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História A colecionadora de cicatrizes - Amor verdadeiro.


Escrita por: TrizDosAnjos

Notas do Autor


Oi gente! Sei que estou atrasada e que era pra ter vindo sábado, mas eu não tinha nem começado o cap e aproveitei que não tive aula pra fazer isso. Não garanto minha volta no sábado, só a tentativa dela :v Juro que é por um motivo maior, anjinhos do meu quintal v bvbd
Bom, vou deixar vcs lerem.

Capítulo 22 - Amor verdadeiro.


“Ela se sentia uma princesa – uma princesa audaciosa – e, assim que ele a convidara para dançar, ela pusera a mão na dele. E, embora soubesse que tudo aquilo era uma mentira, que era a filha bastarda de um nobre e a criada de uma condessa, que seu vestido era emprestado e os sapatos, praticamente roubados, nada parecera ter importância quando os dedos deles se entrelaçaram.”

- Um perfeito cavalheiro, Julia Quinn

                                             ♛ ♛ ♛

  Zelena escovava seu cabelo como todas as noites antes de dormir. Ela sempre o trançava, como eu. Era como um costume só nosso, fazer tranças idênticas para dormir. Mesmo que meu cabelo fosse muito mais liso e o penteado sumisse em cinco segundos de sono.

_E você realmente acredita nisso? – A ruiva perguntou, virando-se para mim e abandonando a trança pela metade. – Que existem finais felizes?

_Claro! – Respondi prontamente, dando seguimento ao assunto que achara que tinha morrido. – Você não?

  Zelena deu de ombros.

_Acho que ninguém consegue ser feliz o tempo todo. Mas de qualquer forma, qual seria o seu final feliz?

  Pus a mão sobre o peito e olhei para cima.

_Bem, um filho. Um menino. Se eu tiver um filho, nunca ficaria triste.

_Por quê? Quer dizer, eu pensei que fosse o amor verdadeiro de que você tanto fala.

_Ah, também. – Eu rodopiei de olhos fechados deixando que o leve tecido da camisola flutuasse. – Mas um filho é muito mais simples, Zel. Não sei se conseguirei me casar com o homem que amo, mas um herdeiro? Isso é praticamente uma obrigação quando se é nobre.

_Certo, e como você acha que nunca seria triste com um filho? – Ela revirou os olhos. – Filhos também magoam as mães ás vezes.

_Eu simplesmente sei. Meu filho, quando nascer, vai ser muito parecido comigo e eu vou chama-lo de Henry, em homenagem ao papai. E eu vou amá-lo tanto, mas tanto, que meu coração não será suficiente para guardar tamanho sentimento. E ele me amará de volta. E eu vou cuidar dele e comemorar cada pequena vitória com o meu menininho.

  Minha irmã riu.

_Você é louca, Gina! Meu final feliz é encontrar um marido rico, isso sim!

_Claro, você não tem coração! – Dei língua, então voltei a sonhar.

_A, sim. Falou a mulher que vai abandonar o filho na primeira malcriação que ele fizer.

_Palhaça! – Joguei uma almofada em Zelena, fazendo-a rir mais. – Eu nunca vou abandonar meu filho, nunca. Vou ficar ao lado dele até o dia da minha morte.

                                                         ♛

  Acordar não foi a melhor das coisas. Não porque eu queria morrer e realmente achara que tinha morrido, mas porque não demorei a recordar o que tinha acontecido e menos ainda para ser atingida pela verdade.

  Daniel estava morto e eu tinha sido louca o suficiente para abandonar nosso filho com um homem que nem conhecia. “Prometo que cuidarei dele com minha vida”, as palavras ecoaram na minha cabeça. Era assim que eu protegia meu filho? Dando-o de mãos beijadas para um completo estranho?

_Finalmente! – Emma surgiu em meu campo de visão. Ela usava um vestido lilás tão claro que, talvez, de longe pudesse ser confundido com branco e tinha os fios loiros, claramente úmidos, presos apenas nas laterais por presilhas de ametista. Simplicidade seria uma palavra perfeita para descrevê-la. – Está se sentindo bem?

  Neguei.

_Já imaginava. – Ela disse, tristonha. – Você foi atropelada por uma carruagem e acabou por quebrar uma costela. Robin achou que tivesse atingido seu pulmão, mas o doutor nos garantiu que não houve nada mais grave e que em algumas semanas você já estará bem.

  Assenti, contudo ao responder a pergunta de Emma me referia á meus sentimentos, ao meu psicológico e, por mais que agora sentisse, de fato, um pouco de dor, nada se comparava á tempestade emocional que se passava em meu coração.

  De repente algo me ocorreu.

_Como você me encontrou? – Indaguei.

  Ela contraiu os lábios, desviando o olhar rapidamente.

_Killian chegou do navio completamente irado e nós discutimos. Foi quando eu descobri o que houve e saí atrás de você. Fui ao Jolly Roger, contudo ninguém sabia onde te achar, então saímos todos á sua procura. Quando estava passando por aquela vilazinha perto do cais, encontrei Robin segurando Henry. Descobri o que tinha acontecido e nós fomos atrás de você.

_E onde estão todos?

_Já sabem que te encontramos, estavam aqui até pouco tempo, mas voltaram para o navio para juntar as coisas e alugarem algum lugar perto de Robin. Voltarão depois.

_Espere, onde eu estou? – Franzi o cenho, preocupada.

_No castelo. Não sei se Killian lhe disse, mas ele teve a ideia de jerico de ficarmos aqui.

  Revirei os olhos. De onde ele tinha tirado isso? Não fazia parte do plano passarmos muito tempo em Arendelle. Céus, Jones estava maquinando alguma coisa e isso não era nada bom.

_Isso não fazia parte do plano. – Afirmei.

_E eu sei. Você não o deixaria fazer algo do tipo.

_Bem, agora acho que minha opinião não o interessa muito.

_De fato. – A loira deu de ombros. – Regina, quem é Daniel? Me desculpe a aleatoriedade, porém você o estava chamando antes de apagar. Falou coisas sem sentido. Cheguei a pensar que era Henry, é o segundo nome dele, todavia nunca te ouvi chama-lo por apenas Daniel.

  Engoli em seco, fechando os olhos com força. Doía ouvir o nome dele com tanta clareza. Lembrar de tudo que poderíamos ter tido e nos foi tirado. Odiava como as coisas estavam seguindo, como se houvesse uma enorme nuvem negra me cercando.

  Mas talvez fosse a hora de deixar aquela história para trás. Eu podia sentir minha dor, claro, podia me sentir triste e chorar o quanto quisesse. Desde que conseguisse matar um pouco dela a cada dia, que aprendesse a conviver com ela ou adormecê-la. Era a única forma de continuar meu caminho que, agora eu percebia, havia parado desde o nascimento de Henry.

_Daniel. – Sussurrei, experimentando a sensação melancólica que a acompanhava. – Daniel é o pai de Henry.

  Abri os olhos e vi o olhar triste e confuso de Emma. Soube que, assim como eu, ela havia perdido alguém que amava.

_Sinto muito, Regina. Sei como é perder alguém muito amado.

  Assenti, surpresa por ela se lembrar da vez que comentei do fim de meu marido. Acontece que Emma era extremamente nobre e gentil. Boa demais para esquecer coisas de tamanha seriedade, boa demais para não se importar.

_Eu pude perceber.

  Uma lágrima escorreu por seu rosto, contudo ela foi rápida ao secá-la e eu fingi não ter reparado.

_Gina, o que importa é que Henry está bem agora e você também. Apenas mantenha a mentira de Killian, não tenho dúvidas de que tudo seria pior se não o fizesse.

  Ri secamente, me arrependendo assim que senti a costela doer.

_Por favor, Regina! – Emma pediu. – Para todos os efeitos, somos irmãs e eu e Jones estamos casados. – Ela revirou os olhos ao concluir.

_Certo. Apenas por você, Emm.

  Ela sorriu. Aquele sorriso doce que faria qualquer um derreter.

_Que ver seu filho? Posso chamar Ivy, ela está com ele.

  Então fui tomada por uma sensação ruim novamente. Culpa.

_Acho melhor não. – Minha voz soou rouca e carregada de tristeza.

_Tudo bem. Quer comer alguma coisa?

 Neguei e a preocupação tomou conta dos olhos verdes de minha amiga.

_Não posso te ajudar se você não me der a chance, Regis.

_Eu realmente não preciso de nada, Emma. – Menti. – Estou bem.

_Não, não está. No entanto não serei eu que irei desrespeitar sua vontade. Vá no seu tempo. – Disse, pegando minha mão.

_Pensando bem...Será que posso falar com Robin?

  Meu coração palpitou assim que percebi o quão absurdo aquilo era. Mas eu precisava conversar, precisava pedir desculpas por ser tão idiota.

_Claro que sim. Até logo, querida. – Então ela beijou minha testa e saiu.

  Tive tempo apenas de respirar e repetir para mim mesma palavras cruéis e julgadoras que apenas me machucaram mais.

_Sua amiga disse que queria falar comigo.

_Eu quero.

  Ele me escrutinou com os olhos verdes.

_Você abandonou seu filho. – Sua voz soou magoada, como se o mal que fiz tivesse sido diretamente para ele.

_Por favor, não me faça me sentir mais culpada do que já estou. – Pedi. – é só que...

_Eu sei a história. – Me interrompeu. – Emma contou tudo. Eu estava possesso, queria te matar, aí ela me explicou que aquele crápula tinha deixado vocês dois sem teto, que Henry está doente e tudo o mais. Agradeça muito á ela, porque não sei o que teria sido capaz de fazer.

  Assenti, chocada. Não conseguia imaginar Robin, com toda a sua calma, tendo ódio de alguém.

_Emma é uma ótima pessoa, diferente de mim. – Falei, amarga.

_Eu discordo. – Voltei meu olhar para ele, surpresa. – Regina, me admira a coragem que teve, apesar de ter tido raiva. Você fez o que seria melhor para o seu filho, apesar de não me conhecer bem.

_Eu fiz uma promessa de que cuidaria dele, senhor. Abandonar não é cuidar.

_Ás vezes precisamos sacrificar algumas coisas, em prol de outras mais importantes. Foi o que você fez. Não havia como cuidar de Henry sem um lugar para morar ou comida para alimentá-lo, por mais que não tivesse se passado nem um dia do acontecido. As coisas tomam proporções muito maiores quando atingem pessoas que amamos. Sei disso porque minha esposa abandonou a mim e a Roland, anos atrás quando ele ainda era um bebê, como seu filho. E eu a odiei até você aparecer e me ensinar que nem tudo é o que parece.

_Sinto muito pela sua esposa. – Foi o que consegui dizer.

  Então era isso o que acontecera. Me senti triste por Roland, afinal, não me parecia que sua mãe o tinha deixado por algum motivo nobre. Mas não seria eu que diria isso á Robin.

  Se achava que eu tinha errado, imagine só o que achava da tal mulher.

_Não sinta. – Ele retrucou. – Marian é problema meu e você já tem muitas coisas com as quais se preocupar. Se cuide, Srta.

_O senhor já vai?

  Ele assentiu.

_Apenas para o meu quarto. A rainha permitiu que ficássemos aqui por um tempo, até que melhore.

  Senti meu coração inflar, ele permaneceria comigo, então?

_Ficar aqui?

_Sim. – Ele abriu um sorriso torto que fez com que um arrepio me percorre-se o corpo, da mesma forma que acontecia quando Daniel sorria para mim. – Roland se apegou demais á Henry e á você. Devo admitir que eu também. Quero me certificar de que irá se recuperar e, principalmente, que aquele tal de Killian não chegará perto de você ou da sua criança.

_Obrigada pela preocupação, mas Killian não me fará nada. Garanto, eu o conheço bem.

_Prefiro não arriscar. – Deu de ombros. – Além do mais, teremos tempo para nos conhecermos melhor, aí então você poderá ter certeza de que serei um bom pai para Henry.

  Ri da ironia, apesar da situação.

_Creio que seremos bons amigos. – Conclui, devolvendo o sorriso.

_Eu espero que sim. – Ele concordou, pegando minha mão e depositando um beijo nela, cordialmente.

  Fiquei envergonhada, afinal, estava em uma cama, não era como se estivéssemos em sua casa nos despedindo após o chá. Ainda assim, não mudaria aquele momento, porque em meio á toda confusão que sentia ele era como a luz fraca e vacilante de uma vela, e eu esperava que aquela pequena luz fosse suficiente para clarear meus pensamentos.

  Assim que o homem saiu avistei Emma e seu sorriso na porta, Roland estava em seu colo e acenou para mim animadamente, contudo eles não adentraram o local. Em vez disso uma moça de fios loiros claros e olhos azuis como o gelo veio me cumprimentar e dizer gentilmente sobre o médico e sobre a minha situação, disse também que eu podia me sentir em casa e que Henry seria muito bem cuidado. Ao fim de tudo uma mulher de cachos dourados e olhos verdes como a relva ocupou seu lugar.

_Olá, Sra. Regina! – Ela me cumprimentou animadamente, com um sorriso radiante no rosto. – O doutor mandou a visar que virá vê-la em alguns minutos, enquanto isso pediu que eu lhe trouxesse algo para comer.

  Então ela me colocou a bandeja com a comida á minha frente e recuou quando eu disse que poderia comer sozinha.

_Então, – Comecei, após algumas colheres de sopa. – posso saber o seu nome?

  Ela pareceu tímida por um instante, contudo não hesitou em responder.

_Tinker. A senhora pode me chamar de Tinker Bell.

                                                   ♛

  Naquela época eu costumava sorrir todos os instantes do dia e costumava acreditar que o futuro seria alegre. E Zelena e eu nunca brigávamos.

  E houve um dia diferente dos outros, aquele dia que guardamos em nossos corações e nunca esquecemos, porque depois dele tudo mudou. Aqueles foram os últimos momentos em que eu e minha irmã tivemos uma convivência plena e feliz.

  Não que depois tivéssemos nos tornado arqui-inimigas, mas as brigas se instalaram em nossos dias e não era sempre que íamos dormir cheias de amores uma pela outra.

  Eu tinha sete anos e Zelena nove. E nós estávamos escondidas no baú enorme de brinquedos de nosso quarto. Mamãe brigou conosco no dia seguinte, ao ver o que havíamos feito, contudo não nos pareceu muito importante.

  Havíamos encontrado um livro de romance na biblioteca e decidimos lê-lo escondidas, pois papai dissera que não era para crianças. E nós nunca nos considerávamos crianças quando isso não significava ganhar presentes ou doces.

_Tomara que eles fiquem juntos! – Eu torcia.

_De quem você está falando? A princesa e o príncipe?

_Não, Zel, eu prefiro ela como o ladrão.

_Prefiro eles também! – Ela concordou rindo.

_Você acha que tem alguma chance deles se casarem?

_Acho que não...Parece mais como um amor impossível. Como os que a gente ouviu falar quando aquela filha da amiga da mamãe veio aqui.

_Um amor impossível... – Saboreei as palavras, sonhadora. – Eu gostaria de viver um , algum dia!

_Credo, Gina! Eu prefiro os romances que dão certo. Como nos contos de fada.

  Me debrucei sobre Zelena, os fios castanhos misturando-se com os ruivos dela.

_Ah, mas é tão lindo!

_E triste! – Ela completou, rindo.

_E daí? Tenho certeza de que é inesquecível.

_Bem, eu não me importo. Ainda prefiro um amor possível. Também não vou esquecer dele.

_Você tem razão, acho que todo amor é inesquecível. Ainda assim, espero ter a chance de experimentar um amor impossível, desde que eu tenha a chance de encontrar outro amor verdadeiro depois.

_Mas imagino que não funcione assim. Temos apenas um amor verdadeiro, não?

_Não. Não há escrito em nenhum lugar que o amor verdadeiro é único, não literalmente. Só diz que é verdadeiro.

  Zelena assentiu.

_O amor verdadeiro pode ser um amigo então. – Concluiu.

_É, acho que sim.

  Ela sorriu, como se soubesse de tudo no mundo.

_Se é assim, já achei o meu.

  Arregalei os olhos curiosa, depositando a vela que segurava no chão.

_E quem é?

  Zelena me abraçou apertado e sussurrou:

_Não é óbvio? É você, irmãzinha!

                                                    ♛


Notas Finais


O que acharam, pessoineas? Robin e Regina, hein e.e Esses dois tão mais rápidos que Emma e Kilian vjksfvbdfjbdjk E Zelena fofucha, o que acharam dela? Sim, a mulher abacate vai dar uma aparecida por aqui, mas não agora, sorry ufdvbdkjvbdj
Até o próximo cap e já deixo um spoiller: é do capitão mais gato dessa fanfic :v


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