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História A colecionadora de cicatrizes - Uma noite encantada.


Escrita por: TrizDosAnjos

Notas do Autor


EU CONSEGUI TERMINAR HOJEEEE! Bom, tecnicamente não é mais "hoje", mas eu não dormir ainda, então é. Enfim, eu não estava totalmente satisfeita, mas ia acabar reescrevendo eternamente e nunca trazendo pra vcs, então trouxe logo vsjvbsvjb
Espero que tenha ficado á altura :p

Capítulo 19 - Uma noite encantada.


“Será que é divina 
A vida da atriz 
Se ela um dia 
Despencar do céu 
E se os pagantes exigirem biz
E se um arcanjo passar o chapéu
E se eu pudesse entrar na sua vida"

-Beatriz, Ana Carolina.

                                                               ⚓ ⚓ ⚓

  Eu não sabia como reagir. Claro, já havia visto Emma antes e daquela mesma maneira. Contudo ela estava mudada, eu não sabia dizer o quê.

  Talvez fossem os olhos, especialmente mais verdes e brilhantes do que costumava encontrar, ou talvez o sorriso em seus lábios, tão caloroso que me esqueci da raiva e do mau humor tão comuns na minha vida.

  Ela estava deslumbrante.

_Olá Killian. – Disse docemente, as bochechas corando ao ver que eu não a olhava tão discretamente.

 Pigarreei e parei o olhar em Regina, como quem diz “Olha no que você está me metendo.”, mas ela estava era achando graça da minha cara.

_Vamos, Swan. Não queremos nos atrasar e chegar no fim do baile, não é mesmo? – Voltei a olhá-la, a sobrancelha erguida.

_Claro que não. – Respondeu abaixando a cabeça, as bochechas tão rubras quanto o batom em seus lábios. – Obrigada, Regina. Vejo você mais tarde.

  Regina respondeu com uma mesura e Swan seguiu-me.

_Killian?

_Eu mesmo.

  Ela deu uma corridinha e me alcançou, ofegante.

_Como nós iremos para o castelo? Quer dizer, não dá para ir lá navegando.

  Revirei os olhos.

_Não seja tola, Emma.

  Swan ficou quieta e acabei me sentindo culpado. Claro que eu estava sendo grosso com a menina e o plano era fazer justamente o oposto. Regina estava certa, a família de Emma estava agindo de modo estranho. Ela merecia um momento só para si, pelo menos para se desligar de tudo o que vinha acontecendo.

  Suspirei.

_Você já vai ver, espere só.

  Emma sorriu forçadamente e continuou calada.

  Todavia foi só descermos no cais e andarmos um pouco até onde estava a carruagem que Regina tinha feito aparecer, que Swan parou embasbacada segurando meu braço tão fortemente que fiquei surpreso.

_O que houve?

_AI-MEU-DEUS! – Ela Exclamou pausadamente, sorriso voltando aos seus lábios aos poucos. – Nós vamos nessa carruagem?!

  Ri da menina, era fofo com ela se encantava com tão pouco. Não havia nada demais na carruagem, não era sofisticada, ou feita de ouro, nem nada parecido. Era apenas umas réplica um tanto empobrecida da carruagem de um dos contos do livro da loira.

_Algum problema? – Perguntei ironicamente.

_Nenhum! Na verdade, ai meu Deus, eu nem sei o que ia falar! Meu Deus! – Ela começou a dar pulinhos e a balançar as mãos de uma forma estranha.

  Parecia uma criança que acabara de ganhar uma cesta cheia de doces.

  Para não começar a rir respirei fundo, dei um passo a frente e estendi a mão para Emma.

_Srta. Swan.

  Emma parou sorrindo e entrando na brincadeira. Logo estávamos os dois á caminho do castelo. Eu só esperava que ninguém reparasse que aquela coisa estava andando sozinha.

  Magia é algo incrível, eu tinha de admitir.

_Sabe, – A loira começou, olhando para fora, acompanhando a paisagem que passava. – essa carruagem é idêntica á uma de um livro que li.

_Eu sei.

  Ela me olhou de cima a baixo discretamente, a testa franzindo-se por um milésimo de segundo.

_Sabe?

_Regina te conhece muito bem, Emma. Fico admirado com o quanto ela se apegou a você.

 Ela corou e voltou a olhar a paisagem.

_Eu também me apeguei muito á ela. Devia ter imaginado que Regina iria lembrar que eu adoro o conto da Cinderella.

  Ergui uma sobrancelha.

_Cinderella, ahn?

_O senhor não gosta? Animais falantes, fadas madrinhas, bailes, amor verdadeiro...Não é o tipo de coisa que eu esperaria viver, mas poderia sonhar um pouco.

_Sinto muito, mas histórias assim me parecem enfadonhas demais.

  Ela deu de ombros e cravou os olhos verdes nos meus, olhando-me com uma intensidade tremenda.

_Só porque parecem surreais?

  Dei uma risada seca.

_Ninguém se apaixona só de olhar para uma pessoa, Emma.

_Bem, ninguém disse que elas foram feitas para parecerem reais. Talvez tenham sido escritas com a intenção de mostrar para as pessoas que, se o príncipe encontrou a Cinderella em meio a todo um reino apenas com um sapatinho, elas também podem encontrar o amor. Há milhares de coisas no mundo esperando para serem encontradas, o amor é uma delas.

  Fiquei calado por algum tempo indeterminado. Eu estava sem palavras. Uma garotinha tinha me deixado sem palavras. Qual era o meu problema?

_Você gosta bastante de livros, não? – Mudei de assunto, sorrateiramente.

  Emma percebeu, porém vi em seus olhos que ela não se importava.

_Sim. – sorriu. – Sempre gostei, acho.

_E tem um favorito?

_Ah, não, seria muito difícil escolher apenas um.

  Repentinamente senti o mundo girar. E de repente eu não estava mais com Emma. Estava preso num passado distante e feliz.

  Milah me olhava sorridente, o livro em sua mão mostrava que, mais uma vez, havia gastado o dinheiro que havia lhe dado.

_Não acredito nisso, Milah! – Briguei. – Eu não disse para comprar roupas novas?! As suas já estão tão velhas, amor!

  Ela deu uma risadinha e se levantou da nossa cama, deixando o livro aberto na mesma.

_Eu sei, Killian, mas é que ele ficou me olhando. Não tive coragem de abandona-lo na loja.

_Abandoná-lo! Milah, não se pode viver sem roupas! Daqui a pouco as suas vão virar pó!

  Ela se afastou com um sorrisinho nos lábios, sem nenhum dente á mostra.

_Livros também são necessários, querido. Uma vida sem roupas,pode não ser muito confortável, mas uma vida sem livros? Isso seria simplesmente insuportável.

_Killy? Killy? Jones, o senhor está bem? – Emma chamou, balançando os dedos á frente.

  Peguei a mão dela num reflexo e sacudi a cabeça positivamente.

_Perdão, me distraí.

  Ela puxou a mão de volta, com delicadeza e apontou para a janelinha com o queixo.

_Chegamos.

                                        ⚓

_Emma, vamos, deixe de comer por pelo menos um segundo. Parece até que não há comida no Jolly Roger.

  Ela me olhou com cara feia e pegou outro doce quando uma das empregadas passou oferecendo.

 O castelo de Arendelle era um dos mais lindos que eu já havia visto. Com torres de marfim e telhados azuis. Não pude deixar de notar como os jardins também eram extremamente bem cuidados, com árvores cortadas em diferentes formatos e flores para todos os lados. E o salão de baile, céus, deixava qualquer outro no sapato.

_Essas pessoas são tão sérias. – Swan comentou.

_Sim, devo concordar. Até aquele baile do seu noivo era mais animado.

_Claro que era, tocava uma música descente. Céus, eu estou até com vontade de chorar ouvindo isso.

  De fato, uma das princesas – a julgar pela afobação eu supunha ser a mais jovem – estava tocando violoncelo havia mais de meia hora. Meus ouvidos doíam, porque nem sequer tocar bem ela tocava.

_Você está sendo má.

_Até parece que o senhor se importa.

  Ela pôs o último pedaço do doce na boca e me olhou de modo divertido.

_É eu realmente não me importo. Poderia ser mau todo o tempo.

  Emma riu.

_Não está sendo mau agora, Killy.

  Abri um sorriso. Tão sincero que me surpreendi que fosse real.

_Você é sincera demais, Emma.

_Mamãe costumava me dizer o mesmo. – Disse com um sorriso saudoso.

_Sente saudades deles, não? – Me vi perguntando amargamente.

  Emma pareceu surpresa com a pergunta.

_Sim. Minha mãe, Ruby, Granny, August...Sinto saudade deles.

_Seu pai não está incluso na lista?

  A loira engoliu em seco e desviou o olhar.

_Bem, nunca tivemos uma relação muito boa.

_Ah, entendo. Meu pai também não era o melhor dos homens.

  Mas Emma não respondeu. Seu olhar estava triste e perdido em alguma lembrança distante.

  E eu achando que ela era como Rumple. Como pudera ser tão tolo? Emma era tão doce e calma que relaciona-la ao pai era simplesmente loucura.

_Ei, mocinha, o que acha de dançarmos? – Convidei-a, assim que Elsa, a rainha, puxou sua irmã mais nova para que os músicos pudessem tocar.

  Sem dizer nada, Swan pôs a mão sobre a minha e caminhou até o centro do salão.

_Você não é assim, Swan. Está calada demais. – Comentei tentando não deixar a preocupação tão aparente.

  Por que eu me preocupava? O que eu tinha a ver com aquela garota? Ela era a filha do meu maior inimigo!

  Não, eu não estava preocupado de verdade. Estava com pena. Apenas isso.

_Não é nada. – Respondeu depois do que me pareceram horas.

 Ergui seu braço e a fiz rodopiar pelo salão.

_Você está animado hoje, capitão.

_Veja só, – Ergui a sobrancelha. – Eu ouvi direito, uma subalterna me chamando de “você”?

  Emma revirou os olhos.

_Seu bobo.

_Olhe só como fala com o capitão, Srta.Swan.

  Ela riu, e até hoje ouço aquele adorável som em meus melhores sonhos.

                                         ⚓

  Horas depois, quando finalmente nossos pés doíam de tanto dançar, Emma puxou-me para o jardim, onde nós permanecemos até descobrirmos uma escada que provavelmente ninguém usava já que dava para uma torre abandonada.

_Olha só! – Ela apontava animadamente para o vilarejo. – Dá para ver tudo daqui!

_Emma, ás vezes parece que você nunca subiu em algum lugar alto.

  Ela deu de omrbos.

_É sempre como da primeira vez, para mim.

  Swan  puxou-me repentinamente.

_Olha só, ali. – Sussurrou, sem olhar para mim. Mas estava tão perto que senti um pouco de falta de ar. – Está vendo aquela estrela? – Apontou.

_A mais brilhante? Sim, estou.

_Minha mãe costumava dizer que quando eu quisesse muito alguma coisa, podia desejar a essa estrela e meu desejo seria realizado.

_E alguma vez funcionou?

_Não sei, nunca cheguei a tentar. Nunca tive algo que quisesse tanto a ponto de pedir ajuda para uma estrela. – Ela deu de ombros e se debruçou no guarda corpo.

_Talvez seja a hora de tentar.

  Ela meneou a cabeça, os olhos fechados suavemente.

_Talvez.

  Então, quase como que instantaneamente a estrela piscou. Eu tinha visto muito bem.

  Emma abriu os olhos e se afastou até estar ao meu lado novamente.

_Será que vai dar certo?

_Quem sabe? O que você desejou?

  Ela sorriu e me empurrou de leve.

_Se eu contar, não vai se realizar.

_Ok, ok. Eu não queria saber, perguntei só para puxar assunto.

  Emma revirou os olhos e sentou-se no que um dia fora um banco e eu a acompanhei.

_Jones, posso fazer uma pergunta séria?

_Claro. – Dei de ombros.

_Por que está sendo bom esta noite?

  Não vou mentir, fui pego de surpresa.

_Eu estou de bom humor. – Menti.

_O senhor não está sendo sincero.

_É óbvio que estou Swan. Agora venha, vamos falar com a Rainha e ir embora, já está tarde.

  Ela negou.

_Posso esperar aqui?

  Parei por alguns minutos para pensar. Bem, ela não tinha cara de quem iria fugir, na verdade parecia cansada demais para fazer qualquer coisa.

_Tudo bem. Não demoro.

  Desci as escadas e voltei ao salão. Não foi difícil localizar a rainha, afinal vários casais despediam-se dela. Provavelmente tinha tido a mesma ideia que eu tivera de ir embora na mesma hora. Mas a minha intenção não era, exatamente, ir embora.

  Logo que a última dama se afastou e chegou a minha vez tratei de dar os parabéns á rainha por mim e por Emma que “estava cansada e pedira que eu mandasse o recado”.

_Fico feliz em saber que apreciaram o baile, Sr. Jones. – Ela disse, com tanta tranquilidade que chegada a irritar.

  Era completamente o oposto da irmã.

_Se me permite, majestade, gostaria de fazer um pedido.

_Fique a vontade.

_Eu e minha esposa estamos viajando há longo tempo e, sabe como são essas viagens, o reino dos pais dela é diastante e faz muitos anos que não vê a família. Estou levando-a até lá, mas o caminho é tão longo que temo que ela não suporte.

_Céus, e o senhor deseja um abrigo?

_Exatamente. Não veja por mal, minha esposa realmente precisa descansar.

_Claro! Não se preocupe, mandarei que meus guardas tragam as coisas dos senhores.

  Sorri, vitorioso.

_Não será necessário, é pouca coisa, eu mesmo posso trazer.

_Não, não, faço questão.

_Sendo assim, chamarei minha esposa.

_Claro, minha irmã irá leva-los para seu quarto.

  Assenti e a ruiva logo apareceu tagarelando e acompanhando-me até onde Swan estava. Pedi que ela esperasse na escada, pois queria dar a notícia eu mesmo.

_Emma? – Chamei-a, mas logo vi que não obteria resposta, já que Emma dormia como um anjo sentada no banco com a cabeça recostada no próprio colo.

  Não sei quanto tempo fiquei admirando-a, contudo tenho a certeza de que não foi pouco. Impressionante como ela conseguia mexer comigo.

  Não, ela não mexia comigo. Era apenas coisa da minha cabeça. Com certeza. 

  Tentei toma-las nos braços, mas a loira acordou.

_O que? Killian?

_Não pense nenhuma besteira, hein?  Tenho uma notícia.

 Ela aprumou a postura e olhou-me com os olhos quase fechando outra vez.

_Notícia?

_Sim, sim. Nós iremos passar uns tempos aqui.

_Em Arendelle? Eu já sei disso.

_Não, Emma. No castelo.

  Então seus olhos semicerraram-se e ela me dirigiu um olhar de dúvida já esperado. Mas eu não pretendia responder á nenhuma das milhões de perguntas que se formavam em sua cabeça naquele momento.

                                     ⚓


Notas Finais


E então? Devo confessar: tô com medo.


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