara com Subaru. As mesmas roupas de quando o vi anos atrás, o cabelo branco como neve, os olhos vermelhos como rubis, não...vermelho como sangue.  

-Olá Subaru. -Eu disse sorrindo  

-...Olá.  

-Sabe onde se encontra o Reiji?  

-Provavelmente em sua sala no segundo andar, você lembra aonde é, não é mesmo?  

-...Acho que sim. Obrigada  

Comecei a andar lentamente, e antes que ele sumisse arrisquei em falar:  

-Suas rosas continuam tão bonitas como antigamente.  

-...Obrigada -ele respondeu secamente  

-Suas rosas me trazem boas lembranças!  

Eu disse isso e acelerei meu passo subindo as escadas e entrando na mansão em seguida, bati três vezes palmas fazendo um vento forte bater em mim me secando, não é nada educado entrar na casa dos outros molhada. Continuei a andar até chegar ao saguão, subi as escadas e virei a direita esperando encontrar rapidamente sua sala. Já no corredor encontrei uma porta encostada que deixava um pouco de luz sair pela fresta, bati na porta na esperança de ouvir a voz de Reiji, que por sorte foi a que ouvi:  

-Pode entrar!  

Abri a porta e entrei. Ele me olhou sério e disse:  

-Feche a porta!  

Fechei a porta e me aproximei dele.  

-Sente-se –ele disse mostrando um sofá.  

A sala continuava como sempre, as paredes verde claro, o chão de madeira, os sofás vermelhos, a mesa de centro com xícaras de chá, a lareira, uma mesa cheia de experimentos, as prateleiras contendo inúmeros livros....tem coisas que nunca mudam.  

Me sentei na ponta do sofá e Reiji se sentou na outra ponta me olhando sério.  

-Se sirva de chá, tem biscoitos se quiser, deve estar com fome, já que não comeu nada hoje.  

-Obrigada, vou aceitar. Por que não me acordou?  

Eu disse isso pegando o bule e enchendo a xícara  

-Chá preto?  

-Sim, como estava cansada pensei que seria melhor não perturbar, e está meio grandinha para ser acordada.  

Eu sorri secamente e o olhei:  

-Isso é verdade, mas tenho certeza que esse chá não saira de graça, vai querer respostas em troca, certo?  

-....Sim. -ele disse arrumando os óculos  

-Bem, eu também vim para fazer isso...e para outra coisa.  

-O quê?!  

-Quero fazer umas experiências com Yui Komori.  

Continua.......