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História A Cordial Criatura Entre Os Galhos - V. Tão pouco, andam totalmente as dele.


Escrita por: xwk3

Notas do Autor


E lá vamos nós para o que interessa ~~

Capítulo 5 - V. Tão pouco, andam totalmente as dele.


Fanfic / Fanfiction A Cordial Criatura Entre Os Galhos - V. Tão pouco, andam totalmente as dele.

— E-eu...p-preciso da sua ajuda...

Irritante. Não quero ajudar ninguém.

— Ajuda? Não há pessoas melhores para lhe ajudar?

— Não! Nenhum dos meus outros amigos seriam tão bons como você nesta situação!

Opa, um momento. Você considera aquelas pessoas como “amigos”?

Acharia mais adequado "pets" ou "animais de estimação". Se fosse para ser eufêmica, poderia até dizer seguidores ou escudeiros.

De qualquer maneira, tenho certeza que há pessoas muito mais fortes, inteligentes ou bonitas do que eu, rezando para ela os notarem. O que diabos ela está fazendo aqui, comigo?

— S-sei...

— Você...vai me ajudar, Hi-ro-to?

“Hi-ro-to”...

Querida Asami, se achas que pode ganhar-me com gestos e truques tão simples como este, completamente por sua beleza e rosto encantador.

Tenho que lhe alertar, que está totalmente certa.

— Tudo bem...mas, no que precisa de ajuda?

— Minha irmã...ele...

Ele.

— Como o esperado...quer encontrá-la?

Asami concordou levemente com a cabeça, em mais um gesto extremamente fofo. Porém Asami, você é muito inocente se acha que não sei qual sua verdadeira intenção. Está me usando, isso é óbvio, e por outro lado, não ligo e sequer deveria ligar. Considerar que não somos dispensáveis é romancear em excesso o próprio ego.

Enfim, não confunda isso com a ideia de eu gostar de você, afinal, te odeio. Só gosto do seu rosto, e ainda sim, isso não é tudo.

Há algo que quero saber com ele.

Há algo que quero saber dele.

— Tentarei...em contrapartida, não espere muito...você sabe com o que estamos lidando...nem pense que vou ir tão longe por ti.

Minutos de silêncio mútuo se passaram, e as copas das árvores oscilando nos avisava da presença de uma tempestade próxima. Enquanto por sua vez, a tempestade e a ventania nos conscientizavam que o inverno, chegava outra vez à Hakone.  

.....


             A tarde continuava fluindo, assim como o Sol, entre as montanhas, se pondo. A população de Hakone nunca fora tão notável, ao mesmo passo que por outro lado, nunca fora inteiramente desprezível. É a mesma história de moedas, não se comparam a notas, porém ainda são alguma coisa.

Despiste isto, naquela tarde boa quantidade de olhares focaram-se em nós, eu poderia deixar essa passar ao pontuar ser apenas por causa de Asami, no entanto, estaria mentindo. O segundo e importante fator de tanta atenção, se dava por eu acompanhar a garota.

Era como vinho e água.

Ou eu deveria dizer, aparentava ser vinho e água?

Pois talvez, o que denominavam como vinho, era apenas uma garrafa de vinho com água. Carinhosamente apelidado de “propaganda enganosa”, isso não é tão incomum.

Há verdadeiro vinho em meio a humanidade?

Ou ser ou não ser bom depende dos olhos de quem vê?

— Onde estamos indo, Hiro?

Você é tão lenta que dói.

— Á delegacia, é claro.

Hikari parou, me fitou com um olhar de reprovação por um momento, e indagou — Realmente achas que eles farão qualquer coisa? Melhor, que eles tentarão fazer algo?

Nós vamos fazer as coisas, iremos por questões de informações.

— E achas que irão lhe dar?

Você é realmente inocente Asami. Pensei e sorri.

— Não precisamos que eles nos dê, só precisamos saber se eles tem.

O infantil e delicado rosto agora se encontrava com uma expressão confusa, igual à quando se depara com o “x” da questão, e não há mais a mínima ideia do que se pensar ou fazer. Então, ela apenas me seguiu.

A delegacia já estava a apenas alguns metros, no fim de uma rua morta. Como o esperado, para uma cidade pequena, existia uma delegacia pequena, e quanto mais pequeno algo, mais fácil de se dominar, é.

A estrutura não era tradicional, nem muito moderna, era uma simples delegacia, de sólidas paredes construídas com simples tijolos e cimento, pintadas de preto e azul, o ambiente passava um ar desanimador, quase sombrio.

O estacionamento policial não havia mais que dois veículos, uma moto e um carro, e em um país sem violência física como este, não era necessário mais, especialmente nesta cidade, o número de incidentes é zero...desde que se desconsidere desaparecimentos.

E todos desconsideram, e todos desconsideram.

Todos não falam, nem citam.

Porque ao citar seu nome, assim como o s–....

— Hiroto...? — Chamou-me a atenção Asami, esperando na entrada da instituição.

  ......


              Após vinte minutos, isso, exatos vinte minutos, conseguimos permissão para falar com quem nos interessava. Asami tomou a iniciativa e abrira formalmente a porta, apresentara-se educadamente e nos sentamos naquela sala repleta de papeis velhos esparramados. Um cordial homem se sentava na poltrona, atrás da mesa.

— Oh! Sra.Hikari e...

— Hiroto.

— Oh, sim, Hiroto.

Ah? Quê? Não vou ganhar um “Senhor” também?

— Sra. Hikari...sinto muito...por...você sabe o que...

“Você sabe o que”, não consegue nem falar sobre o assunto? Que tipo de delegado és tu?

— Imagino que venho saber se encontramos...notícias...?

Imagina mal. Ela não é tão burra, não dessa maneira.

Todos sabem que vocês sequer tentam.

— Sim, exatamente...

O clima naquela sala mofada e escura não era natural. Nada natural. Delegado Hoyama Tadashi, não tenho interesses homossexuais, porém até eu noto que possuis um ótimo exterior. Elegante, forte, belo, alto, másculo.

Seu exterior é impressionante, e de acordo com meu lema, você devia ser também.

No entanto dessa vez vou contra minha própria lei, fazendo uma excessão.

Sim, exclusivamente a você, concederei uma excessão.

Lhe concederei desconfiança, inteiramente por seu interior.

— Infelizmente, não encontramos nada. — Confessou cabisbaixo. Que bela cena temos aqui.

— Entendo... — Asami replicou cabisbaixa, mas me fitando com o canto do olho. Aguardando minha ação.

— Delegado Tadashi...

— Sim...?

— Acha que os desaparecimentos estão relacionados?

Hoyama fez uma expressão que nunca vi eu, antes deste exato momento. Expressava mais que um sentimento, e era criada por mais do que um também. Medo, hesitação, raiva, surpresa. Essa fora a última pergunta que ele esperava de mim. A última ação que ele esperava de alguém.

Diretamente, falar sobre aquilo.

Proibido.

E agora, Hoyama me olhava incrédulo. Eu era em seu universo, o pecador.

— Não sei.

Que covardia, Hoyama, tentando fugir com uma resposta tão ruim assim?

O quê? Acha que me arrependerei de ter dito aquilo? Que pararei por aqui?

A partir do meu exterior, você me subestima.

— Então em todos esses anos que nesta cidade as pessoas desapareceram...e que você esteve encarregado de investigar...você nunca achou nada? Nunca realmente se esforçou em relacionar nada? Nunca realmente se importou com os outros?! — Não importava como alguém via minha última fala, ela era extremamente desagradável, talvez um tanto verídica, mas ainda sim desagradável.

Principalmente pelo meu tom ácido.

Tadashi descontrolou-se. Ergueu-se, seus quase dois metros se sobrepunhavam-se a minha sombra como a noite engole a luz. Com a boca espumante e as pupilas em chamas, o senhor delegado vociferou, e consequentemente cuspiu na minha cara, enquanto secava-me tanto quanto podia e nos fazia um gesto de retirada.

— Fiz tudo o que pude! Moleque!

Doce ódio. Diga-me Tadashi, seu ódio vem de onde?

De mim ou de suas próprias falhas?

 De mim ou dele?

Nós dois sabemos a resposta. Mas ainda sim, você a ignora.

Repetindo, repetindo o feito¹.


Notas Finais


Explicações ~~

"Repetindo, repetindo o feito"¹ (frase mais usada na fic? lol)
Nesse caso, se referiu ao ato de ignorar, já que todos naquela cidade, sempre ignoram a verdade, fingindo que ela não existe.


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