1. Spirit Fanfics >
  2. A Cordial Criatura Entre Os Galhos >
  3. IV. Se as ideias dela não andam de mãos dadas à realidade,

História A Cordial Criatura Entre Os Galhos - IV. Se as ideias dela não andam de mãos dadas à realidade,


Escrita por: xwk3

Notas do Autor


Nada a declarar hoje...
Amanhã talvez não tenha capítulo.

Capítulo 4 - IV. Se as ideias dela não andam de mãos dadas à realidade,


Fanfic / Fanfiction A Cordial Criatura Entre Os Galhos - IV. Se as ideias dela não andam de mãos dadas à realidade,

— H-Hiroto...?

Hiroto Ukawa. Cabelos negros e ressecados, colunas envergadas e um rosto que...uh...bem...ignoremos essa parte. Sim, eu irei perdoar seu exterior, em favor do interior.

Pois ele era ridículo no exterior, e exemplar no interior.

Mas se ele fosse bom no exterior, não importaria.

Mas se ele continuasse ridículo no exterior, não importa e nem importaria.

Não importaria, não importaria.

Não importaria nos dois diferentes jeitos.¹

Suas colunas estavam morbidamente inclinadas para trás, porém sua cabeça encarava o sujo e avulso papel na mesinha. Me encontrava na porta à suas costas, por isso, seu horrive...quer dizer, seu peculiar rosto e sua expressão por mim não eram vistas. Por outro lado, tenho certeza que era uma de arrependimento, por alguma banalidade cometida.

Mas eu também o perdoo-o, afinal, dizem que errar é humano, e perdoar, preciso. “Uma boa ação a cada dia”.

E particularmente, irei cobrar cada uma dessas ações lá no outro lado do mistério.

No período entre minha fala e a esperada resposta, já se continha numerosos segundos. Hiroto provavelmente, por estar cheio de culpa, bondade e preocupação para com os outros, sequer se encontrava na realidade. Chamei-o mais uma vez.

— Hiroto?!

Era uma existência lenta. E quando digo existência, incluo tudo; raciocínio, gestos, reação, coordenação, senso comum, etc. Sorte a dele, que eu, sempre iria perdoar a inferioridade, e nunca julgar o meu próximo.

Talvez eu pudesse até mesmo concerta-lo?

Com a voz rouca, o peculiar garoto virara o rosto ainda com resquícios e indícios de espanto. Como era uma pessoa simples, lê-lo não me mostrava a mínima dificuldade. Em sua testa estava escrito “Asami Hikari...chamou o meu nome?!”.

Também, talvez existisse um ótimo adjetivo antes de “Asami”, porém eu, não gostaria de tanto exagero. Uma dama precisa ser humilde nos seus modos.

Em contrapartida, a verdadeira surpresa fora...

— O que você...

— O que eu...o que Hiro-Hiro ?

— Está fazendo aqui...? E em segundo lugar, Hiro o quê?!

Timídez.

Essa é a única razão que posso pensar para tão fria recepção vinda dele. Não conseguir expressar como se sente à outras pessoas, impedira, impede, e caso persista assim, sempre impedirá Hiroto de se aproximar dos outros.

Não digo que não entendo o lado dele. As pessoas são falsas, escondem suas maliciosas opiniões sobre você, para que só depois de depositarem-lhes confiança, elas gradualmente ou sucintamente se revelem, acabando por o machucar.

São hipócritas e egoístas ao ponto de apenas ajudar aqueles próximos delas, a qual elas sentem por, e ainda chamar isso de atos de pura benevolência, como se não tivessem ajudando o outro apenas por aquilo machucar e angustiar ela mesma.

Afinal, caso não fosse por esse motivo, por que não ajudam desconhecidos?

É a simples natureza humana, se apegar ao que gosta em seu a redor, enquanto ignora todo resto. Assustadoras de determinado ponto de vista.

Imagino poder ficar horas listando defeitos e defeitos, e no final, nada mudaria. Se quisermos mudar algo temos de começar por onde podemos, e começarei ajudando Hiroto, ao passo que o próprio, me ajuda.

— Preciso...conversar com você.

— Comigo...? — Disse ao mesmo tempo que amassava e arremessava ao lixo, a estranha folha que antes jazia exposta sobre a mesa.

— Sim...podemos ir a outro lugar?

— Uh...

“Uh”. Hiroto era peculiar até mesmo quando concordava com as coisas.

A partir dali começamos a andar pelos corredores da nossa querida escola de ensino fundamental Gakuen Hakone. Que na realidade, era a única escola desta modalidade que havia pelas redondezas. Pisos e estruturas de madeira mostravam certa tradicionalidade, numa cidade que em si, além de fria e pequena, é antiga e repleta de “cultura” segundo alguns.

A economia da cidade é totalmente baseada no turismo. Para continuar movendo as coisas aqui, é preciso que pessoas nos visitem, geralmente vindo do lugar mais próximo daqui, Tóquio. Bom, e sinceramente, agora que penso nisso, boa parte do Japão precisa de Tóquio para mover as coisas.

Árvores e árvores pela passagem do vento, agitavam suas copas, sendo tal bonita paisagem contemplada por nós em todas as manhãs nos três últimos anos, juntamente com o majestoso, intrigante e amedrontador Monte Fuji. Ativo.

Ver aquilo que vejo todos os dias, despiste ser tão lindo, por outro lado, não era tão surpreendente. Já estávamos nos aproximando dos vestibulares, e provavelmente, eu iria me mudar para Tóquio, afinal, os colégios de lá eram melhores. É natural ir atrás do que é superior. Em contrapartida, me perguntava se sentiria falta deste lugar...não...o que estou falando...não sinto falta de nada...

Nem mesmo da minha irmã.

E desejo saber porque. Por isso virei “amiga” de Hiroto.

Finalmente paramos atrás da escola, e isso era familiar, e daqui a um certo tempo, será nostálgico e inspirador. É aqui o lugar que ocorreu minha vingança. É aqui o lugar que rejeitei todos.

— Então...? — Perguntou o possuidor de olhos tão entediados.

— E-eu... — Nenhum menino poderia resistir a isso, minhas bochechas, mesmo que por uma reação não natural, estavam vermelhas, e em conjunto com uma voz tímida e carinhosa, o golpe era fatal — P-preciso...de sua ajuda...

Primeiro ponto.

— Ajuda...? Não há pessoas melhores para te ajudar?

— Não! Nenhum dos meus outros amigos seriam tão bons quanto você nesta situação.

Segundo ponto.

— S-sei...

Fazia uma cara de choro, e me posicionei para a frente enquanto coloquei as duas mãos para trás de modo completamente fofo. Cheque-mate.

— V-você...vai me ajudar...Hi-ro-to?

Home-run.

— Tudo bem...mas, no que precisa de ajuda?

Honestamente, não sentia tanta tristeza, mas ironicamente, para eu saber o motivo disto, precisava primeiramente fingir que sentia. Com uma voz vacilante e meiga repliquei a questão — Minha irmã...ele...

— Como o esperado...quer encontrá-la?

Hiroto...Hiroto...Hiroto.

Como você é inocente.

Apenas balancei a cabeça em um pequeno gesto, indicando um sim. No entanto, aquilo era só o aparente. Não queria encontrar minha irmã.

Queria saber porque não sentia a falta dela.

Queria saber quem diabos era ele.

Queria saber porque ele não me levou naquela noite.

Pois naquele dia tenebroso, onde tudo o que eu tinha era ódio e lágrimas, ele podia ter me levado, pois ele olhara bem para minha alma e rosto, mesmo que o próprio não tivesse nenhum dos dois.

E me rejeitou, e me rejeitou.

Repetindo, repetindo o feito.²
 


Notas Finais


"Não importava nos dois diferentes jeitos" ¹ :
Significa que para Asami, diferentemente de Hiroto, não importava o que ou como a pessoa era no exterior, o valor estava no interior.

"Repetindo, repetindo o feito" ² :
Especificamente nesta ocasião, se refere ao ato de rejeitar, já que Asami naquele dia já havia sido rejeitada por todos.


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...