1. Spirit Fanfics >
  2. A construção do Para Sempre >
  3. Estilhaços.

História A construção do Para Sempre - Estilhaços.


Escrita por: LSN

Notas do Autor


Hey!
Postando (bem) mais cedo já que hoje tenho mil coisas pra fazer na faculdade. *cries a river*
Mais uma vez, obrigada a todos favoritos e comentários. A casa é nossa. ;D
Boa leitura!

Capítulo 5 - Estilhaços.


Durante os primeiros segundos Regina não conseguiu se mover. Ficou parada, em choque, segurando o telefone. Seu corpo tremia e subitamente parecia pesado demais, frio demais. Não conseguia focar em nada e sua mente parecia vazia. Levou algum tempo para perceber que Ruby ainda estava na linha, chamando por ela.

- Regina? Regina!

De repente a realidade a acertou com força. Emma havia se acidentado e precisava dela imediatamente. Desligou o telefone e se materializou em frente a biblioteca antes que ela pudesse piscar. Correu até onde Ruby estava acenando e viu.

O carro de Emma estava com a frente totalmente destruída. Aparentemente se chocara contra um poste, que jazia caído poucos metros à frente. Regina franziu o cenho e seguiu até ela, sem querer olhar, mas se aproximou o suficiente para ver a silhueta de Emma deitada contra o volante. Virou o rosto, completamente atordoada. Ruby seguia logo atrás.

- Temos que leva-la ao hospital, Regina. Agora.

Embora em condições normais ela detestasse ouvir ordens, essa não era uma delas e simplesmente atendeu, fazendo um movimento com as mãos e levando as três para o hospital. Quando chegaram, Emma foi prontamente colocada em uma maca e levada para uma sala através do corredor estreito. Regina sentou-se em uma das cadeiras do hall, inexpressiva.

Ruby, que estava preenchendo o formulário e cuidando da parte burocrática da entrada de sua melhor amiga, voltou até a prefeita e sentou-se ao seu lado. Por um longo período, nenhuma delas disse uma palavra sequer, até que Regina quebrou o silêncio.

- Como isso aconteceu? – sua voz estava tão inflexiva que a frase mal parecia uma pergunta.

- Emma bebeu muito hoje à noite – respondeu Ruby, ainda carregada de preocupação – ela chegou no café estranha, parecia magoada por alguma coisa e só quis beber e beber por horas, sem dizer uma palavra. Quando ela se levantou para ir embora, eu sabia que ela não estava bem. Eu pedi para que ela esperasse um minuto enquanto eu falava com a Vovó para me liberar um instante enquanto eu a levava para casa, mas quando saí ela já tinha ido embora. Eu peguei o carro e fui atrás dela.

Ruby parou um pouco, como quem não quer trazer uma lembrança à tona.

– Quando me aproximava da biblioteca, ouvi um barulho horroroso. Quando cheguei vi que era o carro de Emma. – Aquelas palavras vieram carregadas de dor – eu pensei em ligar para Killian, mas certamente uma hora dessas ele deve estar bebendo em algum lugar por aí, e além do mais ele não seria uma ajuda tão grande quanto você.

Regina nada disse. Estava com o olhar perdido e continuava inexpressiva. Cada palavra que Chapeuzinho dizia apertava mais seu coração. Ela se sentia completamente sufocada pela angústia de conseguir visualizar todas aquelas coisas que ouviu. As duas ouviram passos vindo do corredor e Ruby se levantou. Quando olhou na direção da moça, Regina viu que era o dr. Whale e prendeu a respiração.

- Então doutor, como está Emma? – perguntou Ruby, sem rodeios.

- Ela está bem. Não fraturou nada e não sofreu coisa alguma além de alguns arranhões e machucados leves. É quase um milagre, porque poucas pessoas teriam sobrevivido a um acidente desses.

Ruby abriu um largo sorriso, finalmente tranquila.

- Emma é mesmo mais forte que você pode imaginar.

Regina, absurdamente aliviada, fechou os olhos e soltou a respiração. O médico continuou.

- Ela foi medicada e vai precisar passar a noite aqui.

Ruby aquiesceu, mas Regina levantou-se e tocou em seu ombro.

- Tudo bem Ruby, eu fico aqui essa noite. Você já fez muito por ela. E... – a morena abriu um sorriso franco, cansado, mas agradecido, que Ruby jamais havia visto nela – muito obrigada por me chamar. - Ruby sorriu de volta um pouco confusa, pegou suas coisas e voltou para casa.

Regina perguntou qual era o quarto onde Swan estava e seguiu para lá. Quando abriu a porta, sentiu o cheiro latente de remédios e viu uma enfermeira ajustando o soro e em seguida lhe passando as instruções habituais antes de sair, fechando a porta atrás de si. Só então a morena pode olhar direito para o quarto e se aproximar lentamente da cama.

Emma estava usando uma camisola azul clara, típica de hospitais. Em um de seus braços estava o soro e havia um pequeno objeto em seu nariz, que julgou ser oxigênio que colocaram ali por precaução. Ela estava pálida, mas tinha um semblante tranquilo. O que mais a chamou a atenção, porém, foi o corte em sua têmpora esquerda que terminava quase em sua bochecha. Ele já havia sido limpo, mas era perceptivelmente grande.

Regina sentou-se em um banco ao lado da cama e a olhou de perto. Não tinha palavras para descrever o tamanho da culpa que estava sentido. Ela sabia que tudo aquilo tinha acontecido unicamente por causa dela e se sentia a um passo de desmoronar. Vendo Emma naquele estado, tudo que queria era poder voltar no tempo e impedir que aquilo acontecesse.

- O que eu fiz? – sussurrou, sentindo lágrimas descendo livremente pelo seu rosto, traindo seu autocontrole.

Levou sua mão até o local do corte no rosto de Emma e lentamente correu toda a extensão do machucado, curando-o. Hesitante, tocou o rosto da salvadora e delicadamente percorreu com o dorso da mão seus traços. Sua pele era macia assim como ela imaginava ser. Quando sua mão chegou perto dos lábios, parou e os observou. Embora também estivessem um pouco pálidos, continuavam róseos e atraentes. Regina notou que se ela se aproximasse só mais um pouco poderia tocá-los com os seus.

Embora seu coração martelasse em seu peito pedindo para que fizesse aquilo, ela pensou no que poderia acontecer se a salvadora acordasse. O que eu diria a ela?, pensou, desanimada. Afastou-se e olhou para o relógio. Eram quase três da manhã, e isso explicava o fato dela estar tão exausta. Quando amanhecesse e Emma acordasse, ela precisaria explicar tudo aquilo e resolver a situação. Só de imaginar como seria o dia seguinte, ficou ainda mais cansada. Checou o soro mais uma vez e recostou-se em uma mesinha ao lado, onde pegou no sono observando os movimentos suaves do peito de Swan respirando tranquilamente.

***

Emma acordou com o barulho surdo de pessoas caminhando e murmurando pelo hospital, além do constante bipe dos aparelhos no quarto. Olhou para a parede azul na sua frente e ficou confusa. Não conseguia se lembrar de nada do que aconteceu no dia anterior. Virou-se e viu Regina, para o seu total estranhamento. A morena estava dormindo encostada na mesa perto de sua cama numa posição que não lhe pareceu nada confortável. Uma mecha de cabelos negros pendia em seu rosto tranquilo.

Emma a observou por um longo tempo até o doutor abrir a porta e acordá-la. Quando retomou os sentidos, Regina olhou para a salvadora por um momento, sem nada dizer, enquanto o médico explicava o que tinha acontecido. Dr. Whale percebeu que o corte na têmpora da loira havia desaparecido, mas sabendo quem era Regina e principalmente o que ela era capaz de fazer caso fosse contrariada, preferiu não tocar no assunto. Depois do sermão e das explicações sobre os remédios para as dores no corpo e a efetivação de sua alta, as duas foram deixadas sozinhas.

Regina sabia que precisava dizer algo, mas não conseguia. Era como se suas palavras estivessem presas de alguma forma naquele momento. Swan foi a primeira a falar.

- Obrigada – disse, olhando para baixo enquanto se levantava. – desculpa te incomodar a noite toda, pode ir. – Emma deu o primeiro passo e sentiu uma dor profunda em seu tornozelo, mas apertou o lábio e fingiu que estava tudo bem para que a morena não notasse. Para ela, já havia ocupado demais uma pessoa que não queria mais vê-la.

Regina se levantou com ela, mas antes que pudesse juntar as palavras, Emma já estava cruzando a porta.

- Emma, espere – Regina se aproximou.

Ela queria falar tudo, queria explicar o que sentia, mas simplesmente não tinha coragem. Não tinha coragem sequer de dizer aquilo para ela mesma. Então ela desistiu de tentar juntar as palavras, se sentindo uma completa covarde. Deu um suspiro e completou.

- Vá para casa e descanse. Vou te dar uma carona.

- Não precisa, eu posso... – antes que Swan pudesse completar, ela foi envolvida por um pequeno redemoinho roxo que, quando sumiu, revelou a sala de sua própria casa.

Ela suspirou. Não conseguia entender Regina. No dia anterior ela quase gritou com ela na rua quando perguntou se estava tudo bem e no mesmo dia se dispôs a passar a noite no hospital com ela. Swan desejou que as coisas entre elas pudessem ser mais simples. Eu não me importaria de ser o seu final feliz, Regina, pensou, com o coração pesado. Por que tem que ser assim?. Ela sabia que não tinha a resposta para aquela pergunta.

Já que já estava em casa, decidiu aceitar o conselho da prefeita e ir descansar. Lembrou-se da dor em seu tornozelo e deu passo cauteloso em direção à sua cama. Dessa vez, porém, não sentiu dor nenhuma. Balançou seu pé delicadamente de um lado para o outro e não havia sinal de dor. Ela ficou confusa por um instante, mas depois entendeu e, com um sorriso ainda mais confuso, sussurrou para si mesma.

- Obrigada, Regina.


Notas Finais


Essas duas... Hahah s2
Até semana que vem! ;**


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...