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História A Casa Silenciosa - Blue Whale


Escrita por: Sayuri_Kitsu

Notas do Autor


Bom, primeiro de tudo eu vou alertar uma coisa: "NÃO QUERO ROMANTIZAR A DEPRESSÃO E NEM O SUICÍDIO!!!!11!", estamos entendidos? Rsrs. O que vai se passar na fanfic é uma ficção, nem tudo que vai estar aqui é legal pra você levar pra sua vida, amiguinho. O nome da fanfic tem a ver com um dos nomes alternativos do Blue Whale.
Eu espero que vocês entendam a importância do tratamento da depressão e como esse "jogo" é só um reflexo de como nossa sociedade trata pessoas com doenças psicológicas no mundo inteiro.
Eu tive essa ideia dia 4 de abril (esse mês), mas enrolei pra postar, ai umas pessoas postaram coisas parecidas (acho, nem li), não falem que eu copiei, poha!
Enfim~~~ Boa Leitura <3

Capítulo 1 - Blue Whale


Fanfic / Fanfiction A Casa Silenciosa - Blue Whale

A luminosidade proveniente do computador clareava o quarto, o barulho do mouse rastejando junto aos cliques e a respiração de Jongin eram os únicos sons presentes.

Como todos os dias chegou do colégio, ignorou sua tia — ou ela quem ignorou — e trancou-se em seu quarto. Seus olhos rapidamente ficaram vidrados na tela do aparelho e seus dedos passeavam pelo teclado ágilmente mostrando o quanto já estava acostumado com isso. Estava curioso com o que ouviu da conversa alheia na escola, precisava confirmar se era verdade e foi isso o que fez quando digitou "Blue Whale" em sua barra de pesquisa. Parte das buscas direcionaram ao animal, a baleia azul, já outra parte mostrava notícias.

Clicou no primeiro link de notícias e rolou a tela. Os sites contavam sobre um novo jogo russo, poderia ser algo comum, se não estivesse associado ao suicídio de algumas pessoas. Leu que o jogo apresenta 50 desafios estranhos. Continuou a procurar encontrando nomes alternativos como "Wake Me Up 4.20am", "A Quiet House" ou "A Silent House". Seus jogadores eram instruídos a acordar todos os dias as 4:20h da manhã para receber instruções.

O jogo parecia encorajar os jovens ao suicídio, vindo de uma rede social chamada VKontakte. Eram criadas diversas comunidades que já espalharam para outros sites sociais. Pesquisou em seu Twitter "#f57" encontrando algumas pessoas querendo participar a procura de um "tutor" do jogo, pesquisou de diversas outras maneiras, sem encontrar algo que ajudasse a aprofundar no assunto. Entrou no website russo que por muita sorte tinha diversas linguagens, mesmo não sendo tão popular em outros países. Colocou em inglês e criou uma conta, não preocupou-se em colocar uma foto sua no perfil, colocou uma imagem aleatória de algum desenho em anime, mesmo que isso o fizesse parecer um otaku estranho, e encontrou alguns grupos dos desafios. Entrou em um internacional e que parecia talvez o mais "sério" encontrando diversas imagens e vídeos. Os vídeos mostravam algumas instruções cumpridas e as imagens apresentavam auto-mutilação dos adolescentes que participavam.

Jongin não assustou com as imagens nem estranhou, não era como se aquilo não participasse de sua vida, perdeu as contas de quantas vezes já se cortou ou se machucou de outras maneiras em momentos críticos. Decidiu deixar aquilo quieto, fechou a aba e seguiu para o banheiro. Seu dia estressante o cansou e necessitava de um banho relaxante.

Logo após se banhar levemente mais relaxado, vestiu o pijama que se constitua em apenas uma calça moletom e deitou-se na cama encarando o teto que não enxergava direito por conta do escuro. A insônia frequente não o deixou essa noite. Do pouco que dormiu, seus pesadelos perturbados o incomodaram. Acordou em uma bagunça algumas horas antes do horário que deveria levantar e ficou perdido em seus pensamentos até que seu despertador tocasse e um pouco de luz penetrasse as frestas de sua janela. Sua vontade de ir ao colégio chegava a ser negativa, mas sabia que se não fosse sua tia iria lhe bater ou aplicar outros castigos. Levantou-se rastejando, foi jogar água em seu rosto e aliviou a bexiga.

Sua fome não estava presente e sua disposição muito menos. Vestiu qualquer roupa, pegou a mochila e desceu as escadas. Jogou-a no sofá e encontrou sua tia na cozinha.

 

— Coma alguma coisa. — ouviu a voz dela soar como uma ordem.

— Estou sem fome.

— Não perguntei nada, apenas coma, não estou afim de ter que cuidar de você novamente se ficar doente.

 

Bufou indo até os armários onde pegou um pacote de bolachas e comeu uma, saiu da cozinha fingindo pegar outra para comer, voltou a subir lembrando de escovar os dentes e pegou o celular. As bolachas foram deixadas em cima da escrivaninha e desceu para a sala já colocando seus fones de ouvido.

Pegou a mochila e saiu de casa sem se despedir como de costume, sempre ia à escola à pé, já que esta era próxima de sua casa. Chegando, decidiu ficar em sua classe, mesmo que a aula ainda fosse demorar um pouco para começar. Sentou-se no fundo torcendo que ninguém puxasse assunto consigo.

Pedido que não fora atendido, assim que seu amigo Oh Sehun chegou, deu início a uma conversa, respirou fundo tentando se conter sem se importar se o outro perceberia. Perdoou apenas por ser Sehun, porque se fosse qualquer outra criatura já haveria mandado calar a boca.

 

— Você vem se sentindo melhor? — o mais novo preocupou-se.

— Fica tranquilo, Sehun. Não é como se eu realmente tivesse melhorado, mas eu sinto que isso vai acontecer em breve. — Acalmou-o. 

— Espero, não aguento mais ver você dormindo na sala por causa da insônia a noite e se trancando em casa. Você tem 17 anos já, está na hora de sair e aproveitar a vida! Quando precisar, estou aqui.

 

Sorriu amarelo para o amigo. Entendia o lado do amigo em estar cansado de aguentar isso, na mente de Jongin, ele estava convicto que era um incômodo as pessoas ao seu redor e estava agradecido pelo apoio. Não estava mais acostumado a sorrir, mas como agradecimento, tentou para agrada-lo.

A sala foi enchendo aos poucos enquanto o moreno ouvia as histórias do mais novo ansiando que ninguém mais entrasse na conversa. Logo a aula deu início e Jongin cansado se rendeu ao sono. Acordou somente quando o sinal do intervalo tocou. Conseguiu dormir três aulas sem interrupções, percebeu que a professora o encarava torto, porém decidiu ignorar. Seguiu com Sehun à cantina e se encostou em uma mesa esperando que o outro fosse comprar o lanche.

Bocejou apoiando a cabeça em uma das mãos. Um momento de tranquilidade se instalou em sua mente momentaneamente vazia. Quem sabe estivesse melhor? Quem sabe… Antes de pensar em qualquer coisa, Oh ocupou o lugar ao seu lado.

 

— Vai ter uma festa amanhã no final de semana, você poderia ir comigo.

— Acho melhor não, sabe que não gosto de lugares cheios, Sehun.

— Você quem escolhe, mas saiba que está convidado, se quiser é só me chamar. — Sehun insistiu mais uma vez.

 

Assentiu e continuaram a conversa com temas aleatórios, desde como a festa seria legal ao acompanhamento psicologico que Jongin fazia novamente agora.

Terminado de comer, Oh jogou o pacote do lanche no lixo e seguiram de volta para a sala quando o sinal bateu. Seu amigo pediu para que tentasse não dormir essa aula afirmando que os professores estavam ficando cada vez com mais raiva e com certeza isso prejudicaria seu desempenho. O moreno concordou.

A aula de história passava lentamente contando sobre guerras e as maldades humanas. Ótimo, ouvir desgraças com certeza ajudaria Jongin, pelo menos dormindo esquecia de si próprio por um tempo, isso quando não era perturbado pelos seus pesadelos.

 

— Qual a próxima aula, Sehun? — perguntou baixo ao amigo.

— Sociologia.

 

Talvez aquele fosse o dia para lhe magoar mais, certamente a aula também trataria de falar coisas horríveis da humanidade e as discussões o levariam a pensar no âmbito pessoal.

 

— Eu realmente não posso dormir?

— Você quem decide, Kai, mas seria melhor que prestasse atenção na aula. — sentiu o amigo um pouco chateado com sua pergunta.

 

Optou por encarar os ensinamentos. Caso necessário, pediria para sair da sala e não voltaria. A discussão tratou sobre suicídio baseado em Durkheim.

 

— Segundo Durkheim: "chama-se suicídio toda morte que resulta mediata ou imediatamente de um ato positivo ou negativo realizado pela própria vítima.", mas ele afirma que essa definição é incompleta, pois não teríamos como comparar um alucinado tirando a própria vida ao homem em sanidade. — a professora explicava — O suicídio sempre tem como intenção tirar a própria vida? Durkheim exemplifica alguém que morre por sua fé, mas seria morrer a vontade dessa pessoa?

 

A pergunta havia sido retórica, mas os alunos pensavam respostas em suas mentes, o tema era interessante.

 

— Então Durkheim define: "chama-se suicídio todo caso de morte direta ou indiretamente de um ato, positivo ou negativo, realizado pela própria vítima e que ele sabia que produziria esse resultado." e essa definição nos mostra que o suicídio não é uma causa isolada de fenômenos, mas que está ligado a uma série de intermediários. — continuou — O fenômeno que trata de explicar o suicídio é devido a causas extra-sociais de grande generalidade ou causas propriamente sociais. Cada sociedade predispõe de um número determinado de suicídios.

 

A explicação iria continuar, se o sinal não batesse. A professora despediu-se arrumando suas coisas e foi embora. O dia continuou passando normalmente, as matérias seguintes eram sobre exatas e Jongin não fez tanta questão de prestar atenção, mas se esforçou um pouco.

Ao final das aulas que duraram até próximo do por do sol, culpa do dia ter um período integral de curso, o que o levou a almoçar no colégio, despediu-se de Sehun e seguiu para casa, que estava vazia. Não se preocupou com isso e subiu para seu quarto. Fazia muito tempo que sua rotina era a mesma dia após dia, estava realmente cansado disso tudo o que provavelmente só piorava o seu estado. Largou a mochila de qualquer jeito ao lado da cama e jogou-se nela, seus braços tamparam seus olhos, impedindo de que enxergasse totalmente, perdido em seus raciocínios, pegou-se pensando na festa que o amigo dissera e talvez pudesse ajudar a se animar um pouco.

Pegando o celular mandou uma mensagem avisando que compareceria à festa. Não demorou para que fosse respondido marcando o horário em que o amigo iria vir em sua casa para acompanhar o mais velho até o lugar. Confirmou e bloqueou o celular o largando em cima da cama.

Levantou e ligou o computador sentando na cadeira de rodinhas que ficava em frente. Abriu o navegador e digitou o endereço da rede social russa, olhou novamente a comunidade do Blue Whale, aquilo realmente havia parecido… Interessante? Instigante? Estava um pouco confuso, aquilo verdadeiramente atraiu Jongin.

Respirou fundo sentindo-se exausto, esgotado, fraco. Considerava-se um inútil, num futuro incerto e sem perspectiva.

Sim, Kim Jongin tinha depressão.


Notas Finais


Eu quero saber o que vocês acham do Blue Whale e sobre quem está querendo jogar, vamos analisar e discutir, eu amo fazer isso~
Ainda mais, o que vocês acharam do capítulo e o que acham que está por vir?
Kissus, cremosas e cremosos.


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