História A Dama do Espelho - O Espelho e O Encontro

A dama do espelho

Em uma tarde, o garoto ruivo dos olhos azuis resolve ir até o porão de sua casa para procurar antiguidades, seus pais estavam na sala, vendo TV.
Tudo estava normal, até que ele vê um lençol, velho e empoeirados cobrindo um objeto, mais alto que seu ser, ele puxa o lençol e tosse um pouco por conta da poeira, logo após o ato, o garoto depara-se com um espelho, muito antigo e as bordas que antes douradas, mantinham-se em uma cor de ferrugem, mas seu vidro se mantendo intacto.
O jovem curioso com o espelho decide ver se a algo de diferenciado, segura um um pouco de firmeza, limpa o pó que há no vidro, se deparando com algo, ou melhor, alguém do outro lado, o menino espantado com o que havia dentro do espelho, põe sua mão no vidro, obtendo como resposta o mesmo ato, mas não era seu reflexo, a mão que "refletia" era mais delicada e menor do que a dele.
A "coisa" aproxima-se do vidro, assim mostrando como real aparência:
Era uma garota de pele branca como papel, cabelos grisalhos para baixo de suas costas, olhos claros que não pareciam ter uma cor definida, era magra, mas não demasiado
O menino, encantado pela garota que via através do vidro, tenta falar com ela, mas de nada adianta, ela não pode ouvi-lo.
Ele escuta sua mãe o chamando para jantar, não percebera, mas havia passada toda a tarde deslumbrado com a garota do espelho, pegou o pano empoeirado para colocá-lo de volta por cima do espelho novamente. A garota coloca suas duas mãos com força afrente do vidro e balança a cabeça negativamente em sinal de desespero, ele percebe e decide não colocar o lençol no lugar que antes estava localizado deixando-o no chão. Quando já estava para subir as escadas a caminho da cozinha, fez um sinal de despedida com a mão para a menina, obtendo outro em resposta.
Durante todo o jantar não parava de pensar na garota que vira a poucos minutos, mal tinha tocado na comida. Sua mãe preocupada decide tomar uma iniciativa, questiona seu filho para saber o que ocorre na cabeça do garoto:
-Filho, há algo errado?
Pergunta em um tom de preocupação, esperando uma resposta do menor
-Não mãe, eu estou bem, mas tenho uma dúvida, é sobre um espelho que há no porão, alguém de vocês sabe de quem era, ou como foi parar lá?
Falou em um tom de dúvida
-Um espelho? Nem lembrava o que tinha lá, poderia no levar até lá e nos mostrar o espelho - disse o pai, calmamente

Na manhã seguinte

O garoto levara para o porão seus pais, não entravam no porão a anos, então se surpreenderam com a condição do local: estava todo empoeirado, porém, não havia nada estragado, apenas alguns poucos objetos em mal estado, com uma certa ferrugem cobrindo os mesmo, mas sem mais estragos aparentes.
Levou-os até o espelho descoberto, não vira a menina que antes localizava-se lá, pensava que era apenas timidez, mas quando posicionou sua mão para que entrasse em contato com o vidro, não vira nem a garota nem seu ser refletido, isto preocupou os pais do garoto, o mesmo, decepcionado, sobe as escadas em direção a seu quarto, a fim de pensar em uma razão para que a menina não aparecera novamente, talvez estivesse com medo? Mas de que?
Perguntas martelavam na cabeça do menino, até que o mesmo foi tomado pelo sono e adormeceu.
Logo após cair no sono, o garoto se via em um lugar completamente branco, com roupas da mesma coloração, era um repleto vazio, então escuta-se uma voz atrás de si, uma voz serena, calma, doce e melodiosa:
-O que faz aqui?
O menino virasse na direção da voz e vê a garota do espelho que não saia de seus pensamentos, então com uma feição de espanto, diz:
-Qual é seu nome?
E com o tom de voz um pouco alterado a garota responde:
-Agora isso não importa, precisa sair daqui
A garota se aproxima de seu ser um tanto aflita e preocupada, o garoto sem nada a fazer, apenas a observa se aproximar
-Você não entendeu? Precisa ir embora!
-Não posso - fala a olhando da cabeça aos pés pensando se era apenas um truque de sua mente ou a realidade
-Por que não? Você deve, é perigoso aqui!
O garoto sem entender muito bem aproveita a pouca distância que a garota está de seu corpo e tenta tocar seu rosto, causando, surpreendentemente, um corte na mão do mesmo, o fazendo acordar em um pulo com uma estranha dor em uma de suas mãos. Surpreso, o garoto vai ao lavatório desinfetar o corte e a enfaixando logo em seguida.
Vai até a janela e vê que ainda está a noite, vai ao quarto de seus pais e vê que ambos dormem.
Vai até o porão novamente aonde encontra uma pequena rachadura no vidro e começa a preocupar-se, posiciona sua mão no vidro e recebe a mão da garota em resposta, mas ao em vez de seu rosto estar normal, podia-se ver um pouco de sangue e lágrimas rolando de seus olhos, lágrimas de tristeza, arrependimento e dor, logo após o olhar a garota cai de joelhos no "chão" dentro do espelho e coloca seus dois punhos fechados em seu rosto com o intuito de secar suas lágrimas ou apenas esconde-las do garoto.
Era aparente a preocupação do rapaz em relação ao sofrimento da garota em sua frente, mas sabendo que nada podia fazer para ajuda-lá, encostou sua testa no vidro e sussurro doces palavras que ele pensava que não podiam ser ouvidas pela menina:
-está tudo bem linda menina, não tem o porque chorar, estou aqui, estou bem, mas suas lágrimas me cortam tão profunda e dolorosamente quanto o vidro que nos separa
Surpreendentemente pode-se ver a garota corar mostrando sua face rosada olhando tranquila para o garoto a sua frente enquanto o mesmo tentava entender.
A menina, assim como o garoto fizera, encostou sua testa no vidro e sussurrou ainda com pequenas lágrimas descendo de seus olhos:
-fico feliz que esteja aqui, e que esteja bem, mas se minhas lágrimas o cortam como vidro apenas pararei de derrama-las
Ambos levantaram a cabeça olhando profundamente um nos olhos do outro encostando suas mãos no vidro até que ele percebe um toque macio, bem diferente do material do gélido espelho, deparando-se com a mão da garota encostando na sua que a olha.