1. Spirit Fanfics >
  2. A colecionadora de cicatrizes >
  3. O baile.

História A colecionadora de cicatrizes - O baile.


Escrita por: TrizDosAnjos

Notas do Autor


Sim, eu demorei pacas e sim, provavelmente vou continuar demorando. Acredito que eu já tenha dito dez zilhões de vezes o motivo, então não vou falar de novo pq vcs já devem estar de saco cheio de eu demorar cinco maldições das trevas para brotar com a mesma história :p
Mas eu juro que estou fazendo o melhor que consigo, gente. Me perdoem, sério.

Capítulo 17 - O baile.


“Como pode ver, qualquer criatura, mesmo tão despretensiosa quanto um peixe, pode se tornar algo poderoso. Quando enfrentam as provocações da vida com coragem, todos encontram seu destino.” -A promessa do tigre (Colleen Houck)                                

                                                         ❤ ❤ ❤

_Você tem cerca de duas horas. – Regina disse, olhando-me atentamente. – Já vai estar escuro, provavelmente, então tome cuidado. Mike diz que aqui é seguro, mas nenhum lugar é totalmente seguro. Seja cuidadosa, certo?

  Assenti.

_Vou ser.

_Boa sorte, Emm.

  Abracei-a, levantei o capuz e dei ás costas para a morena, caminhando em direção ao vilarejo, á liberdade.

  Há quanto tempo eu não saía sozinha? Quando fora a última vez que fizera isso? Esforcei-me um pouco para lembrar e então me dei conta de que já fazia quase três anos! No exato dia em que conheci Lily.

  Só de pensar que logo eu teria dezenove, bem isso me assustava. O outono não estava assim tão distante.

  Será que eu viveria até lá? Será que eu encontraria a felicidade? Provavelmente não, mas tudo bem.

  Parei assim que cheguei ao vilarejo, olhando, maravilhada, as casinhas simples de madeira, algumas até de pedra, as pessoas sorridentes conversando entre si, as bandeirinhas em diferentes tons de azul penduradas no alto. Era um lugar encantador, definitivamente.

  Abaixei o capuz, deixando que o ar gélido do local me acariciasse a face. Os cheiros, os sons, tudo ali era tão agradável!

  Invadida por uma empolgação que não me pertencia, entrei na primeira loja que vi esquecendo-me completamente que não deveria demorar.

  Assim que entrei no local o sininho da porta soou e me surpreendi com o calor que fazia ali dentro, tão diferente do vento frio do lado de fora. Era incrível como o tempo havia mudado tão depressa. Se eu contasse a alguém que tinha ido á praia neste mesmo dia, esta pessoa certamente diria que sou louca.

  Observei os vários tecidos, cada qual com uma cor diferente, todos muito chamativos. Não eram do tipo que eu escolheria para um vestido meu, mas tudo bem perder um tempinho olhando, não?

  Quando me aproximei para tocar um dos tecidos, um veludo cor de vinho, outra pessoa teve a mesma ideia e nós duas batemos nossas cabeças.

_AI! – Reclamamos em uníssono.

_Me desculpe por isso. – Pedi, massageando o local machucado, assim como a garota com quem havia colidido.

  Tratava-se de uma jovem que provavelmente tinha a idade próxima á minha, uma pele extremamente branca, rosto sardento, um longo e bem cuidado cabelo ruivo e olhos azuis amigáveis.

_Claro que sim! – Ela disse, um pouco alto demais, enquanto ria. – Na verdade eu é que peço desculpas! Sou muito desatenta, todo mundo diz. Tenho que prestar mais atenção nas coisas, mas sabe como é, não? É difícil quando você se perde em fantasias que sequer fazem sentido. – Ela parou por um instante, piscando os olhos várias vezes seguidas. – Estou falando demais, não é mesmo? Peço desculpas novamente, também sou um pouco tagarela.

  Deixei uma risada escapar.

_Não se preocupe, pode falar o quanto quiser. Eu também falo demais, quando tenho a oportunidade.

  A menina sorriu, jogando o longo cabelo ruivo para trás.

_Bem, é um prazer conhece-la! Como se chama? Ah! Eu adorei os seus olhos! Eles são tão intensos!

_Ah, obrigada! Seus olhos são lindos também! – Respondi, rindo. – Muito prazer, sou Emma.

  Ela sorriu para mim, um sorriso tão amável que me senti abraçada por ele.

_É um prazer conhecê-la, Emma. Meu nome é Anna.

  Eu assenti, devolvendo-lhe o sorriso.

_É um belo nome.

_Obrigada! – Ela agradeceu, voltando a sua forma hiperativa e dando um pulinho involuntário. – Você não é daqui, é? Sabe, eu vi logo que olhei para você! Não sei, todos desse reino tem as mesmas feições e elas não tem nada a ver com as suas. Acho que deve ter sido por esse motivo. Mas, e então? Você é de onde? Por que está aqui? Veio para o baile?

  Anna falou tão rápido que a única coisa que entendi foi o que ela disse por último, mas é claro que eu não pedi que ela repetisse.

_Que baile? – Perguntei, fingindo que aquilo era a única coisa que realmente me despertara interesse.

  Ela alargou o sorriso e respondeu com afobação:

_O baile real! Será amanhã a noite, em comemoração ao aniversário da minha... quero dizer, da rainha! Você irá? Quem sabe não nos vemos por lá? Seria muito divertido!

_Ah, seria mesmo! –  Meu rosto se contorceu numa careta antes de continuar a falar. –  Mas temo que não será possível. Estou aqui em busca de alguns remédios, para uma amiga muito querida. Não posso demorar e, provavelmente, irei embora em pouco tempo. Talvez até hoje.

 Anna suspirou, parecendo desapontada. Todavia em cerca de dois segundos o sorriso voltou a tomar conta de seu rosto.

_Eu posso ir com você!

_O que? Onde? – Indaguei, confusa.

_Comprar os remédios, ora! Imagino onde você está indo, podemos ir juntas, não seria melhor ter uma companhia? Qualquer coisa fica mais divertida quando se tem uma boa companhia!

  Deixei uma risadinha nervosa escapar. Seri aquilo uma boa ideia? Eu tinha acabado de conhecer Anna, não sabia absolutamente nada sobre a moça.

  Eu não saberia dizer o que, mas havia algo nela, talvez em seu sorriso ou nas sardas que lhe salpicavam o rosto e conferiam-lhe um ar afável, que me fazia acreditar que Anna era uma boa pessoa e que eu poderia confiar nela até de olhos fechados. E provavelmente foi por esse motivo desconhecidamente conhecido, que decidi que a ruiva merecia um voto de confiança.

_Tudo bem, acho que não fará mal algum.

                                                         ❤

_Emma! Finalmente! – Regina exclamou assim que apareci no depósito. – Estava começando a ficar preocupada! Já escureceu! Você quer me matar, é isso?!

_Ei, não precisa ficar assim, não sou nenhuma criança. – Falei rindo. – Aqui está.

  Regina conferiu os ingredientes e, por fim, assentiu.

_Está tudo certo. – Ela sorriu. – Obrigada Emma.

_Não tem de que! – Cantarolei.

_Hm, parece que alguém está feliz. – Ela constatou, com o olhar de quem sabia exatamente tudo o que eu havia feito. – Pode me contar sobre suas aventuras, Srta. Swan?

  Não pude evitar que uma risadinha nervosa escapasse pela minha garganta.

-Então, – Comecei, sentando-me no costumeiro caixote que já era oficialmente um assento, pelo menos para mim. – acho que fiz uma amiga.

  Regina semicerrou os olhos, ajeitou a postura e pôs as mãos na cintura.

_Então quer dizer que você está me trocando?

  Estufei os olhos.

-Não, claro que não! – Falei, minha voz soando mais aguda do que deveria. – Você sabe que eu jamais faria isso!

_Acho bom mesmo.

  Revirei os olhos, sorrindo.

_Mas, continuando, Anna é o nome dela e, apesar de termos ficado íntimas em menos de meia hora, não acho que irei vê-la novamente. – Dei de ombros.

_Sinto muito por isso.

_Não sinta. Esse tipo de coisa acontece o tempo todo. Na minha vida então, já até perdi a conta de tantas vezes.

  Regina comprimiu os lábios e sentou-se no chão,  á minha frente.

_Então eu sinto muito que sua vida seja uma porcaria.

  Sorri olhando-a de lado.

_Minha vida nunca foi, exatamente, uma porcaria. Nenhuma vida é, na verdade. Sempre há algo de bom acontecendo. Mesmo que bem pequeno e insignificante, essa coisa boa está ali e agora eu consigo ver que, apesar de todas as coisas ruins que me aconteceram, havia pequenos momentos, que sempre irei carregar em meu coração, em que eu era plenamente feliz.

  Senti minhas bochechas corarem no exato momento em que terminei. Então era isso. Eu nunca tinha me dado conta até que as palavras tivessem sido pronunciadas. Rumple podia ter tornado minha vida um inferno, mas não conseguiu arrancar toda a felicidade de minha vida. Eu tivera amigas de verdade, tivera o amor de minha mãe e, até mesmo, de August. Todos eles me fizeram feliz e, agora que não estavam mais comigo, agora que eu estava achando que tudo estava piorando, bem, era apenas a hora de eu aprender que era capaz de me fazer feliz por conta própria.

_Você não tem ideia do quão forte é Emma. – Regina tirou-me de minhas reflexões. – Sério, um dia serei assim, espero.

-Mas você já é, sua bobinha.

_Ok, isso está começando a ficar muito sentimental, vamos mudar de assunto, por favor. – Ela disse, com os olhos marejados,  enquanto abanava o rosto com uma das mãos.

_Bem... – Olhei para ela, pensando se realmente ia confessar aquilo. – sabe a Anna?

-Quem?

  Revirei os olhos.

_Minha nova amiga. – Ela assentiu com uma risadinha. – Então, ela me contou sobre um baile que terá amanhã e... é, você já percebeu em qual loucura estou pensando.

_Emma, – Começou a morena, olhando-me com seriedade. – sei que voc~e deseja um pouco mais de liberdade, que quer rever essa sua amiga ou, sei lá, encontrar seu príncipe encantado, mas seria muito arriscado. Além do mais, tenho certeza de que Killian iria acabar descobrindo e é óbvio que dessa eu não conseguiria de salvar.

  Eu sabia daquilo. Sabia e não era nem necessário que Regina me falasse. Mas algo dentro de mim implorava para que eu a ignorasse, para que eu ignorasse a razão e ouvisse o que meu coração pedia. E ela me implorava de joelhos para que eu fosse ao tal baile. Eu não sabia o motivo, só sabia que tinha de ir.

  Mas isso não ia acontecer. Claro que não, eu não arriscaria colocar Regina ou Mike em uma furada.

_Ei sei. Só pensei que... ah, esqueça. Não é nada demais.

_Posso tentar falar com Killian se...

_Não. – Cortei-a – Não precisa. Foi só uma daquelas ideias idiotas.

  Regina e eu nos levantamos ao mesmo tempo.

_Tem certeza?

  Anui.

_Vou tomar um ar. – Avisei, já saindo do depósito, caminhando em direção á enorme mesa de refeições.

_Tudo bem.

  Sabia que Regina tinha ficado com uma pulga atrás da orelha. Eu tinha agido de forma estranha, como sempre. Mas eu era assim, não havia muito o que fazer. O que importava era que eu ia ficar bem. E Henry também. E Regina e Mike e todos os outros. E, no fim, todos ficaríamos felizes. Pronto, era isso que importava.

  Parei abruptamente. Aquilo que estava acontecendo era uma... festa? Como eu não ouvira o som da música antes? Será que eles já estavam ali antes? Eu não sabia dizer. Contudo, bem ali, estavam os marujos do Jolly Roger, alguns tocando, outros dançando e cantando. Definitivamente era uma festa.

_Emma! – Exclamou Smee ao me ver, com um bafo horroroso de rum. – Junte-se a nós!

  Então, antes mesmo que pudesse assimilar o que acontecia, lá estava eu, rodopiando e cantando músicas que nem mesmo sabia cantar em meio á todos eles.

  E, naquele momento, eu soube que aquela era uma espécie de recompensa, um prêmio de consolação. Eu tinha meu próprio baile bem ali, no Jolly Roger.

  Não sabia dizer quanto tempo, ou quantas músicas, ou quantas risadas, ou quantos rodopios, tinham se passado quando algo estranho aconteceu. Como se fosse uma assombração, Jones surgiu sabe-se lá de onde e me puxou pelo braço, fazendo com que eu quase levasse um belo tombo.

_O que? O que aconteceu? – Perguntei, zonza.

  Killian não me respondeu, muito menos deu atenção ás reclamações dos marujos. Eles também estavam se divertindo com a minha presença, eu supus.

_Senhor Jones? Por favor, o senhor está me machucando! – Me queixei, assustada.

  Mas o capitão não parou até que chegássemos á sua cabine, onde ele praticamente me arremessou.

_Arrume-se.

  E isso foi tudo o que ele disse antes de bater a porta.

  Foi então que vi Regina com um sorriso vitorioso nos lábios. Franzi a testa. O que raios estava acontecendo? Mas bastou olhar para a cama e ver o conhecido vestido vermelho que eu havia usado no dia em que fora sequestrada, para que eu finalmente entendesse.

  O baile. Só podia se tratar disso.

_Você não fez isso. – Falei, já sorrindo.

  Regina riu.

_Ah, eu fiz sim.

  Pus a mão direita sobre o coração e me sentei na cama de Killian, sem conseguir acreditar.

_Ei, ei, ei! – A morena chamou, batendo palmas. – Levante-se, Srta. Swan! Temos que ser rápidas, porque  uma certa jovem aloirada tem um baile para ir!

                                                  ❤

 


Notas Finais


Bom, eu achei esse capítulo meio xinfrim vkjfbvkdjvbdkbvkdb Mas ele era necessário e os próximos são bem mais empolgantes, pelo menos eu achei. Enfim, se não estiverem mt bolados a ponto de planejarem uma vingança contra esta autora, deixem um comentáriozinho aí pra mim, vou ficar muito feliz em ler e responder! s2


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...