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História 2 - A Casa Vermelha - Apenas uma palavra (Último Capítulo)


Escrita por: Samuel_Super_

Notas do Autor


Que saudade de escrever A Casa Vermelha. Adorei a história, sinceramente. Se quiserem alguma história ou me deram a ideia de junção de uma fanfic ou outra é só me mandar mensagem. E...


Boa leitura!

Capítulo 8 - Apenas uma palavra (Último Capítulo)


Fanfic / Fanfiction 2 - A Casa Vermelha - Apenas uma palavra (Último Capítulo)

Winsconsin, 1878

Um homem entrou na casa. Ele tinha pele clara, lábios rosados e usava roupas antigas e rasgadas. Sal expressão dura lembrava aqueles rostos entalhados em pedras. Ele era alto e segurava um pergaminho na mão. Não parecia ser dono da casa de jeito algum, mas estava muito cansado. Acabara de fugir de um bando de colonos que o perseguiram. Não os mortos, mas outros caçadores de recompensa.

Ele abriu a porta da casa e caiu de cara no piso de madeira que rangia. Suor escorria de sua pele. Ele levantou-se e andou até o sofá onde caiu e dormiu. Acordou algumas horas depois quando o sol estava baixo e não fazia tanto calor. Entrou na cozinha e não viu nada lá. Então olhou pela janela e tirou a roupa.

Com um enorme lençol ele saiu da casa em direção ao rio. Deixou o lençol branco e um pouco manchado na beira e se banhou. Limpo, se secou e voltou à casa. Ele era um homem bonito de certa forma. Subiu as escadas e ficou perambulando pela casa, até à noite quando comeu algumas frutas que arranjara na floresta.

Depois de alguns dias ele resolveu se acomodar na casa. Limpou a Casa Vermelha e cozinhava todos os dais. Sabia caçar o homem e pescar também. Viveu uma boa vida e, através de alguns diários, percebi que era um senhor sonhador, com seus quarenta e tantos anos.

Ele morreu de forma brutal na casa. Ele visitou o porão uma vez e foi atacado por um grupo de homens com facas e tochas. O seguraram enquanto ele gritava de horror e se empertigava nos braços dos colonos. Mais um morto. Entoaram algumas palavras por seu corpo e o homem fora aprisionado na casa, especificamente no porão. Seu rosto ficou desfigurado e seu corpo fora guardado no porão dentro de uma caixa. 

 

Esse foi um relato de 1878 escrito por um dos colonos e deixado lá na casa. Fechei a folha de papel que encontrei no sótão, e desci as pequenas escadinhas. Donovan ainda se encontrava deitado na cama. Levantou-se nu e vestiu uma calça jeans que emprestei do meu pai e uma blusa amarela básica.

            - Vou sair da casa hoje de tarde. – revelei para ele.

Ele ficou meio abismado, mas depois relaxou.

            - É seu destino. Eu te ajudo. – ele olhou para os lados. – Ninguém pode saber disso, certo?

Assenti e fiz minhas malas. Não queria mais saber de ninguém, apenas de mim e do Dono. A partir daquele dia, iria morar na casa da minha tia em Chicago. Não iria falar para ninguém onde estava. Eles não eram mais minha família.

Mesmo com toda dor e mistério que a Casa Vermelha tinha, ela me ensinou algo: às vezes você vê coisas que não gostaria de ter visto. Quem visita o mundo sobrenatural uma vez, sempre será visitado por ele... Eu o visitei, e temo que nunca mais saia da minha mente.

E se me perguntassem Sally, você não tem medo que tudo volte para você após sua saída? Eu respondo tranquilamente essa pergunta. Existem dois tipos de situações, as que você consegue controlar e as que você não consegue. A Casa foi uma experiência na minha vida que nunca esquecerei, não só por causa dos vivos, mais também dos monstros.

Sim, o terror e os monstros existem. Eles estão dentro de nós e às vezes eles vencem... E eles me venceram.

Almocei silenciosamente e nem me despedi. Subi para meu quarto e me tranquei. Então abri a janela e olhei para fora vendo se tinha alguém que pudesse me ver. Após a análise, desci pela escada improvisada que tinha encontrado e toquei no chão.

            - Vai para onde? – perguntou uma voz atrás de mim.

Virei-me e vi que era Chad. Ele segurava um pano de prato e estava franzindo o cenho devido ao Sol.

            - Você sabe. Meu papel já foi feito aqui nessa casa. – respondi. – Agora é sua vez de tentar salvar as pessoas... Vivas ou mortas.

Ele sustentou meu olhar.                          

            - Eu aprovo sua ida. Sei que todos nessa casa vão morrer. Como sempre aconteceu... Só um vai viver. – ele disse e se virou para ir embora. – Talvez seja você.

Engoli em seco. 

Ei! – chamei – Como você sabe disso?

Ele me olhou pesadamente.

            - A Casa Vermelha ensina muitas coisas. Todos que ficaram, morreram. Se você não ficar, talvez não morra. – ele olhou de soslaio para a varanda. – Croatoan está vindo. Posso sentir isso. Dessa vez ela atacará de verdade.

Respirei fundo.

            - Quanto tempo temos para tirar as pessoas daí de dentro? – perguntei.

Após aquilo que Chad me disse, meu coração tinha fechado. Mesmo minha família querendo me prender num hospício, eu os amava. Tinha que salvá-los. Também Chad podia ver que precisava libertar as almas presentes na casa.

            - Não temos tempo. Aquele demônio está esperando uma chance. – ele disse. – Você tem de sair daqui agora!

Seus olhos estavam perturbados. Eu estava sem movimento algum, por isso Chad segurou meu braço de supetão e quase me arrastou para fora do terreno. Corri ao lado dele. A Casa Vermelha tinha uma peculiaridade: tudo dava errado. Quando estávamos na metade do caminho da estrada, uma trombeta de caça soou. A floresta agitou-se com o vento e tudo ficou com um cheiro podre.

            - Ela está vindo... – disse.

Chad me olhou com os olhos arregalados.

            - Vamos, vamos, vamos! – ele disse me puxando para outra direção.

No meio do caminho, avistei um daqueles javalis na mata. Ele caminhava lentamente em direção a casa. Outros brotavam ao seu lado e então vieram aqueles humanoides que invadiram meu quarto. Chad corria rapidamente ao meu lado, pulando em árvores e galhos grandes.

Então me vi na área sem mato nenhum da casa. Além de entrarmos lá, viramos para esquerda e entramos nas plantações. Mas avistamos uma linha de seres estranhos se aproximando ao redor da casa.

            - Estamos cercados... – falei.

            - Certo. – disse Chad ao meu lado. Ele se ajoelhou e mexeu no tênis.

O que está fazendo? Quis perguntar. Mas ele me surpreendeu e puxou em uma mão uma navalha e em outra uma espécie de bastão pequeno.

            - Segure... – ele me entregou a navalha e ajeitou o bastão na barriga.

            - O que é is...

Uma luz em forma de jato voou na frente dele. O menino caiu no chão com o cabelo desgrenhado e depois se levantou rindo.

            - Divertido...

O jato vermelha ia em direção à uma casinha no meio da plantação. A casa ficava do lado da residência de Chad, então pensei que ele construiu aquilo. A luz atingiu o lugar e então apagou.

            - Que merda foi essa? – ele nem terminou de perguntar.

O casebre de plantações explodiu em meio à pólvora. Dezenas daqueles seres do mal explodiram em terra e a plantação pegou fogo incendiando completamente eles. Corremos para o único lugar menos perigoso: a Casa Vermelha.

 

Lá dentro estava um caos. Meus pais, Lacy e Donovan colocavam móveis nas portas da casa e pregavam tábuas nas janelas reforçando-as com fita adesiva prateada. Aquilo não ia aguentar. Chad começou a gritar com todos. Então Donovan e ele sumiram dentro dos corredores.

            - O que é aquilo Sally? – perguntou Lacy. 

Lancei um olhar raivoso para ela.

            - Você tinha razão, filha. Agora nos ajude, por favor! – implorou minha mãe.

            - Certo. – eu tinha que ajudá-los. Mesmo depois da falta de colaboração. – Pagarei as facas da cozinha e farei alguma coisa com elas. Lacy e mamãe continuem tapando tudo da casa e nos protegendo. – forcei a mente – Papai... Tem umas espingardas antigas lá no sótão, pegue-as.

Corri para a cozinha. Parei no meio do cômodo e então derrubei tudo que estava no armarinho de utilidades. Peguei duas vassouras, um rodo e uma pá de cabo alto. Peguei toda a madeira e, junto com a fita adesiva, juntei as facas afiadas na ponta. Era meio que uma lança... Meio mesmo.

Entreguei uma para Lacy e outra para mamãe. Pegue a minha e deixei uma para meu pai em cima do sofá. Foi quando um grito gutural cortou o ar.

Da cozinha surgiu um ser totalmente branco e com os olhos negros. Ele andava de quatro e tinha formato humano. Avançou par a porta dando de cara com ela.

            - Ele... – falei.

Era o monstro do porão. Ele me olhou, mas não fez nada. Não queria atacar, queria se defender. Aproximei-me de joelho.

            - Não precisa ter medo. Também quero me defender. – falei com a voz mansa. Ele me farejava. – Sei o que fizeram com você... Mas podemos nos unir. Somos amigos, certo?

Ele manteve-se calado. Reparei que sua boca fora costurada e seus pés um pouco queimados. Coitado, deveria ter morrido de alguma experiência dos colonos e largado lá no porão. Então me lembrei da carta que li. Ele foi o cara que morreu no porão.

O ser manteve-se na porta da frente como um cão de guarda. Afastei-me e subi as escadas. Esbarrei-me com Dono e Chad.

            - O que vocês estavam fazendo? – gritei.

Eles me mostraram uma belezoca. Ambos seguravam muito fogos de artifício nos braços e estavam suados. Os meninos desceram as escadas e desapareceram atrás de mim. Enquanto corria pelos corredores em busca de algo que tinha visto semanas atrás, fui formulando um plano caso algo desse errado. O que era bem provável.

Entrei num cômodo diferente. Era um quarto de suíte, talvez o principal que dava para uma varanda acima da casa. Subi a pequena escada e avistei tudo: milhares de seres inimigos se aproximavam. Estávamos cercados, não tinha como ficar vivo. Ao norte, de frente para a casa, uma carruagem velha e destruída era carregada por seres de outro mundo com enormes lanças. Croatoan, uma princesa morta e indígena, era levada em direção à Casa Vermelha.

Tínhamos pouco tempo de vida. Então no quarto encontrei o que queria: um tabuleiro de madeira enorme encostado no banheiro. O arrastei até o centro vazio do quarto e joguei-o no chão. O tablado tinha muitas inscrições antigas e estava um pouco quebrado. Lembrei-me da conversa com Dono.

Mesmo quebrado, ainda serve. Basta usar as palavras do livro se tudo der errado.

Então fiz o que tinha de fazer. Dei uma de bruxa. Ah! Se eu menti que era descendente daquele negocio de Salém, eu tinha capacidade de fazer feitiçaria. Ou merda. Tanto faz.

Pus dois copos de licor num círculo. Acendi algumas velas pelo quarto e em cima do tabuleiro. Então fiz o que precisava. Falei tudo que tinha aprendido no livro que Donovan me dera: o livro dos colonos. Eles pareciam um bando de satanistas mesmo, mas tinham poderes que nem a ciência sabia usar.

               - Spiritus trans conveniunt septem pedibus imis tenebris princeps. Pro labore et Despetem auxilium meum respice. Nascuntur aetate et viribus tueatur. Pro principis et Escaban regnum, imo infernalem. Nunc! – entoei.
 

Tecnicamente eu estava invocando espíritos. Segundo o livro, onde você invocar, é invocado, ou seja, os espíritos presentes ao redor iriam se manifestar e serem obrigados à te seguirem e te obedecerem. Mas para isso eles precisavam beber a vida, ou um pouco dela, no caso. 

Geralmente matam pessoas para isso, mas fiz de meu jeito. Cortei-me e derramei o sangue por cima do tabuleiro. Imediatamente o tabuleiro tremeu. Saí de cima dele e vi uma cena horrorosa: o tabuleiro foi consumido por chamas e milhares de fagulhas subiram crepitando em minha frente. Primeiramente vieram duas mãos saindo de dentro do tabuleiro em chamas.

Uma delas tocou o chão de madeira do quarto e se levantou. Era um homem com uma capa preta (o mesmo que tinha visto semanas atrás). Ele parou de forma estranha e me encarou mudo. A outra saiu do portal de quatro e se contorcendo. Ela usava uma roupa de dormir e tinha cabelos claros, mas seu rosto fora machucado intensamente.

Outros seres saíram, assim como animais estranhos que jamais teria dado nome conhecido. Então pus minha mão espalmada na frente deles. Eram cerca de dez. Entoei:

            - Protege domum. Caules sanguinis est.

Eles saíram do quarto e desapareceram. Senti medo que aquilo não funcionasse, mas eu tinha de confiar em tudo que fazia. Coloquei o tabuleiro novamente que ficara intacto na parede e enrolei gaze e um pano úmido no braço. Então uma pedra invadiu a janela e eu saí correndo.

 

Quando cheguei lá embaixo, Chad e Donovan seguravam a porta que era empurrada violentamente. Então mamãe e papai foram ajudá-los e eles saíram da porta. As janelas recebiam bofetadas e senti movimentação por baixo dos meus pés. Eles invadiram o porão.

            - Feche a porta agora do porão e coloque tudo na frente! – gritei para Lacy.

Chegamos na cozinha e fechamos a porta. Automaticamente ela foi quebrada e eu jogada no chão. Quando a visão voltou quase sorri. Dezenas de colonos mortos estavam de pé na cozinha ao lado de três bruxas poderosas. Seus olhos pareciam bolas de fogo.

            - Sabia que esse dia ia chegar! – brandiu a mulher mais velha. Ela usava as mesmas roupas de sempre. Acho que fantasmas não trocam de roupa, não é mesmo?

Eles partiram para a sala.

Então fechei a porta novamente ao lado de Lacy e tapamos com tudo que veio na frente.

 

Quando pisei os pés no tapete da sala, a porta foi arrombada. Papai e mamãe foram lançados para duas janelas que se quebraram na hora. Milhares de monstros entraram na casa quebrando tudo, inclusive outros invadiram pelas janelas. Donovan e Chad explodiram juntos tudo que vinha pela porta da frente com seus fogos de artifício; papai e mamãe combatiam lado a lado os que vinham pelas janelas junto com alguns fantasmas.

Lacy estava ocupada com os colonos que destruíam tudo. Graças a Deus os mortos não podiam morrer. E eu ficava sozinha no primeiro andar com o cara do porão arranhando quem tentasse subir.

Entretanto comecei a perceber que os monstros apenas renasciam. Transformavam-se em folhas que depois se uniam e se formavam. Também estávamos ficando fracos. Chad tinha os braços inchados e Donovan se perdera da minha vista. Lacy estava desmaiada no chão e os colonos regrediam para as escadas.

Então tudo piorou. Croatoan e seu trono entraram na sala quebrando tudo. A demônia soltou um grito estranho e tudo parou. Ela foi o centro das atenções. 

- Finalmente! – ela gritou com os braços erguidos. – Agora posso voltar à vida. Isso não adianta nada, imprestáveis. Apenas perdem tempo para o que vai acontecer. – ela me encarou. – Sally... Menina corajosa. Mas não o tanto para impedir de usar o corpo do meu vínculo.

Eu não entendia muito suas palavras. Então quando ela olhou para Chad, tudo se encaixou. Chad tinha uma ligação com ela. Por ele ter sido fecundado no seu sepulcro, ela acreditava que podia voltar a vida. Essa era a profecia. Ela tinha conectividade com ele. Por isso ela caçava a criança.

Pus-me na frente de Chad.

            - Saia daqui. – gritei segurando meu cabo de vassoura.

Ela riu debochadamente e estendeu a mão. Senti meu corpo ser lançado contra a parede ao lado. Cai sentada no chão com a visão turva. Então Croatoan desceu do seu trono e caminhou lentamente até Chad. Ele mantia-se paralisado, provavelmente enfeitiçado por Croatoan.

Então surgiu um vulto ao lado dela. Donovan se lançou contra seu corpo dando uma bofetada na sua cara. Os fantasmas e monstros começaram a lutar novamente. Corri em direção à Dono que batia em Croatoan perto do sofá. Ela ergueu os braços e Dono voou em direção ao teto.

Levantei meu cabo de vassoura e espetei. Entretanto o demônio se lançou para o lado e eu caí com o peso. Seu punho veio em minha direção, mas finquei minha lança improvisada nas suas costas. Entretanto não sangrou nem nada, claro: Croatoan era um fantasma ainda.

Fui empurrada para o sofá quando ela se levantou cambaleando. Estavam segurando Chad pelos braços e o colocaram na sua frente. A batalha acontecia ao redor.

            - Doce garoto... – ela disse suspirando passando os dedos sobre o rosto de Chad. – Sinto a ligação só de estar próxima. Mas infelizmente terei de usurpar seu corpo para a eternidade. Mas não se preocupe: ele sempre ficará assim.

Eu me arrastava em direção aos dois. Croatoan o rodeava como um caçador analisando sua caça, então puxou uma faca da mão de um monstro e a levantou. Então um grito cortou o ar e o cara do porão saltou sobre a feiticeira. Ela desmoronou no chão com o peso do fantasma.

Aproximei-me de Chad e o puxei. Cortávamos todos os monstros da nossa frente em direção à casa. Então entendi o que ele tinha dito: todos iriam morrer, mas talvez eu fosse a única que sobreviveria. Tínhamos que fugir dali rápido.

Então saímos da casa e paramos na varanda. Fechamos a porta dupla e trancamos todos lá.

            - Acione. – ordenei para Chad.

Ele tinha instalado bombas dentro dos cômodos. Era o plano C. Senti uma forte dor no corpo. Então ele assentiu e segurou o botão que estava dentro do bolso. Ele iria salvar todos.

Então uma dor lancinante no meu peito cortou toda minha respiração. Olhei para baixo enquanto Chad me segurava e tentava tirar uma lança do meu peito. Ela me atravessara. Olhei para dentro da casa após as portas terem sido abertas e vi Croatoan sorrindo.

E tudo ficou escuro. Lembro-me apenas de uma voz no meu ouvido dizendo algo.

 

Era Natal!

Todos riam na Casa Vermelha. Os colonos estavam sentados em novos móveis e no chão. Algumas crianças corriam por toda a casa e eu segurava uma bandeja com um peru assado. Dono e Chad enfeitavam a árvore e tudo parecia em paz. Depois de tudo que passamos merecíamos isso, não é?

Agradecia todos os dias à Chad por ter dito apenas uma palavra no meu ouvido: Croatoan. Morri sim, mas fiquei na casa. Sabia que devia pertencer aquele lugar, afinal: tem males que vem para o bem. Eu merecia a paz.

Conformava-me também com a perda da minha família. Todos morreram, mas seus corpos não foram achados e eles não ficaram na casa. Inclusive, a demônia também desapareceu, junto com meu pai, ou melhor, o corpo dele. Exatamente: Croatoan usurpou o corpo dele e saiu de carro para o mundo moderno.

Mas tentava não transparecer minha vontade de chorar e xingar Deus. Agora tinha um namorado para toda a vida. Donovan era lindo e eu o adorava, ele me completava. Tinha um irmão/melhor amigo. Chad era o máximo: mesmo vivo, ele sempre me dava conselhos e não tinha medo de se aproximar de todos.

Os colonos também eram maravilhosos.  Eles não ajudavam sempre e evitavam matar as pessoas que vinham comprar a casa. As espantavam, claro.

Coloquei a bandeja na mesa.

            - O jantar está servido! Vamos comer meu povo! – brandi a taça sorrindo.

Comemos a noite toda e depois fui dormir ao lado de Donovan. Encostei a cabeça no travesseiro e ouvi apenas a única palavra que me assustava dali por diante. 

CROATOAN


Notas Finais


As histórias que irei fazer de terror e horror, terão ligações com as fanfics passadas A Casa Vermelha e O Outro Lado da Ilha. Agradeço de coração quem gostou!


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