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História A Different Strength - Waiting is the Hardest Part - Parte 2


Escrita por: Cpd

Notas do Autor


Enjoooy

Capítulo 6 - Waiting is the Hardest Part - Parte 2


WILL'S POV

Will terminou de tomar o resto dos resíduos  que haviam no fundo de sua xícara de café. Era seu décimo do dia. Embora, para ser justo, ele houvesse começado a contar seu dia a partir do momento que acordara , antes de seu turno de 12 horas começar ,o que acontecera cerca de 18 horas atrás; e tinha sido de um dia para o outro. Em suma, Will não dormia há cerca de 27 horas e foi ficando esgotado mentalmente e fisicamente. Ele balançava sua perna esquerda em um ritmo quase constante, parando somente quando seu pai o repreendeu , dizendo-o para ficar quieto. O velho fez soar e parecer tão fácil, ele estava reclinado na cadeira, folheando uma revista sobre carros. Como diabos ele poderia estar tão calmo quando seu filho estava em cirurgia  a mais de 5 horas? Talvez fosse porque ele não sabia os riscos que Jay estava correndo. Talvez a ignorância fosse uma benção, enquanto a verdade causava ataques de ansiedade. Depois de anos de brigas e mal-entendidos Will finalmente havia voltado pra casa e feito as pazes com Jay. Oque seria de sua vida agora sem o irmão?

O médico realmente nunca tinha passado tanto tempo em salas de espera antes, eram lugares horriveis. Eles tentavam fazê-las parecer felizes, mas realmente a falsa alegria era como o cheiro enjoativo de flores das casas funerárias. Tudo que  faziam era disfarçar o desespero que as habitava.  Ele novamente pensou em ir ate a OR para verificar, mas lembrou-se que a sua presença não seria útil para os médicos ou para si mesmo. Deslizou a mão para o  bolso e apertou o distintivo de Jay, apenas outra coisa pra fazer além de sacudir a perna, olhar para a parede, e lamentar como estava tonto por beber tanto daquele café horrível .

A maioria da equipe de Jay foi lentamente voltando para o hospital, menos Voight ,o que não deixava Will surpreso. Ele provavelmente estava ocupado pressionando alguém ou não se importava o suficiente com Jay  para aparecer pessoalmente. Era difícil dizer. Jay sempre pareceu altamente impressionado por seu chefe ,e chateado também. Will não teve uma melhor impressão sobre ele. Erin tinha retornado junto com Antonio e o idiota que questionara anteriormente. Will normalmente gostava de Ruzek , mas precisava ser amargo com alguem. Seu irmão havia sido gravemente ferido, ele  tinha direito a alguma agressão sem motivo. A maioria dos funcionários havia ido falar com o médico, mas francamente ele não queria qualquer um deles ao redor. A maioria eram colegas de trabalho, não  amigos ,e os que eram não estavam realmente ajudando. Dr. Charles era a única exceção, afinal, ele era o Dr. Charles. Seu pai tinha sido auto-suficiente  ignorando todo mundo que ia e vinha.  Sr. Halstead não era um homem falante.

Will tinha chamado Mouse logo após Voight ter deixado o hospital. De certa forma, foi a ligação mais fácil de fazer. O médico  estava acostumado a fazer ligações para Greg quando precisava de  ajuda com Jay. O que geralmente costumava ser porque o detetive estava bêbado demais para caminhar ou talvez por algum surto que tivesse tido no meio da noite e acabara se trancando no sótão, mas isso não importava. Mouse fora capaz de perceber que algo estava errado somente pelo tom de voz de Will. Estranhamente, ele  tinha deixado Will explicar-lhe sobre a placa . Seu pai  ficaria feliz em vê-lo  ,sempre gostara de Mouse por algum motivo. Talvez  porque ele tinha conseguido trazer Jay de volta quando o mesmo  estava no fundo do poço e Will nem se  quer preocupou-se  em voltar para casa. Ou talvez esse fosse um dos motivos do porque Mouse nunca parecera gostar de Will. Pensar nisso fazia sua cabeça girar, o que era ruim, já estava enjoadao demais por causa da cafeína

Ele levantou-se ,então os  dois se abraçaram. Will sentiu-se um pouco melhor por ter Mouse lá.  Ele podia ver todos conversando sobre o assunto, mas maioria deles nem sequer sabiam. O médico sabia que  era uma demonstração de respeito, uma demonstração de solidariedade  ir ao hospital quando um policial era baleado, mas isso estava deixando-o nervoso. Ou talvez fosse o café e os hormônios de estresse . Ele não conseguia dizer qual.

Will foi o primeiro a notar  Dr. Rhodes andando pelo corredor. Afinal, ele trabalhava com o cara todos os dias, deveria ser o primeiro a reconhecê-lo. Levantou-se e apertou a estrela de Jay. Tinha apenas cerca de mais 4 segundos antes de saber se estava enganando a si próprio. Em 4 segundos saberia se, ou  seu irmão estava vivo e portanto ainda havia esperança , ou se seu irmão estava morto e nesse caso,  tinha certeza que ia acabar tremendo no chão. É claro que, assim como vieram essas opções, ele pensou em  todos os estados possíveis entre a vida e a morte. Havia a vida com uma capacidade diminuída  , a vida com sequelas graves, e claro,  a vida que não valeria a pena viver, em estado vegetativo . Nenhuma dessas opções seria algo que seu irmão gostaria. Ele sentiu seus dedos pulsarem por apertar tão forte a estrela de Jay em sua mão

Will se levantou e tentou ler a expressão de Dr. Rhodes. Ele parecia cansado, mas isso poderia ser  apenas porque ele realmente estava cansado. Menos de três segundos e então saberia. Seu pai se levantou, movendo-se para frente do filho. O velho poderia ser um idiota de primeira  às vezes, mas ainda sim era seu pai. O conhecera sua vida toda. Dois segundos restantes .Pelo canto do olho pode ver Mouse, mãos enfiadas nos bolsos do casaco e encarando com uma expressão vazia em seu rosto, como quando Jay o questionava sobre algo que ele não queria falar .Um segundo. Erin e Antonio também se levantaram. Menos de um segundo. Ele podia sentir seu coração batendo na garganta. Sua mente nadou através das palpitações cardíacas causadas pelo excesso de adrenalina, causando uma sensação de que seu coração estava prestes a sair pelo peito . Isso não importava  porque naquele momento Dr. Rhodes estava em pé na frente deles. Will correu seu polegar ao longo do distintivo como se isso fosse fazer as coisas diferentes.

Era em momentos como aquele que  Will desejava ter alguma religião, mas  sempre tinha faltado as convicções necessárias para ter fé. Sua mãe fora uma boa mulher católica, e os arrastava para a igreja o tempo todo. Seu pai ia só no Natal e na Páscoa, mas ela insistia para que   Will e Jay a acompanhassem. Will na maior parte do tempo ia só para sair de casa e ficar longe do pai. Mas Jay lutava contra, como tendia a fazer com tudo , e se recusava a ir . Ele sempre dizia que ouvia o suficiente disso tudo durante a escola , e não queria ter que  faze-lo também nos fins de semana. Eventualmente ele ganhava a discussão , e ia apenas Will e sua mãe. Ele ia e comungava, ouvia os sacerdotes, e recitava oque deveria, mas nunca realmente acreditou. Apenas passava por isso para fazer sua mãe feliz. Usava termos coloquiais como "oh Deus" ou "Deus nos ajude",  que não tinham nenhum significado para ele.  Eram apenas uma forma de expressar um sentimento ou a noção de alguma coisa, de um jeito que as pessoas entenderiam. Depois que  foi embora para a Universidade,  nunca mais frequentou. A última vez que tinha ido a uma igreja fora no funeral de sua mãe. Se Jay morresse, não gostaria que seu funeral fosse  em uma igreja.

- Will - Dr. Rhodes começou

 Dr. Rhodes olhou em volta, sem dúvida, inseguro com a chegada de todas aquelas pessoas. A maioria deles teria visto antes no Molly’s e talvez até mesmo conversado, mas provavelmente não os conhecia pelo nome. Ele não sabia que Antônio era irmão de Gabby, que sua esposa o deixara ou que ele era dono de uma academia de boxe. Não sabia que Attwater cuidava de sua irmã e que foi realmente um bom jogador de poker. Não sabia, não poderia saber que Erin torcera o nariz quando alguém aninhou em seu pescoço ou que ela era um pateta total que demorava no banho. Sua mente estava ponderando de novo

 - Como ele está? - perguntou o Sr. Halstead antes que Will pudesse formular o pensamento.

- Você deve ser o Sr. Halstead, é bom conhecer você, eu sou o Dr. Rhodes – o medico  estendeu a mão e o velho o cumprimentou, parecendo impaciente. O homem nunca fora uma pessoa para brincadeiras ou ate mesmo agradável -  Foi como o esperado. As balas atravessaram seu colete , e as que não o fizeram quebraram alguns ossos . O tiro na perna só acertou um músculo. Não deve deixar nem um dano permanente  -  ele fez uma pausa e Will esperou o resto da notícia. Nunca tinha se  preocupado com a perna, a perna não era nada, o peito e o intestino que eram o problema - Um tiro o acertou na lateral do corpo, e se alojou na artéria hepática -  Will sentiu seus joelhos virarem geléia

- Foi isso que baixou sua pressão arterial? - perguntou ele. Nem esperou Rhodes responder e  continuou - Quão danificado seu fígado esta? Quanto foi perdido ?

- Conseguimos salvar tudo, mas ele precisou de 6 bolsas de sangue . Fechar a ferida  foi  um trabalho delicado e nós tivemos que fazer um enxerto sobre , mas os pontos estão segurando. Contudo...

- Há sempre a possibilidade de um coágulo ou de um ressangramento -  Will terminou a fala pra ele . Para Jay seria uma possibilidade muito real. Baixa pressão arterial , imóvel ... Anticoagulantes estavam fora de questão, pelo menos por agora, dado o nível de trauma. Ele estaria vazando sangue internamente em questão de horas.

- Sim, há uma chance de coágulos, mas ele é jovem e saudável - acrescentou Rhodes, tentando fazer os outros se sentirem melhor. Não se incomodou em olhar para Will,  sabia que não poderia enganá-lo. Will entendeu os riscos da mesma forma que ele fez.

- E quanto a seu pulmão? - Will perguntou. Ele estava mais preocupado com o pulmão, já que você meio que precisava deles para viver e tudo.

  - Houveram danos significativos ao esquerdo na parte superior do tórax. Ambas as balas o atingiram mas conseguimos repará-lo. Seu pulmão direito e o coração estão bem,  o maior problema é que seu pulmão esquerdo não pode manter a pressão, então tivemos que entuba-lo - explicou o Dr. Rhodes. Will não estava surpreso. Mesmo com um dreno no peito, ele não tinha sido capaz de encher completamente o pulmão esquerdo de Jay.  E mesmo com a cirurgia delicada, seu pulmão provavelmente ainda estava vazando ar,  então eles teriam que deixar o dreno no peito, pelo menos durante a noite, provavelmente mais.

- Você executou uma pleurodose, enquanto ele estava sob? - Will perguntou, novamente pulando na frente de todos os outros. Ele costumava fazer isso na escola o tempo todo. Lia todo  seu livro  na primeira semana de aula e sempre queria passar na frente dos outros alunos, porque estava entediado ou impaciente. Costumava pensar que era culpa das outras crianças por serem burras demais para acompanhá-lo.

- O que é isso? - perguntou Erin

- Não, nós não fizemos. Decidimos deixar o tubo e ver se seus pulmões selariam por conta própria. Vamos reavaliar em 24 horas - Dr. Rhodes respondeu

- Hey !! Vocês podem, por favor, diminuir o ritmo e nos explicar numa linguagem que vamos entender?  - perguntou  Antônio.

- É claro. Basicamente, seu pulmão foi furado duas vezes. Esses furos permitem que o ar escape para o espaço pleural, o que impede que seu pulmão expanda completamente, o que o faria entrar em colapso. Como ele não pode mantê-lo ampliado por conta própria, colocamos um tubo em seu peito para que o ar seja lançado para fora. O colocamos em um respirador até que ele possa respirar bem o suficiente por conta própria -  Dr. Rhodes explicou pacientemente.

- Ele não consegue respirar? - Erin perguntou, olhando pálida.

- Sim e não. Seu cérebro é plenamente capaz de dizer a seu corpo para respirar, mas seu pulmão é incapaz de manter a vedação adequada. Pense nisso como tentar encher um balão que tem um vazamento. Nós estamos esperando que daqui um dia ou mais seus pulmões irão fechar novamente. Se não,  vamos ter que fazer algo mais drástico.

- Quando é que podemos vê-lo? - perguntou o Sr. Halstead.

- Ele está na recuperação agora e vamos movê-lo até UTI em breve. Jay será totalmente sedado  - ele começou e Will o interrompeu.

- Eu quero estar na recuperação, quando ele acordar - normalmente, as famílias não era convidados para a recuperação, mas sendo um dos principais residentes do hospital, tinha algumas regalias.

-  Will, você sabe... - Dr. Rhodes tentou dissuadi-lo,  mas  não iria funcionar. Ele precisava ver seu irmão 

- Você vai  acorda-lo tempo suficiente para verificar seus reflexos e reações. Quero estar lá quando o fizer -  insistiu - Eu não sou qualquer um de fora Rhodes, eu sei o que vou ver, e eu sei como ele vai estar, mas não me importo

- Como irmão dele, é seu direito - Will olhou para o pai, que acenou para Mouse.

- Você vai -  Sr. Halstead sentou-se apontando para Mouse, parecendo velho e cansado. Ao contrário de Jay, Will nunca duvidara de que o pai os amava. Mouse assentiu e foi atrás de Will. De certa forma, estava feliz pela presença do nerd. Era mais provável que Mouse fosse surtar ao inves de Will, ao ver Jay lutando para respirar, enganchado em máquinas, dopado e fora de sua mente, com tubos drenando líquidos para fora de seu peito. Afinal, Will era um profissional,  tinha visto tudo isso antes, mas é claro que não com seu irmão.

Eles caminharam pelo corredor rumo à recuperação, Mouse meio passo atrás . Lembrou-se de um vez que foi chamado para a diretoria da  escola primária. Era o bom menino, Jay sempre fora o criador de problemas. Se  orgulhava de ser bom, de ser perfeito, por ser o que todo mundo queria que ele fosse. Era esperto, alto, atlético, gentil ... era querido. Às vezes,  invejava  a total falta de cuidado que as outras pessoas pensavam de Jay.

Ele olhou para cima e percebeu que  estavam na porta da sala de recuperação. Respirou fundo e tentou entrar na sala, mas  Dr. Rhodes o deteve.

- Será que você tem certeza que quer fazer isso? Jay  não se vai lembrar de nada disso ,estando aqui ou não, não vai fazer diferença pra ele. Além disso, ver alguém que você conhece desse jeito, não é a mesma coisa que ver um paciente normal - Will percebeu que o Dr. Rhodes estava tentando encontrar seus olhos. O olhar do homem era castanho. Ele meio que queria dar um soco nele. Não era que estava bravo com o homem , na verdade,  estava grato que o médico tenha salvo seu irmão, ele apenas queria bater em alguma coisa. A outra opção era Mouse , mas o nerd  era um ex Ranger e provavelmente poderia limpar o chão com Will.

- Tenho certeza - Will respondeu tentando entrar na sala novamente, desta vez o Dr. Rhodes colocou a mão em seu peito para segura-lo

- Olha, eu entendo, mas isso vai ser diferente. Eu pensei estar preparado quando vi Russell, mas não estava. E meu relacionamento com ele não é nada comparado a ligação que você tem com seu irmão – Wil estava começando a ficar impaciente. Por mais que temisse ver seu irmão alimentado por tudo e máquinas,  ainda queria vê-lo com seus próprios olhos.

- Não, você não tem nenhuma razão médica ou legal para me manter fora da sala. E isso é uma espécie de hipocrisia da sua parte, falar sobre o Russel,  considerando que você não deveria nem ter cuidado dele, levando em conta o nível de parentesco de vocês - ele atacou, finalmente  liberando a sua frustração.

- Você pode estar legal, mas e o outro irmão? - seus olhos foram direto para Mouse, que até agora tinha permanecido em silêncio.

- Ele não é meu irmão,  é amigo de Jay e, confia em mim,  provavelmente já viu coisa pior -  Will defendeu Mouse. Agora não era a hora de ficar com ciúmes ou irritado por alguém ter  achado que   Mouse era irmão deles. Às vezes, a família que você escolhe  é mais preciosa do que a em que você nasce. Pelo menos era assim que Jay parecia se sentir a maior parte do tempo. Preferia passar as férias com os pais de Allie ou com mãe de Mouse,  do que com sua própria família.

- Ok - Dr. Rhodes finalmente cedeu e o deixou passar. Mouse foi logo atrás . Will se perguntou brevemente se , se deveria ter perguntado ao garoto  se ele estava confortável indo ali. Seu pai lhe dissera para ir e Will supôs que seria bom, mas não o perguntou. Oh bem, era muito tarde agora.

Continua...

 

 



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