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História A Criada - Capítulo XV


Escrita por: jackehina

Notas do Autor


Hello *_*
Voltei rápido.
Primeiramente: obrigada por todos os comentários.
Não vou enrola muito na nota inicial, pois estou bem desanimada (nada relacionado a fic). Mas precisava postar esse capitulo hoje. Espero que gostem.
Aviso: Tem uma cena pesada, então já sabem.
Pode odiar a Mary a vontade.
Leiam a nota final
Boa leitura!

Capítulo 15 - Capítulo XV


Fanfic / Fanfiction A Criada - Capítulo XV

 

“O medo é o caminho para o lado negro. O medo leva a raiva, a raiva leva ao ódio, o ódio leva ao sofrimento.”

-Yoda

 

 

O baile continuava animado, alguns casais dançavam discretamente no espaço reservado. Kushina retribuía sorrisos ao lado de Minato. Aos poucos o sol foi se pondo. O alaranjado escuro no céu deixava o clima ainda melhor, logo os parabéns seriam cantados, mas antes que isto acontecesse, Konohamaru caminhou até o palco onde os músicos tocavam, pedindo para que ele encerrasse a música.

Assim que a música se encerrou, os convidados direcionaram sua atenção para o jovem moreno. Hanabi levantou-se da cadeira em que estava sentada, caminhando para um lugar mais próximo de Konohamaru, com a intenção de o ver melhor. Quando ela estava se aproximando foi parada por Kushina que sorriu ainda mais animada, a ruiva puxou-a, passando os braços em volta da menor. Hanabi estranhara, tentando entender o que estava acontecendo.

— Sei que hoje é um dia muito especial, pois é aniversario de uma pessoa que admiro muito, minha tia. Ela me viu crescer, me ajudou quando mais precisei, assim como meu tio e meu primo – disse o moreno. Ele estava de frente para todos. E percebendo quando Hanabi fora parada por Kushina que a manteve ao seu lado. — Assim que me formei, decidi explorar outros lugares, porque não vim conhecer lugar ao qual meus tios tinham orgulho de morar? – Deu uma pequena pausa e sorriu.

Todos prestavam atenção no moreno. Mary surgiu em meio aos convidados, aproximando-se de onde estava Kushina e sua filha. Konohamaru continuou seu discurso:

— Quando me mudei para cá, não acreditava que ficaria muito tempo. Fui criado na capital, acostumado com o barulho infernal das carroças, dos pedestres, dos sinos das igrejas e até mesmo com o barulho a distância do trem. Entretanto, em meio a tranquilidade deste lugar, surgiu uma menina, um pouco atrapalhada e, que por pouco, não foi atropelada por uma carruagem. – Hanabi arregalou os olhos quando ele a citou, mesmo não falando seu nome. Ela sorriu. Não sabia ao certo o que Konohamaru estava fazendo, mas sentiu como se borboletas estivem fazendo uma festa em sua barriga.

Kushina deu um sorriso de canto para Mary, que compreendeu o que estava perto de acontecer. Minato estava mais atrás ao lado de Hiashi, assistindo a tudo. Todos sabiam o que aconteceria, menos a Hyuuga menor.

— Essa dama me deixou intrigado, não só por sua beleza, que por passagem, é a mais bela. – Suspiros foram dados pelas mulheres que presenciavam. Hanabi levou as mãos automaticamente sobre o peito. Seus olhos começavam a ficar marejados. — Sequer sabia o nome da moça que acabei por salvar a vida, porém o destino nos fez se aproximar aos poucos. E novamente aos poucos, fui conhecendo uma jovem sonhadora, animada e faladeira. – Riu, levando todo mundo a rir junto e a Hyuuga corar sem graça.

— Eu fui me apaixonando, me entregando aos poucos. Ela foi me ensinado que devemos esperar o tempo certo para contar nossos segredos. E que quando nos apaixonamos queremos o melhor um do outro. É por isso, que estou aqui. Pegando emprestado a festa de minha tia para fazer um pedido. – O moreno desceu do palco, caminhando até Hanabi.

Por um instante, Hanabi esqueceu como era respirar. Parecia que Konohamaru aproximava lentamente, fazendo as borboletas de seu estômago agitarem por todo seu corpo. Lágrimas escorriam por seu rosto. Ela não podia acreditar que aquilo iria acontecer.

O Sarutobi ajoelhou-se no chão, pegando delicadamente a mão de Hanabi.

— Hanabi Hyuuga, hoje estou aqui para te pedir que compartilhe o resto de sua vida comigo. Quero que carregue o meu sobrenome, assim como nossos futuros filhos. Aceita se casar comigo?

Por um segundo, ela pensou que desmaiaria. Sequer notou os gritinhos de felicidade e invejas de algumas damas. Sequer conseguia segurar suas lágrimas.

— Sim, é tudo que mais quero. – O moreno sorriu, colocando um pequeno anel em seu dedo, firmando o noivado.

Aplausos ecoaram pelo jardim, enquanto o moreno beijava a testa da Hyuuga e recebia as felicidades dos familiares.

Naruto surgiu em meio aos aplausos, perdera o discurso de seu primo. Apesar de já saber sobre o pedido de noivado, pois Konohamaru pediu conselho a ele e seu pai. Mary o olhou, enquanto este se aproximava da família, também dando os parabéns ao casal. Kushina perguntara onde ele se encontrava, mas logo o loiro mudou de assunto.

Não tardou muito para cantar os parabéns para a ruiva. O bolo fora servido pelos criados e aos poucos os convidados foram ser retirando.

Sasuke estava carregando sua filha no colo, enquanto Sakura arrumava a bolsa com as coisas da criança. Um pouco a sua frente, A Uchiha viu Ino que bebia uma taça de champanhe, isolada. Sentiu uma pontada dolorosa em seu coração, já fazia um tempo que sua consciência gritava para ela pedir desculpa pelo que fez anos atrás.

Apesar de relutar muito por causa de seu orgulho, já estava na hora de livrar daquele mal-estar.

— Querido, pode ficar com ela mais um pouco? Preciso resolver um negócio – disse se aproximando e dando a chupeta para seu marido segura.

— Tudo bem. Mas não demore. – Ela acenou se afastando.

Ino sentia seu coração se esmagar. Estava feliz por Hanabi, mas triste por si. Ela nunca iria se casar, não depois do que fizera. Enxugou discretamente as lágrimas, voltando a beber o champanhe que já estava quente.

— Oi. – A loira se virou ao notar que alguém falava consigo. Assustou-se ao ver Sakura ao seu lado.

— Sakura, o que faz aqui? – indagou arqueando uma das sobrancelhas.

A Uchiha sorriu.

— Também fui convidada para a festa. – Ino revirou os olhos, ela odiava quando alguém lhe vinha com sarcasmo. — Desculpa, é que eu não sei bem como começar. – Sorriu sem graça.

A Yamanaka suspirou fortemente. Ela estava perto de se retirar, quando Sakura lhe segurou pelo braço.

— Quero pedir perdão pelo que fiz. Não agi certo julgando-a, quando você apenas estava perdida, com medo. Fui egoísta. – Confessou.

Ino ficara surpresa pelo pedido de desculpa. Ela não imaginava que Sakura fosse fazer isso algum dia, pois a mesma era orgulhosa.

— Isso são águas passadas. Acredite, você fez o melhor, não é bom andar com uma moça impura – disse soando indiferente.

Com o passar do tempo, ela se acostumou a ficar sozinha, a não ter amigos por perto. A amizade com Hanabi surgiu com o tempo. Ela cometera um erro, um erro que custou suas amizades mais próximas, assim como seu amor. Se entregou a alguém que podia ter lhe feito a mulher mais feliz, porém este não entendeu que havia coisas que ela não podia abrir mão.

Fora um erro para os de fora, mas para si, foi uma escolha. Ela sempre o amou, mesmo ele duvidando.  Afastou-se, deixando Sakura para trás.

Hinata tentava a todo custo não demonstrar a felicidade que corria por suas veias, mas era impossível. Enquanto entregava o bolo, o mais belo sorriso estampava sua cara, mesmo discretamente. Ao longe viu Naruto em volta dos amigos, este sorrira para ela. Corou, virando o rosto rapidamente antes que alguém visse que ele sorriu para ela.

Em meio a tanta felicidade, Hinata novamente não notara que Mary a encarava. A Hyuuga mais velha mantinha seus olhos nela, famintos por raiva. Notando cada sorriso, gestos discretos que um comunicava com o outro, viu tudo. E a raiva só aumentava a cada segundo.

Os últimos convidados foram embora, restando somente a família Namikaze e a Hyuuga.

— Não posso acreditar que vocês planejaram tudo isto sem eu saber – falou Kushina enquanto caminhava para sala de estar acompanhada dos demais.

— Deixei para enviar os convites próximo de seu aniversário. Não queria correr o risco de algum linguarudo falar para você. – Comentou Mary.

Hiashi pegou a jarra de vidro com licor e serviu para os convidados.

— Foi maravilhoso, sabia que podia confiar na senhora – disse Naruto, pegando o copo oferecido por Hiashi.

— Você sempre pode confiar em mim, senhor Naruto. – Um singelo sorriu surgiu nos lábios de Mary. – E falando nisso, você me pareceu meio abatido quando chegou, porém, depois me pareceu muito radiante. – Emendou. 

— Ah, logo saberá o porquê de minha felicidade – disse animado. Fazendo todos da sala o olharem intrigados.

— Bom, acredito que esteja na hora de irmos. – Comentou Kushina parecendo agoniada.

— Está tudo bem, querida? – Minato indagou preocupado.

A ruiva sorriu e assentiu que sim. Todos levantaram de onde estavam sentados, caminhando para a porta.

Antes de entrar na carruagem, Kushina pegou as mãos de Hanabi.

— Ajudarei no que for preciso para seu casamento. – A felicidade exalava da ruiva.

— Obrigada, senhora Kushina – disse discreta a morena.

— Oh, não precisa de tanta formalidade. Já é praticamente da família. – Sorriu juntamente de Mary que estava do seu lado.

— Obrigada, Kushina. – Agradeceu a Hyuuga mais velha.

A ruiva sorriu, adentrando a carruagem. Naruto estava a cavalo, por isso, já estava montado. Konohamaru despediu-se de Hiashi formalmente, assim como de Mary também. Deu um singelo beijo nas mãos de Hanabi, piscando em seguida, fazenda a jovem corar.

— Boa noite! – Tanto ele como Naruto disseram, antes de começarem a cavalgar.

Assim que os rapazes já estavam longe, os Hyuuga entraram no casarão. Hiashi chamou uns dos criados e avisou para este trazer a carruagem que o levaria para capital. Mary entrou com Hanabi, deixando Hiashi um pouco para trás.

— Papai vai viajar hoje? – Sua pergunta carregava um pouco de surpresa.

— Sim. Disse que precisava resolver algumas coisas na capital. – Hanabi notou tristeza na voz de sua mãe.

Queria poder dizer algo para reconforta-la, mas preferiu mante-se calada.

Os criados terminavam de arrumar a bagunça que fora deixada. Mary tinha em torno de dez criados que trabalhavam no casarão. Sendo duas de idade, uma em torno de quarenta anos, que era Kurenai, três jovens e outros três homens que ajudavam, tanto nos afazeres doméstico, como cuidava do rebanho que Hiashi tinha e um mordomo. Fora isso, havia também três capangas e dois cocheiros, um já de idade.

Hinata ajudava Kurenai a lavar as louças, enquanto uns dos criados traziam mais água do poço. Todos ajudavam, tentando terminar os afazeres o mais rápido o possível, já que estavam cansados. Dois dos três capangas, estava na cozinha comendo um pedaço de bolo quando um outro capanga entrara chamando-os.

Hinata continuará a fazer as coisas, tranquilamente.

As malas de Hiashi foram colocadas na carruagem. O Hyuuga ajeitara o casaco em seus ombros, a noite estava fria.   

— Não demorarei – disse despedindo-se de Hanabi e dando um discreto beijo nos lábios de sua mulher.

Ambas assentiram. Ele entrou na carruagem e partiu.

Mary prendeu todo ar que podia e o soltou em seguida. Olhou para Hanabi e sorriu. A mais nova franziu o cenho, estranhando a atitude de sua mãe. Mary caminhou até o escritório de seu marido, encontrando os três capangas que convocou. Eles reverenciaram-na.

— Quero que façam um pequeno trabalho para mim. – Seu sorriso era pequeno, se comparado a maldade que ela iria fazer.

Hanabi entrou sem eu quarto, jogando seu corpo sobre a cama, ergueu a mão, olhando para o anel em seu dedo. Sempre sonhara em ser pedida em casamento, com direito a declaração e tudo. Mas aquilo que tinha acontecido fora melhor do que imaginou.

Mordeu os lábios, imaginando como seria quando se casasse com seu amado. Ela precisava aprender algumas coisas, sua mãe disse que assim que ficasse noiva, lhe daria dicas para tornar seu futuro marido feliz. Olhou novamente para o anel em seu dedo. Ele confiou nela, mesmo sabendo que ela estava escondendo algo. Konohamaru não ligou, e continuou ao seu lado, por isso, contaria tudo para ele no dia seguinte. Se o moreno foi capaz de a entender, sem ao mesmo o explicar, então entenderia seu lado quando contasse o que passava em sua casa.

Pensou em Hinata.

Levantou-se da cama, pediria para uma das criadas preparem seu banho.

Hinata terminava de secar a louça. Kurenai estava sentada, descansando as pernas. As coisas estavam mais tranquilas na cozinha, tudo muito calmo, só se ouvia o barulho da louça sendo secada. A morena menor sorria enquanto secava os talheres, lembrando das palavras lindas que escutou de Naruto, juntamente do beijo que ambos trocaram. Ele falou que daria um jeito, que falaria com Hiashi, e aquilo a assustou um pouco. Mas Naruto era influente, então, talvez, Hiashi deixasse ela ir. Ele a odiava, porque não deixaria?

Perdida em meio aos pensamentos, notou pelo reflexo dos talheres de prata a entrada de Mary na cozinha. Ela a encarava.

— Minha doce criada, como foi a festa? – indagou, sorridente a mulher enquanto adentrava mais a cozinha, suas mãos estavam atrás do vestido.

Kurenai que estava com a cabeça apoiada na mesa, a levantou rapidamente. Assustada pela entrada da senhora Hyuuga.

— Senhora, aconteceu alguma coisa? – perguntou Kurenai, alarmada.  

— Shh, estou falando com Hinata e não com você. – O olhar de Mary foi severo.

O coração de Hinata começou a bater rapidamente, sentiu o medo apoderar-se de si junto com as lágrimas que já formavam em seus olhos.

— F-foi uma festa linda...

— Linda, isto! Uma festa linda. O que mais? – Sua voz saia animada, não havia mau humor.

— Eu não sei, senhora. – A voz da criada saiu baixa.

— Fale mais alto. – Falou séria.

— Eu não sei, senhora. – Ela repetiu as mesmas palavras só que mais altas.

Hinata continuava parada, perto de onde estavam as louças. Mary dava curtos passos, se aproximando como se fosse dar o bote.

— Não foi uma festa feliz? Te achei muito sorridente. – Sussurrou próxima de Hinata. 

A morena sentiu os pelos de seu corpo se arrepiarem. Tinha certeza que Mary escutava as batidas de seu coração, de tão forte que estava batendo.

— Não sei do que a senhora estar falando. – Sussurrou, mas fora um sussurro medroso.

Mary a pegou delicadamente pelo queixo, fazendo a encarar.

— Como foi beijar o senhor Naruto sob meu teto? – Um sorriso estampou o rosto de Mary ao ver o desespero no olhar da criada. — Diga-me, como é ser uma vagabunda? – Apertou o queixo fortemente, fazendo Hinata fechar os olhos com força, esperando o tapa, mas este não veio.

— Senhora, garanto que deve ter sido algum engano, Hinata não faria isso – disse, em desespero Kurenai.

— Eu disse para ficar calada. E não há engano, eu vi com os meus próprios olhos. – Sussurrou a última parte no ouvido da criada.

Hinata abriu os olhos.

— Ele disse que vocês serão felizes. Ah, querida, eu escutei tudo. Escutei a ilusão de um homem encantado por uma beleza, você é que nem sua mãe: bela por fora, mas podre por dentro. – Mary soltou o queixo de Hinata com brutidão. As marcas de seus dedos ficaram no rosto pálido da menina.

A Hyuuga afastou-se assim que os capangas chegaram. Sorrindo entre o ombro, disse:

— Seu castigo será bem mais severo. Agradeça-me, mostrarei a ti que ele está somente encantado com sua beleza, nada mais que isso.

Os capangas aproximaram de Hinata, porém Kurenai tomou a frente.

— Chega Mary, você já fez muito mal a essa menina. Ela não tem culpa dos pecados dos pais. – Soou séria a cozinheira, porém suas mãos tremiam.

Mary virou, sua expressão era vazia.

— Pecado dos pais? – Soltou um riso pelo nariz. — Kurenai, vai querer levar chibatadas também? – Sua voz era de puro deboche.

Hinata sentiu o ar fazer falta em seu pulmão ao escutar aquilo, fora como receber um soco no estômago, sentia como se facas estivessem enfiadas em seu coração, de tão doloroso que fora as batidas. Mas o pior foi sentir um medo que nunca sentiu antes.

— Por favor, deixa-a em paz.  – Kurenai ajoelhou-se no chão, chorando desesperadamente. — Eu vou embora com ela, sumimos. Mas por favor, não faça isso. – Implorou sem nenhum pudor.

Mary apenas sorriu com os lábios fechado, vendo a cozinheira se humilhando a sua frente. Virou-se de costa, caminhando para fora da cozinha. Sem sequer responder.

Os capangas puxaram Hinata, brutalmente. Kurenai partiu para cima deles, mas fora derrubada com um empurrão, fazendo-a cair no chão. Hinata apenas deixava as lágrimas caírem pelo rosto. Ela não iria implorar, não adiantaria. Seu coração doeu ao ver Kurenai jogada ao chão, chorando.

— Parem! – Hanabi entrou na cozinha, fazendo sua mãe parar entre o vão da porta.

— Hanabi não se intrometa. – O tom de Mary era de um aviso severo.

— Mãe, por favor, não faça isso. Eu sei que a senhora não é uma má pessoa. Para que fazer isso? Chega, por favor, eu não aguento mais! – Exasperou-se, seus olhos enxiam-se de lágrimas.

Mary aproximou-se da mais nova, secando as lágrimas no rosto de sua menina.

— Vá para o quarto e não sai de lá até eu mandar – disse calmamente.

— Por favor. – Sussurrou a mais nova.

— Para o quarto. – Mary virou-se novamente, assentindo para os capangas trazerem Hinata.

A criada passou entre Hanabi. O olhar de ambas se encontraram, a Hyuuga mais nova percebeu que tomou a decisão tarde demais.

Alguns criados terminavam de arrumar o jardim, haviam candelabros espalhados, iluminando o ambiente. O vento fazia o fogo das velas balançarem.  Mary passou seguida dos capangas e Hinata sendo arrastada por eles. Todos pararam seus afazeres, olhando cada um passar, levando a criada para perto do que, um dia, fora uma árvore, pois agora só tinha o tronco.

— Amarrem-na ali. – Apontou para o tronco.

Um dos homens tirou a corta que estava em seu cinto, desenrolando-a e puxando Hinata até tronco, fazendo-a abraçar a madeira.

Hinata soluçava e sussurrava palavras que não eram compreendidas por eles. Talvez fosse o sussurro de uma reza. Após ser amarrada, seu vestido fora rasgado na parte das costas, deixando sua pele exposta. Suas costas se encolheram com o vento frio.

“O castigo por amar, ás vezes por ser o mais cruel. ”

Hanabi olhou para a cozinheira ainda ajoelhada e chorando. Aproximou-se, tentando levanta-la. Kurenai a abraçou, chorando ainda mais. Ela falhara em proteger Hinata, sua amiga nunca a perdoaria.

— Eu falhei. – As palavras saíram tropeçadas em meio ao choro.

Hanabi precisava fazer alguma coisa, mas sua mente não pensava em nada. Seu pai não estava ali, não havia ninguém que pudesse parar sua mãe.

— Kurenai, o que eles vão fazer com Hinata lá fora? – A voz do cocheiro ecoou pelo recinto, fazendo Hanabi o encarrar, talvez, tivesse alguém capaz de pará-la.

Era uma noite, extremamente calma, a lua cheia iluminava o céu deixando-o claro e cheio de estrelas. Naruto observava tudo pela janela da biblioteca de sua casa. Seu cabelo ainda estava molhado do recente banho que tomou. Ele vestia apenas uma calça de algodão leve, e uma camiseta de tecido fino e branca. Escutou quando a porta da biblioteca fora aberta, passando por ela seu pai.

— Queria falar comigo? – disse enquanto sentava em uma poltrona.

— Sim, tomei uma decisão sobre aquilo. – Naruto afastou-se da janela, caminhando até o divã e sentando.

— Então...? – O loiro mais velho gesticulou mostrando para ele prosseguir.

— Eu quero me casar com ela. – Tanto sua feição como sua voz eram sérias.

Minato arrumou-se na cadeira, mais confortavelmente.

— Sabe que não é tão fácil assim? – Naruto assentiu. Minato soltou um suspiro e prosseguiu. — Não demorará muito para você completar vinte e três anos, é um homem formado. Tem seu próprio trabalho, é responsável. Sempre me deu muito orgulho... por isso, não ficarei contra, até mesmo me alegro, pois mostra que já é um homem de decisão. Escute meu filho. – Ele colocou suas mãos sobre a de Naruto. — Um homem de verdade tem que tomar decisões difíceis, sabe, nós homens quando temos uma família é de nossa reponsabilidade o bem-estar destes. Então, em vez de te julgar, eu fico feliz. Você me mostrou ser capaz de tomar um rumo na sua própria vida. Faça o que achar melhor, eu estarei do seu lado.

Ao terminar Minato deu um sorriso que transmitia confiança.

— Obrigado pai. Não sabe o quanto é importante suas palavras. Decidir falar com Hiashi sobre a senhorita Hinata amanhã. Tentarei fazer as coisas do modo certo, mas caso ele negue, não hesitarei em pegá-la, mesmo contra a vontade dele.  – Naruto soou tão confiante que não havia nada que pudesse ser dito ao contrário.

— Eu vou com você. Mas Hiashi viajou hoje para capital. – Informou.

Naruto franziu o cenho.

— Mas... – porém, antes que concluísse, a porta fora aberta e por ela passou Konohamaru. Sua feição era de desespero.

— Konohamaru? – disse o loiro mais novo, franzindo ainda mais o cenho ao reparar na feição de seu primo.

— Precisamos ir agora para casa dos Hyuuga. – Exasperou.

Naruto levantou-se do divã, ainda sem entender nada.

— Aconteceu alguma coisa com Hanabi? – Minato perguntou.

— Não. Acho melhor irmos rápido, tem um criado dos Hyuuga nos esperando.

Naruto desceu as escadas da frente de sua casa rapidamente, vendo o criado andando inquieto. Ao chegar perto, reparou que era o mesmo criado que viu entregar a flor para Hinata.

— O que o traz aqui? – Por mais que não quisesse soar grosso, foi impossível ao lembrasse do que viu mais cedo.

Kiba virou rapidamente. Naruto reparou que ele estava desesperado.

— Você precisa vim agora até o casarão. A senhora May endoidou.

Kushina descia a escada acompanhada de Minato.

— Tenha mais respeito com sua senhora. – Ralhou a ruiva ao ver como criado citou sua amiga.

— Perdão. Mas não posso dizer ao contrário. Ela amarrou uma de suas criadas em um tronco e quer chicoteá-la. A senhorita Hanabi está desesperada. – O moreno tinha uma expressão assustadora.

— Mas o que temos haver com isso? Hiashi não estar lá? – Kiba ignorou a pergunta da mulher e aproximou-se do loiro. Ficando cara a cara.

— Hanabi disse que você ajudaria, pois a criada é especial para o senhor.

Ao ouvir aquilo, Naruto sentiu seus pêlos se arrepiarem. Não sabia se era pelo frio ou pelo medo. Ele sequer esperou alguém dizer alguma coisa, pegou as rédeas que estava na mão do criado e montou no cavalo.

— Mãe, olhe para mim. Não faça isso. – Hanabi correra ficando à frente da onde a criada estava amarrada.

— Saia, Hanabi! Não me faça perder a paciência – disse ríspida.

— Não! Por favor, deixa-a em paz. – Implorou.

— Deixa-a em paz? Eu fui a traída aqui. Eu sofri por anos, tendo que conviver no mesmo teto que o fruto da traição de seu pai, e você me pede para a deixa-la em paz? – Exasperou-se.

Mary olhou para todos os criados que estavam ao redor. Ao olhar para caras de medo e espanto, ela sorriu maravilhada.

— Mãe...

— Tire-a daqui. – Ordenou para uns dos capangas.

O homem aproximou-se da garota.

— Não. Não ouse tocar em mim. – Mas o homem a agarrara pela cintura, arrastando-a. Ela se debatia, mordia e arranhava o capanga, mas ele era muito mais forte que ela.

Kurenai deu um passo à frente, pronta para se colocar a frente de Hinata. Mas antes que fizesse isto, um criado a segurou.

— Quero que todos prestem atenção! – Gritou Mary. — Esta criada imunda e bastarda, estava sendo a vagabunda que sua mãe foi um dia. Ela estava aos beijos com o futuro conde... – Se pronunciava enquanto andava. — Estava disposta a ser amante, uma destruidora de lar. Por mais que o futuro conde ainda não seja casado, no final, era isto o que ela ia ser torna. – Riu ao terminar, olhando para costas exposta da criada, mas no segundo depois seu sorriso sumiu, seu olhar ser tornara raivoso, por fim, disse: — Chicotei-a.

O capanga levantou o chicote de couro. Hinata sentiu o vento dele próximo de seu corpo e encolheu-se.  Fechou os olhos fortemente.

O barulho do chicote cortando a carne soou pelo lugar.

Ela arregalara os olhos, o ar fez falta aos seus pulmões. Ela sentiu sua carne sendo rasgada, ardia como fogo. Podia sentir seu sangue descendo pelas costas. E, de repente, mais uma. Era uma dor insuportável, ela não conseguia respirar. Abraçou mais o tronco, querendo fundisse a ele.

Em meio tanta a dor, Hinata podia ouvir os gritos de Hanabi e Kurenai. Mais uma foi dada. Sentia o sangue metálico na boca, mordera os lábios tão fortemente, que ele sangrava.  Outra, ela arqueou as costas, liberando o grito preso em sua garganta.

 

Depois de muitos maus-tratos, Cinderela casou-se com o príncipe e viveu feliz para sempre.

Em meia a dor, ela lembrara do que havia lido uma vez. Ela sonhara que era Cinderela e que também seria feliz. Outra chicotada, a escuridão foi chegando. Alguém podia fazer aquilo parar? Por favor? Ela implorou ao vento. Sentia suas costas em chamas. Por favor? Implorou novamente, mas agora ela gritava, chorando. Seus olhos iam ser fechando aos poucos, mas antes que fechasse completamente, ela escutou uma voz:

— Parem agora! – Mary virou-se assustada. Seus olhos se arregalaram ao vê-lo. — O que está acontecendo aqui, Mary? – Exasperou-se, aproximando.

O capanga abaixara o chicote, após receber um olhar severo do padrão.

— Pai. – O homem que estava a segurando Hanabi a soltou. A menina caiu ao chão, toda desengonçada, mas levantou rapidamente e correu até o pai, chorando e o abraçando.  — Ainda bem que o senhor chegou – disse chorosa.

Hiashi olhou para o estado da filha, olhando em seguida para Hinata que estava amarrada no tronco.

— O que pensa que está fazendo? Me diga! – Gritou.

Mary deu alguns passos para trás, assustada. Hiashi nunca gritara consigo.

— Não era para você estar aqui. – Mary tinha seu olhar perdido. Não conseguia focar em canto algum.

Hinata gemeu pela dor. Sentia gotas de suor banhando seu rosto. Sua garganta estava seca. Sua pele ardia. Será que já tinha acabado? Sentia entorpecida. Seus olhos iam se fechando ao pouco, porém mesmo assim, não era levada completamente pela escuridão. Gemeu novamente, quando uma gota de suor salgado que escorria por sua costa, entrou em contado com a ferida.

— Desarmarem-na. – Ordenou o Hyuuga.

— Não! – Mary o encarou. — Ela tem que pagar. – Sussurrou desesperada.

           — Pagar pelo quê? – Hiashi aproximou-se dela.

            — Por tudo que ela nos fez. Ela estava aos beijos com o filho do conde – disse ríspida.

           Hiashi arregalara os olhos, surpreso. Naruto? Ele nunca poderia imaginar aquilo. Tomado pela surpresa, Mary afastou-se dele, correndo e pegando o chicote das mãos do capanga. Erguendo, pronta para chicote Hinata novamente. Mas agora seria ela a fazer isto.  Sua respiração era alta tamanha era sua ira.

           O som do chicote cortando a carne ecoou.  Os olhos de todos que estavam presentes se arregalaram nos segundos seguintes.

          Ao invés de acerta a criada, a chibata pegou nas costas de outra pessoa, rasgando a camisa e fazendo seu sangue escorrer.

         — Não ouse tocar nela novamente! – gritou Naruto.

 

A ira é pior coisa que um homem pode sentir.


Notas Finais


Bom, sei que alguns não esperava por isso, mas essa ideia estava na fic desde o início. Então eu precisava colocar ela aqui. Espero que eu tenha narrado de um jeito que transmitisse a dor dela, mas sem pegar muito pesado.
Não me odeiem. Mas pode odiar a Mary, mas guarde um pouco para o Hiashi. Hehehe
A fic tá caminhando para reta final, não sei ao certos quantos capítulos, pois ainda faltas algumas revelações importante.
Diga-me, o que acharam do capítulo?
Adoro vocês S2
Sem mais delongas.
Até o próximo.


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