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História A chegada do inferno - Dois ratos em uma noite


Escrita por: AndrewFerris

Notas do Autor


Cansado da enrolação de seus aliados, Derek decide acelerar o ataque ao próximo alvo da Irmandade, mas será que isso foi uma boa decisão?

Capítulo 15 - Dois ratos em uma noite


Quatro Assassinos dispostos em um telhado observam a movimentação da rua, vazia a essa hora, exceto por um carro preto que anda em uma velocidade devagar, sem chamar atenção, mas sabíamos perfeitamente a quem o veículo pertencia. Será que Monitoff é tão convencido a ponto de não se preocupar com a própria segurança e tendo em vista que dois de seus colegas haviam morrido? Ou os Templários estavam com uma estratégia muito fria ou então eram burros de verdade. Independente do que tinham em mente, pensei comigo enquanto escalava uma torre baixa para me preparar para sua passagem que Sergei estaria morto até o fim da noite. Dustin havia depositado sua confiança em mim, assim como meus colegas Assassinos, e agora era a hora de provar meu valor, assim como mostrar a eles minha verdadeira habilidade. Dois Templários do alto escalão haviam conhecido essa habilidade, mas nenhum deles havis sido um desafio para mim, pelo contrário, não passaram de meras vítimas da minha lâmina no meio da cruzada. Encaro Nathan, que está em pé do outro lado da rua aguardando a aproximação do veículo, então todos me informam apreensivos e logo pulo no teto do carro. Assim que cravo minha lâmina no ferro quente, arremesso um dispositivo na frente do veículo, que cai no chão furando uma das rodas, o que tira o controle do motorista antes que eu pule para me salvar do capote feio que se segue. Depois de um enrolamento para amortecer a queda, corri pela rua até o veículo e abri a porta com a lâmina pronta para o ataque quando encontro Sergei tremendo de medo e com as mãos para cima, sem intenção ou capacidade de reagir. Espantado com o nível de covardia do indivíduo, puxo Sergei pelo colarinho para fora do carro e o largo no chão, me agaichando em seguida para tentar obter alguma informação antes de dar o golpe derradeiro, mas o sujeito chora sem mais nem menos, o que poderia acordar os moradores, então respiro fundo e enfio a lâmina oculta em sua jugular, suspirando aliviado por manter a discrição naquela estranha cena que tinha acabado de visualizar.
— Descanse em paz - Peço repentinamente, sem noção do porque estava falando aquilo, sendo que as palavras pareciam ter vindo de dentro de mim. Me viro para o carro visando me certificar de que todos estavam mortos, mas Nathan e os demais já haviam cuidado disso. Elias se aproxima admirado olhando brevemente para o corpo morto de Monitoff antes de erguer a mão.
— Estou surpreso, cara. Muito bom mesmo.
— Eu não - Comenta Nathan se escorando no carro depois de retirar uma pasta de dentro do veículo - Qualquer um poderia ter feito isso.
— Mas teríamos esperado por um momento mais complicado de atacar. Se eu não tivesse decidido aquilo, ainda estaríamos planejando um ataque ao Monitoff ao invés de ver seu corpo estirado no chão - Nathan entende a indireta e opta por não responder, então volto a conversar com Elias enquanto nos dirigimos a um beco escuro para fugir dali antes que alguém nos avistasse. Quando chegamos na base, um grupo corre de um lado para o outro se preparando para sair enquanto descarregamos nossas coisas. Um Assassino grita pelo nome de Nathan e o meu, então corremos até alcançá-lo no leito de Harry Dustin, que estava vazio apesar da intensa movimentação no lado de fora.
— Finalmente vocês chegaram - Afirma o velho irritado se levantando com dificuldade da cama.
— Monitoff está morto - Afirmei revelando minha lâmina, manchada com o sangue do inimigo.
— Isso não importa agora. Temos uma missão muito mais urgente que vencer os Templários precisando de prioridade nesse momento, assim como precisa dos melhores de nós que estiverem disponíveis - Esclarece Dustin olhando de mim para Nathan - Um civil corre risco nas mãos Templárias. Querem que ele revele o que sabe a nosso respeito e se o fizer tudo o que fizemos estará em risco. Seu trabalho é impedir os Templários e, em ultima instância, matar o dito civil em caso suspeito - Engoli em seco enquanto Nathan dá um passo à frente.
— Quem é o sujeito?
— Alex Rolland. Namorado de Jade - Estou no interior da van que transporta uma dúzia de Assassinos em direção à casa do namorado de Jade, que evita meu olhar por mais que estejamos de frente um para o outro. Em seus olhos pude notar uma frieza inigualável, que se compara somente ao fato de que ela sabia da tal possibilidade, que caso ele soltasse ou houvesse chance dele soltar algo sobre nós teríamos de matá-lo. Enquanto o carro se dirigia veloz rumo ao local, me pergunto se Jade teria ousadia e paixão suficiente para abrir mão daquilo que acreditava pelo namorado. O que realmente me impertiga é que ninguém comentava o fato de um qualquer ter uma informação que pudesse nos expor aos Templários. Felizmente, Elias me empurra para afastar os devaneios que devia saber estarem passando pela minha cabeça.
— Relaxa cara, Harry vai explicar isso cedo ou tarde - Tenta me consolar enquanto brinca com uma pistola.
— Eu sei e esse é o problema - Abaixo meu tom de voz até um volume que apenas ele possa me ouvir - Ninguém me conta as coisas para que eu saiba e sim para que eu me encaixe em seus objetivos. Isso não passa de manipulação e você sabe disso.
— Ele deve ter seus motivos - Opinou Froud sem noção alguma da situação.
— Eu sei de alguns motivos mas o que você sabe sobre a missão? - Perguntei sem demonstrar interesse.
— Harry disse que temos de matar os Templários antes que um civil caia nas mãos deles e que este civil tem informações que podem colocar por água abaixo nosso trabalho - Explicou sem entrar em detalhes, exatamente como eu esperava.
— Ele não disse a parte mais importante - Afirmou Jade empunhando a espada - Que os Templários já estão com o civil - Começamos a nos preparar para entrar na casa, enquanto vejo uma dezena de homens espalhados pelos corredores e cômodos com a ajuda do meu poder.
— Jade, tem cerca de dez homens além dos que estão na sala com seu namorado - Ela me olha espantada, mas logo reconsidera e envia uma mensagem aos outros agentes.
— Pessoal, se preparem. Formação quatro por seis - Entramos no teto por meio de uma fenda entre tábuas, nos colocando em pontos da construção que eram mais fáceis de transpor caso fosse necessário, provavelmente rotas de fuga se os Templários fossem atrás deles. Abaixo de nós há cinco homens, sendo que um deles está sentado perante Rolland, o que me fez supor ser o líder daquele grupo.
— Eu estou tentando ser razoável com você, Alex - Pede o sujeito corpulento de olhos sérios e frios, observando os punhos sujos e marcados pelos constantes socos distribuídos pelo rosto do namorado de Jade, a embora fosse uma missão de resgate, fiquei de certa forma feliz em pensar essa possibilidade. Ela por sua vez ignora minha presença, ficando atenta a qualquer mensagem que chegasse em seu comunicador, alèm do fato de que estávamos a beira de atacar o que parecia um grupo de Templários mais habilidosos que de costume.
— O que você quer? - Pergunta o loiro de olhos verdes e feições entristecidas cuspindo sangue na poltrona sem tirar os olhos de seu agressor - Eu já disse tudo qu sabia.
— Não quero saber de nomes, isso tenho quem pode arrumar, quero saber onde fica a base de Harry Dustin e quero me diga onde está o grupo de refugiados, o novo grupo que ele tenta resgatar.
— Não sei de quem você está falando - Contradiz Alex balançando a cabeça em sinal de negação, o que faz o homem sorrir com frieza antes de meter três fortes socos, que amassam seu rosto com barulhos perturbadores semelhantes a um açougueiro trabalhando sua carne.
— O descendente de Ezio Auditore e a base onde irão abrigá-lo - Repete o homem sacando uma faca de lâmina cumprida.
— Por favor - Suplica Alex começando a chorar na frente do Templário cruel, que logo mostra sua verdadeira face. Sem pensar duas vezes, ele penetra a faca na barriga do jovem, que geme e chora desesperado sem sair do lugar, contorcendo os dedos nos braços da poltrona antes de se recompor apesar das fortes dores que o afligem.
— Ainda acha que estou de brincadeira? - Rolland ergue o olhar cheio de ódio balbuciando alguma coisa que faz o Templário sorrir - Anotem o que ele está dizendo.
— Di ra me sa fep ni ra do ka er sa ber - Em meio ao desespero, Alex prossegue o ditado de seu código conhecido pelos Templários, até que cansa e decide ficar em silêncio enquanto observa imóvel os homens vestidos de preto ao seu redor.
— Dá pra ir mais rápido, por favor? - Implora colocando a mão na ferida, então um instante depois Jade e eu pulamos do teto para o espanto geral dos Templários. Pedaços finos de concreto voam pelos móveis enquanto atravessamos nossas lâminas nos primeiros Templários a nos atacar. Logo em seguida corri para fora do lugar, indo perseguir o Templário em fuga, até que o encontro parado no quintal, analisando meu corpo antes de avançar com movimentos velozes e precisos, muitos deles me atingindo com tanto impacto que nos primeiro instantes de recuo sinto uma forte tontura me pegar desprevenido. O vento sopra depressa em minha direção e a brisa se faz a responsável por me fazer retomar o foco e olhar fixamente para o homem à minha frente.
— Você é bem treinado e veio preparado - Observei em tom de surpresa dando passos suaves na grama cortada há pouco pelo morador enquanto uma longa luta se inicia dentro da casa.
— Não sou tão arrogante quantos meus companheiros, fora que matou dois Templários de extrema importância para a Ordem, nada convencional na situação que se encontram.
— Três agora - Corrijo brandindo uma faca com uma das mãos e uma adaga com a restante.
— Tem ideia de quem sou eu?
— Nenhuma - Confesso sem interesse em continuar com aquela discussão.
— James Stonenberg - Declara o sujeito sorrindo friamente, e é quando me lembro da última vez que olhei a lista dos alvos Templários de Harry. O primeiro nome da lista era James Stonenberg. Isso significa que em uma noite eu poderia despachar dois alvos da lista, reduzindo significativamente o tempo para derrotar ao Templários.
— Então você tem os segredos mais obscuros dos Templários - Afirmei abaixando o capuz para revelar meu rosto suado e cheio de pequenas cicatrizes, encarando o homem que deveria matar.
— Tenho muitos segredos, mas se essa enrolação toda é para que eu os conte sugiro parar de perder seu tempo e começar a me atacar agora. Eu não vou te dizer nada, não importa o que faça. Diferente dos outros Templários que você matou, não sou um idiota ganancioso almejando poder. Sou um homem íntegro que passou a vida se dedicando à Ordem, sem questionamentos e sem qualquer misericórdia. Antes da família, antes dos amigos, antes da vida, antes de tudo sempre vem a Ordem.
– Já estou cansado desse teatrinho de vocês - Confessei dando um passo à frente, então James toma impulso e voa em minha direção com as mãos limpas, se esquivando de chutes e golpes de faca por mim dados com uma facilidade admirável apesar de seu grande porte. Com suas mãos pesadas ele tenta acertar mais socos, mas desta vez tinha ciência de sua força e não pretendia subestimá-lo tão facilmente. Pulando na parede e fazendo uma acrobacia no ar para distraí-lo, tento revidar com a mão que segura a adaga, mas ele voa mais alto do que eu esperaria de alguém daquele tamanho, acertando um chute no meu peito. Caio abatido no chão, me levantando com certa dificuldade em meio a praguejos enquanto Stonenberg pula a cerca da casa de Alex com a leveza de um cavalo, me levando a concluir que aquele não era um Templário qualquer. Enfim o desafio que tanto esperei. Usando meu poder para não perde-lo de vista, alcançei James pouco depois, jogando o peso do meu corpo para cima dele com o intuito de derrubá-lo. Consigo o que quero antes de pousar no chão com uma rápida manobra, mas tão rápido quanto cai Stonenberg se levanta, lançando golpes em um momento que me encontrava desprevenido, então sou atingido diversas vezes para meu próprio azar. Me levanto do chão ás pressas para desviar dos próximos ataques, mesmo que a ardência do tórax tentasse me atrasar, então cortei alguns pontos do braço e laterais do corpo do Templário, que me encara com o rosto vivo, sem demonstrar nenhum tipo de fraqueza antes de partir para cima de mim. Ele apara golpes com maestria enquanto usa os joelhos para acertar golpes na virilha e outros pontos das pernas, visando tirar meu equilíbrio antes do golpe final, o que significava que não podia mais lutar, ao menos não daquele jeito.
– Você acha mesmo que pode me vencer, senhor Azhiph? Acha que sou um qualquer treinado por um zé ninguém que se diz Templário? Acha que sou um rico estúpido que pensa lutar por uma causa verdadeira quando na verdade não passa de um idiota perdido e assustado? - Nesse instante me concentro e logo em seguida Stonenberg se torna uma lesma ao pasos que eu me torno tão veloz quanto o animal mais rápido. Em questão de segundos fatio o peito do Templário, que cai pasmo no chão, passando a mão no corpo para acreditar que aquilo estava acontecendo de verdade.
– Agora você vai me dizer quem é o traidor que vocês implantaram na Irmandade - Declarei segurando James pelos cabelos curtos e lisos de sua cabeça quadrada, por onde muito suor esvai em meio à sua morte.
– Se esqueceu do que eu disse antes, garoto? - Soltei seus cabelos antes de encarar a lâmina oculta em meu pulso, pensando em alguma alternativa que pudesse usar contra o homem. Lembrando de tudo que aprendi quando fui inserido no Animus, decido usar meu poder novamente, mas desta vez me concentro no que eu queria saber, o passado de Stonenberg. Coloco a mão em seu peito exposto e aperto com força. A princípio tudo ocorre normalmente, as luzes amarelas alaranjadas substituindo os arredores, até que um baque surdo me atinge de súbito, antes de uma luz arrebatadora sair da mente de Stonenberg e vir de encontro à minha. Tudo se torna branco antes de eu ver uma série de imagens de diversos momnetos da vida do sujeito, desde a infância até ali. Seu pai era um idiota Templário, nada relevante dentro da Ordem, então James deicidiu que com ele seria diferente. Vejo imagens mais recentes que ainda eram antigas o suficiente. Vejo um homem de cavanhaque prateado e capuz cobrindo o rosto cortando a garganta de duas mulheres, uma jovem demais para ser chamada de tal forma. Tento não sair daquela cena, pois o rosto me parece familiar, então lembro que não era por aquela razão que estava fazendo aquilo, então retomo a consciência e tiro minha mão do peito de Stonenberg, me espantando com a agonia que o homem sentia depois do que acabara de experimentar.
– Samira, Bárbara, Julien - Falei com seriedade, o que faz uma lágrima se prender nos olhos do Templário, que agora sabe não haver escapatória, esse seria seu derradeiro momento.
– Não repita esses nomes - Suplica tentando impedir em vão a saída do sangue com as mãos enormes.
– Achei que o nome da família não fosse relevante perto do objetivo da Ordem - Comentei com frieza, mas ele me encara revoltado com o rosto vermelho.
– Não tem como você saber esses nomes. Não tem como ninguém saber disso.
– Nem eu sei o que acabou de acontecer - Afirmei estupefato com a nova habilidade descoberta.
– Como assim? Estamos aqui faz minutos, não? - Nesse momento percebi que, para James, nada havia acontecido. As lembranças dos últimos instantes se deterioraram de sua memória, o que me deixou mais espantado ainda.
– James, não quero ter de fazer nenhum mal a eles, mas você precisa me ajudar - Peço com calma me abaixando para olhar em seus olhos.
– Não se preocupe, agora nada mais tem importância. Vou morrer de qualquer forma, não fará diferença se você vai saber ou não do que estou prestes a contar - Ele respira fundo para suportar a dor lancinante em seu peito, então me encara arrependido - Sua luta não vale a pena quando você não passa de um peão no jogo dos outros, mas isso pode mudar se souber pelo que está lutando. Ninguém vai te dizer a verdade, você terá de descobrir sozinho. Para descobrir a verdade, sugiro que volte ao Animus e reencontre seus ancestrais.
– Como farei isso? - Questionei intrigado com as palavras dirigidas a mim por alguém que há poucos minutos me espancaria até a morte.
– Há bases da Abstergo abandonadas, o que não significa que o equipamento abandonado não funciona mais. A matéria-prima ainda está em você - Ele suspira e começa a gemer de dor, então pega minha mão, apontando meu pulso em direção ao seu pescoço - O traidor é - Antes que possa dizer, três balas atingem seu peito em cheio, rasgando músculos e espalhando sangue por todos os cantos, inclusive em meu rosto. Limpei o sangue incrédulo antes de me virar na direção de onde os disparos tinham vindo. Uma forte tontura me atinge, mas seguro a sensação enquanto novamente me concentro para visualizar o matador com o auxílio de meu poder. Assim, deixando o corpo moribundo de James Stonenberg para trás, corri por vários quarteirões ignorando uma série de dores que atingiam todo o corpo, gastando a pouca energia que me resta para perseguir o atirador. Ele vira uma esquina, pulando em um muro alto antes de me encarar com seu rosto bronzeado coberto por um capuz preto. Subitamente ele cai na minha frente com um ferimento na perna, o que o faz agonizar horrores enquanto se abate inutilmente no chão. Retiro seu capuz e me afasto tamanho o susto que tomei. Nathan pula do muro e aponta sua pistola para Elias, cujas lágrimas de dor escorrem dos olhos para o casaco enquanto dirijo meu olhar de um para o outro, tentando ignorar o quanto estava errado o tempo todo.


Notas Finais


Diferente do que nosso protagonista esperava, Elias é o traidor da Irmandade. E agora? Como os Assassinos lidarão com essa notícia? Como isso vai mudar sua batalha a essa altura do jogo?


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