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História A Christmas surprise - Merry Christmas


Escrita por: elmaxswanmills

Notas do Autor


Heey, pequenos gafanhotos, como estão?

Sei que ainda falta um tempo para o natal, mas mesmo assim resolvi postar essa one fofíssima.

Espero que gostem. >.<

Capítulo 1 - Merry Christmas


— Regina, você não pode ir sozinha enfrentar o Gold e a Rainha. – Eu implorava a ela com minhas mãos em seus ombros.

 

— Eu preciso, Emma. Não vou deixar que se sacrifique por mim novamente e isto não está aberto à discussão. – Ela desviou o olhar e notei que seus olhos estavam marejados. Droga! Eu odiava quando ela ficava daquele jeito.

 

— Eu não posso deixar que você saia daqui. – Em um impulso toquei seu queixo a fazendo olhar para mim. — Eu não posso deixar que se arrisque, não posso arriscar que Henry perca você. Eu não posso perdê-la.

 

Seus olhos se arregalaram em confusão. De soslaio eu via Killian, minha mãe, Zelena e Belle prestando atenção em nós, mesmo que tentassem disfarçar. Regina me olhava como se esperando que eu dissesse algo mais, mas o que eu poderia dizer? Ficamos nos olhando por quase um minuto e então ela fez menção de se afastar de mim, como se tivesse desistido de esperar por algo que eu não seria capaz de dizer.

 

— Emma eu não enten… – Antes que ela pudesse concluir a frase eu a beijei. Eu precisava fazer aquilo, de algum modo ela precisava saber por que eu não podia perdê-la.

 

Não foi nenhum beijo daqueles de cinema, foi algo bem simples na verdade. Quando senti seus lábios contra os meus e não senti suas mãos me afastando ou meu corpo voando pela sala eu resolvi ir adiante. Segurei seu rosto entre minhas mãos e aprofundei o beijo. Ao contrário do que imaginei, ela não me afastou. Ao invés disso senti suas mãos em minha cintura, como se me mantivesse no lugar. Enquanto a beijava eu senti como se tudo ao nosso redor estivesse se movendo em câmera lenta. Uma onda quente e acolhedora se espalhou pela sala e em seguida eu senti como se nossas magias estivessem se fundindo e se espalhando por toda a cidade. Beija-la era como uma tarde de verão e eu não queria que se acabasse, mas a voz de Henry me despertou e mesmo relutante eu interrompi o beijo. Permanecemos paradas no mesmo lugar, as testas juntas, nossos olhares conectados como sempre acontecia e nossos sorrisos tímidos, explosivos, um misto de tantos sentimentos que nenhuma das duas ousava dizer algo. Ouvi meu pai chamando por minha mãe e nesse momento finalmente resolvemos sair de nossa bolha e olhar ao redor. David nos olhava confuso, Mary exibia um sorriso tão grande que pensei que seu rosto se rasgaria, Henry apesar de parecer um pouco confuso exibia um sorriso satisfeito, Zelena sorria, mas se esforçava para manter a pose de que nada a abalava enquanto ao seu lado Belle sorria tão intensamente que acabei sorrindo de volta para ela.

 

— O que eu perdi? – A voz sonolenta e confusa de meu pai nos fez olhar em sua direção.

 

— O verdadeiro amor é a magia mais poderosa de todas. Pode quebrar qualquer maldição. – Killian parecia dizer aleatoriamente. — Já era hora, Swan.

 

— O momento está comovente, mas ainda temos um senhor das trevas e a minha irmã do mal para enfrentar. – Zelena se levantou ficando diante de Belle e dizendo algo que não pude ouvir pois nesse momento senti a mão de Regina em meu rosto.

 

— Eu não sei explicar como, mas sinto que a minha parte má voltou ao lugar de que nunca deveria ter saído. – Vi que me olhava preocupada e não entendia porque.

 

— Você quer dizer que a Rainha voltou para dentro de você? – A olhei buscando ler suas expressões.

 

— Receio que sim. – Regina corou e baixou seu olhar por um momento voltando a me encarar em seguida. — Eu vou entender se não quiser…

 

Coloquei meu dedo sobre seus lábios para que ela se calasse e sorri tentando acalma-la. Como ela poderia pensar que eu mudaria de ideia só por causa disso? Nós tínhamos que ter uma séria conversa quando as coisas se acalmassem.

 

— Isso é um problema para você? – Sua voz me despertou enquanto eu pensava em algumas possibilidades.

 

— De modo algum. – Acariciei seu rosto e depositei um beijo rápido em seus lábios. — Eu sei que temos muito sobre o que conversar, mas por hora o que você precisa saber é que eu amo cada parte de você.

 

Ela sorriu de um modo que eu nunca tinha visto, nem mesmo com Henry e isso enviou pequenas faíscas de alegria pelo meu corpo. Caminhamos até meus pais e enquanto conversávamos brevemente com eles sobre irmos com Zelena enfrentar o Senhor das Trevas, um grito irritado chamou nossa atenção. Belle olhava para o espaço vazio à sua frente com um misto de medo e preocupação e ouvi Regina resmungar ao meu lado. Nos levantamos e desaparecemos em sua fumaça em seguida, aparecendo ao lado de Zelena que estava parada diante da loja de penhores do Gold.

 

— Porque não nos esperou? – Regina revirou os olhos enquanto a irmã encarava a entrada da loja.

 

— Vocês estavam ocupadas e eu não quis estragar o momento. – Ela respondeu nos olhando de canto.

 

— Sabe, se você morrer enfrentando o Senhor das Trevas ela nunca saberá o que sente. Além do mais, você tem uma filha que precisa da mãe. – Regina respondeu alternando seu olhar entre a irmã e a porta da loja.

 

— Ela jamais saberá. – Zelena virou-se para nós finalmente. — E se eu morrer enfrentando o Senhor das Trevas ao menos terei feito algo de bom, não apenas por ela, mas por minha filha e por você também.

 

— Não quero interromper esse papo família, mas de quem exatamente vocês estão falando? – Regina me olhou como se não acreditasse na minha pergunta e Zelena apenas fez uma careta e desviou seu olhar.

 

— Sua namorada é bem lerda para quem é a Salvadora.

 

— Ela não é minha namorada. Ainda. – A resposta de Regina fez meu coração bater ainda mais acelerado e eu só soube sorrir.

 

Nossa pequena discussão durou mais alguns minutos enquanto Regina tentava arrancar da irmã qual era o plano para deter Rumplestiltskin e ela contou que após ele ter pedido a Evil Queen para matá-la elas resolveram finalmente encontrar um meio de pará-lo. A primeira opção seria simplesmente mata-lo e isso tornaria uma das duas a nova Senhora das Trevas, mas por causa da filha e de um amor que eu ainda não sabia qual era, Zelena descartou essa ideia e foram atrás de outra. Após pesquisarem e alguns contatos, elas descobriram um meio de eliminar Rumplestiltskin sem que um novo Senhor das Trevas surgisse e iríamos tentar colocar esse plano em prática. Zelena contou que a Evil Queen ainda tinha em seu poder o frasco com a água do rio das almas que Gold trouxe do Submundo e que elas conseguiram um frasco de tinta de polvo. O plano era imobilizar ele com a tinta e em seguida dar a ele um pouco da água. O restante seria aplicado em sua adaga e assim nos livraríamos dos dois sem maiores problemas.

 

Quando voltamos para o apartamento de meus pais eu fui conversar com Hook e colocar um fim em nosso relacionamento. Surpreendendo a todos ele disse que sempre soube o que eu sentia por Regina, mas que não podia me forçar a nada, isso deveria ser uma decisão minha e que ele sabia que se me pressionasse para admitir o que eu senti por ela eu acabaria por me afastar de todos e ele estava certo. Após nossa conversa ele foi até Regina e a chamou para um canto mais afastado. Eu sabia que eles tinham uma longa e conturbada história que vinha de muito tempo atrás e como todos estavam em busca de um novo começo, seria bom que tudo fosse devidamente resolvido. Deixei a casa em que estávamos vivendo para ele e voltei para o apartamento de meus pais. Henry dividia suas semanas entre lá e a casa de Regina. Belle passou a morar com Zelena e ambas estavam aprendendo a serem mães, a lidar com os desafios de cuidar de um bebê.

 

Senti as mãos de Regina em minha cintura e seu rosto em meu ombro, isso despertou-me das lembranças daquele dia. Virei meu rosto de modo que meus lábios encontrassem os seus em um beijo rápido e carinhoso.

 

— No que estava pensando? – Ela perguntou ainda abraçada a mim.

 

— Estava me lembrando do dia em que fiz a melhor coisa da minha vida. – Sorri virando-me completamente para ela e a envolvendo em um abraço. — E que esse é o nosso primeiro natal sem monstros ou vilões à solta por aí. O primeiro que iremos passar como uma família de verdade. Completa e em paz.

 

— Dá para acreditar nisso? – Regina riu e meu mundo se encheu de luz.

 

— Nem parece que já se passaram seis meses desde então. – A beijei e em seguida a puxei pela mão para a cozinha. Eu estava faminta e sabia que tinha torta de maçã no forno.  — Minha mãe não para de falar sobre nosso primeiro natal como uma grande família. Às vezes acho que ela está mais ansiosa do que eu.

 

— Ah, meu amor, você definitivamente não tem ideia de como sua mãe pode ser as vezes. – A gargalhada de Regina preencheu a cozinha e meu coração.

 

Devorei metade da torta de maçã que ela havia feito na noite passada e depois fui para a casa de meus pais pegar Henry para irmos as compras dos presentes de natal. Regina disse que iria para a casa de Zelena pois precisava conversar com ela sobre alguns assuntos da prefeitura e nos encontraríamos mais tarde. Ao chegar no apartamento dos meus pais acabei me juntando a eles para um segundo café da manhã.

 

— Regina não está te alimentando direito? – Mary perguntou enquanto observava eu colocar mais uma panqueca no meu prato e cobri-la com calda de chocolate.

 

— Oh, não, ela me alimenta muito, muito bem. – Respondi colocando um pedaço generoso na boca. — Mas quando cheguei aqui e vi as panquecas, não resisti.

 

— Emma, essa já deve ser a sexta panqueca que você come em menos de quinze minutos, tem certeza que Regina não está negando comida a você? – Meu pai perguntou enquanto virava a massa na frigideira.

 

— Regina não nega nada a mim. E nem eu a ela. – Só ao ver as expressões de Henry e minha mãe é que me dei conta de como a frase soava. — Digo, ela faz tudo que eu quero.

 

— Meu bem nós já entendemos. – Meu pai colocou outra panqueca em meu prato e trocou um rápido olhar com Mary. — Não precisa se explicar.

 

Dei um sorriso amarelo para eles e voltei a comer. Da primeira vez que David fizera panquecas para mim eu brinquei com ele dizendo que era a Salvadora e não um lutador romano e hoje mal consigo parar de comer suas panquecas.

 

Hook e Aladdin nos ajudavam na delegacia e embora não acontecesse nada demais na cidade, era bom ter mais gente para revezar os turnos e desse modo meu pai conseguia passar mais tempo com Mary e Neal e eu com Regina e Henry. Jasmine seguiu como professora ajudante da minha mãe e recentemente Zelena abrira um portal para que Granny pudesse ir visitar Ruby e Dorothy em Oz. Regina, Zelena e eu refizemos a proteção ao redor da cidade para evitar visitantes indesejados como Greg e Tamara uma vez foram, mas ao contrário do feitiço anterior, desta vez qualquer habitante poderia ir e vir quando quisesse. Ella e a irmã passaram a cuidar da creche e Thomas cuidava do abrigo para animais junto com Liam, o irmão de Killian. A pedido de Belle nós fechamos a loja de Gold com magia de sangue e assim tudo que pudesse causar danos a vida das pessoas era mantido longe. Aos poucos a vida de todos foi voltando ao normal e fomos nos acostumando com as mudanças.

 

— Henry disse que precisa de um novo computador para os trabalhos da escola. – Eu estava deitada com Regina e ela descansava a cabeça em meu colo enquanto eu acariciava seu cabelo. — Acho que talvez possamos dar um novo a ele.

 

— É... eu acho que sim. – Ela se virou ficando cima de mim e me encarando por alguns segundos em silêncio. — Quando ele a trouxe para cá eu quis explodir o computador dele, mas pensando bem, ainda bem que ele o fez.

 

Ela sorriu e antes que eu tivesse chance de responder seus lábios estavam pressionados contra os meus em um beijo intenso. Fazia aproximadamente dois meses que estávamos juntas e toda vez que ficávamos sozinhas ela recuava quando as coisas ficavam mais intensas e eu não entendia o porquê. Quando novamente ela parou minhas carícias e rolou para o lado eu me virei para ela e a olhei em silêncio por alguns minutos, tentando descobrir qual era o problema, mas era inútil e aquilo já estava me consumindo. Não porque eu era uma adolescente que não conseguia controlar os seus desejos ou algo assim, mas eu realmente não entendia porque ela sempre recuava e estava começando a pensar que o problema era eu e ela deve ter percebido isso.

 

— Emma, desculpe-me, não pense que eu não quero você, é só que... – Ela se sentou na cama e eu a acompanhei, esperando que ela prosseguisse. — Quando eu era a Rainha Má, na Floresta Encantada, eu acabei adotando uma espécie de personalidade, entende? As coisas que eu fazia, como eu fazia, davam a falsa sensação de que eu era inatingível, de que daquele modo ninguém poderia me machucar novamente, mas eu não me orgulho disso. Eu usei pessoas, eu manipulei, eu fiz coisas terríveis e só depois que nos conhecemos, depois que me dei conta do que eu sinto por você é que consegui perceber o quanto eu errei. Eu quero você, quero mais do que tudo, mas eu não me sinto dign...

 

Antes que ela pudesse terminar a frase eu a calei com um dedo. Ouvi-la dizer tais coisas fez parecer que uma mão invisível tinha adentrado meu peito e estava esmagando meu coração lentamente. Como ela podia pensar aquilo? Depois de tudo que passamos, depois de tudo que ela enfrentou, do tanto que mudou...

A tomei em meus braços e a envolvi em um abraço apertado. Sentia suas lágrimas molhando o tecido da minha camisa e aquilo estava me despedaçando. Quando ela se acalmou eu levei minha mão ao seu rosto fazendo com que me olhasse. Seus olhos estavam vermelhos, seu rosto marcado pelas lágrimas e meu coração em pedaços. Beijei suas bochechas por onde suas lágrimas haviam descido e em seguida dei um beijo rápido em seus lábios.

 

— Gina, jamais repita isso. – Eu mal reconheci minha voz e pelo jeito ela também não. Eu estava falando com ela tão suavemente como jamais havia falado com alguém. — Você é a mulher mais incrível que eu conheço. Eu sei que você fez coisas que ainda a machucam e a atormentam, mas eu estou aqui, eu estou com você e sempre estarei. Nós não podemos mudar as coisas que aconteceram e na verdade eu não mudaria nada, pois se tivesse sido diferente talvez não estivéssemos aqui hoje. Se lembra quando nos beijamos a primeira vez, o que eu disse para você?

 

— Que você ama cada parte de mim. – Ela respondeu com a voz rouca.

 

— Isso mesmo. – Acariciei seu rosto novamente, nossos olhares presos como sempre acontecia. — Desde que eu descobri o que eu sentia, eu soube que amaria cada parte sua, pois, todas as partes, boas ou ruins, faziam parte da mulher que eu amo.

 

— Terra para Emma. – A voz de Henry me despertou e me deparei com os três me encarando.

 

— O quê? – Terminei minha panqueca enquanto Henry e minha mãe apenas balançavam a cabeça negativamente.

 

— Nada. – Ele respondeu se levantando. — Vamos, mãe, o dia será longo hoje.

 

Após terminarmos o café peguei Henry e fomos atrás de presentes para todos, embora eu não soubesse bem o que poderia dar nem mesmo para os meus pais. Nós fomos até a cidade vizinha na tentativa de encontrar algo para todos pela terceira vez. O natal estava cada vez mais próximo e eu ainda não havia comprado nada para ninguém. Regina não falava nada, mas eu sabia que ela estava apreensiva sobre essa reunião em família e por mais que eu tentasse dizer a ela que tudo sairia bem, compreendia seu medo. Desde que nos conhecemos nunca tivemos paz por muito tempo, sempre apareciam problemas, monstros ou vilões para combatermos e não estávamos muito acostumados a tanta tranquilidade. Nos primeiros meses acho que todos ficamos esperando que algo novo acontecesse. Algum novo vilão, que Gold voltasse de algum modo para se vingar, ou que Jafar conseguisse se libertar novamente, qualquer coisa, mas parece que finalmente nossas vidas haviam encontrado dias de paz.

 

Regina e eu decidimos ir com calma no início. Aos poucos voltamos ao ritmo de trabalho normal e aos finais de semana eu ia para sua casa, as vezes com Henry junto, as vezes apenas só nós, as vezes eu a arrastava para a casa de meus pais ou íamos visitar Belle e Zelena. Certa vez ela me levou ao haras que mantinha na parte mais afastada da cidade e o lugar era simplesmente lindo. Passamos um final de semana lá e ela me contou sobre quando eu caí no portal para salva-la do sugador de almas, que Victor trouxera Daniel de volta a vida e que mais uma vez ela teve que vê-lo partir e desde então nunca mais havia pisado lá, mas que comigo ao seu lado ela sentia que talvez fosse hora de voltar a frequentar um de seus lugares preferidos. Era incrível como mesmo depois de tantos anos eu ainda descobria coisas sobre ela, coisas que me fascinavam, coisas que me faziam querer matar cada um que ousou feri-la, independente de como, mas haviam boas lembranças também. Estavam apenas enterradas debaixo de muita dor e fiquei feliz que estivesse conseguindo ajudá-la a recupera-las.

 

— Mãe. – A voz de Henry me despertou me fazendo olhar ao redor. — Vai ficar parada o dia todo aqui ou vamos entrar e seguir com a surpresa para a minha outra mãe?

 

— Você tem razão. – Baguncei seus cabelos e saímos do carro.

 

Parei novamente quando chegamos a porta da clínica. Senti a mão de Henry em meu ombro em um aperto leve, como se me incentivando em silêncio e assim entramos. Segui para a recepção e depois fomos até a sala da médica que eu havia procurado da outra vez em que estivemos lá. Em poucos minutos ela adentrou a sala com um envelope branco e o entregou a mim.

— Parabéns, senhorita Swan.

 

— Eu estou? Eu vou...? – Eu mal conseguia acreditar que aquilo era verdade. Olhei para o lado e o sorriso de Henry se alargou ainda mais me fazendo lembrar de Regina.

 

— Mãe, vocês vão ter um bebê! – Ele se jogou em meu colo me envolvendo em um abraço apertado.

 

Senti minhas lágrimas descerem silenciosas e as dele molhando minha camiseta. A médica passou todas as informações necessárias até ali e depois pegamos a estrada de volta para Storybrooke. Deixei o envelope no carro pois era o único lugar em que eu tinha certeza de que ninguém encontraria. Não queria contar para ninguém antes de Regina e se levasse para a casa de meus pais eles fariam um verdadeiro interrogatório. Deixei Henry com eles e fui para a mansão. Regina havia me convidado para morar com ela depois de alguns meses que estávamos juntas e me pareceu a coisa certa a se fazer.

Nessa última semana parece que o inverno finalmente chegara e as ruas, casas e comércios estavam cobertos de neve deixando a cidade ainda mais bonita. Quando Regina criou Storybrooke, ela pode até ter feito na intenção de deixar as pessoas infelizes e talvez tenha conseguido por um tempo, mas ninguém podia negar que a cidade era linda e aconchegante. Aproveitei que Regina ainda não estava em casa e fui preparar nosso jantar. Henry iria ficar com meus pais e mesmo deixando para contar a novidade a Regina apenas na noite de natal, seria bom passar essa noite com ela. Enquanto cozinhava não pude deixar de me lembrar de quando descobri que estava grávida de Henry e em tudo que aconteceu desde então. Pensar em criar um bebê com Regina ao meu lado me fez sorrir e cantarolar pela cozinha enquanto preparava a minha especialidade; macarrão com queijo e molho branco. No final da tarde fui busca-la na casa de Zelena e depois do jantar fomos dar uma volta pela cidade, apesar da neve espalhada pela cidade o clima estava agradável e bom para uma caminhada.

 

(...)

 

— Quando vocês viviam na Floreta Encantada, – Perguntei atraindo a atenção de Regina imediatamente. Eu evitava perguntar coisas daquela época pois sabia que as vezes poderia ser realmente doloroso para eles, mas estava curiosa quanto a isso. — Como era nessas épocas? Vocês comemoravam essas datas ou eu não sei...

 

— Não exatamente. – Ela se aproximou e sentou-se no meu colo sorrindo ao sentir meus braços rodeando sua cintura. — Nós não comemorávamos essas datas, mas haviam os bailes, as festas, geralmente eram feitos em ocasiões especiais, comemorações e coisas assim. Planeja-los levava meses e eu queria deixar sua mãe perdida na floresta cada vez que ela inventava um baile novo.

 

— Minha mãe não era uma pessoa fácil, não é mesmo? – Eu adorava ouvir o som de sua gargalhada, de sua risada, da sua voz. Tudo que vinha de Regina me encantava.

 

— Não, mas eu também não estava em minha melhor fase, então... – Regina se ajeitou em meu colo e ficou brincando com meu cabelo. — Os bailes sempre foram ótimos. Haviam jogos ao ar livre, sessões de leitura, músicos e outros artistas vinham até o castelo para se apresentarem, muita comida e bebida também. Porque a pergunta?

 

— Apenas curiosidade. – Dei de ombros e capturei seus lábios em um beijo.

 

Ficamos ali por um bom tempo. Conversamos sobre a comemoração que estava sendo planejada para este natal, as pessoas que estariam presentes, comidas e presentes. O barulho da porta sendo aberta despertou nossa atenção e nos deparamos com Henry.

 

— Ao menos vocês estão vestidas dessa vez. – Ele deu um sorriso de canto e se aproximou de nós dando um beijo em cada uma.

 

— Garoto, olha como você fala. – O repreendi, mas nós três sabíamos que não era para valer.

 

— Desculpe, mas quem precisou de sessões com o Archie foi minha vó e eu. – Ele riu e se juntou a nós no sofá. — O que estão fazendo?

 

— Esperando você ir até a cozinha e trazer nosso sorvete. – Dei meu melhor sorriso para ele que apenas revirou os olhos e seguiu para a cozinha. — O meu com calda de caramelo!

 

— Você está engordando, meu amor. – Regina se virou para mim com um sorriso divertido. Mal sabia ela o motivo disso. — Será que não estou passando exercícios o suficiente para você?

 

— Mãe, eu consigo ouvir você! – O tom divertido de derrota na voz de Henry fez com que nós duas caíssemos em uma gostosa risada.

 

Logo ele estava de volta a sala com três taças de sorvete de baunilha com calda de caramelo para mim e de chocolate para Regina e ele. Passamos parte da noite assistindo filmes e não conseguíamos nos impedir de rir com as reações de Regina diante de algumas cenas.

 

— Esse cara não se cansa de falar palavrão ou fazer piadas sobre sexo? – Ela se virou para mim com um olhar indignado após vinte minutos do início de Deadpool. — Emma, como você deixa nosso filho assistir esse tipo de filme?

 

— Mãe, eu já tenho idade o suficiente para ver esse tipo de filme, além do mais, está bem leve em relação aos quadrinhos. – Henry respondeu sorrindo e fazendo aquela cara de cão que caiu da mudança.

 

Ficamos esparramados no sofá assistindo o filme e antes de subirmos para o quarto resolvi fazer mais um lanche recebendo um olhar incrédulo de Regina.

Acordar ao lado dela era uma das melhores coisas que haviam na vida e eu não trocaria isso por nada.

 

(...)

 

Com a ajuda de Zelena eu fui até Arendelle para pedir uma coisinha a Elsa e ela e Anna ficaram muito felizes em poder ajudar. Certa noite minha querida cunhada abriu o portal e elas vieram até a cidade e Elsa congelou um lago para que pudéssemos patinar e as convidei para ficarem na cidade por alguns dias. Elas aceitaram o convite animadas e no dia seguinte fomos todos almoçar juntos e aproveitamos para fazer um resumo do que aconteceu depois que elas partiram de volta para o reino delas. Agora as irmãs tinham um amigo, um boneco de neve chamado Olaf e ele estava sendo a minha diversão. Eu parecia mais criança do que Henry e a filha de Ella quando ele estava por perto, o que acaba sendo motivo de muitas piadas vindas de Zelena. Regina ficou surpresa ao ver as irmãs na cidade e quando me perguntou qual era a ocasião eu disse que fazia parte do meu presente de natal para ela e como sempre, ganhei um olhar desconfiado em troca.

Após o almoço nós fomos para o local onde Elsa havia congelado o lago e depois de certa insistência Regina calçou os patins e eu a segurei para ajudá-la a se equilibrar enquanto deslizávamos para o centro da pista.

 

— Eu não sei como vocês conseguem se equilibrar em cima disso. – Ela resmungou vendo Henry deslizando de um lado para o outro com facilidade acompanhado de Anna e do boneco de neve. — De quem foi essa ideia?

 

Eu fazia o possível para me manter concentrada e não rir, mas ver Regina daquela maneira, tão adorável em seus passos incertos sobre o gelo, tentando manter a pose se tornava impossível.

 

— Eu posso sentir você rindo, Emma, e se você não parar eu juro... – Regina se soltou e tentou se virar para mim e nesse momento ela acabou se desequilibrando e caindo.

 

Sua expressão não foi de dor, mas sim de irritação. Regina não aceitava ser menos do que perfeita e fazer algo e falhar diante dos outros não era algo que ela gostasse muito. Eu me esforcei para não rir, mas ao ver seu olhar em minha direção isso foi inevitável e lá estava eu, explodindo em uma risada e antes que eu me desse conta meus pés estavam no ar e eu estava sentada no gelo diante dela com uma expressão indignada.  

 

— Mães! – Henry patinou até nós sem saber qual das duas ajudar primeiro. — Vocês estão bem?

 

— Sim, querido. – Regina tentava se levantar sem obter muito sucesso e eu não conseguia tirar os olhos dela.

 

Henry patinava em sua direção e sem que eles percebessem eu movi meus dedos o fazendo cair também e enquanto Regina o olhava apavorada ele explodiu em uma gargalhada. Ela apenas balançou a cabeça negativamente enquanto eu engatinhava até ela para ajudá-la a se levantar.

 

— Não que eu não aprecie essa posição vinda de você, mas preferia que deixasse para pratica-la apenas quando estivermos a sós. – Regina murmurou quando em aproximei fazendo com que meu corpo praticamente se incendiasse. Deus! Ainda bem que eu não era o Tocha Humana. — Eu não gosto de outras pessoas olhando para o corpo da minha garota.

 

Sem responder apenas nos envolvi em minha fumaça e nos tirei dali nos transportando direto para nosso quarto na mansão. Antes que ela reclamasse das roupas molhadas ou que nos machucássemos com os patins eu movi minhas mãos e nos livrei disso tudo. Eu estremecia cada vez que a via nua, era como se eu estivesse vendo algo incomparável, poderia ficar perdida por minutos e minutos apenas a olhando com a mesma cara de boba sempre. Sua voz perguntando se eu ia fazer algo ou apenas olha-la me despertou e então eu cobri seu corpo com o meu capturando seus lábios em um beijo urgente. Suas mãos exploravam meu corpo e arranhavam minha pele sem dó. Nossos corpos se enrolavam no lençol numa bagunça de pernas, braços, línguas e gemidos, incendiando cada parte de mim como só ela sabia fazer. Quando finalmente nossos corpos caíram exaustos na cama e ela descansou a cabeça em meu peito a ouvi rir baixo.

 

— O que foi? – Inclinei minha cabeça na tentativa de olha-la.

 

— Pensei que a intenção era ter uma aula de patinação hoje. – Ela riu e depositou um beijo em meu pescoço.

 

— Nós teremos tempo. – A abracei e distribuí beijos por seu rosto. — Não é como se o lago fosse descongelar sem que a Elsa o faça.

 

(...)

 

Elsa, Anna e o boneco de neve haviam voltado para Arendelle para comemorarem o natal com os moradores do reino e eu finalmente havia conseguido comprar os presentes de todos. Regina e eu compramos um novo computador para o Henry e os dois me ajudaram a escolher presentes para os meus pais. Nós três escolhemos juntos também os presentes de Belle e Zelena e de Killian e seu irmão. Para os demais eu deixei que meus pais escolhessem, afinal eles os conheciam muito bem.

 

Era noite de natal e estávamos todos reunidos na mansão. Zelena, Belle, as crianças, meus pais, Killian e Liam, Ella, Thomas e a filha, Aladdin e Jasmine, os anões e creio que metade de Storybrooke também. Apenas Granny não estava presente pois ela ainda não havia voltado de Oz. Eu estava tentando não transparecer meu nervosismo e cada vez que eu falhava eu ficava feliz por pensarem que o motivo era a nossa primeira reunião de família. Quanto mais o momento de trocar presentes se aproximava mais nervosa eu ficava e para ajudar estava evitando beber o que causou certa desconfiança em Regina. Ela sabe o quanto eu adoro uma cerveja e já era quase meia noite e eu não havia bebido uma gota de álcool que fosse. Perto da meia noite eu caminhei até a grande árvore de natal que nós havíamos montado na sala peguei um embrulho e dei um olhar discreto para Henry enquanto me dirigia para o centro da sala e chamava a atenção de todos. Eu não gostava muito de ser o centro das atenções em ocasiões especiais, mas Regina merecia aquilo. Quando vi Henry entrar e parar atrás de todos segurando o envelope nas mãos eu me aproximei dela, que permanecia sentada e entreguei o embrulho a ela.

 

— Ainda não está na hora dos presentes, Emma. – Regina me olhou desconfiada e eu apenas fiz minha melhor cara de cão que caiu da mudança pedindo silenciosamente para que ela abrisse o presente.

 

E assim ela o fez. Ela desembrulhou o presente sem desviar seus olhos dos meus e deve ter notado minha apreensão pois no momento em que a embalagem se fora por completo ela olhou para a caixa em suas mãos. Babá eletrônica, a melhor maneira de cuidar do seu bebê a distância – dizia na embalagem. Ela me olhou confusa por alguns segundos e quando viu Henry caminhando até nós com o envelope nas mãos acho que ela finalmente compreendeu. Regina se jogou em meus braços e eu senti as lágrimas molhando minha roupa, mas desta vez eu sabia que eram lágrimas de felicidade. Suavemente levantei o rosto de Regina e a beijei. Um beijo doce e aconchegante, uma explosão de sentimentos tão intensos quanto da primeira vez em que nos beijamos. Senti as mãos dela se emaranharem em meus cabelos e me trazer mais para perto dela, o calor de seu corpo irradiando para o meu mesmo através do grosso casaco que usávamos. Esqueci de tudo e todos ao redor e me perdi em seu beijo. Esse era diferente de todos os outros que já havíamos trocado. Talvez por ela saber sobre o bebê, talvez por tudo que estava acumulado em nossas vidas durante todo esse tempo, talvez por esse ser o novo começo de fato. Após finalmente cessarmos o beijo, permaneci abraçada a ela por alguns minutos e ouvia as vozes de meus pais enquanto enchiam Henry de perguntas. Regina encheu meu rosto de beijos e me puxou para outro abraço sussurrando em meu ouvido que aquele era o dia mais feliz de sua vida. E era o da minha também. Quando finalmente nos soltamos meus pais vieram nos cumprimentar e como era de esperar os dois choravam feito bebês. Não apenas felizes em poder acompanhar a minha gestação, mas felizes por Regina finalmente ter tudo que merecia também. Um a um os convidados vieram nos cumprimentar e depois que a euforia diminuiu trocamos o restante dos presentes. Já era tarde da noite quando finalmente fomos dormir, exaustas, felizes e completas.

 

No dia seguinte levantei cedo e preparei nosso café da manhã e o levei para Regina na cama. Ela me repreendeu pelo dia em que fomos patinar dizendo que algo poderia ter acontecido quando ela me derrubou e que ela jamais se perdoaria se fosse esse o caso e eu a tranquilizei dizendo que quando ela caiu e eu ri, já esperava que ela fizesse isso então me preparei para que nada acontecesse com o bebê. Após o café eu a arrastei para fora de casa e a levei até o haras que íamos de vez em quando. Ao chegarmos lá a levei até as baías com minhas mãos cobrindo seu rosto e paramos diante de um cavalo marrom com uma mancha branca e então deixei que ela o visse.

 

— Emma, o que significa isso? – Regina alternava seu olhar entre o animal e eu.

 

— Antes que você pense que cometi alguma loucura, eu não trouxe seu cavalo de volta do Submundo, mas após ouvir tantas histórias sobre o Rocinante e eu sei o quanto ele significa para você... – Eu não consegui terminar a frase pois ela me puxou para um beijo e novamente lágrimas de felicidade molhavam seu rosto.

 

— Parece que você nunca vai parar de me surpreender. – Ela se virou em meus braços e ficamos olhando para o cavalo que parecia tão feliz quanto ela. — Não tem como negar que você é filha dos seus pais mesmo.

 

— É uma coisa de família. – Ri divertida e meu riso se intensificou quando a gargalhada dela ecoou pelo estábulo.

 

Ficamos lá por mais algum tempo e perto da hora do almoço voltamos para casa. Henry nos esperava na sala ansioso para saber o que Regina tinha achado de seu outro presente e ela o abraçou forte agradecendo por sua participação em tudo. Nos reunimos a mesa para o almoço e mais uma vez estamos todos reunidos. Minha mãe nos encheu de perguntas sobre onde estávamos a maior parte da manhã e Regina contou feliz que havia ganho um novo cavalo, depois é claro, minha mãe nos encheu de perguntas sobre a gravidez e como tinha acontecido. Eu agradeci mentalmente que Regina deu apenas a versão resumida dos fatos ou eu iria abrir um portal para o reino tão tão distante e só voltar na minha outra vida.

No final do dia todos voltaram para suas casas e nós fomos tomar um banho relaxante antes de dormir. Eu trouxe Regina para os meus braços e a beijei suavemente, sentindo suas mãos adentrando minha camisa e sorri em meio ao beijo. Eu jamais me cansaria daquela mulher. Nossos corpos rolavam sob o lençol em sua dança sincronizada, nossas respirações ofegantes, minhas mãos explorando cada parte de seu corpo enquanto ela distribuía beijos pelo meu, seu perfume, seu cheiro, tudo nela era viciante. Quando finalmente desabamos completamente exaustas na cama eu a trouxe para meus braços novamente e tirei alguns fios de seu cabelo que estavam grudados em sua testa depositando beijos por todo seu rosto.

 

— Feliz natal, Gina. – Sorri passando a ponta do meu nariz no dela.

 

— Feliz natal, Em. – Ela acariciou meu rosto e voltou a me beijar se desfazendo de nossas roupas.

 

Nós estávamos finalmente em paz, nossas vidas estavam como sempre sonhamos e não poderíamos estar mais felizes. Ficamos olhando a neve cair lentamente através da janela enquanto estávamos aquecidas debaixo do grosso edredom até que adormecemos.


Notas Finais


E então, gostaram?

Deixem-me saber nos comentários. u_u

Nos vemos em breve. <3


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