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História A dona do jogo. - Folga.


Escrita por: futfics

Capítulo 5 - Folga.


Fazia um dia lindo em Barcelona. O céu azul não contava com nenhuma nuvem no céu, as praças da cidade lotadas de crianças se divertindo com suas famílias e com seus animais. Os turistas estavam por toda parte, como sempre, seus olhos curiosos iam por todos os cantos em busca de gravar tudo daquela cidade linda que eu tinha o prazer de chamar de casa. Era realmente uma feliz coincidência que aquele era um dia de folga. Depois de dias com cobranças por todos os lados, todos merecíamos um dia de descanso. 

Infelizmente, não era só com os constantes ataques da imprensa por causa do clássico que eu tinha que me preocupar. Como se já não fosse o suficiente, um certo português não saída da minha cabeça. O nosso último encontro era uma memória muito viva na minha mente, para meu total desgosto. Não sei o que ficou marcado mais: sua petulância ou minha excitação com o corpo dele colado ao meu. Droga. Isso sem sombra de dúvidas era a última coisa que eu precisava na minha vida. 

Como de costume em toda folga, meus amigos estariam com suas respectivas famílias. Leo com Anto, Mateo e Thiago; Geri com Shak, Milan e Sasha. Não que eu não tivesse outros amigos, eu tenho, mas a maioria dos meus amigos e amigas tem sua própria família para passar os momentos de lazer. E era exatamente em dias assim que eu me sentia mais sozinha. Os meus pais moram na Itália, não tenho irmãos e nem namorado. Mentiria dizendo que me sinto mal por estar solteira, porque aprendi desde pequena a ser feliz comigo mesmo acima de tudo. Mas às vezes, inevitavelmente, sinto falta de ter alguém ao meu lado. Mas no outro dia isso passa. 

Aproveitei o belo dia para dar umas voltas pelo shopping com algumas colegas que não via a algum tempo. Uma das melhores coisas de Barcelona é que não importa o quão famoso você seja, as pessoas nas ruas te tratam como você realmente é: uma pessoa normal. Nós catalães somos bastante discretos. Almocei junto com as meninas, fizemos compras, colocamos o papo em dia e demos boas risadas. Depois disso, passei na casa de Geri e depois na de Leo (eles moram no mesmo condomínio) para dar um beijo nas crianças, pois nem sempre posso vê-los.  

Cheguei em casa já à noite e exausta. Curiosamente, me cansava mais fazendo compras do que em dia normal de trabalho. Tomei um banho demorado e depois me joguei na cama só de roupão. Quando estava prestes a pegar no sono, meu celular apita avisando que eu tinha uma mensagem. Quase vencida pela preguiça, levanto e o pego, depois deito novamente lendo a mensagem.

"Finalmente consegui seu número"

Um número desconhecido e que não é de Barcelona. Não fazia ideia de quem era, mas só rezava para que meu número não tivesse caído nas mãos de jornalistas ou de algum fã louco. Era isso ou algum dos meus amigos querendo fazer pegadinha comigo.

"Devo me preocupar?"  respondi.

"Depende do seu ponto de vista, gaja."

Gaja... uma palavra tipicamente... portuguesa. Sente-me imediatamente na cama e arregalei meus olhos. Como Cristiano Ronaldo conseguiu meu número? Minha mão começou a suar imediatamente.

"Cristiano?"

"O próprio (e único)"

"O Marcelo te passou meu número?"

"Não voluntariamente. Quer dizer, peguei do celular dele sem que ele visse... Mas enfim, vamos ao que interessa?"

"Que seria...?"

"Estou em Barcelona e adoraria ver você."

Oh wow. Por essa eu não esperava. Com certeza Cristiano era a última pessoa que eu esperava ver naquele dia... ou nos próximos. 

"Hm, acho que não vai dar..."

"Tem um restaurante discreto o suficiente pra nos receber. Mando o endereço na próxima mensagem. Já estou a caminho. Te espero lá, cariño."

Oh... parece que eu não tinha muito alternativa, né? Era como se eu tivesse falado "Claro, Cristiano, vamos nos encontrar sim!". Passando por cima dos meus princípios e do meu orgulho, me levantei e me arrumei para ir de encontro com Cristiano Ronaldo. Meia hora depois, entrei em um restaurante muito aconchegante, por sinal, e logo o vi sentado em uma mesa de fundo e no canto e bebendo um drink. Caminhei lentamente até ele, que assim que me viu, abriu um enorme sorriso e veio até minha direção. Me deu um beijo no rosto e puxou a cadeira para que eu sentasse.

- Eu sabia que viria. - ele disse sentado à minha frente.

- Posso saber como? - perguntei arqueando a sobrancelha.

- Por que desde nosso último encontro eu não consigo parar de pensar em você, e acho sinceramente que acontece o mesmo contigo.

Suas palavras me pegaram desprevenida. Não esperava uma declaração tão sincera assim do nada.

- Muito confiante da sua parte. - falei depois de alguns segundos.

- Não tenho motivo nenhum pra não ser. - ele sorriu galante.

A partir daí a conversa fluiu mais tranquila, pedimos algumas coisas para comer e alguns drinks. Conversamos coisas banais, do dia a dia, mas sem falar sobre o futebol. Durante todo tempo eu senti uma coisinha me incomodando, uma pontada de culpa. Apesar de sermos ambos solteiros, a sensação de que estava traindo alguém não me abandonava.

- Sabe, Rebeka, nós poderíamos ir pra um lugar mais reservado. O que acha? - ele disse galante.

- Um lugar mais reservado? - arqueei as sobrancelhas.

- Sim, um lugar onde poderíamos ficar mais a vontade. - ele sorriu e pegou a minha mão em cima da mesa.

- Você é muito arrogante, não acha? 

- Sou sincero e realista. - ele acariciava minha mão.

Levantei-me e fui me sentar ao seu lado. Nossas pernas roçavam e eu me dependurei me aproximando perigosamente de Cristiano, que mantinha um sorriso vitorioso. Sua mão foi para a minha coxa e eu sorri sensual.

- E eu, Cristiano.... - meus lábios quase encostaram eu seu ouvido. - Eu não sou como as mulheres que você costuma levar pra cama. É preciso mais do que uma cantada de beira de estrada pra você conseguir o que quer.

Levantei e fiquei em pé de frente pra el que tinha um semblante estupefato. 

- A prepotência pode derrubar um homem, gajo. Mais sorte da próxima vez. - pisquei pra ele e saí do local sem olhar pra trás.

No meu rosto tinha um sorriso triunfante e eu duvido muito que isso se refletia no rosto de um certo português.



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