-Cara, você definitivamente tem que parar de beber.- Disse Breno, como um velho babaca politicamente correto. Ele não parecia ter a mesma idade que eu, eu era muito mais alta e forte que ele, coitado. Mas ele fica tão gato no uniforme, segurando as armas.
-Foda-se, Breno. Beber me ajuda a fazer muitas coisas, inclusive atirar.- Disse, quando acertei um militar inimigo em campo aberto.
-Tão fofa quando xinga.- Disse Breno. -Nem parece que é gente.
-Vai se fuder.- Perdi a paciência, não deveria, alguma coisa me acertou no olho, gritei e cai pra trás, desmaiei.
***
Acordei numa maca, na enfermaria da base. Porra, eu caí em campo, deveria ser demitida por tanta incompetência. Levantei e percebi na hora, meu olho direito latejava de dor, e estava coberto por ataduras, mas que porra, fiquei cega.
-Olha só quem resolveu levantar.- Era a voz do Breno, ele estava sentado ao lado da cama.-Tem gente querendo te ver.
Dois homens vestidos de terno negro, parados na porta, com óculos escuros. Porra, agora o governo quer me fuder também.
-Senhora Sabrina Muller?- Disse um dos homens.
-Senhorita.- Corrigi.- E quem são vocês?
-Governo Brasileiro. Sentimos muito pela sua perda da visão direita. Mas temos uma notícia boa pra você.
-Ela vai usar tapa-olho?-Disse Breno, imbecil.
-Não, ela foi escalada pra uma missão na Amazônia.
-Amazônia?- Perguntei. -É importante assim?
-Infelizmente sim. A senhorita foi escalada dentre cinco dos mais experientes soldados brasileiros.
-Puta que pariu.- Disse, sem querer.- Breno, o que você acha?
-Recuse, eles não podem te obrigar.- Breno respondeu.
-Na verdade...-Disse um dos homens.- Se você não for, seremos obrigados a matar você, a informação é extremamente sigilosa.
-Então porque vocês estão me dizendo isso na frente do meu namorado?.- Perguntei, e me arrependi. Foi quando o segundo homem que estava até então calado, sacou a arma, apontou pra o peito de Breno. E atirou. Tudo ficou em câmera lenta. Tentei sair da cama, mas eles me agarraram e meu corpo doía muito. Puseram um pano molhado no meu rosto, no meu nariz, e eu desmaiei de novo.
Dessa vez, acordei em meio as árvores, com quatro estranhos do meu lado.
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