~I~
Rukia andava pelos corredores do palácio imperial notando a animação das pessoas que trabalham ali. Ruborizou ao ouvir comentários sobre “finalmente ela e o imperador terem dormido juntos”. Sentia-se muito constrangida, principalmente pela desculpa esfarrapada de Ichigo, “isso não é nada de mais”, - Como não é? – se perguntava nervosa. Mesmo que ele jogasse no mesmo time que o dela, não era certo criar esse tipo de intimidade com o imperador. Infelizmente já era tarde de mais para lamentar, os boatos já corriam soltos pelo palácio e a corte.
- Rukia! – disse Juushiro que carregava uma caixa com alguns frascos de remédios.
- Otousan! – Rukia sentiu seus olhos enxerem de lágrimas e correu até o pai.
- Aconteceu algo? Venha comigo – ele a chamou para a modéstia sala onde o herborista pesquisava sobre plantas e novos remédios. Juushiro deixou a caixa sobre a mesa e puxou uma cadeira para a filha. – Chá? Sua mãe também fez alguns bolinhos de arroz – dizia enquanto servia o chá para ela.
- Okaasan está bem de saúde? – questionou preocupada.
- Sua mãe é forte Rukia. Desde que você veio para o palácio ela tem se mantido forte. Ela sente sua falta – ele sorriu e sentou próximo a filha.
- Também sinto falta dela, infelizmente não tenho autorização para sair assim quando bem quero – ela suspirou.
- Bem pelo visto você e o jovem imperador estão se entendendo não é? – comentou bebericando o chá.
Rukia sentiu a face esquentar – Não é nada disso otousan! Não aconteceu nada... de mais – falar daquela situação com o pai que apenas sorria era muito constrangedor.
- Filha não se preocupe com isso. Só lhe peço que não iluda o jovem imperador – disse mais sério – ele já passou por muitas situações amargas na vida. Pense bem nisso e haja com sabedoria.
Ela ouvia o conselho do pai atenta, compreendia muito bem o que ele falava, afinal de contas ela iria para casa em breve.
~II~
Ichigo ouvia atentamente as discussões de seus ministros e secretários sobre o aumento de impostos. Aquilo tudo era realmente entediante. – Senhores acalmem-se – pediu sério. – Vamos ser mais lógicos. No momento não é viável um aumento no valor dos impostos.
- Como não? Os impostos estão congelados há quase dez anos – disse o imponente ministro da casa civil Kuchiki Byakuya.
O imperador cruzou as mãos de forma pensativa, deveria tomar cuidado com Kuchiki Byakuya. – É fácil tirar conclusões precipitadas quando nunca lhe faltou nada Kuchiki-san, todos os dias nosso povo acorda cedo para ir à luta e tentar sobreviver como pode. O que precisamos fazer é dá mais condições para que essas pessoas continuem trabalhando e ganhando seu sustento, como conseqüência os impostos serão pagos corretamente. – ele sorriu internamente por saber que havia vencido mais uma batalha contra seus ministros – Isso é tudo por hoje – sem esperar resposta ele levantou-se e saiu sendo seguido de Grimmjow e Ulquiorra.
- Parece que o ministro Kuchiki não ficou satisfeito com a proposta de hoje – comentou Grimmjow.
- Vossa alteza deve se preparar, o próximo embate com certeza o ministro pegará pesado – dessa vez quem falava era Ulquiorra.
- Porque seu pai é assim tão complicado? – perguntou Ichigo com ar de cansado.
- Sei lá – disse Ulquiorra sem se importar.
- A propósito estou orgulhoso de você Ichigo, finalmente conseguiu se “aproximar” da Rukia-chan – Grimmjow sorriu malicioso.
- Apenas dormimos juntos, nada de mais – Ichigo estava um pouco constrangido, entretanto estava feliz.
- Sei – disse desconfiado o azulado.
~III~
Como de costume Rukia acompanhava Ichigo nos estudos com Ulquiorra e Grimmjow, entretanto a jovem vinha notando como o imperador se portava diante das supostas situações que Ulquiorra lhes passava, ele sempre vinha com uma solução inteligente e eficaz. Aquilo com certeza a estava irritando, afinal achava que ele era totalmente leigo sobre política e temas afins. Ulquiorra encerrou os estudos e Rukia rapidamente saiu da biblioteca, Ichigo havia achado estranho e foi atrás dela.
- Você se sente mal? – perguntou finalmente quando a alcançou, ela parecia nervosa.
- Você é bem inteligente para quem não queria nada com a vida – Rukia falava desconfiada, sentia que estava sendo feita de idiota pelo ruivo.
- Nunca disse que era ignorante sobre os assuntos do país, só não me interessava por isso – Ichigo falava despreocupado enquanto Rukia sentia sua face esquentar de raiva. Definitivamente iria voltar para casa.
- Ou seja, você só é um imperadorzinho mimado! – ela disse com raiva.
- Mimado? – ele pareceu se entristecer, mesmo sendo filho do imperador havia passado muitas situações complicadas – É o que acha?
- Sim! Tenho certeza! – com raiva ela se virou para sair de perto de Ichigo.
- É uma pena pensar dessa forma – ele lamentou.
- Só fale comigo o necessário, assim que eu puder voltarei para casa – disse com firmeza e saiu em direção aos seus aposentos. Ichigo suspirou caminhando para o escritório.
- Pelo visto Rukia-chan está estressada – comentou Grimmjow que havia presenciado a cena minutos trás.
- Não fiz nada de errado não é mesmo? – perguntou Ichigo pensativo.
- Sim, não se preocupe com isso. Hoje a noite é o banquete com os governadores das províncias do reino esteja preparado. – informou o amigo e comandante.
- Rukia deve está presente no banquete, mas pelo visto vai ser difícil...
- Irei resolver isso da melhor forma, há uma pessoa que pode ajudar – Grimmjow sorriu.
- Juushiro?
- Exatamente. Ela não desobedecerá ao pai.
Ichigo suspirou mais uma vez, que situação incomoda era aquela? Apenas queria relaxar e esquecer seus problemas. – Grimmjow vou descansar um pouco, não se preocupe que estarei preparado para o banquete. – assim ele se afastou indo para seus aposentos.
~IV~
Todos os governadores das principais tribos do reino estavam reunidos no grande salão, todos bebiam e comiam enquanto se vangloriavam de suas conquistas. Ichigo estava sentado no trono e em sua frente uma grande mesa farta das melhores comidas. Rukia estava ao seu lado e cumprimentava a todos educadamente. De vez enquanto o jovem imperador observava a dama ao seu lado, parecia que nada havia acontecido, contudo estava sendo difícil ser ignorado por ela que só falava o necessário.
- Posso agraciar vossa alteza com um bom sake? – perguntou um governador fazendo uma pequena reverencia.
- Agradeceria governador Kyoraku – Ichigo estendeu a taça de prata ate o homem que a encheu rapidamente. Ichigo bebeu num só gole.
- O imperador bebe bem – comentou o mais velho rindo – Será que a princesa também? – perguntou oferecendo a bebida a Rukia que cordialmente aceitou estendendo sua taça. – Opa acabou! Serva traga mais! – ordenou o homem a jovem Hinamori que carregava uma garrafa com a bebida. Ichigo observou atento quando o mais velho despejou a bebida no copo de Rukia. Por impulso ele pegou a taça da mão de Rukia.
- O que está fazendo vossa alteza? – questionou Rukia sem jeito diante do olhar curioso do homem mais velho. Ichigo rapidamente observou a bebida.
- Desculpe Kyoraku-san, a princesa não deve beber bebidas fortes, então beberei por ela! – disse sorrindo e num só gole acabou a bebida rindo junto com o homem.
...
Rukia apoiava Ichigo com seu pequeno corpo, ele parecia absurdamente embriagado. – Como pode ficar bêbado só com um pouco de bebida?
- D-desculpe – Ichigo estava sentindo suas forças se esvaírem.
- Ichigo? – Rukia sentiu o peso do homem lhe arrastar para o chão. Com muito esforço ela conseguiu chegar aos aposentos dele o colocando na cama. – Meu Deus você está muito gelado! – ela tocou na sua mão – Vou chamar o médico! – já ia saindo quando sentiu a mão de Ichigo a impedir.
- Não s-se preocupe a-amanhã já estarei melhor – ele falava com dificuldade.
- Você precisa ser tratado – ela estava preocupada.
- Só preciso que fique ao meu lado – ele segurou na mão dela. – De qualquer f-forma não era um veneno forte.
- V-veneno?! – ela se assustou.
- Para alguém como eu, não faz muito efeito... Não se preocupe eu vou proteger você – disse sonolento.
- É com você que têm que se preocupar idiota – Rukia sentiu seus olhos encherem-se de lágrimas.
- Fique c-comigo – lentamente Ichigo pegou no sono.
- Ichigo? – ela se aproximou preocupada. Se tranquilizou ao ver que ele estava dormindo e se sentiu culpada por ter sido tão mesquinha com ele naquele dia, seu pai tinha razão, o imperador não era nada ruim – Me desculpe – ela disse beijando a testa dele – Ficarei ao seu lado Ichigo...
Continua...
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