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História A Cria da Guerra - Uma voltinha pelos tunéis (de novo)


Escrita por: FlorildaDoCampo

Capítulo 49 - Uma voltinha pelos tunéis (de novo)


Jane---

Sério, muito drama para pouca coisa. Elas viraram, olharam, não me viram e logo entraram pela grande porta. Fim de história. 

Bem, não exatamente.

Me deparei novamente naquele salão monstruosamente grande que era o Salão Principal das endhonas, era uma espécie de praça, um cômodo redondo gigante, na parede havia várias portas e um portão do tamanho de uma piscina média que era lindo, as portas estavam sobre um patamar mais alto de mármore, com uns nove degrais até o patamar central, que era forrado de grama sintética; no centro de tudo havia uma fonte de uns três metros e uma endhona, de onde saia fogo de um lado e um líquido preto do outro, e ao redor da escada que rodeava o cômodo haviam estatuas meio malignas, como demonios, cobras em pilares, coisas agonizando, um esqueleto armado, etc; bancos de concreto; sem falar das incômodas imitações de árvores, como se quisessem imitar o lado de fora mas não tivessem conseguido direito, já que as árvores eram de metal e as folhas eram extremamente reais e tinham até algumas flores e frutas esquisitas brotando dos galhos; o teto era pintado de azul safira e com um sol enorme e dourado, como uma lantejoula gigante.

Mas estranhei o fato do ambiente parecer tão vázio se comparado a outra vez, como se algo estivesse sumindo com algumas delas... talvez a invasão ao acampamento, mas eu tinha a impressão que não. 

Vi aquele portão foda e lindo que entramos da última vez, onde Nico e... Ah Nico. Tem que entrar nos meus pensamentos né?

Enfim, tudo estava praticamente igual. 

Mas como, como demônios Aravis já conhecia aquele lugar? É, pelo visto Aravis escondia muuuita coisa, muito mais do que poderiamos imaginar.

-Bem, é um caminho curto. Agora o resto você já conhece e...

-Quero ver os aposentos de Anches.

-Ah... - a endhona pareceu sem graça - Ok, quer que eu...

-Não. Sei bem o caminho. Obrigada. - ela saiu contornando a praça, como se morasse ali, comprimentando uma endhona ou outra, COMO SE MORASSE ALI. E oque eu faria agora?!? Bom, seguiria Aravis.

Sinceramente, tentei decorar o caminho que a bendita menina fez, mas não consegui quase nada. Eu dependia totalmente do senso de direção dela.

Chegamos num cômodo meio pequeno, só uma das portas dentre muitas iguais no mesmo túnel. Aravis olhou o ambiente. Então segurou um de seus pingentes de pedra, agachou perto do que parecia uma cama e começou a chorar.

Sério, mesmo que ela fosse uma traidora, eu senti como se estivesse invadindo algo muito pessoal. E estava mesmo. Fiquei morrendo de medo de ser notada, mas ela parecia muito absorta em ficar triste para ao menos pensar em me perceber.

Então, para o meu desgosto, ela continuou andando no quarto, vendo objetos pessoais - mesmo que quase não houvesse nenhum, olhando, etc. E depois, para completar, se aconchegou na cama e dormiu. 

MAS QUE PORRA 

Perdi o mais próximo que eu tinha de uma guia.

Agora; ir sozinha, confiando no instinto e na atenção que prestei no caminho, ou esperar ela acordar, e gastar ainda mais poção à toa.

Esperei uns minutos. Então fiquei irritada e sai.

Depois de quase uma hora e meia, (eu peguei o caminho errado e tive que voltar tudo de novo) eu me achei na praça principal de novo.

Fuçei a mente para pensar por onde eu cheguei quando vim aqui da última vez.

Entrei numa portinha lateral e começei a subir. Subir e subir. Subir pra caralho.

Quando achei que tinha chegado em algum lugar, abri uma porta e me vi numa ponte estreita, toda revestida de vidro, que passava por cima de uma cena perturbadora.

Era uma caverna enorme. E várias pessoas formavam filas indianas em direção a um abismo. Forçei a vista, e percebi que havia uma espécie de chip na cabeça delas, não atrás da orelha, como o falso Gale (aquele mago negão forte que namora Sadie, e... esqueci o nome), e todas se jogavam no abismo lentamente. Todas pareciam robôs, olhos vidrados e obedientes, e de um abismo do outro lado, haviam endhonas recolhendo ovos negros (ovos do tamanho de uma geladeira) com uma coisa que parecia uma peneira de piscina.

De repente, vi uma placa.

"Plano de funcionários cancelado"

"Reutilização de recursos"

E em letras menores:

"Novas endhonas em nascimento! Nova geração!"

"A geração experimental, onde somente 40% nasce, é a hora de fazer sacrifícios!"

Eita.

Fiquei meio tonta depois de ler aquilo, meu estômago revirou. Imagine... todas aquelas pessoas.... de olho eu posso dizer: haviam umas quinhentas fácil. Apertei o passo para sair logo dali.

Me forçei a ignorar aquilo e continuar pela escadaria... direita ou esquerda? Direita. Atravessei vários túneis sem nada, várias escadas, etc e etc, sempre subindo, até achar um daqueles pubs doentis, com ratos e bichos mortos, cheiro de mofo e algo alcoolizado. Era deprimente. Nojento. E além de tudo só havia uma endhona ali. 

Uma.

Só uma...

Segurei o impulso de enfiar a faca nela e ver seu sangue maldito escorrer, ver a vida saindo dela... Só a segurei por trás e disse:

-Sabe como sair daqui?

Obviamente despreparada, ela foi presa facilmente por mim, abraçando-a por trás.

-Quem é você?

-Bilbo, e quero ajuda. Você será recompensada se me ajudar a achar o caminho até meu precioso.

-Por que eu te ajudaria? - ela rosnou e se debateu, seu pescoço escorrendo um pouco de gosma ao tocar na minha espada invisível. 

-Não quer tesouro? Tenho muitas preciosidades e quero-as de volta. Ajude e será recompensada. Não ajude Bilbo Ban e será punida. Nem tente reagir. Ou será punida. Só obedeça. Estou com a espada no seu pescoço, e tenho mais duas bem aqui. Vai arriscar?

-Ok... como sei que é verdade..?

-Me ajuda logo, porra! Quer morrer? Por que esse papinho de merda está me irritando! - eu quase berrei, irritada. 

-E-Está bem. 

Pronto, consegui uma guia.

Ela me levou por um monte de túneis, até por fim, quando ela disse que estavamos na metade da última escadaria e era só achar uma portinhola secreta (da qual ela me deu a chave), eu matei ela e joguei escadaria abaixo com um murro.

Subi voando e logo cheguei. A portinhola dava para um esgoto, e depois de um voo terrivelmente perto da água do esgoto e uma caminhadinha nada agradável, sai num bueiro de Nova York.

Quando abri levemente a tampa, vi um carro vindo com tudo e passando por cima do bueiro. Quase morri de susto. Pareceu um século o tempo que esperei até o sinal ficar vermelho e eu poder passar. Fazendo muitas pessoas acharem que tiveram alucinações com um bueiro se abrindo e fechando sozinho.

Definitivamente eu prefiro aquela entrada pela fonte, que eu e os patetas entramos na época que eu ainda estava sem memória. Era estranho lembrar desses dias. Como se fosse outra Jane vivendo eles e eu só ouvesse assistido... ok, isso é assunto para depois.

Voei um bocado até achar o maldito acampamento, e já era tarde da noite. Mal eu sabia, naquela hora, que não era a noite do meu quarto dia de fugitiva, mas sim a noite do sexto dia. Tudo por causa do labirinto que eu passei algumas vezes, e etc.

Fui achar o acampamento grego só as onze da noite, morrendo de sono. Quíron pareceu super espantado ao ver que eu batia na porta da Casa Grande numa hora daquelas.

Contei oque houve naqueles dias, desde quando eu "estava fora do acampamento" (eu não ia falar que estava com Anthony e Nico visitando Tot né) até hoje. Foi então que eu vi o dia num calendário e falei que estava errado, só para ser bobamente corrigida para me tocar de que isso acontece por causa do labirinto. 

-E Tot falou algo sobre isso?

Meu queixo caiu. Eu corei. Gaguejei. Morri.

-Hã?

-Tot, o deus da sabedoria, disse algo? Provavelmente não, estou certo?

-Anh... está. Certo. Certo mesmo. Como sabe? - ele sorriu.

-Sou Quíron, tenho milhares de anos. Sei das coisas. - então ele disse mais sério - E Hades também. Mas você está cansada. Vamos pensar nisso amanhã. Logo cedo haverá um conselho de guerra rápido e podemos partir para o acampamento Júpiter. O problema é como será a locomoção de um grupo tão grande em pouco tempo... mas decidiremos depois. Os chalés já estão descansando. Pode se acomodar no andar de cima...

-No quarto do ex-oráculo...?

-Não. - ele sorriu - Temos acomodações para visitas, digamos. Boa noite. - ele acenou em direção à escada, me dispensando.

Depois de um banho bem demorado, me deitei usando um pijama de linho que trouxe e me preparei para dormir. Mas minha cabeça estava à mil. 

Não gosto de admitir, e nunca ninguém vai saber disso, mas eu fiquei tão triste de repente, mesmo num instante estando quase empolgada, adivinhem por que?

Sim, maldito Nico que ainda não saiu da minha cabeça.

--------

Acordei oito e meia.

Sétimo dia fora.

O dia estava bonito.

Levantei como se eu mandasse na porra toda.

Quíron não estava na sala, e eu me dirigi ao refeitório. Onde Quíron, o próprio, contava sobre os últimos acontecimentos para todo mundo que quisesse ouvir.

Eu cheguei lá, e todo mundo se virou para mim, dando um efeito no que Quíron dizia. Leo e Calipso acenaram, Jason - sinceramente, para mim ele sempre seria o pretor, não aceitei ainda essa idéia de desromanizar alguém, muito menos ele, comooo ele pode ser considerado grego?!?? - acenou com a cabeça e Piper sorriu levemente, aquela filha de Ares - Clarisse - me encarou um pouco, e o tal Will também - agora aquele viado poderia ter Nico. Enfim, sou muito famosa sabem.

Mesmo assim, não gostei de chamar atenção naquele momento, sei lá, muito de surpresa. Eu não estava no clima. 

Depois de Quiron pedir mais algumas explicações e etc, fomos liberados para comer, e eu sentei na mesa de Ares. Me senti intimidada, eu não gostava de não conhecer ninguém assim, ainda mais quando eles obviamente se conheciam muito bem entre si.

Conversei um pouco com alguns, mas foi aquele tipo de papo bem sem graça, a conversa não fluiu e eu terminei meu café da manhã quieta.

Quando vi que faltava quinze minutos para as onze, fui até onde os gregos davam reuniões: uma sala de jogos. Sabe, romanos não fazem esse tipo de coisa (não querendo parecer chata...).

Logo todos líderes de chalé, Quíron e a oráculo estavam sentados diante de uma mesa de ping pong.

Will estava lá. Ugh.

(bem, não sei direito quando passei de "coitado, ele foi rejeitado, gosto dele, um bom moço e é uma pena tudo isso, etc" para "aquele viado intrometido idiota bonitão")

Como todos já sabiam mais ou menos sobre a situação, houve um momento de tirar dúvidas comigo, e então um planejamento sobre oque poderiamos fazer. 

-Que começem as sugestões.

-Quero invadir. Invadir e atacar. Rápido. O único problema é o transporte.

-Gostei dela. - disse Clarisse, séria, se referindo a mim.

-Acho que temos que ir pelas laterais, invadir bem de mansinho e... - Will dizia.

-Óbvio. Não vamos simplesmente chegar lá e fazer uma baderna. Podemos entrar pela floresta e pelo rio e... Ou entrar em Nova Roma, oque seria um pouco menos arriscado, mas daria bastante bandeira sobre a nossa chegada. - eu disse.

-Sim, é uma boa idéia. Digo porque conheço o acampamento muito bem também.

-Isso é bom. Termos a presença de quem conhece o lugar. - disse Quíron - Mas o transporte de todos nós realmente é um problema.

-Podemos ir de carruagens. - disse uma menina aleatória.

-Pegasus. - disse um ruivo aleatório.

-Carros roubados! - disse um de Hermes, Travis se não me engano.

-Um navio de guerra gigante! - disse Leo.

-Em marcha? - disse outro garoto aleatório, parecia do chalé de Hécate, um negão bonito por sinal.

-Eu não vejo uma maneira que demore menos que uns dias. E temos pressa. e que fossemos de carruagens, pegasus, marcha e voando...

-Como chegou aqui, Jane? - Piper falou, curiosa. Tive um estalo.

-É isso! O labirinto das endhonas! - quase berrei.

-Que labirinto? Espere... você não disse nada sobre o labirinto.

Eu só havia contado que o acampamento fora invadido, eu fugi no meio da luta, então vim aqui. Hehe, detalhes...

Contei sobre como eu sobrevoei e invadi o acampamento, e como segui Aravis pelo túnel.

-Isso é realmente bom... mesmo que perigoso. Afinal não conhecemos os túneis dessas endhonas, e não há como passarmos despercebidos.

-Bem... - eu murchei.

-A endhona dos céus e etc, uma das grandes, não te deve um favor não? - sugeriu Jason

-Nico já usou um favor dela... não sei. Podemos tentar? - me virei para Quiron.

-Como você pensou em contata-la? Mensagem de íris? 

-Exato. - ele pareceu discrente - Alguém me dá um dracma? - um garoto com cabelos compridos e cara de surfista jogou uma moeda para mim.

-Mas oque vocês vão pedir? Vão simplesmente entregar nosso plano de bandeja? - resmungou uma mala de Atena.

-Beeeem.... - eu dei um sorrisinho amarelo.

-Pergunte primeiro se há túneis vázios. Possíveis de passar sem sermos vistos. Ora, temos de arriscar.

Uma filha de iris me ajudou no arco iris e logo Amber apareceu na tela.

-Oi.

-Oq... Você de novo? - ela disse com ódio, seu rosto, mesmo que negro, tinha olheiras meio azuis, o cabelo de céu e nuvens trovejava e chovia, e seu olhar era um dia de sol muito forte, oque me impossibilitou de encara-la.

-Preciso de ajuda.

-Eu não ligo.

-Existem túneis vázios ai?

-Há alguns. A maioria com risco de desabar, ou com alguma infestação nojenta. Ou que se juntou ao labirinto e agora não é mais tão seguro. Enfim, por que?

-E eles são grandes? - ela ergueu uma sombrancelha.

-Oque quer?

-Eles são largos? Um grupo grande poderia passar por ele?

-Um exército? - ela franziu o cenho. A filha de Atena deu um tapa na testa, irritando-se com a entrega do plano.

-Eu perguntei primeiro.

-Acho que não está em condição de fazer muitos joguinhos. Já até sei: quer passar uns amiguinhos para te ajudar no acampamento, quer que eu abra os túneis e dê um mapinha para não se perderem e atacar todo meu povo quando chegarem. - ela disse grosseira e rapidamente, então completou toda suave - Por que eu faria isso?

-Oque quer em troca? - resmunguei.

-Bem... - ela parecia cheia de veneno - Mande aquele seu namorado de merda falar com o pai dele, e enfiar aquela porcaria de alma que você trouxe em mim. Nem estou pedindo um corpo humano, gosto desse. Quero minhas memórias. Simplesmente. Só abrirei o túnel se tiver minhas memórias.

-Mas isso é praticamente impossível! Eu já dei a merda da sua alma nojenta, você me deve essa porra de favor! - percebi que eu quase gritava, e que estava de pé, e que minhas mãos quase flamejavam.

-Não está em condições de se extressar comigo. Seja educada. - ela sibilou, me sentei novamente e me segurei para não fungar.

-Sim. Talvez eu lhe deva um favor. - eu não estava confiando nela - Podem passar. Mas isso custará uma vida. 

-De quem? - alguns me olharam em choque.

-De alguém, oras. Será... uma surpresinha. - ela sorriu, Quíron balançou a cabeça negativamente. 

-Não. Não vai abrir? Ok. Temos outros meios. - vi ela sorrindo enquanto eu embaçava a transmissão, irritada.

-Por que desligou?

-Poderiamos ter tentado negociar!

-Não! Eu não vou negociar nada, ela não quer aceitar nada. - eu disse irritada, querendo soar ameaçadora - Posso muito bem me encontrar naqueles túneis e guiar vocês. Que horas vamos sair? Acham que até amanhã cedo estaram prontos para partir?

-Provavelmente. - disse Quíron - É só sermos práticos e organizados.

-Então pronto. Não tenho mais oque fazer nessa reunião. - me levantei e sai, deixando alguns resmungando baixinho uns com os outros.

Amanhã iriamos voltar.

---Robert---

Sexto dia, se não me engano, desde quando invadiram nosso acampamento.

Sério, passar quase um dia naquele buraco começou a me deixar quase em pane. Liguei para Anthony, mas foi uma conversa tosca.

-Oi!

-Ainda está bem?

-Felizmente. Não se preocupe, Tonão, nem me procure. Garanto que estou bem. - dei um sorrisinho forçado.

-Nada de novo?

-Não... sabe oque acho que deviam fazer?

-Hum?

-Chamar os gregos.

-Reyna pensou nisso, mas as endhonas enfeitiçaram o lugar e não podemos mandar mensagens muito longe. Você deve estar perto ainda para poder se comunicar. - ele disse desconfiado.

-Talvez. Explorando né. E Jane, algo de novo?

-Não. - ele comprimiu os lábios - Ontem falei tão rápido contigo que acho que não contei duas suspeitas minhas né?

-Não, não contou.

-Acho que as asas de Jane pararam de parecer de águia, e agora parecem de íbis por causa de Tot e...

-A outra especulação é tão inútil que nem essa? Se for, nem precisa...

-Acho que deu merda entre Jane e Nico.

-Por que?

-Meu deus cara. Você gosta de fofocas? Depois não reclame de eu te achar um marica. - revirei os olhos.

-Conta logo, idiota.

-Acho que brigaram. Devem ter dado um tempo. Nico anda sumindo por aí.

-E oque mais?

-Vou lá saber!? Não sou intrometido que nem você. 

-Eles podem ter armado tudo isso, e só Nico sabe dos planos de Jane e...

-Cara, ela contaria para nós. Somos os brothers.

-Eles são namorados agora. - ele fez um gesto de vomitar - Mais nada de novo?

-Você que deveria ter novidades, poxa. E... e Aravis? - gelei.

-Ah... ela? Bem, vai saber né. - ele ergueu uma sombrancelha - Acho que algum parente dela morreu de novo. - ele tirou a máscara de desconfiança e se mostrou preocupado e chateado.

-Vi ela outro dia. Parecia conversar com as endhonas.

-Sério? - fingi surpresa.

-Você não parece tão surpreso. Enfim, estou... sei lá. Que porra. Acho... acho que eu gostava mesmo dela.

-Tava afim dela?

-É. Acho que é sim. E nem vem me dar risadinhas e me torrar a paciência. Isso é bobeira. 

-Não vou. Acho... acho que já vou indo. Não posso ficar parado assim tan... Tive uma idéia!

-Oque?

-Nico desaparecendo! Ele pode ir visitar os gregos! Não pode? - ele ficou meio de boca aberta, pensando, então sorriu e disse empolgado.

-Putaqueopariu! Vou falar com Reyna! Thau! - ele embaçou a mensagem e saiu correndo.

Minha alegria logo passou. Eu já havia praticamente andado todo o minúsculo complexo de túneis dali. Era um círculo com dois túneis formando um X no meio. Uma bela merda. 

Aravis sempre entrava por um lugar diferente, com a mesma máscara e algum marmitex. Hoje ela chegou mais cedo qye o habitual.

-E então, estou enjoando daqui.

-Sei que é chato... Desculpe, está bem? Mas leve em consideração que arrisquei muito para conseguir te trazer aqui. Mal cheguei de volta a central e já fui te buscar de fininho. - continuei comendo em silêncio, ela me observava - Eu queria tanto poder te contar tudo! - ela estava sentada na minha frente, abraçando as pernas, então escondeu a cabeça entre as pernas.

-E por que não conta? - falei depois de engolir.

-É complicado. Colocaria muita coisa em jogo. Não sei oque vai pensar. Por favor, acredite em mim. - encarei meus pés por um instante, ela ergueu a cabeça e levantou. Achei que fosse embora, mas ela se sentou do meu lado, bem perto de mim. Eu fiquei meio atônito pela atitude - Acho... acho que você é um bom humano. Um bom... semideus. - ela disse, como se semideuses fossem algo repugnante, ela encarava a parede à sua frente, distraída. Eu não reagi muito. Não sabia oque fazer.

Admito que nas primeiras horas até pensei em só esperar, mas, acho que desde a segunda metade do dia, começei a procurar minuciosamente um meio de sair. E eu não achava nada. Começei com a idéia de procurar por cada uma das quatro partes do círculo, uma por vez, e marca-las com algo. E isso era muito, muuuito chato.

Decidi então entrar nos túneis do X, mas Aravis chegara bem na hora da ação. 

Eu não queria rejeita-la, mas eu também não sairia com alguma possível paquera séria de Anthony. Tipo, ele nunca paquera sério mesmo, e eu acho que os dois dariam um bom casal.

-Robert? - percebi que Aravis havia me perguntado algo que eu, distraído, não percebi.

-Oi.

-Não está pensando em fugir, né?

-Não! - merda, eu corei.

-Isso... seria péssimo, ok? - ela se levantou - E eu tenho que ir. Adeus. - ela recolocou a máscara de palhaço.

Me levantei e recomeçei as buscas logo. Oque era a coisa mais massante do mundo. Num dia, que provavelmente chegaria logo, eu simplesmente esperaria Aravis abrir a porta e nocautearia-a para poder passar... Não. Isso é horrível. Credo.

Apesar de tudo, eu acreditava nas boas intenções dela. Mas isso não me impedia de desconfiar. Óbvio, não sou tão idiota.

Horas e horas depois, ouvi um tropé enquanto procurava. Um tropé vindo de fora. Pareciam um monte de gente marchando... Gente, não endhonas.

Quase imediatamente, um gás começou a sair das paredes e logo fiquei zonzo. Começei a esmurrar a parede, em busca de ajuda. Tossindo e ofegante, enfiei minha espada entre a parede, que facilmente atravessou-a e quebrou. Cai, quase inconsciente. Mais rachaduras se formavam, mas minha cabeça ignorava. Ignorava tudo....



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