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História A Contagious Love - Malditos Remédios


Escrita por: UmbrellaGirl

Notas do Autor


Mai um capítulo
Vamos começar a entender mais como Ruby é?
(atualizado dia 14/04/2018) (original dia 02/12/16)

Capítulo 2 - Malditos Remédios


 Minha primeira noite em Arkham foi um pesadelo, o pior dos piores pesadelos. 
  Fui levada para minha cela acompanhada de Amélia e um dos guardas. Eu não queria ficar naquele lugar nem por segundo, pois imaginei que minha noite seria terrível com todo aquele escândalo de detentos perturbados gritando suas dores. 
  __Vou te trazer alguns remédios para te ajudar a dormir por hoje e assim que o resultados do seu exame sair, saberei qual remédio deverá tomar daqui pra frente. Sua cela tem uma cama e uma bacia sanitária, então não vai precisar de mim. 
  __Mas e se eu precisar? Vou sentir sua falta a noite.__ Falei com desdém e sarcasmo.  
  __Se em algum momento da noite não se sentir bem por conta dos remédios pode chamar o guarda. Mas só em urgências! E nem sempre os guardas estão disponíveis para suas besteiras, podem estar bem ocupados e... 
  __Ocupados com o que? Fodendo as enfermeiras? 
  __Espero que aprenda a me respeitar daqui pra frente. Pode se arrepender. 
  __Estou cheia de medo.__ Eu disse me aproximando dela. Eu a encarei por um instante, mas ela se vira para a porta para sair do cômodo. 
  Ela ia saindo da sala e eu a chamo novamente: 
  __Ei! E meu beijo de boa noite? 
  Ela nem se deu ao trabalho de se virar e continuou a sair. A grande porta de metal enferrujada se fecha e me prende em um espaço limitado. Eu sentia cada vez mais o ar diminuindo.  
  "Quero sair daqui... Preciso sair daqui..." 
  Essa enfermeira com certeza me traria problemas e eu não deixaria isso acontecer.  
   "Nunca mais deixarei alguém me prejudicar..." 
  Meus pensamentos se bagunçaram, não saberia dizer se seriam lembranças me perturbando ou a falta de ar que me viera no momento, mas... O ruivo logo veio a minha cabeça fazendo com que todas as sensações que senti ao ver ele pela primeira vez voltasse.
  Quando menos esperava Amélia já estava de volta, trazendo com ela uma bandeja cheia de remédios e seringas em um carrinho. Mesmo que meus pensamentos parecessem horas eu sabia que apenas minutos tinham se passado.  
  __Prontas para seus remédios? 
  __Ah, desculpe. Eu não uso drogas.__ Eu disse enquanto me sentava na cama.  
  __Isso vai te ajudar a dormir, relaxar e mais algumas coisas. 
  __Que coisas?__ Falei forçando uma sensação de medo. 
  __Calar a boca por exemplo. 
  Tomei três comprimidos e ainda recebi mais algum remédio por uma seringa nas veias da minha mão. Antes de sair, Amélia começa a arrumar suas coisas, e diz: 
  __Talvez sinta um mal-estar. 
  Ela saiu e eu fiquei com isso na cabeça. Senti uma fraqueza repentina, respiração lenta e de repente apaguei. Quando acordei não me lembrava de quase nada, minha visão estava turva, tudo girava e eu não conseguia me levantar. Eu vi uma sombra a minha frente e imaginei ser uma enfermeira, até perceber que o uniforme era dos detentos, aquele macacão listrado totalmente encardido e com remendos mal feitos, e esse detento estava em pé e de costas para mim, mas eu via alguns detalhes. O cabelo ruivo.  
  "O que quer?" 
  Eu pensei fechando novamente meus olhos, mas acabei pensando em voz alta e eu recebo uma resposta de Amélia.  
  __Vi ver como estava.__ Ela escrevia em uma prancheta e ao me olhar deu uma longa suspirada.__ Você me surpreendeu. Pronta para mais um dia em Arkham? 
  __O que? Mas...__ Tentei levantar recuperando rapidamente minha consciência e força.__ Por quanto tempo eu dormir?__ Fiz questão de perguntar, já que parecia que tivesse se passados apenas minutos. 
  __Bem... Eu diria uns quatros dias...__ Disse ela anotando mais alguma coisa em sua prancheta. 
  __O que? Quatro dias? Você me fez dormir por quatro dias?!__ Gritei tão algo que toda a ala feminina deve ter ouvido.__ Você vai se arrepender, vadia! 
  __Guardas!__ Gritou Amélia. 
  __Vai aprender a nunca mais fazer isso comigo... 
  __Guard...__ Agarrei seu pescoço com toda a força que eu tinha impedindo que ela continuasse a gritar. Ver a sua cara de desespero pela vida, pelo medo da morte e pelo arrependimento que sentia... aquilo me fazia bem, alimentando minha insanidade de um jeito que uma força desconhecida fosse liberada em mim. 
  __Não adianta gritar, querida.__ Falei sorrindo pra ela.__ Ninguém pode te ouvir aqui... 
  Pude a sentir morrendo, sentir ela cada vez mais fraca e fraca. Ela estava desistindo de lutar. De repente  ouço guardas abrindo a porta rapidamente e antes que eu pudesse ver o que acontecia, um deles me deu um soco na cara que me tirou de cima da enfermeira. Tudo girava e quando eu tento me levantar novamente ele me bate com a arma, na nuca e eu apaguei, novamente. 
   Eu acordo com uma camisa de força, que estava tão apertada que chegava a me machucar. Me sentei na cama com certa dificuldade e, no mesmo instante, um dos guardas entra na cela e diz: 
  __Hora de levantar. Temos programações para hoje.__ Sem nem olhar na minha cara o guarda me esperava com a porta aberta. No primeiro momento em que ele olhou para mim, suas mãos estavam em sua arma.__ Vamos reunir vocês no refeitório, a área de recreação está fechada. 
  Eram proporcionadas horas de... "lazer"... Bem, no final das contas, estávamos ali por sermos pessoas doentes. 
  __Tanto faz.__ Falei com a voz cansada. 
  Ele não me responde e me acompanha até o refeitório com alguns dos outros guardas nos seguindo. Arkham era absurdamente grande, mas quando todos os doentes perturbados estavam mais... calmos... parecia que não tinha ninguém. Foi um acontecimento raro... Mas aproveitável.  
  Passei pelos dois portões até chegar lá, olhando somente para frente, pensando "espero poder sentar naquela cadeira novamente, sozinha.". E lá estava ela com as mesmas revistas destruídas. 
  Quando me sentei, achei bem automático eu estar olhando todo o ambiente e vejo a poucos metros de distância o ruivo me encarando. Olhei para ele, mas desviando logo meu olhar para o chão do meu lado. Quando olho novamente para frente o garoto de cabelos cor de fogo e olhos verdes estava sentado na minha frente, em uma cadeia que ele trouxe da própria mesa.: 
  __Olá, Olá, garota.__ Ele disse com uma voz doce que era claramente falsa, balançando sua mão direita, na tentativa de me cumprimentar, mas suas mãos estavam algemadas, então sua mão esquerda era levantada junto.__ Me chamo Jerome. 
  Jerome. Eu conhecia esse nome. 
  __Cai fora.__ Falei incomodada com uma coceira no rosto, que era impossível de me livrar por conta da camisa de força. 
  __Você é um pouco... Arrogante. Sua mãe não lhe deu educação? 
  __Eu matei minha mãe.__ Falei de um jeito que ele pudesse entender que deveria ir embora. 
  __Jura?__ Disse Jerome forçando um tom de voz forçadamente duvidoso__ Eu também!__ Mostrando no seu sorriso e seu olhar o quanto se sentia orgulhoso disso. 
  __Eu não ligo.__ Falei com voz de desdém do orgulho do seu feito. 
  __Bem... Eu fiquei sabendo que tentou matar Amélia.__ Ele falou de um jeito curioso e logo abriu um enorme sorriso em seu rosto. Ele parecia conhece-la e dividíamos os mesmo sentimentos sobre ela.__ É verdade? 
  __Ninguém me dopa por quatro dias e sai ileso. Espero que ela tenha morrido. 
  __Acho que você só perdeu a cabeça. Espero nunca irritar a senhorita.__ Ele disse com tom sarcástico e mudando isso para uma forte mas baixa gargalhada. 
  __Você deveria agradecer que estou de camisa de força agora.__ com a voz séria, mostrei que não gostava desse tipo de palhaçada. A voz dele me incomodava de um jeito inexplicável. Eu queria ouvi-la, mas a cada palavra dele minha raiva aumentava. "Quanta merda ele continuaria dizendo?".__ Eu acabaria com você em segundos. 
  __Eu pagaria pra ver.__ ele disse quase como um sussurro, pulando para frente se apoiando na mesa, fazendo com que ficássemos olho no olho. Seu olhar era extremamente sério.  
  Ele estava muito próximo e eu quase me distraí com seus malditos e verdes olhos. Então, antes que ele pudesse perceber minha fragilidade, cuspo em sua cara, já que meus movimentos estavam limitados. 
  Em um piscar de olhos eu sentia e via no seu rosto um turbilhão de emoções. Raiva, desprezo, ódio. E ele estranhamente sorria. O seu mais forte e marcante sorriso. 
  __Estranhamente prazeroso. Faça de novo. 
  Automaticamente pulei para frente, levantando-me da cadeira pronta para dar um soco na sua cara, esquecendo momentaneamente que eu usava camisa de força. Então sinto as mãos quente de Jerome se envolvendo no meu pescoço. 
  __Minha vez! 
  Eu sentia o ar indo embora, e a dor que eu sentia no pescoço era bem mais forte do que das partes apertadas da camisa de força, que ainda me machucavam.
  Então os guardas perceberam que ele estava me machucando e correm para resolver o problema. Se qualquer um de nós morrêssemos em seus turnos, eles poderiam perder seus empregos, então, não foi por questões de bons valores. 
  Eles nos levaram pelos corredores a força, cada um para sua cela. 
  __Isso não vai ficar assim! Nossa conversa não acaba por aqui! 
  Esse bastardo não sabia com quem tinha se metido. 
  Fui levada até meu quarto onde me disseram que só tirariam aquela camisa de força em quatro dias, mas caso houvesse "mal comportamento" adiariam por mais duas semanas. Também me disseram que eu passaria por uma série de tratamentos. Tratamentos de choque e com certeza seria dopada por mais uma série de remédios. __________________________________________________________________________ 
  Passaram-se uma semana e dois dias. Eu já não usava mais a camisa de força e todos esses dias eu nem se quer tive visitas de enfermeiras, somente os guardas me traziam, descuidadamente os comprimidos para dormir. Obviamente nenhuma enfermeira se atreveria a vir me tratar novamente depois do ocorrido com Amélia.
  Durante essa semana pude perceber a falta de Jerome, ele não aparecia no refeitório desde aquele dia.  
   "Aquele dia..." 
  Algo em mim me preocupava. 
   "POR QUE SE PREOCUPA COM ESSE CARA" 
  Gritavam as vozes na minha cabeça enquanto eu estava em pé olhando fixamente para a janela. Jerome... esse nome... 
  Meus pensamentos foram interrompidos quando ouço a enferrujada porta se abrindo, fazendo com que eu me virasse rapidamente: 
  __Ruby.__ Disse o guarda entrando, acompanhado, no meu quarto.__ Essa é a nova enfermeira que irá cuidar de você. 
  Uma moça, aparentemente jovem, veio logo atrás dele. Ela me olha de cima a baixo com um olhar de descaso. Seu uniforme era branco encardido com detalhes muito desbotados. Não entendo como uma enfermeira tão jovem poderia ter uma roupa tão velha. Mas esses são pensamentos avulsos sem muita importância. 
   "Por que pensa tanto em mim, Ruby?" 
  Diz Jerome na minha cabeça. A voz dele foi tão marcante, tão presente. Parecia que ele estava do meu lado. 
  __O que? 
  __Eu disse que me chamo Amanda.__ Diz a nova enfermeira achando que eu tivesse falado com ela.__ Não precisa se preocupar. Teremos um relacionamento bem melhor do que você teve com Amélia. Não é? 
  Seu olhar e sorriso tão ingênuo quase me passa despercebido, eu só pensava em Jerome e sua voz ecoando na minha cabeça. Isso era novo pra mim, a voz de outra pessoa na minha cabeça.

"Mas que merda está acontecendo?!" 


Notas Finais


Obrigada por ler até o final.
Espero que tenha Gostado :3
Ainda tem mais (só não sei quando)


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