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História A colecionadora de cicatrizes - Guerra de lama.


Escrita por: TrizDosAnjos

Notas do Autor


Oi gente! Cheguei atrasada, mas cheguei!
Esse cap ficou bem simples, achei um amor! Sei lá, leiam e me digam o que vcs acharam hahahaha

Capítulo 23 - Guerra de lama.


"Querida, é você que eu me lembro com seu vestido vermelho
Dançando ao luar até ao romper da aurora"

Red dress- Lucy hale ( feat joe nichols)

                                                                            ⚓ ⚓ ⚓

  Só havia uma coisa em minha cabeça: Emma. Talvez também houvesse medo e um pouco de receio, mas eles estavam com o mesmo vestido vermelho de Swan e tinham um coque loiro no topo da cabeça.

  Eu tentara de todas as formas me convencer de que era culpa por tudo o que estava fazendo, por estar tentando uma vingança contra Rumple por meio da filha afável do mesmo. Contudo não era verdade. Eu sabia muito bem aonde aquilo ia dar e não estava exatamente feliz com isso.

  A imagem de Swan em seu vestido vermelho rodopiando pelo salão de baile, o som do seu riso e aquele brilho que ela emanava, tudo insistia em se repetir em minha cabeça. Várias e várias vezes, como uma música chata que não conseguimos esquecer.

  E o pior de tudo: nós estávamos brigados.

  Claro, eu perdera a cabeça ao descobrir que Regina tinha desrespeitado as regras do Jolly Roger. Tinha feito algo horrível e Emma tinha motivos para estar me ignorando desde então.

  Eu queria me jogar de um precipício por ser tão burro.

  Me levanto da poltrona onde me encontrava. A biblioteca do castelo era um ótimo lugar para se pensar, mas o silêncio já me perturbava. Isso poderia se aplicar á Emma também.

  Passando pelas enormes estantes escuras, lotadas de livros que eu sabia que Swan adoraria explorar, caminhei até o quarto que dividia com a loira. Esperava encontra-la de pé, arrumada com um de seus vestidos coloridos e rodados, em vez disso ela dormia tranquilamente. Os fios loiros esparramavam-se pelo travesseiro branco – quase da cor de sua pele – e se assemelhavam á puro ouro por causa dos raios de sol que refletiam. Céus, isso só piorava as coisas.

  Sentei-me na beirada da cama, olhando-a admirado. Havia um anjo bem na minha frente. Era reconfortante tê-la tão perto, tendo em vista que estava fugindo de mim nos últimos dias. Eu poderia ao menos ter aquela visão, para guardar comigo como consolo – e futuramente como tortura.

  Delicadamente, e com certo receio de acordá-la, afastei alguns dos fios que lhe caíam por sobre o rosto, acariciando as bochechas avermelhadas. Ela se remexeu na cama, porém não acordou, apenas murmurou algo que não consegui compreender.

  Suspirei. Já era tarde, era melhor chama-la para que não perdesse o café. Elsa era muito pontual e eu sabia que não esperaria ninguém. Óbvio que pediria para que alguém trouxesse o café para Emma, mas esperar ela não iria.

_Swan, vamos, está quase na hora do café. – Chamei.

  Observei quando seus olhos se abriram lentamente, revelando o verde vibrante e, agora, sonolento.

_Bom dia. – Ela murmurou, não muito amistosa, ao sentar-se.

  Ainda usava o vestido do dia anterior, um lilás clarinho, com mangas que terminavam na altura de seus cotovelos e um decote revelador. Mas ela não parecia se sentir muito confortável com ele e, na maior parte das vezes, havia algo cobrindo toda a pele que acabava ficando exposta.

_Você ainda está chateada, não? – Perguntei, porém Swan não me deu muito mais que uma olhadela. A loira se levantou e caminhou rumo ao armário, ainda enrolada no lençol. Ela realmente preferia fazer tudo sozinha, nunca a vira chamar as empregadas que estavam a seu dispor para escolher um vestido ou qualquer coisa do tipo. – Swan, por favor.

  Ela bufou e virou para mim com um vestido branco e simples em mãos.

_Killian, o que quer que eu diga? “Ó, capitão, eu te amo incondicionalmente, obrigada por expulsar uma de suas tripulantes com uma criança nos braços, eu adorei!” – Debochou. – Não há o que dizer, o senhor sabe.

  Suspirei, magoado. Suas palavras tinham me afetado mais do que esperava.

_Sim, eu sei. Mas...Me perdoe por isso, Emma. Ás vezes eu perco o controle do meu corpo, paro de pensar. Juro que estou arrependido, já estou me castigando o suficiente.

  Ela me olhou com pena e apertou os lábios. Em seguida terminou de escolher suas coisas e, antes de ir tomar seu banho, disse:

_Não é para mim que deve pedir perdão.

                                                                           ⚓

_Eu não estou entendendo nada, senhor Jones. – Kristoff, o homem que cuidava dos estábulos reais, retrucou.

  Eu tentava explicar o que estava acontecendo por meio de situações hipotéticas, todavia não estava dando muito certo. Não sabia como me reconciliar com Emma, mas ao mesmo tempo não conseguia conversar com Regina, pois um tal de Robin ficava praticamente de guarda no quarto dela. E eu tinha certeza de que ele não gostava de mim, pois Swan havia lhe contado a história toda e ele ficara do lado da morena.

  A questão é que, quando voltara á biblioteca para esperar Emma, o homem estava lá, procurando algum livro sobre renas por motivos que nem eu saberia nomear. Para um homem desesperado, me pareceu uma ótima oportunidade de pedir ajuda.

_Olhe só, tem uma cenoura e uma batata, ok?

_Essa parte eu entendi. –  Ele disse, segurando o riso.

_Certo. Também tem uma uva, e a cenoura fez uma coisa ruim pra uva. –  Ele fez uma careta e virou-se para a estante, ainda procurando o tal livro. –  Só que a batata é amiga da uva e está ignorando a cenoura por causa disso.

_Senhor, se o que está querendo dizer é que sua esposa o está ignorando porque magoou a amiga dela, imagino que seja a moça que quebrou a costela, bem, então peça perdão a amiga dela e conte que está arrependido.

  Bufei. Situações hipotéticas eram óbvias demais, eu acabara de descobrir.

_Obrigado, Kristoff. – Agradeci, tentando disfarça minha insatisfação.

  O homem pegou o livro que procurava e se despediu com um aceno de cabeça. Não me restava alternativa, teria de dar um jeito de driblar Robin.

  Suspirei e me pus a observar os livros das prateleiras, procurando por algo que talvez Swan pudesse gostar. Um romance ou alguma fantasia, quem sabe.

  Milah também adorava romances. Não pude evitar me lembrar de como ela sempre elogiava seus livros favoritos durantes horas se alguém tocasse no assunto. Romeu e Julieta era um deles, talvez o seu favoritos dos favoritos. Ela amava aquela história com sua vida e eu jamais tivera coragem de dá-lo ou o jogar fora. Mesmo que não tivesse lido o mesmo, tinha um significado especial para mim.

  Finalmente avistei algo que Swan iria amar, pelo menos era o que eu esperava. Peguei o livro e caminhei de volta pelo corredor deslumbrante, cheio de janelas muito bem limpas, cortinas escuras e lustres estupendos.

  Emma estava fechando a porta quando a avistei, agora tinha o cabelo levemente molhado apenas preso numa tiara de trança e o vestido que a vira pegar era bem mais fechado e discreto que o anterior: com mangas mais compridas e um decote que batia quase em suas clavículas. Contudo, mesmo sendo bastante fechado, caíra perfeitamente na loira, sem contar nas flores bordadas e nas perolazinhas e rendas que o decoravam.

_Você ficou muito bem nesse vestido. – Elogiei, vendo seu rosto adquirir um tom avermelhado.

  Emma baixou a cabeça e se pôs ao meu lado.

_Obrigada, Killian. Gostei mais deste do que o que Anna me pediu para usar.

_Aquele lilás? – Indaguei.

  Ela assentiu.

_Ei, o que o senhor tem aí? – Perguntou, sem conseguir conter a curiosidade.

  Agradeci aos céus por ter tido aquela ideia, sabia que a conversa teria morrido se não tivesse aquele livro em mãos, já que Swan apenas me respondia por educação.

_Eu peguei na biblioteca para você.

  Ela sorriu.

_Ainda não tive tempo de ir lá. – Comentou, olhando fixamente para o livro até que entendi o recado e o estendi para Emma.

_Podemos ir mais tarde. – Sugeri, contudo Swan me lançou um olhar que já dizia que a resposta era não. Pelo menos até que eu obtivesse o perdão de Regina, e que ela mesma já não estivesse mais chateada.

_O mágico de oz. – Leu em voz alta. – Eu amo esse livro.

_Então você já o conhece?

_Sim, foi o primeiro que li sozinha. Um presente de aniversário que Ruby me deu, é o livro favorito dela, inclusive.

  Assenti.

_Então acho que escolhi bem.

  Ela ergueu o olhar, sorrindo amigavelmente.

_Parece que sim, mas vamos que o café já deve estar sendo servido.

  Assim o assunto morreu e eu sabia que não conseguiria muito mais por um longo período de tempo.

  Quando nos sentamos á mesa Anna havia acabado de chegar e conversava animadamente com todos. Ela era mesmo muito falante, e ver que Swan a dirigia resposta grandes e fluídas me causava certa inveja.

_E aí ela me disse que laranja ficava horrível em mim e eu voei em cima dela! Mamãe nos deixou de castigo por duas horas, foi a primeira e a última vez que brigamos.

_Anna, por favor, seja um pouco mais discreta. – Pediu Elsa, aparentemente envergonhada.

_Ah, pelo amor de tudo! É tudo verdade! E eu realmente não nasci para usar laranja! Nunca vi ninguém ficar bem de laranja, na verdade.

  Emma riu.

_Acho que depende do modelo do vestido. Já tive um uma vez e era até meu favorito.

_Ah, tenho certeza de que você fica linda em qualquer coisa! Não acha, Elsa?

_Sim, Anna, eu acho. Que tal você se conter um pouquinho agora? Veja só, o senhor Jones está até assustado.

  O sorriso de Anna desapareceu e ela abaixou a cabeça, contudo logo dirigiu o olhar a mim e questionou:

_Será que posso chama-lo pelo primeiro nome?

_Anna!

  Fui obrigado a rir, acompanhado de todos  na mesa.

_Pode sim, alteza. – Respondi, por fim.

_Ah, esqueça a formalidade! Me chame de Anna!

_Acho que é impossível pensar em formalidade perto da senhorita. – Comentou Robin, que chegara a pouco tempo com seu filho.

_Eu concordo com o senhor. – Swan riu. – Anna é a pessoa mais doida que já conheci.

_Ai gente, eu é que não vou desperdiçar meu tempo de vida!

  E todos riram novamente.

  Uma coisa eu teria de admitir: os dias em Arendelle seriam divertidos.

_Anna, querida, ás vezes você exagera. Mas todos sabemos que é só o seu jeito, pode continuar sendo assim, todos amamos.

_Own, que gracinha! Nem parece que destruiu minha relação com vestidos cor de laranja!

  Mais uma vez a mesa foi tomada por risos, a não ser por Roland – era esse o nome dele, certo? – que não prestava atenção ao assunto.

_Anna, você é maravilhosa! – Emma gargalhava.

_Eu sei, eu sei. – Ela tentava recuperar o folêgo, enquanto levava um copo de suco aos lábios. – Ei, o que acha de passar o dia comigo hoje? Estou livre, cancelei as aulas e tudo o mais. Para um dia de folga, sabe? Eu estava precisando, foi até a maninha que sugeriu, não é mesmo Elsa? – A loira assentiu. – Então, podemos dar uma volta pelo castelo, fazer um piquenique, não sei. O que acha?

  Swan olhou discretamente para mim, como se avisasse qual seria sua resposta. Apenas assenti minimamente, para que apenas ela percebesse.

_Claro, eu vou amar.

                                                                               ⚓

  Quando Anna convidou Emma para passar o dia com ela, eu imaginei que elas iriam fofocar e fazer coisas sem sentido, já que a princesa caçula não batia muito bem. Bom, em parte eu estava certo, elas realmente faziam algo sem sentido, ao menos para mim.

  Agora, parado perto da saída dos empregados, eu observava as mulheres cobertas de lama, correndo uma atrás da outra e jogando as tais bolotas sujas sem muita pontaria. Os gritos e risadas eram tão altos a e alegres que fizeram com que eu acordasse dos meus devaneios e descesse á procura das duas.

  E lá estavam elas, os sapatos jogados ao meu lado na grama, os rostos quase irreconhecíveis e os sorrisos brilhantes. Não podia negar que gostaria de me juntar, de agir como uma criança, de poder ser aquele que fazia Swan rir. Contudo não era possível e acabei por ficar com raiva. Raiva por estar sendo ignorado, por ser um idiota, por Robin nunca desgrudar de Regina.

_Você é péssima nisso, Emma! – Anna gritou, os fios ruivos agora já não se encontravam mais trançados ou limpos.

_Você é pior! – Swan retrucou, dando língua e sendo atingida em seguida.

  Com uma gargalhada ela correu em direção a princesa e pulou em suas costas derrubando-a sujando-a ainda mais.

_Argh! – Anna reclamou, rindo. – Você vai ver só!

  Então Swan ergueu o vestido na altura dos joelhos e saiu correndo. Assim que a ruiva se ergueu, juntou um montinho de lama nas mãos, moldando uma bola e mirando a loira. Mas é óbvio que algo tinha que acontecer. Exatamente, ela acertou a mim. Bem na cara.

  Na mesma hora as risadas cessaram. Limpei a região dos olhos para que pudesse abri-los, no entanto, apear da raiva, não queria magoar Emma ainda mais. Então vesti minha máscara de esposo protetor e pedi:

_Ok, Swan. Acho que é melhor você ir tomar um banho e se arrumar, daqui a pouco é o jantar, sabe.

  Ela trocou um olhar com a princesa e anunciou que iria acatar ao meu pedido, vindo até mim em seguida. A esta altura eu já segurava seus sapatos e os dei á ela, para que não sujasse o chão que as coitadas das criadas tinham limpado ainda a pouco.

_Obrigada por não ter explodido novamente. – Agradeceu enquanto subíamos as escadas que davam para os quartos.

_Já estava mais do que na hora de eu aprender a me controlar.

  Emma não respondeu, mas eu soube que ela havia gostado.

  O resto do dia foi uma benção, pois Emma me deu uma pequena trégua durante o jantar, tagarelando comigo como fazia antes. E eu tive de me perguntar como eu me irritara com aquilo algum dia.

  Claro, quando voltamos ao quarto tudo voltou ao mais novo normal: respostas secas e curtas. Ou pelo menos para o nível de Swan.

  Não consegui dormir ao me deitar no sofá do quarto, diferente da loira, que apagou no exato momento em que encostou a cabeça no travesseiro. A princípio achara que era porque sofás não são muito confortáveis, contudo isto não se aplicava a qualquer coisa que pertencesse àquele castelo.

  Cansado de me culpar e de lamentar minha idiotice, levantei e tomei uma decisão. Caminhei pelos corredores escuros até encontrar meu destino, entrando no local sorrateiramente. Havia apenas uma vela iluminando o quarto e , quando Regina viu que era eu quem havia entrado, pude ver o misto de sentimentos que a tomaram.

_Por favor, eu vim para me explicar. Será que podemos conversar?

                                                                      ⚓


Notas Finais


E aí, gostaram? Killian todo sad e xonadasso :v huahuahua
O próximo vai ser narrado pela Emms novamente, loves! Vejo vcs em breve, anjinhos do meu quintal :v


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