2. Resultado
O consultório não era muito longe de casa, sem trânsito demoramos cerca de 20 minutos no carro. A rua do consultório é pouco movimentada e no inicio ficam lindas árvores cássia que entre março e abril florescia e as flores amarelas apareciam deixando a sensação que não é difícil encontrar o paraíso aqui na terra. O consultório era um pequeno prédio que ficava no fim da rua. Minha mãe namorou o dr. John quando era adolescente, acredito que tenha sido seu primeiro namorado (isso explicaria a imaturidade de ambos na época do namoro) e mesmo com o fim turbulento dos dois, ambos continuaram amigos.
- Lilith, VAMOS! - Minha mãe faz sinal para eu me apressar e sair do carro, pois estávamos atrasadas. Eu sai do carro e fomos em direção a porta de entrada. A recepção, estava vazia, com a exceção da Olga, a recepcionista.
Ás vezes eu me sentia a única cliente daquele lugar, todas as vezes em que eu tinha consulta a clínica estava vazia e toda vez que saio de lá eles fecham as portas, um dia eu já cheguei a perguntar para Olga sobre isso e a única coisa que tive como resposta é que sou especial e eu não sei muito bem o que isso significa.
- Bom dia! Vou avisar para o doutor John que vocês chegaram. - Olga falou com o mesmo sorriso no rosto e logo após pegou o telefone e digitou o número 1 que redirecionava para a sala do doutor. - Vocês já podem entrar, ele está aguardando.
Ao lado esquerdo da recepção havia um pequeno corredor branco com duas portas, uma direcionava a sala do dr. John e a outra eu nunca entrei, mas acredito ser outra sala para algum outro médico da clínica que eu também nunca cheguei a conhecer.
- Olá! Bom dia, queridas! – Dr. John sempre foi um amor comigo e com minha mãe, meu pai por outro lado detesta esse relacionamento que temos, o que acredito ser apenas ciúmes pela adolescência dos dois.
- Olá, John! – Disse minha após de depositar beijos em cada uma de suas bochechas. – Trouxe os novos exames dela. Deu uma leve alterada, mas acredito que isso está tudo bem, né?
Permaneci calada. Eu frequento o mesmo doutor desde os meus dez anos de idade e minha mãe confia nele mais do que tudo. Nunca fui de perguntar muitas coisas sobre o que tenho, até porque se chegasse a perguntar pouco seria me respondido.
- Luana, você não deveria ter aberto os exames antes de mim. Você sabe o que houve da última vez que você falou algo algum exame. – John falou isso em um tom preocupado, provavelmente lembrando o dia em que minha mãe falou que eu tinha leucemia, quando na verdade era apenas uma anemia leve. – E sim, deu uma pequena alteração, mas acredito que há um novo remédio que podemos testar para melhorar isso.
- Doutor, você não acha que talvez se eu parar de tomar todos esses remédios, talvez em algum momento minha menstruação venha? – Disse em tom de sarcasmo, já que toda vez que venho aqui saio com um novo medicamento que não soluciona o meu problema.
John ficou bastante surpreso com que falei, pois raramente ele escuta a minha voz nesse consultório. – Lilith, acredite, estou fazendo isso para o seu bem. – Disse para encerrar o assunto.
- Querida, tente, pelo menos mais uma vez... – Disse mamãe preocupada.
Eu acabei aceitando o novo medicamento. Era um novo, de nome estranho que até agora não consegui pronunciar e sabe lá quando irei conseguir. Mas é como mamãe sempre diz, eu devo tentar pelo menos mais uma vez.
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