~I~
Um pouco mais de um mês já havia se passado que a jovem Kuchiki estava no harém imperial e o imperador se mantinha obediente às suas obrigações, todas as manhãs ele participava das assembleias da corte e durante a tarde, juntamente de Rukia, estudava sob a supervisão de Ulquiorra que o enchia de questionamentos sobre política, economia e administração.
No momento Rukia andava a procura do que fazer quando esbarrou em Ulquiorra que em sua humilde opinião parecia mais que perdido. – Desculpe Ulquiorra-san – disse sorrindo.
- Não tem problema – como sempre ele aparentava está na mais pura tranquilidade.
- Está indo encontrar o imperador? – Perguntou Rukia curiosa.
- Sim – ele a observou e suspirou. – Quer encontrá-lo?
Rukia sentiu sua face corar, como se tivesse sido pega em flagrante. – Estava indo até vossa alteza. Estou levando bolinhos e chá! – respondeu mostrando a pequena caixa com detalhes floridos. – Podemos ir juntos?
Ulquiorra se sentiu aliviado, já estava cansado de andar e não chegar ao seu destino. – Isso seria muito conveniente.
- “Ele realmente estava perdido” – riu de sua constatação – Então vamos.
- Sim – eles caminhavam um ao lado do outro em pleno silencio.
- Então Ulquiorra-san é filho do ministro da casa civil? – ela levava a pequena caixa em frente de seu corpo – Nunca vi os ministros, mas gostaria de conhecê-los e quem sabe aprender um pouco do trabalho no ministério.
- Sou filho adotivo. Estou surpreso por não saber quem é o ministro da casa civil – ele a observou rapidamente.
- E quem é? – questionou curiosa.
- Kuchiki Byakuya. Quem mais? – respondeu o rapaz como se fosse o óbvio.
- Kuchiki?! – Exclamou surpresa fazendo o rapaz soltar uma surpreendente risada.
- Finalmente chegamos! – Ulquiorra adentrou a grande sala sem esperar pela moça que ainda parecia está surpresa de mais com a descoberta.
- Está atrasado Ulquiorra! – exclamou Grimmjow.
- Aposto que estava perdido de novo – comentou Ichigo que lia alguns documentos. Na visão de Rukia ele parecia muito concentrado.
- Vão se danar – falou Ulquiorra de mau humor sentando-se próximo a grande janela da sala.
- Espero que possam ao menos dá uma pequena pausa para o chá – pediu Rukia sorrindo e mostrando a caixa em suas mãos. Ichigo finalmente se voltou para a jovem e espontaneamente sorriu.
- Que bom que veio Rukia-chan! – disse Grimmjow indo para perto dela e cochichando – Vossa alteza não parava de falar em você. – Rukia sentiu sua face enrubescer.
- Grimmjow! – chamou Ichigo nervoso fazendo todos rirem da reação do jovem imperador.
~II~
A claridade do dia se despedia dando boas vindas à noite escura e fria de inicio de outono. Ichigo estava inquieto não conseguia parar de pensar em sua concubina. Talvez devesse ouvir o conselho de Grimmjow. O amigo havia lhe dito que ele deveria dar um passo a mais na sua relação com a princesa ou iria acabar perdendo para o amigo de infância dela: Abarai Renji. Ichigo suspirou. – Como eu deveria agir? – ele saiu de seus aposentos, fugindo de seus guardas, e seguiu até um dos jardins – Que frio – ele olhou procurando algo que lhe chamasse a atenção. – Ali está! Tenho certeza que ela vai gostar!
{...}
Rukia conversava animada com Matsumoto e Hinamori, suas damas de companhia, enquanto bordava um pequeno lenço com flores de cerejeira.
- O que quer dizer com isso Matsumoto-san? – indagou Rukia um pouco corada.
Matsumoto sorriu deixando uma pequena xícara de chá sobre a mesa. – Quero dizer que vossa alteza e Kuchiki-kihi-sama parecem está cada vez mais íntimos. Porque exatamente continuam dormindo separados? Todos acham estranho isso.
- Bem... é porque o imperador possui preferências diferentes – respondeu encabulada.
- Acredita mesmo disse? – Matsumoto se segurava para não rir.
- Sempre que estou com Renji e o imperador por perto, sinto que ele sempre está olhando pro Renji... – dizia a jovem pensativa, - talvez ele esteja interessado no Renji... – disse baixinho.
- Kuchiki-kihi-hime é muito ingênua! Não é Momo-chan? – falou olhando para a pequena dama de companhia que olhava curiosa o bordado que Rukia fazia.
- Sim. Afinal de contas o imperador sente muito carinho pela senhorita. Por isso acredito que ele constrói o amor de vocês aos poucos – disse Momo sorrindo.
- Nós esperamos ver um herdeiro em breve! Tudo já está preparado para isso! – Matsumoto parecia empolgada e Momo também, deixando Rukia muito envergonhada. - Então hime está bordando para o imperador? – questionou Matsumoto mudando de assunto.
- Rukia-hime é muito prendada – comentou Hinamori.
- Gostaria aprender a bordar? - Rukia riu. – Posso ensiná-la Hinamori-san. Realmente esse bordado é para vossa alteza – disse sorrindo.
- Ficarei muito honrada de ser ensinada pela hime – disse animada Hinamori.
- Hinamori-san vamos deixar a hime descansar – pediu Matsumoto.
- Boa noite Rukia-hime - A mais jovem logo tratou de retirar.
- Deseja algo mais hime? – perguntou Matsumoto.
- Está tudo bem Matsumoto-san – Rukia guardava seu bordado ainda inacabado numa cesta pequena.
- Hime posso lhe perguntar algo?
- Claro que pode.
- A senhorita não se sente incomodada por não ser procurada intimamente pelo imperador?
Rukia pensou – Estou bem assim. Prefiro que as coisas aconteçam tranquilamente – respondeu sorrindo sincera.
- Kuchiki-kihi-hime o imperador está a caminho de seus aposentos! – falava exasperada Hinamori.
- Que?! O Imperador! – exclamou surpresa Rukia.
~III~
Rukia olhava nervosa para o jovem imperador a sua frente. – O que faz uma hora dessas aqui? – perguntou com os braços cruzados.
- Só estou tentando diminuir a distancia entre nós – ele estendeu uma das mãos onde segurava uma pequena quantidade de rosas vermelhas.
- o que quer dizer com isso? – Rukia olhou para as mãos do imperador notando as rosas. – Isso é para mim? – um pouco surpresa ela perguntou recebendo um sorriso dele de confirmação. – Que surpresa! Você mesmo as colheu? – ela tocou na mão dele percebendo pequenos ferimentos causados pelos espinhos. – Sua mãe está machucada e muito gelada! Como você pode ficar andando assim por ai com essas roupas finas? A noite está fria!
- Me desculpe – disse envergonhado.
- Venha entre! – Rukia o puxou para dentro de seus aposentos. Ichigo se sentou na cama dela enquanto a mesma se preparava para fazer o curativo em sua mão. O imperador observava o quarto curioso até seus olhos perceberem um belo vaso de cerâmica com rosas brancas.
- Essas flores... – disse ele.
- Ah sim. Renji as colheu para mim mais cedo. – ela pegou um pedaço de algodão com um remédio.
- Renji é? – o olhar de Ichigo era enigmático.
- A propósito não sentiu dor quando colheu essas flores? – ela questionou segurando a mão dele.
- Nem um pouco.
- “As mãos dele estão com calos” – pensou passando os dedos na mão dele – Vossa alteza prática artes marciais?
- Faz parte do treinamento real – respondeu um tanto entediado.
- As mãos do Renji são iguais as suas.
Ichigo a olhou sério. – Rukia, de agora em diante me chame pelo nome!
- Quê? – ela sentiu sua face corar.
- Quero que me chame pelo nome! – ele pedia.
- Não entendo o porquê disso – Rukia tentava compreender a situação.
- Só não é justo! Sou o único que você não chame pelo nome! – ele virou o rosto chateado.
Rukia suspirou e abaixou a cabeça – I-ichigo então? - O homem sentiu sua face corar e seu coração acelerar, espontaneamente um sorriso brotou em seus lábios. – Tudo bem! Mas só lhe chamarei pelo nome quando estivermos a sós.
- Tudo bem – ele ainda sorria. Rukia começou a passar o remédio na mão dele – Isso arde – reclamou ele.
- Ah desculpe.
- Por que as rosas machucam? – perguntou curioso suportando a ardência na sua mão.
- Vejamos – ela pensou um pouco – segundo a lenda é porque a princesa Rosa se apaixonou por um humano.
- Princesa Rosa?
- Nunca te contaram essa história? – Rukia o viu negar.
- Ninguém nunca me contou essas histórias – ele abaixou a cabeça. Seu passado ainda lhe assombrava.
- Então... era uma vez uma linda princesa, seu nome era Rosa. – Rukia começou a contar a lenda enquanto passava pomada na mão dele – Ela possuía incríveis poderes de cura, curava qualquer machucado ou doença. E isso despertou o interesse de muitos que a queriam como esposa. Então um dia a princesa – ela olhou para Ichigo que havia caído no mundo dos sonhos. Rukia o observou e sorriu. – Você não tem jeito mesmo. – a mesma acomodou melhor o homem em sua cama com certa dificuldade. Ichigo parecia dormir profundamente.
Rukia o cobriu com o lençol e logo depois pegou as rosas as colocando em um vaso sobre uma pequena mesa. – Aonde devo dormir? – ela olhou para sua cama – acho que não tem perigo dormir na mesma cama com ele, não é? Afinal ele gosta de homens – riu de si mesma nervosa. – Só por precaução vou colocar esses travesseiros entre nós – dizia como se tivesse tido a melhor ideia de todas e assim se acomodou na cama. – Boa noite, Ichigo – logo ela também adentrou o mundo dos sonhos.
{...}
Mais uma manhã se iniciava e como já era de praxe Hinamori Momo ia aos aposentos da princesa acordá-la. – Kuchiki-kihi-sama já amanh – a jovem paralisou a ver a princesa dormindo confortavelmente nos braços do imperador – Eu sinto muito! – pediu envergonhada correndo para fora do quarto. Rukia se acomodou melhor nos braços de Ichigo sem notar exatamente sua situação enquanto o mesmo sorria pelo momento.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.