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História A doença chamada amor - A primeira opção é sempre a mais aceitável


Escrita por: HVWriter16

Notas do Autor


And... I'm back!

Então, desculpem demorar dez dias, mas eu meio que machuquei meu pulso e não consegui escrever nada desde segunda, ainda não tô conseguindo, mas não queria deixar vocês sem capítulo.

E eu queria agradecer aos comentários *o* nunca tive tantos em um primeiro capítulo. E por isso, vou passar o dia hoje terminando o capítulo 4 e e começando o 5, pra ter mais adiantados e não deixar vocês esperando <3

Ah, só queria avisar que após esse capítulo, pode demorar um pouco pra ter interação Stydia. Mas eu prometo que é completamente compreensível e vou recompensar mais pra frente *-*

Enfim, boa leitura!

Capítulo 2 - A primeira opção é sempre a mais aceitável


   Vocês devem estar pensando: ele vai consolar ela, ela vai se sentir querida, vão se apaixonar e fim. Não, sério, apesar de me parecer uma opção excelente, é artificial demais. E aliás, eu preferia morrer solteiro ao ter uma história tão horrorosa assim. Isso só acontece em contos de fadas – ou nem isso –, é muito fácil, não tem desafios, obstáculos, altos e baixos. Qual seria o sentido de viver uma vida tão... Clichê?

Na verdade, eu nem pude consolar ela. E quem disse que é ela, o amor da minha vida? Conselho de amigo: nunca julguem um livro pela capa.

A metáfora mais bela que vocês irão ver em suas vidas.

                          ∆∆∆

   Travar é quase um elogio para o que aconteceu comigo. Não, eu não fiquei travado por ela ser uma garota linda e eu apenas um... Garoto normal, e muito menos porque eu estava me apaixonando por ela. Uma enorme sensação de culpa se apoderou de mim por ter ouvido a discussão, em seguida fui preenchido por um constrangimento repentino – isso acontece do nada, as vezes estou conversando com Allison e fico constrangido por ter olhado (sem querer) pra boca dela.

Provavelmente, eu olhei para a boca da garota ruiva. Digo, eu sou um garoto, tenho hormônios, desejos, não deveria ser tão... Constrangedor assim, não é? Mas é. Parece que cometi um crime.

— Você vai continuar brincando de placa de trânsito ou... — ela não terminou a frase.

Não era necessário.

— Ah! — foi o que consegui falar, enquanto ainda recuperava o controle sobre minha voz. — Desculpa, é que... Eu ouvi você chorando e...

— Eu estou bem.

— Na verdade, eu ia perguntar se você... Precisa de alguma coisa. Porque está meio óbvio que você não está bem — forcei um sorriso a aparecer em meus lábios, na tentativa de dispersar aquele desconforto.

Acho que a surpreendi. Prefiro pensar que foi algo bom do que pensar que ela me acha um enxerido.

— Eu vou ficar bem — ela corrigiu a frase. — Eu acho. Mas obrigada por... Se preocupar.

Okay, definitivamente ela tinha sotaque britânico. Eu não quis criar expectativas antes, mas tenho uma amiga na escola com sotaque britânico e a ruiva falava do mesmo modo. Cara, eu amo sotaque britânico, eu queria ter sotaque britânico. Parecia tão... Sexy.

Enfim, eu tenho certeza que, em algum momento de suas vidas, vocês já passaram pela situação em que me encontro: não fazer ideia do que falar. Não que eu realmente precisasse continuar o assunto, ela podia perceber que ouvi a discussão. Porém, é muito incômodo não saber o que falar.

— Então... — acho que ela detestava silêncio tanto quanto eu — Você está na seção errada ou realmente gosta de livros de fantasia?

Meu celular começou a tocar e me perguntei como eu havia esquecido de por no silencioso ao entrar em uma biblioteca. Tirei do bolso e o nome "Scott" saltava na tela.

— Desculpa, é o meu irmão. Preciso atender.

Na verdade, eu não precisava. Mas a curiosidade sobre o que havia acontecido no café era mais forte. Esperei ela assentir com um movimento de cabeça e caminhei alguns passos para longe antes de atender.

— Eu juro por deus que vou matar você! — declarei de imediato, sussurrando.

— Você não acredita em deus — ele rebateu.

(Falaremos sobre isso na hora certa.)

— Eu ainda vou matar você. Estou na biblioteca.

— O celular é seu, você quem deveria por no silencioso.

Ele estava certo. Eu odiava quando Scott estava certo.

— Como foi com a Allison? — tentei desviar do assunto, não queria dar o gostinho da vitória para ele.

— Ela aceitou sair comigo! Vou levar ela no cinema sexta!

— Cinema? Sério, Scott? Sua mente não pode pensar em algo mais criativo?

— Garotas amam cinemas.

— As garotas que você beijava e largava amam cinemas — corrigi. — Allison gostava de ser surpreendida. Qualquer garota gosta de ser surpreendida, na verdade.

— O que sugere então, guia feminino? — Questionou ele, seu deboche era quase palpável.

— Em casa. Vou ter que desligar, tem uma... Pessoa me esperando.

— GAROTA?!

Afastei o celular do ouvido com o grito do garoto, mas não foi o suficiente para que não causasse dor. Scott havia se habituado a assustar-se quando eu falava com alguma garota.

— Tchau — respondi e desliguei.

Aproveitei e fiquei alguns segundos parado, recompondo a mim mesmo. O desconforto de ter espiado a discussão do ex-casal já havia passado, não me sentia mais tão culpado por fazer isso. Me virei e segui na direção da garota ruiva, que continuava sentada no chão, aparentemente recuperada. Eu esperava que sim.

— Respondendo a sua pergunta, sim, eu amo fantasia. Mas eu tenho quase certeza que você só perguntou isso para não ficar um silêncio desconfortável.

Ela riu. Isso mesmo, ela riu. E eu nem fui engraçado, eu costumo ser muito engraçado, ao menos com conhecidos, por que diabos ela riu?

— Acho que nunca ouvi alguém falar "silêncio desconfortável" em voz alta, apesar de acontecer constantemente. Parece uma definição tão... Antiquada.

— E é. Escritores sempre a usaram para descrever situações constrangedoras, apesar de ser meio clichê. E quase desnecessário.

— Como você descreveria, então?

— O ar havia se tornado mais pesado conforme os jovens trocavam olhares, mas sem se comunicarem. Ambos demonstravam querer ter algo para falar, mas talvez a timidez os impedissem. Ou apenas a garota não estava interessada em conversar com o garoto.

Eu acho que levei a pergunta muito a sério, porque a garota ergueu as sobrancelhas e seu olhar parecia surpreso, ou assustado. Prefiro acreditar na primeira opção.

— É profundo, John Green  — ela me zombou e riu novamente. — Brincadeira, ao menos a parte do John Green.

— Eu estou em dúvida se considero isso bom ou ruim.

— Bom, eu acho — a garota começou a se levantar. — Eu tenho que ir — continuou —, fiquei tempo demais aqui e meus pais provavelmente querem esfolar minha pele para servir no jantar. Obrigada, de novo, por ter se preocupado. Tchau...

— Stiles.

— ... Stiles — completou, um sorriso fraco apareceu em seus lábios antes de sair dentre as prateleiras e ir em direção a rampa.

— Eu não sei o seu nome! — tentei aumentar o tom de voz, mas ela não escutou. Ou fingiu não escutar.

   Prefiro acreditar na primeira opção, mais uma vez. Ela sempre me parece mais aceitável.

                            ∆∆∆

     Os fios ruivos caíam em frente ao seu rosto, bloqueando a visão de um de seus olhos esverdeados. Mas não era um cabelo ruivo qualquer, era diferente de todos os ruivos que eu já havia visto, parecia multicolor, como se tivesse várias cores, mas o laranja era destacado. Tinha um tom forte no início do couro cabeludo e as pontas eram claras, quase louras. Era reluzente, como um espelho refletindo a luz de uma lâmpada, porém mais intenso.

(O que? Ela é bonita, estou me baseando na aparência dela para formar uma personagem do meu livro.)

  Afastei meus dedos do teclado e passei os olhos pela descrição que eu havia feito, tinha um quê de artificialidade. Foi exatamente assim que eu a vi, mas ainda assim... Alguma coisa estava faltando, era real e inverossímil ao mesmo tempo. Soltei um suspiro e me encostei no apoio da cadeira, com um olhar indignado dirigido ao computador.

  Como se a máquina tivesse culpa de alguma coisa.

Após quase dez minutos de uma luta visual contra as páginas do word, me deixei ser derrotado e salvei a ficha da personagem. Peguei meu celular do lado da tela e pausei a música – Poison, da Rita Ora – que tocava. E como se fosse algo programado, Scott adentrou no quarto naquele momento.

— Então, como ela é? Bonita, gostosa, feia?

— Desde quando "pessoa" significa que é mulher? — Tentei retrucar, apesar de saber que não teria resultado.

— Se fosse homem, você diria que era um homem. Diga logo, como ela é?

Antes de me dar por vencido, procurei alguma opção para rebater a argumentação dele. Mas ele estava certo, eu diria que era um garoto, se fosse. Apenas... Não via necessidade em contar para ele sobre ela, provavelmente eu nunca iria vê-la de novo.

(Mas eu vi, só pra constar.)

— Tudo bem, você venceu. Ela era, usando suas palavras, gostosa.

— Chamou para sair?

— Não! Ela acabou de terminar com o namorado. E por que diabos eu faria isso? Mal conheço ela.

— Como você sabe que ela terminou com o namorado? — Aquele tom debochado que me causa raiva assumiu a voz de meu irmão.

Por fim, contei tudo a ele. Não havia motivos para esconder algo assim de Scott, não iria encontra-la de novo.

— Você marcou ponto — disse ele, quando terminei de contar.

— Explique no meu idioma, se for possível — pedi.

— Ela não te disse o nome dela, não é? Então, ela pretende dizer em outra ocasião. De forma mais objetiva; vocês vão se ver de novo. Mulheres só deixam pontas soltas de forma intencional, vai por mim.

— Apesar de eu não querer acreditar em você, sua alta experiência com mulheres me causa uma certa dúvida. Mas não importa, tia Melissa vai fazer plantão hoje?

— Até quando você vai chama-la de tia, Stiles?

Fui obrigado a desviar o olhar para o chão, e pude perceber diversas falhas no piso quadriculado. Efeitos do constrangimento. Eu realmente queria chamar a tia Melissa de mãe, mas não conseguia, era como se existisse um bloqueio dentro de mim. Inconscientemente, aquele assalto ainda me perturbava.

(Aquele assalto foi realmente perturbador... Mas quem não gosta de um mistério?)

— Eu só... Não consigo, Scott — admiti. — Me parece errado, apesar de tudo.

— Eu sei que é difícil para você, mas nossos pais já ofereceram pagar uma ajuda psicológica, por que você não tenta?

— Eu não tenho problemas, Scott.

— Ah, você definitivamente tem — ele retrucou, esboçando um sorriso. — É sério, irmão. Pode te ajudar.

— Eu vou pensar, tudo bem? — Já havia dito isso outras sete vezes, mas é um mero detalhe. — Agora, vamos falar sobre o seu encontro.

                             ∆∆∆

    Enfim, sexta-feira. Mas antes, vamos recapitular os acontecimentos da semana. Na quarta, passei a tarde inteira na biblioteca, mas nenhum sinal da garota ruiva que eu sequer sabia o nome. Na quinta, mesma coisa. Hoje, decidi não ir – na verdade, não foi exatamente uma decisão minha, é quase 19:00 e Scott já tomou quatro banhos. Nunca vi tanto suor.

Infelizmente, minha mente criativa decidiu tirar licença – sem a minha permissão – e não pude dar nenhuma ideia decente de encontro pro Scott. (Na verdade, eu não fazia ideia do que pode ser bom para um primeiro encontro. Só não deixem ele saber disso.)

E, por eu ter falhado com ele (chantagem), fui obrigado a vir pro shopping e acompanhar todo o encontro. Ele vai estar com um micro-gravador, onde eu posso ouvir tudo e aconselhar ele. Frouxo. Continuando... Segundo a programação do meu irmão, eles vão primeiro ao cinema, depois irão jantar no Mc Donald's (o segundo amor da minha vida) e ele provavelmente vai beijar ela quando deixa-la em casa.

   Meu irmão sempre beija no primeiro encontro. Ou tenta.

A última pessoa a minha frente foi atendida e caminhei em direção a um dos setores de venda de ingressos, o homem por trás do balcão e da tela de vidro – nunca entendi o porquê da tela, tipo, quem vai assaltar um cinema? – era loiro, os olhos eram azuis, barbudo e barrigudo. Uma estranha combinação, foge totalmente do padrão da sociedade.

— Então, que filme vai querer assistir?

Merda! Que filme era?

— Só um segundo.

Peguei o meu celular no bolso e já disquei o botão de ligar – havia deixado a tela adormecida no contato de Scott para uma emergência – e por alguma coincidência infeliz, ouvi um celular começar a tocar. Na verdade, não era coincidência. Me virei e encontrei os pombinhos há poucos metros de distância. Scott estava com aquele maldito olhar de águia.

Eu odiava olhar de águia.

— Stiles! Não esperava te encontrar aqui! — Allison comentou, caminhando até mim.

O tom de voz dela era falso, exatamente como a voz que ela usa para se referir as garotas que odeia. Seu olhar parecia ser de dúvida e isso serviu para me deixar mais nervoso. Podia sentir as gotas de suor brotando dos meus poros.

— É, muito menos eu, Stiles. — Meu irmão acrescentou, seu tom era uma mistura de raiva e sarcasmo.

Meus olhos percorreram o cinema em alguma saída, tinha que ter alguma forma de reverter aquilo, de realmente parecer que... Espera! Tinha!

— Desculpa, Alli! Eu realmente esqueci de mencionar pra você que chamei uma garota pra sair, mas o Scott sabia e não quis me dizer onde levaria você. Eu não fazia ideia...

— E onde está a garota? — Allison cruzou os braços. Um ato que me apavorou.

— É, irmão, onde está a garota?

— Lá! — exclamei.

Provavelmente, vocês não vão acreditar no que aconteceu a seguir, mas aconteceu. Eu literalmente corri na direção da primeira garota que vi – sozinha – e antes mesmo de parar de correr, falei:

— Eu pago duzentos dólares pra você entrar nesse cinema comigo e ver um filme. É sério, eu realmente preciso fingir ter um encontro.

Depois de soltar a frase mais rápida que já falei, me permiti respirar, foi tão prazeroso puxar aquela quantidade exagerada de ar e expirar de um jeito tranquilo. Meus olhos decidiram focar na garota em si e, só então, a ficha caiu; era uma garota linda.

   Ou como diria Scott: gostosa.

O cabelo era loiro, um loiro forte, com pontas morenas. O mesmo estava em fase de crescimento, alguns centímetros abaixo dos ombros, o rosto era um pouco moreno, quase bronzeado. Eu teria muita sorte se essa garota aceitasse, mesmo sendo um encontro falso.

— Duzentos e cinqüenta — a garota respondeu, desfazendo minha linha de raciocínio.

— Duzentos e cinqüenta — concordei.

Um sorriso meigo – quase verdadeiro – surgiu nos lábios dela e a mesma aproximou-se de mim, deixando um beijo em minha bochecha. Tentei não delirar enquanto ela enlaçou o braço esquerdo no meu direito e meio que me arrastou até meus amigos. Foi um mini incrível momento ver as expressões assustadas na face de meus melhores amigos. Principalmente Scott, que estava com os olhos fixos no decote da loira.

— Meu nome é Malia  — ela se apresentou e esticou a mão livre na direção de Allison.

Ainda assustada, minha melhor amiga apertou a mão da minha acompanhante repentina.

— Meu irmão finalmente deu um jeito no gosto esquisito dele para garotas.

Malia riu. Allison deu uma cotovelada nele. Eu corei.

— Aí, vocês vão comprar os ingressos ou não? — perguntou o mesmo loiro barrigudo de antes.

Após comprar os ingressos, não esqueci de agradecer a ele por me livrar daquele momento constrangedor.


Notas Finais


Vou começar as notas finais prometendo que vocês vão amar a Malia! <3

E vou admitir que a ideia da Lydia ser inglesa me veio na hora que eu revisava o capítulo kkk eu amo o sotaque dos britânicos *-*

Ah, mais um detalhe: sei que repetições de palavras é uma coisa chata, mas é algo que acontece constantemente dentro da nossa cabeça e dentro da cabeça dos personagens, inclusive Stiles. Por isso vocês vão ver muito ele repetindo as mesmas coisas constantemente.

Enfim, espero que tenham gostado!


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