História A construção do Para Sempre - Nem mesmo o mais forte...

Sábado de manhã. Lily acordou com as batidas na porta. Era estranho porque Malévola tinha acabado de sair e as visitas nunca eram para ela. Ela arrumou o cabelo e foi até a porta.

- Olha, a minha mãe deu uma saída. Se precisar falar com ela passa mais tarde.

- Não, pode ser com você mesmo – a voz de Killian era educada – vim pegar uma encomenda.

- Malévola não falou nada de encomendas para ninguém.

- Entendo. Bom, mas não é para mim, eu sou só o garoto de entregas – sorriu docemente – Regina me pediu para pegar um frasco de pó de esquecimento, me disse que falou com ela e que ela o deixaria aos seus cuidados.

Lily ficou pensando durante um momento.

- Bom, se é para a Regina... ela veio mesmo outro dia procurando uma poção. Espere aqui.

A moça fechou a porta. Killian mal conseguia segurar o riso. Aquilo havia sido fácil demais. Ficou esperando Malévola sair e falou com a sua filha, que era nova na cidade e achou que seria muito mais fácil de enganar. E visivelmente estava certo, pois agora só faltava uma coisa para conseguir o que queria. Esperou pacientemente até ouvir os passos da moça em direção à porta. Ela entregou um pequeno frasco para o rapaz, que agradeceu e foi embora. Lily fechou a porta e ficou mais um pouco ali parada, pensando se não havia cometido um grande erro tendo feito o que fez.

***

Oito da noite. Regina se olhava no espelho enquanto colocava o brinco. Já estava pronta quando a campainha tocou. Ela se apressou, olhando se o vestido preto de corte fino que escolhera não estava desarrumado antes de abrir a porta. Quando abriu, seu coração quase parou ao ver a loira. Emma estava usando uma calça jeans preta, botas marrons e uma blusa branca de mangas ¾ cinzas. Seu cabelo estava solto como sempre e ela trazia nas mãos uma rosa vermelha e uma pequena caixa de bombons.

- Oi – disse a Salvadora, olhando igualmente impressionada para a escolha da prefeita – Isso... Isso é pra você. – entregou a rosa e os chocolates, ganhando um largo sorriso e um beijo em agradecimento.

As duas seguiram para o restaurante. Quando chegaram, fizeram seus pedidos e Emma guiou a morena até a mesa mais aos fundos. As duas conversavam animadamente sobre qualquer assunto, trocando olhares constantemente até Ruby chegar com os seus pedidos.

A noite estava extremamente agradável para elas, tanto que nem perceberam os passos em direção da mesa.

- Tendo um jantar romântico, senhoritas? – Killian disse, sorrindo ironicamente.

Emma arqueou uma sobrancelha e Regina o fuzilou com os olhos.

- O que você está fazendo aqui? Saia. Agora. – A prefeita olhava furiosamente para ele.

Killian sorriu.

- Vim jantar e vi vocês duas aqui, pensei em dar um oi – o rapaz piscou e Regina trincou o maxilar, desejando acabar com ele ali mesmo – e vim pedir para que se divirta bastante hoje, rainha.

- Eu realmente estava me divertindo até você e seu bafo de rum aparecerem para estragar isso. – respondeu friamente.

- Killian, vai embora. – Emma interveio, tentando prevenir a iminente destruição do restaurante. – Já chega disso.

Ele olhou para a salvadora e voltou-se mais uma vez para Regina.

- Aproveite a noite, rainha má. Em breve você não terá esse sorrisinho estampado no rosto. E muito menos a minha Emma ao seu lado. Você sabia que o fim da história muda conforme as mudanças no enredo? – Killian a encarou com um sorriso perverso.

- Se você encostar um dedo nela eu juro que jogo o seu coração em uma trituradora! – Regina o respondeu com os dentes cerrados e uma expressão ameaçadora. Suas mãos estavam começando a brilhar e Emma precisou intervir.

- Vai embora Killian. Agora.

Ele sorriu e se afastou.

Swan olhou para Regina. Ela estava com as mãos nas têmporas, completamente irritada. Aquele imbecil tinha arruinado seu encontro. A loira suspirou e foi até Ruby pagar a conta.

O pirata saiu quase cantarolando dali. Ele não havia suportado ver Regina feliz ao lado de sua Emma. Mas ele estava tranquilo, sabia que agora só faltava o mais fácil. Seguiu para a loja de antiguidades. Compraria um lindo filtro de sonhos.

***

Emma levou a morena para casa. Ela parecia ainda extremamente abalada, então a loira decidiu ficar mais um pouco. Regina sentou-se no sofá, inerte.

- Vamos, Regina, não fique assim. Ele só tá enciumado por que estamos juntas e tentou te atingir falando coisas sem sentido. Não dê ouvidos a ele.

O coração de Regina doía. Embora ela jamais deixaria transparecer para ele, ela se sentia terrivelmente assustada com a ameaça do pirata.

- Eu não quero te perder, Emma. – a morena olhou para os olhos verdes e se permitiu transparecer todo o medo e insegurança que povoavam seu coração. Ela já tinha derrubado todos os muros que construíra em volta de si mesma em relação a Swan.

- Você não vai. – a loira a tomou nos braços e apertou o abraço quando sentiu que a morena chorava. As duas ficaram assim por um bom tempo, até Regina se acalmar.

- Não vá embora, Swan. Fique aqui comigo hoje à noite.

Emma afastou uma mecha de cabelo do rosto de Regina e respondeu delicadamente.

- Não vou me afastar um instante sequer.

***

Emma olhava pela janela do quarto de Regina enquanto ela tomava banho e se preparava para irem dormir. Ela tinha sensações conflituosas sobre o que tinha acontecido mais cedo. Por um lado ela acreditava que era só mais uma conversa bêbada de Killian. Mas por outro lado, ele não parecia estar fora de si. Quando falava, parecia realmente convicto de que conseguiria afastar as duas e ela não sentiu que ele estivesse mentindo. Talvez devesse realmente cuidar da situação no dia seguinte. Ela foi tirada de suas ponderações pela voz da prefeita.

- Emma?

Quando a loira se virou, mal pode acreditar no que via. Regina estava usando uma camisola curta, preta e semitransparente da barriga para baixo. Emma engoliu em seco e não conseguiu formular nenhuma frase. A expressão de Emma fez as preocupações de Regina sobre Killian ficarem de lado e ela sorriu enquanto se aproximava da moça.

- Está tudo bem, Emma?

- ...Sim. – respondeu quase em um sussurro. Por mais que Swan tentasse se controlar, seu olhar media a prefeita descaradamente e ela estava se odiando por isso, mas não conseguia parar.

O coração da salvadora parecia estar correndo uma maratona. Se já era difícil no dia a dia, era impossível não deseja-la naquela roupa, a noite, a sós. Regina se divertia e estava encantada com a confusão nos olhos da moça, nem sequer se lembrava mais do pirata. Ela envolveu o pescoço de Emma com os braços e a beijou delicadamente. Emma, hesitante, colocou as mãos na cintura da morena, estremecendo ao perceber que podia sentir perfeitamente as curvas de Regina através do material fino.

Por mais perdida que estivesse no beijo, Emma se afastou delicadamente. Ela se sentia como se estivesse se aproveitando da situação. Regina estava assustada com as declarações do pirata. A ideia de tirar proveito daquilo a perturbava.

- Eu não vou me aproveitar de você, Regina. Eu sei como você está se sentindo sobre Killian e não vou fazer nada contra a sua vontade.

- Killian? – a morena levantou uma sobrancelha e a encarou – Eu nem sequer lembrava mais dele. Aquele pateta arruinou o nosso jantar, mas eu não vou deixar que arruíne a nossa noite por completo.

Regina começou a beijar o pescoço de Emma enquanto usava suas mãos para puxá-la para cada vez mais perto. A salvadora sentia uma corrente elétrica passando por todo o seu corpo, sentindo-o aquecer. Ela lutava contra o desejo cada vez mais intenso, mas os lábios quentes de Regina arrepiavam onde quer que tocassem. A prefeita se afastou por um breve momento de seu pescoço e sussurrou no ouvido da loira.

- Por favor, Emma...  Eu não quero parar dessa vez.

Quando a morena desceu novamente e mordeu seu pescoço, Swan fechou os olhos, suspirou pesadamente e apertou com força a cintura de Regina, a puxando para si e perdendo todo o autocontrole que lhe restava.