-Bom dia meu amor ! - dizia a mulher, cujo o rosto eu não conseguia ver, feliz, olhava para mim, calma e serena. Quem era aquela mulher ? Eu me perguntava isso todas as vezes que a via.
- Vem comer, papai está nos esperando na cozinha. - a mulher me pegou no braço e levou- me para a parte de baixo da casa, onde se encontrava um homem de pele bronzeada, corpo forte e cabelos negros, mas também não conseguia ver seu rosto.
- Bom dia, amor! -beijou a mulher que me segurava - Bom dia, flor! Dormiu bem? Vem cá para eu dar um cheiro em você! - a mulher deu-me para ele e brincou comigo. Estava tudo normal e feliz. Mas logo, a cena muda.
Ouvia-se barulhos vindo da porta da frente. Alguém parecia querer arromba-la
- Abra essa porta ! Ou vou matar vocês e a criança!
Eu estava na escada observando o homem segurando segurando a porta, a mulher me pegou em seu colo e levou-me para um dos quartos onde tinha um armário, e lá me colocou.
Comecei a chorar.
- shh. Tudo bem, estou aqui.- então, ela começou a cantar uma canção de ninar, me fazendo ficar calma e parar o choro.
Logo um estrondo foi ouvido da parte debaixo da casa.
Ela colocou varias roupas em cima de mim e fechou a porta do armário, ainda havia ficado uma brecha onde conseguia enxergar o que estava acontecendo no quarto.
"Ela" voltou para a parte de baixo, ouvi tiros vindo de lá, pouco tempo depois ouvi passos na direção do quarto onde me encontrava.
A porta foi aberta com brutalidade revelando homens fortemente armados, com máscaras cobrindo seus rostos.
O casal foram lançados no chão, Pareciam feridos.
- Onde ela está ? - um deles perguntou .
O casal permaneceu calado .
O homem mascarado atirou no meu "tutor", atingindo sua perna direita o fazendo urrar de dor.
A moça logo começou a chorar desesperadamente.
- Não, por favor ! Não o mate ! - eu conseguia sentir o desespero deles.
Eles não queriam morrer, eram jovens.
- Vou perguntar de novo. Onde a criança está ? - a mulher segurou o choro e olhou para o homem com ódio, mas nada disse.
Foi desferido um tapa forte em seu rosto cortando-lhe o lábio inferior.
Comecei a chorar, o que chamou a atenção dos homens ali presentes.
- Abram o armário.
- NÃO ! - O casal gritou desesperadamente, tentaram ir até ele para impedir, mas foram segurados pelos os outros.
Assim que um deles abriu, revelou a criança que chorava em busca de um protetor.
- Não! Por favor, não a levem! O prazo ainda não acabou. Ela não está pronta ainda.- dizia a mulher chorosa.
- cale-se ! As ordens mudaram, vamos levá-la hoje.
- Não! Ela é minha !- a mulher se soltou de um deles mas foi segurado por outro.
O homem que andava em direção a porta, parou e riu com escárnio respondendo em seguida:
-Não é e nunca foi, desde o momento em que concordaram com isso.
Fui segurada gentilmente no braço, levando tapinhas leves nas costas, para que parasse de chorar .
Fui levada com aqueles homens para fora da casa escutando os gritos desesperados do jovem casal . Os gritos logo cessaram. Depois dos tiros que ouvi de lá.
Eu chorava no braço de um dos homens de máscaras e fazia sinal com a mão, chamando por eles.
...
Acordei suada e ofegante, novamente, com arma que deixava debaixo do travesseiro empunhada em mãos mirando para o nada.
Abaixei a arma frustrada, e sentei-me com os cotovelos apoiados nas pernas, com as mãos apoiando minha cabeça e uma delas ainda segurava a pistola. Bati levemente o cano da arma na minha cabeça.
- Sai daqui- sussurrei inutilmente para a minha mente tentando expulsar os pesadelos que me assobravam desde pequena.
Levantei sem animação nenhuma, Tomei banho, coloquei meu uniforme, prendi o cabelo em um rabo de cavalo e sai do quarto, encontrando um dos cães de guarda do casarão. Era um pitbull de pelagem totalmente negra, estava sentado em frente a porta do meu quarto.
Encarei o cachorro que também me encarava. Fechei a porta .
- você não vai entrar aqui. Vaza! - o cachorro grunhiu
Comecei a andar com o cão ao meu encalço, ele atendia pelo nome de Maylon. Não sei o que ele viu em mim, não gosto de cachorro, mas ele parece não entender, pois é um grude só.
Cheguei na enorme cozinha encontrando os cozinheiros preparando o café da manhã para o pessoal.
Eu moro numa mansão onde moram juntos 130 soudados da Máfia e eu era um deles. A que muitos respeitavam e possuíam um certo medo. Olhei para Maylon que me encarava colocando a língua pra fora. Quase todos. Sentei na mesa sentindo o cheiro dos ingredientes de cada alimento ali sendo preparado.
- Bom dia, Menina!- disse o senhor de 60 anos, cozinheiro chefe. Ok, ele não tinha medo de mim, me conhece desde que cheguei aqui então eu dou créditos.
Ele era o único que ganhava meu "bom dia", era o único com quem eu falava mais que o necessário.
- Bom dia senhor Luhan. Já está de pé, uma hora dessas ? - ele deu de ombros.
- Você sabe como é. Muitas bocas para alimentar, precisa de muita comida. O seu café já está pronto, sei que levanta por essas horas, então o preparei primeiro. - ele apontou para o prato na bancada, sem olhar, prestando atenção na comida que mexia no fogão.
Os outros cozinheiros andavam pra lá e para cá, pegando ingredientes, mexendo as comidas nos fogões, etc.
Tomei meu café da manhã reforçado e sai pegando minha moto, indo para o galpão principal da cidade de Seoul. Vamos ver o que temos pra hoje.
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