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História A Corte da Ganância- 1 livro da Trilogia Palácio (Completo) - O sacrifício dela por ele.


Escrita por: BarbarAmorim

Notas do Autor


Pessoal, como muitos já devem saber a Corte da Ganância vai se tornar fisico, por isso retirei todos os capitulos da plataforma, mais deixei o primeiro como degustação, em breve virei aqui deixar o link da editora onde os livros estarão em pre-venda, por isso peço que todos entrem no link que se encontra no meu perfil
Lá estará todas as informações e mais coisas.

Capítulo 1 - O sacrifício dela por ele.


Fanfic / Fanfiction A Corte da Ganância- 1 livro da Trilogia Palácio (Completo) - O sacrifício dela por ele.

O pai de Mira sempre dizia que o mais forte seria o Rei e foi isso que Mira aprendeu desde pequena, sendo a única menina entre tantos irmãos, ela tinha que saber se defender e ser a mais forte se quisesse sobreviver entre as armadilhas da corte e as ambições que não eram suas, mas Mira sabia que lá no fundo ela era mais forte que todos eles.

   Mas naquele momento embaixo da árvore, ela se deu conta de que seu destino não era com o amor da sua vida, mas ela podia dar um último presente para ele. Sua mãe lhe ensinou a magia do amor e também a magia milenar do Reino de Umlilo, e decidida a dar um fim nessa guerra e dar uma chance para que Yin Chang tivesse uma vida sem ter que lidar com o preconceito, ela retirou da terra coberta por neve um pequeno baú de madeira, Mira, passando a mão em cima na tampa de madeira polida tentou se lembrar como de abri-lo.

   Sua mãe sempre dizia que se ela um dia fosse usar a magia que lhe era digna de direito, Mira teria que fazer um sacrifício... Mas não qualquer sacrifício, ela teria que sacrificar aquilo que lhe era mais importante...  Ela iria sacrificar as memórias que Yin Chang tinha dela.

   —  Mãe, talvez não seja uma boa ideia, mas é a única que eu vejo no momento! —  Fala enquanto com as mãos no baú ela começa a cantar, fazendo com que uma aura avermelhada deslizasse de suas mãos para o colar que se encontrava no seu pescoço.

   Mira então onde se encontrava entalhado em ouro o símbolo do Reino de Umlilo juntamente com seu nome. abre o baú, e entre os tecidos de veludo vermelho ela vê um colar com uma pequena pedra vermelha, a corrente de ouro se destacava entre os tecidos de veludo assim como a pedra vermelha toda decorada com pequenos ramos dourados que se entrelaçavam entre si formando uma pequena chama dourada.

   —  O que a Alteza faz aqui? —  Mira então ouve uma voz vindo detrás dela, a fazendo levar um susto e derrubar o baú no chão, enquanto ela se vira e olha para um homem que se encontra parado atrás dela.

     Osman se encontrava parado a olhando com aqueles olhos dourados, mas quem estivesse por perto veria que no olhar daquele homem se encontrava um brilho diferente do que o normal, era como se ele estivesse na frente da mulher que ele amava.  Ele não via uma princesa que seguia as ordens do seu pai com os olhos fechados, ele via sim uma mulher maravilhosa que lutaria pelo que quer, nem que para isso tivesse que sacrificar o que lhe era mais importante.

    —  O que você está fazendo aqui? —  Mira pergunta enquanto se ergue jogando a capa negra para trás, fazendo com que as pequenas pétalas da Xuè Xing se erguendo do chão revelando um vestido vermelho que moldava seu corpo. —  Você sabe que não pode entrar aqui?

    Osman fica olhando para o rosto de Mira e não percebe o que ela perguntou. Ele não consegue tirar os olhos dela, seus olhos de fogo parecem o prenderem como uma corrente prende um prisioneiro de guerra.

   —  Responda-me! —  Mira fala enquanto com os olhos de fogo o desafiam a responder.

   —  Desculpe-me, Alteza, não prestei atenção na pergunta, poderia por favor repetir? —  Osman pergunta enquanto Mira resmunga algo como “Mas que petulante” fazendo o sorrir.

   Quando se dá conta que sorriu com aquele ato infantil, ele abaixa a cabeça para que assim, Mira não se perceba que aquele homem forte e poderoso sorriu para um ato infantil.

   —  Eu perguntei o que você está fazendo aqui?  —  Mira fala com as mãos na cintura começando a resmungar outra vez, só que dessa vez algo como “Porque é sempre assim?”.

   —  Sim, essa pergunta eu ouvi, estou falando da outra pergunta! —  Osman fala com um sorriso sarcástico no rosto, fazendo com que Mira fique tentada a atear fogo naquele homem enquanto ri, mas Mira não é como seus irmãos, que apelariam para a violência.

   Suspirando, Mira fala: —  Você sabe que não pode entrar aqui, não é?

    —  Sua Alteza, seu pai me pediu para procurá-la.

    —  O que meu pai quer? —  Mira fala enquanto olha para o chão onde se encontra o baú e ao seu lado, o colar que sua mãe deixou para ela.

    Osman olha para o mesmo lugar que Mira está olhando, e quando vê o colar jogado na neve, ele se abaixa e o pega. O colar se encontrava quente, mesmo que estivesse entre a neve, ele passa a mão pela pedra se dando conta que é ela que está quente de verdade. Não sabendo o porquê da pedra se encontrar naquela temperatura, ele olha para Mira tentando encontrar uma resposta enquanto que a mesma apenas olha para o colar com a pedra avermelhada que parecia pulsar como um coração.

   —  Esse colar era da minha mãe, ela o deixou para mim antes de falecer. — Fala enquanto abraça os próprios braços, se lembrar da mãe ainda lhe é doloroso.

  —  Mas porque ele se encontra quente? Quer dizer, porque a pedra está quente?

—  Essa pedra não é qualquer pedra… É uma antiga pedra  do Reino de Umlilo, minha mãe costumava usá-la para tratar dos doentes.

—  Como assim? Uma pedra antiga?

—  Essa é a famosa pedra Milenar do Reino de Umlilo, a Fire, a que somente as mulheres da realeza podem usar.

—  A Fire? Achei que fosse uma lenda? —  Ele fala assustado enquanto se pergunta o porquê daquela pedra se encontrar naquele jardim, ela não deveria estar entre as lavas de fogo do reino?

—  Ela é uma lenda para as outras tribos. Minha mãe, quando se deu conta de que se Fire fosse descoberta, eu poderia ser usada para que meu pai a desse para o Reino com a qual eu me casaria, então decidiu escondê-la.

—  Mas se essa for mesmo a Fire, e que se você for usá-la... você terá que fazer um sacrifício, não é?

Mira não consegue olhar para ele, então apenas fica a olhar para a árvore, que mesmo coberta de neve parece nunca morrer, ela sabia que, para que a árvore pudesse ficar viva sempre tem que ter um sacrifício e para que a árvore pudesse florescer todos os anos Mira tinha que lhe oferecer um pouco do seu sangue.

—  Sim, para que a Fire possa ser usada de verdade é necessário um sacrifício, mas não qualquer sacrifício, mas sim o sacrifício daquilo que lhe é mais importante.

—  Você quer dizer que vai usar a Fire para salvar o seu amado Yin Chang? —  Osman pergunta enquanto aperta com força o colar.

A algo de errado com ele. Ele sabe disso, quando ela não lhe negou para usaria a Fire, ele sentiu algo amargo na boca do seu estômago, algo que ele nunca sentiu.

 —  Você vai se sacrificar por um homem que não lhe ama? É isso mesmo? —   Pergunta enquanto uma fúria monstruosa se apodera de seu corpo, ele quer balançá-la pelos braços enquanto lhe diz: Porque ele? Porque um homem que a deixaria se fosse necessário? Porque não ele, um homem forte e poderoso que se sacrificaria por ela? Ele sabia o por que, tinha pela certeza de que mesmo que ele se ajoelhasse na frente dela nada mudaria, ela sempre seria de outro.

—  Você não sabe de nada! Eu quero é acabar com a guerra, isso sim.

—  Eu não sei de nada? Alteza, até um cego consegue ver o que a senhorita não está enxergando.

—  O que você vê? Vamos, me diga!

—  Eu vejo um homem que não sabe amar e uma mulher tola que se prende a uma pequena migalha de atenção desse homem, que não sabe amar.

Ela o olha com os olhos arregalados, seu coração pulsa em seus ouvidos e lhe parece que o mesmo está se despedaçando. Mas quando ela se dá conta, já era tarde demais, sua mão já se encontrava no rosto daquele homem, sua fúria, ódio e magoa também.

Mesmo sabendo que era verdade tudo que ele disse, não queria acreditar... Não podia acreditar, seu coração não queria acreditar naquelas palavras. Ela apenas via Yin Chang e mais nada.

—  Desculpa! —  Sussurra enquanto olha para a mão.

Uma vergonha se apodera do corpo dela, como ela pode se descontrolar assim? Será que sempre será assim? Yin Chang ainda tem um grande poder em cima dela.

—  Talvez eu tenha merecido esse tapa, mas Alteza, eu disse a verdade! —  Fala enquanto alisa a face avermelhada pelo tapa que recebera dela. —  Sua Alteza, se a senhorita não tivesse seu mundo girando ao redor do Yin Chang veria que existe pessoas que fariam de tudo para tê-la, diferente do homem que a senhorita ama. —  Ele fala enquanto lhe entrega o colar e olha nos seus olhos de fogo.

Osman sabe que ela nunca o amaria como ela ama Yin Chang, mais ele poderia se encontrar sempre por perto a protegendo.

—  Obrigada!

Ele olha para as bochechas pálidas da princesa que começam a ficar avermelhadas de vergonha e sorri.

—  De nada! —  Fala enquanto se vira e anda em direção onde só pode ser uma montanha de onde desliza lava.

Enquanto andava na direção da montanha, Osman pensava em como Yin Chang... Não, Dulal tinha a sorte grande em ter uma mulher como a Princesa Mira ao seu lado, e em como ele era burro por não se dar conta de como aquela mulher era a mulher da vida dele.

—  O que você está fazendo aqui?  —  Então ele ouviu uma voz masculina se dirigir a ele.

—  Sabe, já ouvi essa pergunta mais onde mesmo? Ah, com a Princesa! —  Fala de uma forma sarcástica enquanto olha para Dulal com o olhar duro de um homem pronto para a guerra.

 —  O que você estava fazendo com a Princesa? —  Dulal pergunta.  Ele não entende o porquê, mas quando ele se dá conta de que Osman se encontrou sozinho com Mira, algo quente lhe queima o peito, algo como fogo que deslizava na montanha ali perto.

Dulal poderia ser considerado um homem poderoso, mais sua força vinha de sua mente que trabalhava mesmo quando não era para trabalhar, de seus músculos talhados no campo de batalha e de seus olhos vermelhos que pareciam brilhar mais forte do que qualquer coisa. Mais enquanto observava Dulal, Felix pode ver os cabelos negros brilhantes e suas vestes de um rei, tudo que ele via era alguém que estava pronto para proteger algo que lhe era importante mais que não dava valor.

—  Conversando!

—  Conversando sobre?

— A vida, amigos... Sabe, sobre tudo e um pouco mais! —  Osman diz com a voz sarcástica enquanto Dulal aperta a mão para não dar um soco na cara dele.

—  Espero que você não se encontre sozinho com a Princesa. —  Fala enquanto se põe na frente dele, seus olhos pareciam soltar raios. —  Nunca mais, está me ouvindo?

Osman olha para Dulal tentando o entender. Como um homem que num momento faz pouco caso da Princesa, e no outro momento parece o cavaleiro de branco da Princesa?

—  Não se preocupe, mesmo se eu quisesse me encontrar sozinho com a Princesa nada poderia acontecer já que ela só tem olhos para um único homem!

Depois de dizer isso ele dá as costas para Dulal, mas diz: —  O homem que tiver a Princesa Mira com certeza será o Rei mais abençoado desse mundo, não existem mais Princesas como Mira.

Dulal fica parado ali, olhando-o sair em meio às pétalas que se encontravam no ambiente.

                                   

 

O barulho da água que caía da pequena cachoeira dava uma sensação de paz para a Princesa, mesmo que em sua cabeça tudo estivesse uma bagunça e nublado, sua paz sempre seria aquela cachoeira e o lago.

—  Mãe, será que estou fazendo uma escolha sábia? —  Pergunta enquanto toca o colar que se encontra no seu pescoço.

O colar emite uma luz em direção ao centro do lago fazendo com que pequenas ondas deslizem na superfície, e mostrem uma mulher de vermelho meio apagada.

—  Minha filha, as escolhas que tomamos é que decidirão o futuro! —  A mulher fala com um sorriso triste no rosto.

—  Minha mãe, a senhora viu o meu futuro, não é?

—  Sim, minha filha! A sua escolha de sacrifício será a que lhe condenará a uma vida de tristeza e alegria, mas serão as suas ações que decidirão se será só alegria ou só tristeza.

—  Mas eu só vejo morte, fogo, gelo e sangue daqui para frente se essa guerra acontecer!

—  Sim, se a guerra acontecer a paz que tanto lutamos para que reinasse será apenas uma lembrança que ficou no passado, mas você sabe que seu pai não quer a paz.

—  Eu sei minha mãe. Mas tem que ter uma maneira de fazer meu pai ver o que acontecerá.

A mulher de vermelho olha para Mira e desliza pelas águas até ela.  Quando Mira vê sua mãe de perto, uma felicidade aperta seu peito.

Vendo sua mãe de perto, Mira sente que a qualquer momento lágrimas cairão de seus olhos, ela sabe que sua mãe estava morta mais vê-la ali no lago sempre a deixava mais calma porque ela conseguia se lembrar dos sorrisos que ela lhe dirigia quando criança, dos olhos violetas que pareciam sempre segui-la por todo canto.

—  Minha filha, mesmo se você mostrar a seu pai o que irá acontecer se a guerra ocorrer, os olhos dele já estarão cobertos de sangue e ganância. Não se esqueça que seu pai quis usar uma mulher para conseguir a Lágrima das sereias, ele seria capaz de valorizar mais o poder do que a própria filha, não se esqueça disso.

—  O sacrifício que farei...

—  É apenas para que a guerra acabe, mas não para que seu pai deixe a ganância de lado.

—  Então... 

—  Se você quer que seu pai deixe a ganância de lado terá que fazer um segundo sacrifício para a Xuè Yīng. —  Fala enquanto olha para a árvore que se encontra na beira do lago.

—  Mas esteja avisada... Ao fazer o desejo, Xuè Yīng irá cobrar o preço pelo seu desejo e ele poderá ser mais caro do que o sacrifício que você fará.

—  Se for para ter paz por muitos anos...

—  Minha filha, nós duas sabemos que você só fará um segundo desejo porque não quer perder o homem que você ama mais uma vez!

—  Mãe! —  Mira fala enquanto suas bochechas ficavam avermelhadas de vergonha, fazendo sua mãe rir e cobrir a boca com a manga do vestido.

—  Bem, querida... Os desejos são seus, mas as consequências não são só suas, irá mudar o futuro de muita gente.

—  Eu sei.

   —  Eu espero que os seus desejos se tornem reais, mas nesse momento posso te dar uma lembrança para quando o futuro vier. Lembre-se sempre, querida... Xuè yīng pode realizar o seu desejo, mas ela também pode te dar uma segunda chance para ser feliz.

          A mãe de Mira sorri e vai deslizado pelas águas até o centro do lago, onde desaparece entre pequenas luzes. O colar que se encontra nas mãos de Mira brilha e ela sorri sabendo que a Xuè Yīng tornará seu desejo realidade.

        —  Princesa!

          Mira se encontrava olhando para o lado e não se dá conta que Dulal a olhava.  Para ele, a Princesa sempre seria apenas uma princesa, mas quando ele a viu ali parada olhando para o lago, a única coisa que ele viu foi uma mulher, talvez fosse só imaginação dele, mas tinha uma mulher de vermelho perto da árvore com um sorriso enquanto o olhava, e em meio a aquele jardim, Dulal viu apenas a princesa e mais nada.

       —  Mira! —  Dulal a chama fazendo com que ela se vire e o veja, mas o que ela vê não é Dulal, mas sim, Yin Chang fazendo com que leve um susto e cai para trás, muito perto da beira do lago.

       —  Yin Chang?  —  Mira pergunta o olhando sem acreditar.

      Seus olhos não podiam estar vendo errado, aquele ali na frente dela não era Dulal, mas sim, Yin Chang que a olhava confuso por causa da pergunta dela.

      —  Se machucou? —  Ele pergunta se ajoelhando na frente dela, mas ela não consegue falar nada, apenas mantém a boca aberta sem acreditar naquilo.

    —  Yin Chang! —  Ela fala feliz e se joga nele o fazendo cair entre as flores e folhas rindo. —  Você é mesmo Yin Chang?

   —  Sim, eu sou!

      Ela o olha sorrindo enquanto pensa nas palavras que sua mãe lhe disse antes de voltar para o lago, mas o colar que ela tem na mão começa a queimar, a lembrando que ela iria sacrificar as memórias dele sobre ela, mas ela não queria pensar nisso agora, apenas o olhar e sem conseguir se conter, o beija, e nesse beijo ela coloca todos os seus sentimentos.

    Yin Chang no início fica assustado, mas algo desperta em seu peito, um calor se espalha pelo seu corpo, fazendo com que a puxe para mais perto e a apertando contra seu corpo, ele começa a corresponder ao beijo e com a mão esquerda, desata o nó da capa a fazendo deslizar pelo corpo dela.

    Se eles viram as pétalas caírem em cima deles, isso ninguém vai saber, mas as pétalas pareciam brilhar como pequenas luzes a cobrir os corpos deles. Mira não consegue mais se controlar e o puxa ainda mais para ela.

    As únicas testemunhas do que aconteceu naquele jardim foi a Xuè Yīng, que os cobriu com suas pétalas, e o lago que sabia do trágico destino que teria aquele casal. Mira estava com a cabeça deitada no peito de Yin Chang o olhando dormir, os cabelos brancos se confundiam com a neve que cobria o chão e ela não conseguia parar de sorrir enquanto o olhava. Ela tinha dormindo... Não, feito amor com ele. Ela queria preservar aquela lembrança de todas as maneiras, nem que fosse numa pequena pérola, mas ela tinha que faz o que ela não queria.

    —  Sempre vou te amar, mesmo que você não se lembre de mim! — Mira fala deixando uma lágrima cair e ergue a mão e a coloca perto do rosto dele Da sua mão desliza um pequeno fio vermelho, que desliza pela cabeça dele puxando as memórias que ele tem dela e colocando numa pequena pérola que começa a ficar vermelha, até que brilha com um brilho prateado como a neve.

                                    

    Não muito longe dali, do outro lado do lago sua mãe a olha com o olhar triste por sua pequena princesa.

    —  Rainha, não fique triste.

    —  Como não ficar triste sabendo o destino desses dois jovens. Espero que Xuè Yīng possa pelo menos dar alguma lembrança de esperança para o futuro.

   —  Ela deu, as pétalas brilharam ao caírem neles. Acredito que Xuè Yīng possa ter aliviado as dores que virão.

   —  Espero que o destino da minha pequena Fire não seja o mesmo que o meu: Amar um homem que não a ama.

  —  Acredito que o destino possa dar uma chance para que a família Real possa ser feliz.

  A rainha olha para Mira e tenta não chorar.  Sua pequena ainda irá sofrer muito, mas o destino há de dar uma surpresa para ela. Ela se lembrou de quando conheceu o Volkan, e o que ela viu foi um homem forte e poderoso, o que fez com que seu pai concordasse com um casório para que ela pudesse ser a rainha do fogo, mas Volkan já estava apaixonado por outra, bem, era isso que ele dizia, e ela estava se desfazendo em pétalas por aquele amor.

  —  Rainha, a Mira não vai se desfazer em pétalas.

Mira olha para a pequena pérola vermelha que se encontra na sua mão e fica a imaginar um futuro sem o homem que ama.

    —  Se um dia tiver uma filha, dê o nome de Xo Bou, porque será a única lembrança que você terá de mim junto com esse colar. —  Fala enquanto coloca o colar de sua mãe ao lado dele e o beija.

    —  Adeus, Yin Chang. —  Sussurra enquanto se levanta e recupera sua capa que estava jogada entre a neve e a coloca.

    Ela olha pela última vez antes da guerra, para o homem que ama, mas quem ela encontra agora é Dulal. Sim, ela sabia que sua mãe, junto da Xuè Yīng lhe dariam uma única noite com ele.

   Depois que ela se retirar, Dulal acorda sem se recordar de nada e olha para o lado e vê o colar.

                                

 

      Dizem que quando a guerra bate na porta só se pode ver fogo e gelo, mas estavam enganados. Mira via homens darem suas vidas por uma causa já perdida e que não eram deles. Ali, sentada no mais alto pico da montanha coberta por neve, Mira sabia que, a decisão que tomara iria poupar mais vidas do que aquelas que já estavam perdidas.

     —  Olhe minha filha, eles estão sucumbindo a nós! Sairemos vitoriosos, graças a Dulal que matará o falso rei. —  Seu pai fala enquanto ri.

   Ela olha para aquele homem e pensa que o sacrifício que fará será para que seu pai possa enfim ter paz.

    —  Mais, meu pai, o falso rei é o irmão dele!

    —  Não, minha filha, o falso rei é o povo. Olha lá na floresta, perto da árvore que deu início a tudo isso!

    Mira se ergue num pulo e olha para onde seu pai aponta. O que ela vê pode ser o que uma mãe nunca iria quer ver. Dois irmãos. Duas espadas. E sangue, o sangue que será derramado se ela não fizer algo.

    —  A hora em que será decidido quem vive e quem morre chegou! —  Osman, que antes estava quieto, fala olhando para Mira.

   —  Cale a boca! —  Mira fala enquanto se vira fazendo a barra do vestido vermelho flutuar ao redor dela.

  —  Ele não disse nenhuma mentira, minha filha!

  —  O senhor pode ter retirado as memórias do Yin Chang dele e o feito Dulal, mas nunca irá tirar o amor fraternal que ele tem por Abhay e isso o senhor sabe.

  Volkan olha para a filha com um olhar de dar medo e ergue a mão de onde sai labaredas de fogo, mas então se lembra de quem está na sua frente, não é qualquer pessoa, mais sim sua filha, a sua preciosa Princesa, aquela que a Yuri lhe deixou antes de se transformar em pétalas na beira do lago sagrado.

  —  Minha filha, mesmo assim ele quer destruir Abhay!

  —  Isso porque o senhor o manipulou para isso. —  Fala enquanto ergue a mão lhe revelando uma pequena pérola vermelha.  Volkan ao se dar conta do que aquela pequena pérola representa, avança contra sua própria filha, mas já era tarde, Mira já tinha se teletransportado.

  Quando se deu conta do que poderia acontecer com sua filha, Volkan cai no chão cheio de neve enquanto grita: —  Miraaaaaaaaaaaaaa!

  O grito de dor do Volkan chega até onde os outros estão, fazendo com que eles olhem em direção a montanha e vejam o rei do fogo acabado e com as mãos no chão enquanto Osman olha assustado para o penhasco. Dulal que antes tinha a espada erguida a abaixa. Seu coração se contrai e a única coisa que lhe vêm à mente é Mira.

   A espada que estava em suas mãos, cai na neve e ele se dirige até o Volkan fazendo com que os outros também se dirigem até ele.

  —  A Mira... —  Volkan fala enquanto com a voz embargada pelas lágrimas soca o chão várias vezes.

 —  O que aconteceu?  —  Dulal pergunta enquanto pousa no pico da montanha.

 —  Ela... Ela foi até o jardim com a pérola.

Abhay se dirigiu até eles e encontra Volkan olhando para o céu.

—  Mira foi até a Xuè Yīng.

Todos olham para o Volkan, que começa a falar: — Se ela fizer o sacrifício perderei a minha filha, a última que me restou.

 —  Sacrifício?

—  Mira é a portadora da Fire, ou seja, ela é a verdadeira Princesa do Reino de Umlilo.  —  Osman, que estava parado olhando para o nada e volta seus olhos para Dulal e fala: —  Ela vai se sacrificar pelo homem que ama.

—  O que?

—  Ela sabe que a Xuè Yīng ao realizar o desejo dela exigira um sacrifício. Temos que a impedir!

 

                                 

Mira estava na beira do lago olhando para as águas com a pérola na mão, ela sabia que ao fazer aquilo às lembranças que ele tinha dela se tornariam fumaça no vento no momento em que ela deixasse a pérola cair nas águas do lago.

—  Mira! —  Ouviu uma voz a chamando e quando se vira, vê seu pai e os outros ali a olhando de perto da Xuè Yīng.

—  Sacrifícios são necessários para que se tenha paz. —  Fala enquanto ergue a mão e a direciona para o lago com a pérola no centro. Seus olhos se direcionam para a pérola, que emite uma luz prateada e ela fecha a mão entorno da mesma, a virado para o lago e logo em seguida a abre fazendo com que a pérola caia até o lago.

A pérola cai em câmera lenta até o lago, Mira então fecha os olhos, e com a mão em cima do colar, faz o desejo que lhe dará um destino diferente, quando a pérola encontra as águas azuis do lago, um raio de luz prateada sai do centro do lago e se dirige para o céu.

—  O que está acontecendo? —  Abhay pergunta enquanto um vento forte se faz presente no ambiente.

—  Mira fez o sacrifício e Xuè Yīng cobrou o seu preço. —  Volkan falou enquanto olhava para sua filha na beira do lago.

Volkan olha para sua filha com seus olhos vermelhos em cólera, pelo fato de que ele sabe que Xuè Ying cobrará um preço alto e nem ele o Rei do Reino de Umlilo poderá impedir, mesmo ele sendo capaz de usar o fogo a seu favor, nada impedira que Xué Ying cobre seu preço. Volkan apenas olha para as próprias mãos calejadas e pensa se tudo aquilo valia a pena, mas ele sabe que sua filha era capaz de se sacrificar por ele, um homem alto e feito, que possuía cabelos negros com mechas vermelhas e frios olhos vermelhos.

—  Mas qual foi o sacrifício?—  Yasmine pergunta enquanto Abhay a abraça de lado a protegendo do vento.

O feixe de luz prateado se desfaz, e quando menos se espera a luz se torna uma flecha e se dirige para Dulal, atravessando seu corpo e explodindo em uma chuva de pequenas pérolas de neve. Dulal então cai na neve assustando a todos que ficam a olhar para ele quando seu corpo começa a imitir uma luz, e logo depois ele cai para trás com seus cabelos castanhos agora brancos.

 —  Yin Chang!  —  Abhay, quando vê seu irmão caído na neve, joga a espada para o lado, se agacha e começa a tentar reanimá-lo, a espada que se encontrava no chão começa a tremer enquanto uma aura vermelha desliza para fora dela.

—  Abhay! —  Yasmine fala quando se dá conta que a espada está tremendo, mas quando Abhay se vira, a espada já está se dirigindo para o centro do lago onde começa a girar.

Pequenos vaga-lumes começam a surgir no jardim enquanto Mira cai na beira do lago com as mãos no rosto, ela sabe que o sacrifício pela paz foi alto, mas o sacrifício para seu pai ainda não teve o preço cobrando.

—  Mira!  —  Ela ouve alguém sussurrar seu nome, e tirando as mãos do rosto vê a espada a girar no centro do lago enquanto a Xuè Yīng se encontra a perder suas flores que, assim que tocam o chão começam a queimar e suas mãos estão lotadas de pétalas.

Volkan ao ver sua filha em meio às pétalas da Xuè Yīng se lembra do que sua mulher lhe disse: —  Não deixe que Mira se desfaça em pétalas como eu!

A lembrança de sua esposa se desfazendo em pétalas lhe vem à mente e então ele dá um passo à frente.

—  Não!  —  Alguém fala lhe segurando o cotovelo.

Ao se virar, ele vê o antigo Rei do Reino de Kon, Kadar, a olhar com dor para sua filha.

—  Não podemos fazer nada sem que Xuè Yīng tenha a escolhido!

—  Mira... —  Ela olha para o lago e a espada está virada na sua direção, com lâmina apontada para seu peito, quando menos se espera, a espada vai em direção de Mira e ela fecha os olhos esperando pelo sacrifício que Xuè Yīng lhe cobra.

—  Mira abra os olhos! —  Alguém sussurra em seu ouvido a fazendo abri-los. A espada está a flutuar na sua frente com a lâmina na direção no seu peito.  — Segure a espada e deixe seu sangue deslizar.

Ela coloca a mão na lâmina enquanto no lago sua mãe a olha com tristeza pelo sacrifício que vira.

—  Minha Rainha, a senhora tem que estar pronta, à hora em que vocês poderão enfim ficar juntas está próxima!

Então ocorre uma explosão de luz fazendo com que Mira seja atirada para trás e cai ao lado de Yin Chang, sua mão esquerda se encontra com um corte de onde desliza um fio de sangue em direção a neve.

—  Xuè Yīng já fez sua escolha!

—  Humm

—  Mira, o que você sacrificou, minha filha?

—  As memórias que Yin Chang tem de mim! —  Fala antes de desmaiar.

A Xuè Yīng deixa com que suas flores se desfaçam em pétalas ao chegar no chão enquanto a espada se dirige para perto de Mira e Yin Chang.

—  Então esse foi o sacrifício?  —  O antigo rei do Reino de Kon fala.

Kadar apenas olha para aqueles dois jovens caídos no chão com seus olhos azuis, ele sabe que a partir de agora tudo poderia acontecer. Kadar era o tipo de homem forte e poderoso, seus cabelos brancos possuíam pequenas tranças que se destacavam graças a coroa de gelo que decorava sua cabeça, sua barba parecia tão branca que se confundia com a neve e suas vestes lhe eram como uma segunda roupa já que eram tão brancas quanto seus cabelos.

—  Mas isso não é sacrifício!

—  É sim, a Xuè Yīng só aceita o que lhe é mais importante, e o Yin Chang é o mais importante para ela!



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