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História A Deal With the Devil - Parte 1: Sehun, um caso a parte


Escrita por: MuieDoChansoo

Capítulo 4 - Parte 1: Sehun, um caso a parte


 

Jongin apenas pôde observar Kyungsoo vomitar todo seu almoço, janta e o que mais tivesse comido. Kyungsoo chorava pela dor que sentia no abdome e pela quantidade de sangue que estava vomitando. Jongin se levantou e correu para a sala a procura das chaves de seu carro, ao voltar para o banheiro Kyungsoo já estava de pé e se apoiando na parede.

 “Nós vamos para o hospital.” Disse o mais novo colocando o braço sobre o ombro do menor e o ajudando a sair do banheiro, logo em seguida o levando até o quarto e o fazendo sentar na cama. “Desde quando você está assim?”
 “Dois dias...” Jongin o encarou sério, mas não quis repreende-lo por não ter o contado antes. Apenas foi para o guarda-roupa, pegou uma toalha e algumas peças de roupas para os dois. Foi até Kyungsoo e o ajudou a se secar. “Você não precisa fazer isso, eu não sou uma criança! Eu posso me vestir sozinho...”
 “Fique quieto, você não tem o direito de reclamar.” Kyungsoo comprimiu os lábios e apenas deixou Jongin o ajudar.                 “Onde estão seus documentos?”
 “Deve estar em uma das gavetas da raque da sala.” O rapaz saiu do quarto e deixou Kyungsoo sozinho.

Kyungsoo tombou seu corpo na cama e encarou o teto, fechou seus olhos com força ao ver que tudo começou a girar. Seu abdome queimava e seu corpo parecia ter perdido todas as forças. Respirou fundo tentando controlar a ânsia e a tontura, de repente sentiu um ar quente soprar sua orelha.

 “Você deveria ter noção das coisas que faz.” Aquela voz...

Kyungsoo abriu os olhos e ao seu lado viu a figura de Chanyeol ajoelhado no chão ao seu lado. Ele o encarava sério, sem aquele típico sorriso nos lábios. Kyungsoo fechou os olhos com força e o abriu novamente para ter certeza de que o demônio realmente estava ali ao seu lado. Os olhos de Chanyeol tinham um estranho tom azul, um azul escuro e hipnotizante. Seu cabelo, antes cinza, estava branco como um algodão e um pouco maior em comparação a última vez que o havia visto. O rapaz se assustou e tentou se afastar, mas o demônio com um simples movimento de dedo o fez ficar paralisado na cama.

 “Escute Kyungsoo, direi apenas uma vez.” Kyungsoo o encarou enquanto tentava se mover na cama, mas era um ato falho. Seu corpo estava totalmente paralisado. “Você está morrendo aos poucos.”
 “Ainda faltam quatro anos.” Seus olhos começaram a arder e ele estava a ponto de chorar, ele não sabia se devia se preocupar com a expressão séria de Chanyeol ou com o que ele havia dito há pouco.
 “Kyungsoo, eu ocultei um pedaço do pacto.” Kyungsoo esperou que Chanyeol sorrisse, mas o demônio não o fez. “Quando o pacto chega a seu sexto ano o humano começa a perder a vitalidade lentamente. Sabe por quê?” o humano negou. “Porque assim os outros pensaram que você adoeceu, e quando morrer o dará como causa natural. Lentamente você vai adoecer e perder a visão, eu sinceramente espero que escolha morrer solitariamente.”
 “Então é por isso que apareceu de repente? Para me fazer adoecer?” Chanyeol negou.
 “Eu estou aqui para cuidar da sua alma, para que não morra tão precocemente. Então se acostume com a minha presença.”
 “Por favor, eu não posso adoecer.” Uma lágrima insistiu em correr sobre sua bochecha, e então o demônio a secou.
 “Faz parte do acordo. Quando chegar a hora esteja preparado e se mantenha firme.” Kyungsoo escutou o barulho de um celular tocando e então seus olhos ficaram pesados.

 

 

 

Ele acordou com Jongin ao seu lado, sentado em uma poltrona em um lugar que certamente não era seu quarto.


 “Soo.” Exclamou assim que viu o rapaz abrir os olhos lentamente. “Você está se sentindo bem?”
 “Que pergunta idiota Jongin.” Disse com a voz rouca. Sua garganta doía, ao olhar para seu braço viu que havia uma agulha sobre sua mão a qual levava soro a sua veia. “Eu desmaiei?” Jongin assentiu.
 “Quando eu voltei para o quarto você estava apagado, eu pensei que estava dormindo, mas quando vi que você estava mais branco que o normal eu o carreguei para o carro. O médico disse que você está com anemia, você não tem se alimentado direito?”
 “Eu acho que não...” o namorado suspirou. “Me desculpe.”
 “A enfermeira aplicou o soro tem dez minutos, ela disse que você só será liberado depois que seu exame de sangue ficar pronto e o médico dar os remédios.” Kyungsoo assentiu.
 “Você me deixou preocupado, Soo. Está com fome?”
 “Um pouco.”
 “Eu vou comprar algo para você comer, você precisa se alimentar direito.” Sorriu, se levantou da poltrona e foi até Kyungsoo fazendo um carinho em seus fios de cabelo. “Sehun está lá fora, eu vou o deixar entrar.”
 “O que?” se sentou no colchão rapidamente. “O que ele está fazendo aqui? Jongin o mande embora, ele não precisa ficar aqui.”
 “Kyung, ele ficou preocupado com você quando me viu te carregar pelas escadas do prédio, converse um pouco com ele e seja educado.” Saiu do quarto antes que o namorado começasse a reclamar.

Sehun estava do lado de fora do hospital, sentado em uma mureta perto da rampa que levava para a entrada do hospital. Estava frio e ele vestia apenas algo que parecia ser seu pijama, uma calça cinza de moletom e uma camiseta fina branca. Seu cabelo estava bagunçado e seu rosto estava horrível, cheio de olheiras e o canto de sua boca estava sujo com algo que parecia sorvete. Jongin riu disfarçadamente ao vê-lo com as pontas dos pés calçados com pantufas brincando com algumas folhas secas que caia da árvore que havia atrás de si.

 “Sehun.” Chamou a atenção do rapaz que estava distraído. Sehun o encarou e se permitiu sorrir minimamente.
 “Ele acordou?” Jongin fez que sim.
 “Eu vou comprar algo para ele comer, acho que a padaria mais próxima fica a alguns minutos daqui. Por que você não vai fazer companhia pra ele?” no mesmo instante Sehun se levantou e ajeitou a calça de moletom.
 “Vá até a moça que está no balcão de atendimento e pergunte pelo Soo, ele está em um quarto recebendo soro na veia.” O rapaz assentiu e saiu correndo pela rampa até a entrada do hospital. Jongin riu soprado e seguiu seu caminho.

Kyungsoo fingia estar dormindo para não ser incomodado por Sehun, mas não adiantou. Sehun entrou no quarto e o cutucou até que o mesmo desistisse de fingir e desse um tapa em sua mão para que parasse de incomodá-lo.

 “Sehun, vá para casa. Não tem nada de interessante para  você fazer aqui.” Se ajeitou e sentou-se na cama pondo-se a encarar Sehun. Revirou os olhos ao ver a situação do mais novo. “Sehun, pelo amor de Deus, você está fedendo a frango frito. Você se quer tomou banho?”
 “Eu não tive tempo, estava voltando da loja de conveniência que fica na esquina do nosso condomínio quando vi Jongin descer correndo as escadas com você nos braços. Pensei que seria bom acompanhá-lo ao hospital mesmo sem saber o que havia acontecido.” Se sentou na beirada da cama, mas Kyungsoo deu um chute em sua coxa o fazendo se levantar.
 “E você veio nesse estado? Não percebe que está cheirando a frango e todo desarrumado? Vá para casa e se vista adequadamente.”
 “Nem quando está doente consegue ser agradável?” fez um bico e Kyungsoo cruzou os braços.
 “Ninguém te chamou aqui Sehun, vá para sua casa.”

Sehun se sentou na poltrona ao lado da cama ignorando a grosseira de Kyungsoo, afinal, ele estava doente e Sehun estava preocupado mesmo que o rapaz fosse extremamente desagradável consigo e o tratasse com grande indiferença. Sehun sentia que no fundo Kyungsoo gostava de si, mesmo que fosse apenas um pouco, e toda aquela grosseria era um modo de se proteger de Sehun, pois sabia que o mesmo seria tão capaz quanto Jongin para fazê-lo feliz.

Sehun se achava um idiota por gostar de Kyungsoo que só o sabia tratar mal, enxotá-lo e rebaixá-lo em todos os sentidos. Mas Kyungsoo nem sempre foi assim. Muito longe disso. Um dia Kyungsoo já foi doce consigo antes de toda aquela idiotice de pacto Kyungsoo era apenas um rapaz doce e amável.

Sehun era amigo de Kyungsoo desde que eram crianças do primário. Kyungsoo era excluso de todas as outras crianças do bairro onde moravam, não brincava ou sequer conversava com os outros. Sehun se aproximou aos poucos até que descobriu o motivo de Kyungsoo ser afastado, Kyungsoo odiava a si mesmo por não poder enxergar nada além da escuridão. A partir do momento em que descobriu isso, Sehun nunca mais se afastou de Kyungsoo. Quando adolescentes, Sehun sempre o levava para passear, quando Kyungsoo se enfornava em casa Sehun era quem o arrastava para fora e segura seu braço guiando-o pela cidade e por todos lugares agradáveis que conhecia.

Foi Sehun também quem ficou ao lado de Kyungsoo quando ele perdeu os pais em um incêndio. Após o incidente Kyungsoo se fechou para o mundo novamente, ele culpava a si mesmo por não ter acordado naquela noite e salvado seus pais. Kyungsoo passou algum tempo na casa de Sehun, pois não tinha parentes na cidade, Kyungsoo teve a oportunidade de morar com sua avó, mas por algum motivo ele quis continuar na casa de Sehun. Demorou algum tempo para que Kyungsoo recebesse certa quantia em dinheiro que seus pais guardavam em uma poupança, e novamente Sehun foi o primeiro. Kyungsoo planejava comprar um pequeno apartamento. Sehun o questionou dizendo que era muito novo para morar sozinho, Kyungsoo tinha apenas 15 anos na época. Kyungsoo apenas o respondeu com um “Apenas confie em mim”, e Sehun o fez. Claro que Kyungsoo não passaria todo o tempo sozinho em seu novo lar, a própria mãe de Sehun prometeu a família de Kyungsoo que iria cuidar dele até que se tornasse adulto e assim o fez. Todos os dias Sehun e ela iam até o apartamento, levavam comida e fazia companhia para o garoto por algum tempo. Kyungsoo sempre seria grato a família de Sehun, Sehun sabia disso.

Mas havia algo que Jongin não sabia sobre essa amizade, ele não sabia que Sehun foi namorado de Kyungsoo. O namoro durou exatamente 1 ano, desde o dia em que Kyungsoo se mudou para o apartamento até o dia em que ele entrou em crise após fazer o pacto. Sehun implorou para que Kyungsoo fosse forte e continuasse consigo, mas o baixinho estava perdido demais consigo mesmo, quem dera para manter um relacionamento saudável sendo que nem dar atenção a Sehun ele conseguia dar mais. Kyungsoo passou a maltratar Sehun a partir do dia em que conheceu Jongin, e era por isso que Sehun odiava profundamente Jongin. Jongin não deveria ter aparecido, Jongin não merecia estar ali. Kyungsoo se sentia incomodado na presença de Sehun, de fato Kyungsoo não queria que o novo namorado soubesse sobre Sehun, muito menos sobre seu relacionamento com ele. Mas isso Sehun não deixaria acontecer, ele fazia questão de se intrometer entre os dois para dizer um “Ei, eu estou aqui e não vou embora tão cedo.” Sehun só ao sabia o porquê de Kyungsoo esconder seu antigo namoro de Jongin. Vergonha? Kyungsoo tinha vergonha de Sehun? O rapaz se questionava sempre sobre isso, mas por que Kyungsoo teria vergonha? Sehun era uma pessoa vergonhosa?

O fato era que, Sehun, sentia uma enorme vontade de beijar Kyungsoo na frente de Jongin e dizer “Ele não pertence a ti, você é apenas um intruso”, mas fazendo isso, o intruso seria ele, certo? De qualquer maneira, seria justo se Jongin soubesse que na cama em que se deita com Kyungsoo, Sehun já esteve lá. Muitas vezes, aliás, duas vezes após Kyungsoo começar a namorar Jongin. Então era por isso que Kyungsoo o tratava tão mal? Por ter se deitado com ele mesmo após ter iniciado um relacionamento com ele?

 “Ah, tão complicado.” Disse para si mesmo ao pensar em toda aquela confusão que pairava sobre os dois. A única certeza que havia entre os dois era que Sehun ainda gostava de Kyungsoo, e não o deixaria tão cedo por mais inconveniente que fosse. Ele sentia em seu interior que, bem lá no fundo, Kyungsoo ainda gostava um pouco de si.

Sehun foi tirado de seus pensamentos quando Jongin, o dito cujo, entrou pela porta do quarto. Sentiu uma pontada de ciúmes ao ver Kyungsoo demonstrar tamanha alegria ao vê-lo.

 “Viu, Sehun? Jongin voltou você pode ir embora. Aproveite e tome um banho para se livrar desse cheiro.” Disse levando um pedaço de bolo a boca. “Rápido, vá.”
 “Kyungsoo, seja educado.” Jongin lançou um olhar feio para Kyungsoo, o rapaz fechou a cara e olhou para Sehun como se quisesse que ele sumisse dali no mesmo instante. “Sehun.”
 “Huh?”
 “Você pode ir, logo Kyungsoo será liberado e...” no mesmo instante uma enfermeira entrou no quarto. A mulher retirou a agulha de Kyungsoo e colocou um curativo sobre sua mão.
 “O exame de sangue está pronto, o médico chamará daqui a pouco. Vocês podem esperar na sala de espera, quando for sua vez o médico chamará pelo microfone” Os três assentiram  logo em seguida a enfermeira os acompanhou até a sala de espera.

A sala de espera estava lotada, havia doentes em todos os lados esperando seus exames ficarem prontos ou serem atendidos.  Jongin guiou Kyungsoo até uma cadeira vazia e se sentou na do lado, Sehun fechou a cara e cruzou os braços enquanto se mantinha de pé.

Passaram-se três horas e não havia nem sinal do médico, Jongin foi várias vezes até a atendente e ela disse que era para esperar um pouco mais, impaciente Sehun discutiu com a mulher e Kyungsoo precisou dar um tapa em seu braço para que o mesmo se calasse e ficasse quieto. A temperatura havia caído mais ainda e Kyungsoo, assim como Sehun sentiam frio. Mas ao contrário de Sehun, Kyungsoo tinha alguém para esquentá-lo, estava abraçado ao corpo de Jongin que o acariciava carinhosamente.

 “Sehun, você não está com frio?”
 “É claro que estou, está frio.” Resmungou. Jongin apenas sorriu como sempre fazia, em compensação Kyungsoo o olhou bravo.
 “Você irá mesmo continuar aqui, certo?” Sehun assentiu. “Soo, você está com frio também não está?”
 “Um pouco, por quê?” Jongin retirou os braços de ao redor do corpo do namorado e se levantou arrumando a calça. “Aonde você vai?”
 “Está frio, vou buscar agasalhos para vocês. Aproveito para pegar um par de roupas minhas para Sehun.”
 “Não precisa Nini, ele está bem assim. Não está Sehun?” cerrou os olhos e Sehun assentiu várias vezes. “Viu?”
 “Mesmo assim, eu volto em pouco tempo. Sente-se Sehun, faz horas que você está em pé.” Deu espaço para que Sehun se sentasse em seu lugar ao lado de Kyungsoo, esse que o olhou com cara feia. “Eu volto logo, Sehun cuide dele, sim?” Sehun assentiu e Jongin se foi. Um silêncio se fez entre os dois, Kyungsoo havia se encolhido para não encostar-se a Sehun, Sehun olhava ao redor um pouco desconfortável. Então Kyungsoo bocejou.
 “Está com sono?”
 “Não é da sua conta.” Sehun o puxou para perto e colocou um braço sobre os ombros de Kyungsoo. “Você tem cinco segundos pra me soltar ou eu...”
 “Você o que? Vai me bater?” riu. “Você já viu nossa diferença de tamanho?”
 “Me solta Oh Sehun!”
 “Ah, fique quieto.” O trouxe mais para perto e forçou a cabeça de Kyungsoo a deitar-se em seu ombro, ficou com a mão sobre a cabeça do baixinho para que ele não se afastasse. “Durma, você está cansado.”
 “Eu não pedi seu ombro de apoio.”
 “Deixe de ser irritante e birrento, eu não vou te comer enquanto dorme.” Kyungsoo abriu a boca para falar e Sehun o interrompeu. “Cale a porra da boca e durma.” Finalmente Kyungsoo se calou, o sono falava mais alto e ele estava cansado demais para discutir com o pirralho do Sehun. E então Kyungsoo adormeceu envolvido pelos braços de Sehun. Sehun também adormeceu pouco tempo depois.
 


Notas Finais


Kyungsoo delicado como sempre, relacionamento SeSoo foi explicado ♥ Espero que tenham gostado


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