1. Spirit Fanfics >
  2. A droga do amor >
  3. Vamos ter lembranças disso

História A droga do amor - Vamos ter lembranças disso


Escrita por: lanahblack

Notas do Autor


Atenção.
Eu aconselho a você, a partir da cena no telhado dos “prometos” em diante, a ler a fic ouvindo a música “Not Today – Imagine Dragons”, eu garanto que você vai ler a cena sentindo uma coisa muito próxima do que a Belly sentiu, e do que eu senti ao escrever a cena.
Enjoy it. ;)

Capítulo 19 - Vamos ter lembranças disso


Fanfic / Fanfiction A droga do amor - Vamos ter lembranças disso

                                                                                  

                                                                        — A droga do amor é entender que —
Ele quer sentir que você se apaixonou por ele devido as qualidades únicas que ele possui, e que você não ficaria com qualquer sujeito que a aceitasse. Por isso você tem que passar a ideia de que ainda não se decidiu.

 

 

Bem dizia a minha mãe, mente vazia, casa do diabo.

A minha mente estava completamente vazia enquanto eu estava sentada no sofá à beira da lareira, com as meninas ao meu lado, na verdade, para ser mais especifica e exata, a minha mente não estava vazia, estava a verdadeira casa do diabo, enquanto eu estava lá, inerte, os olhos perdidos nas labaredas do fogo que consumia as toras de madeira, minha mente estava me perturbando mais que um capeta, lembrando as palavras do Luan sobre a última festa de aniversário dele, e pensando no que eles podiam estar aprontando naquele aniversário do James, pelo que eu tinha ouvido no café da manhã, coisa boa não era, e era justamente por isso que minha mente era uma casa do diabo; eu estava já imaginando ele numa suruba, dez mulheres envolta dele, enquanto ele estava lá, sem camisa, com aquele pacote todo nenhum pouco pequeno, diga-se de passagem, e aquelas mulherzinhas se esfregando nele como um rei num arem, só faltava a musiquinha de dança do ventre, ah, mas isso até minha mente conseguia criar, a cena toda, completa, o Luan lá de Rei supremo e gostoso, enquanto as mulherzinhas com aquelas roupas de dançarinas do ventre dançavam ao redor dele aquela musiquinha irritante; eu disse dez mulheres? Não, não eram dez, eram duzentas, de todo tipo e cor que você possa imaginar, enquanto eu estava ali, morrendo sufocada só de imaginar aquilo.

A mente sem utilidade é mesmo uma casa aberta ao capeta, Xô, Satanás!

E se eu estivesse mesmo dando mole demais para o que o diabinho sussurrava na minha orelha e o Luan não estivesse fazendo nada errado? E se eles estivessem apenas, sei lá, jogados na sala, bebendo cerveja e jogando vídeo game até se acabarem? Falando merda, contando piada, assistindo futebol, comendo um churrasco, como qualquer homem faria, nada de mulheres, nem arem, nem dança do ventre?

Claro, por que não?

Agora eles eram, quase, homens comprometidos, bom, pelo menos o James e o Castiel, sim, eu, por outro lado, não podia contar muito com isso, porque eu mesma tinha perdido minha chance ao dizer para o Luan que precisava de um tempo, ainda assim, o aniversario era do James e ele não iria fazer nada de errado agora que ele tinha a Lilly, não é? Eu duvidava muito que ele tivesse a coragem de trair ela, não depois de todos os anos que ele passou tentando conquista-la e agora tinha finalmente conseguido, então, com certeza, eles não estavam fazendo nada errado. Eu acho.

Ou estavam, vai que o James resolveu ter uma despedida de solteiro antes de pedir, oficialmente, a Lilian em namoro como o próprio Castiel tinha deixado no ar que ele faria, e resolvesse aproveitar todas e com isso, claro, levar o Luan com ele, então sendo assim, nesse caso, o Luan estava mesmo com duzentas mulheres envolta dele, dançando a dança do ventre.

Que droga, porque eu não parava, simplesmente, de pensar?

Decidi parar de pensar e entrar no jogo, as meninas estavam jogando um jogo de tabuleiro, provavelmente fazendo aquilo para se livrarem do capeta infernizando suas mentes com mil conjecturas do que os seus futuros namorados podiam estar fazendo naquele momento, e não era uma má ideia, era isso, ou eu matava o capeta estrangulado com as minhas próprias mãos.

O negócio estava tenso.

Mas, mesmo depois de uma hora jogando aquele jogo até que divertido, eu não conseguia parar de pensar nele, no que ele podia estar fazendo, com quem ele devia estar, será que era uma festa grande estilo Las Vegas, ou Los Angeles? Será que tinham muitas mulheres? Será que ele estava bêbado àquela altura do campeonato? Será que ele tinha ficado com alguém? Uma? Dez? Duzentas? Será que ele tinha pensado em mim? Sentido minha falta? Será que sequer lembrou que eu existia? Se tivesse muitas mulheres ele não ia lembrar que eu existia, não com duzentas mulheres dando sopa para ele, ou lembraria? E se eles foram para alguma balada? Será que ele jogaria seu charme em cima de alguém? E se eu estivesse ficando louca e ele já estivesse dormindo naquele horário? E se eles só tivessem ido assistir a um jogo de futebol no estádio, curtindo como homens, sem mulheres, só futebol, amigos, cerveja, e eu estivesse aqui julgando ele errado?

Quando terminamos de jogar aquele jogo, eu disse que estava com sono e subi para o meu dormitório, mas acho que as meninas perceberam como eu estava, eu estava com uma festa de diabos na minha cabeça, me infernizando, eu estava apavorada, para ser sincera, tinha medo dele conhecer alguém lá, alguém que fosse mais que uma qualquer numa balada, numa festa, mais que uma no meio de duzentas e se apaixonasse, ou se encantasse, pedisse o número, trocasse mensagens, e quando voltasse começasse a falar com ela todos os dias e nunca mais lembrasse quem sou eu, eu tinha medo de perder quem eu nem sequer tinha ainda, e isso era o pior de tudo, pior do que imaginar ele com duzentas, era imaginar ele com uma só. Será que ele teria coragem de ficar com outra?

Nesse clima, me arrastei para minha cama arrasada, arranquei minha roupa e joguei elas de qualquer jeito na minha gaveta, e coloquei meu pijama de ursinhos, enquanto isso, ele comia duzentas mulheres que certamente usavam roupinhas bem mais sexy.

Que triste fim para mim que estava com os olhos inchados já e o coração despedaçado, enquanto isso ele devia estar encoxando duzentas mulheres que certamente também latiam, como boas cadelas que elas eram.

Meu sofrimento não tinha fim, e minha mente vazia estava cheia de diabos, enquanto eu me afundava num sono profundo, cheio de pesadelos e era despertada por um celular vibrando enlouquecido na minha mesinha de cabeceira as quase três da manhã enquanto do outro lado da linha a voz dele, rouca e meio embriagada, dizia:

“Não consigo parar de pensar em você, Belly”.

 

 

Eu estava num quarto de uma boate, um quarto destinado a clientes e strippers, com a garçonete da boate porque tinha acabado de fazer a maior loucura e comido ela, tudo bem que, até algumas horas atrás eu estava bem convicto de que comer ela era uma boa ideia, eu era solteiro, ainda não tinha pedido a Belly em namoro, ela tinha pedido um tempo para pensar, e eu tinha que aproveitar minhas últimas chances de poder ficar com qualquer garota enquanto ainda podia, mas agora que estava ali, nu, sobre a cama, com aquela loira, que por sinal era gostosa para caralho mesmo, deitada em cima de mim, fazendo desenhos invisíveis com a ponta dos dedos por meu peitoral nu, eu pensava que tinha sido uma péssima ideia, e só conseguia pensar na Belly.

Eu tinha sido, mais uma vez, um babaca e não conseguia parar de pensar nisso e nela, e se ela descobrisse? Ela jamais me perdoaria, mesmo que não estivéssemos namorando, mesmo que ela tivesse pedido um tempo para pensar, mesmo que ela mesma não tivesse me perdoado, eu não podia ter feito aquilo, porque fazer aquilo só provava que ela tinha razão em não confiar em mim, em não me perdoar e agir daquele jeito, e provava que eu era um babaca que não merecia ela, no final das contas, o Castiel estava certo em tudo que havia dito.

Suspirei, me sentindo frustrado e vi a loira ergueu o rosto e apoiar o queixo no meu peito, me encarando, e eu baixei os olhos e sorri para ela.

As palavras do Castiel ecoando em minha mente, ela não era uma garota que eu pagava para comer, então era pior, porque ela era uma garota comum, e de um jeito ou de outro, eu estava traindo, se não a Belly, estava traindo o que eu sentia por ela.

— Em que está pensando? – Ela disse e eu sorri, dando de ombros.

— Na noite maravilhosa que acabei de ter. – Ela abriu um sorriso imenso. Era realmente muito linda.

— Foi realmente uma noite maravilhosa. Acho que foi o melhor que eu já tive. – Soltei uma risada.

— Aposto que fala isso para todos. – Ela riu, mas negou com a cabeça.

— Na verdade, não, é difícil aparecer um homem tão bonito e tão... gostoso assim, aqui. – Ela de uma piscadinha e eu franzi a testa. Então ela fazia aquilo com outros também?

— Não entendi, você não é só uma garçonete?

Vendo a minha cara, ela fez uma careta e riu, antes de dizer:

— Você vai ficar muito chateado ou bravo se eu disser que, na verdade, eu não sou só uma garçonete?

Respirei aliviado.

Então ela era paga para comer também? Caramba, ufa.

Então não tinha sido pior do que o James. Foi só uma despedida de solteiro com uma prostituta, que eu só comi, se bem que essa daqui eu comi com bastante vontade mesmo, bom, de qualquer maneira, eu duvido que o James não comeu com muita vontade a que ele levou.

Eu comecei a rir e ela franziu a testa, me encarando.

— Achei que fosse ficar bravo. – Sacudi a cabeça, em negativo.

— Na verdade, você me deu um alivio, sabia?

— Ah é mesmo? -  A voz dela foi de incredulidade, como se ela se sentisse ofendida.

— Desculpe, me expressei errado. É que eu pensei que você era só uma garçonete mesmo, não tem cara de garota.

— Obrigado. – Ela disse e eu sorri, dando de ombros. – E, o fato de eu não ser só garçonete te alivia por quê?

— Bom, se você fosse só uma garçonete, eu diria que te seduzi para te trazer para cá, seduzi uma garota comum e comi ela, sabendo que eu tenho outra me esperando quando eu for embora daqui. Entende?

— Ah sim, isso é bem comum por aqui. Muitos caras traem as namoradas aqui, mas não consideram traição porque somos garotas de programa.

— Na verdade, ela não é minha namorada. – Ela ergueu as sobrancelhas, confusa e eu ri, dando de ombros. – A história é longa.

— Eu não estou com vontade de sair daqui agora. – Ela deu uma piscadinha e depositou um beijo no meu peitoral, e eu sorri.

— Ela era uma amiga, mas que era apaixonada por mim, e eu acabei... me apaixonando por ela. Mas quando ela me perguntou se eu amava ela, me senti acuado, sempre fui galinha, sabe, pegava muitas mulheres, quando ela me perguntou sobre amor, me senti apavorado, sei lá, fiquei pensando se queria mesmo perder a vida que eu levava. Mas daí eu percebi que estava sendo um babaca e tentei voltar atrás, mas daí ela pediu um tempo para pensar, disse que precisava de uma certeza do que eu sentia, de que eu não iria sair correndo de novo.

A garçonete que até aquele momento eu nem sabia o nome, sacudiu a cabeça, pensativa.

— E o que você sente por ela? – Ergui os olhos para o teto e pensei sobre aquilo, me lembrei das palavras que eu disse para a Belly na noite anterior, de que eu preferia ela a ter dez mulheres, porque com ela eu era mais completo do que com qualquer outra, nada daquilo tinha sido mentira, era verdade, ela me dava coisas que nenhuma outra nunca havia dado, ela me fazia sentir coisas que ninguém nunca havia me feito sentir antes.

Ela era única.

— Ela é linda, sabe? Delicada, doce, mas ao mesmo tempo forte, ela tem opinião e não tem medo de dizer, ela não é dessas meninas frágeis, pelo contrário, ela é daquelas que enfrenta qualquer um, que quebra a cara de um garoto babaca se precisar, e eu já vi ela quebrar. – Eu ri, ainda olhando para o teto. – Ela não tem medo de me dizer o que eu tenho que ouvir, de ser ela mesma comigo e me deixar ser eu mesmo com ela; ela me faz sentir coisas que eu nem sei o que é, eu penso nela o tempo todo, quando acordo, quando me deito para dormir, fico olhando para o teto e pensando nela, lembrando do jeito que ela ri, do jeito que ela olha para o nada abobada, sonhadora, no jeito dela de pensar demais, ficar aérea que parece que nem está ali, que está na lua. Fico lembrando dos lábios vermelhos dela, daqueles olhos grandes, verdes, que droga, eu não quero perder ela, mas fui um otário e sei que ela não vai me perdoar.

— Você realmente ama ela. – Desviei os olhos do teto e olhei para a loira.

— Amo? – Ela assentiu com a cabeça.

— Sim, ama, e se você ama ela, não tem que ter medo. As vezes isso – ela indicou a si mesma. – Não vale o que você vai ter só com ela. Comigo ou com outras como eu ou qualquer outra por aí, você não vai rir junto, não vai ter carinho, amor, não vai poder abraçar, sentir o cheiro e se sentir completo. Isso é algo que só ela vai poder te dar.

Fiquei pensativo por um tempo.

Será que eu amava mesmo a Belly? Com certeza eu sentia algo por ela, mesmo que eu tentasse me enganar, não tinha como eu negar isso, não tinha como eu mentir para mim mesmo e dizer que eu não me sentia um bobo quando estava ao lado dela, que eu não sentia vontade de dizer mil coisas bonitas, simplesmente porque ela me fazia sentir coisas que eu jamais imaginei sentir na vida e que nem eu mesmo sabia explicar as vezes, a verdade era que, por mais que eu tentasse fingir que não, fugir do amor e do que eu estava sentindo, era que, no fim das contas eu sabia que, mesmo depois de ter levado centenas de mulheres para a cama, o que eu queria mesmo era apenas uma.

 

 

Nunca o café da manhã foi tão triste, silencioso, vazio, sem sol, sem luz, sem alegria como foi naquela manhã, Okay, estou exagerando o céu estava brilhando num azul luminoso, o refeitório estava a balburdia de sempre, uma peixaria que você mal conseguia ouvir direito alguma coisa de tantas vozes falando ao mesmo tempo, ninguém estava de fato triste ou quieto demais, ninguém exceto eu, a Lilly e a Emme, por mais que todas nós disséssemos que estava tudo bem, eles só tinham ido comemorar o aniversário do James antecipadamente e não tinha nada demais, nem tinham ido a nenhuma festa ala Las Vegas ou qualquer coisa assim, foram só fazer o que meninos fazem em festas pré aniversário, seja lá o que isso signifique porque eu não sei o que meninos fazem em festas pré aniversário, até porque eu nunca vi nenhuma festa para pré comemorar um aniversário, enfim, no fundo todas nós estávamos com aquela famosa pulguinha atrás da orelha, pensando ‘o que será que eles fizeram naquela festa pré aniversário?’, eis a pergunta que não quer calar.

Eu não consegui prestar atenção a praticamente nada a minha volta, nem na conversa da Alice com a Emme e a Lilly, que também não pareciam prestar muita atenção de fato a alguma coisa, mas eu acho que a Alice só estava tentando distrair-nos para pararmos de pensar no que não devíamos estar pensando, mas era impossível, e depois de um tempo ela percebeu que nada ia nos distrair e parou de falar, fiquei com dó, confesso, mas não tinha nada que eu pudesse fazer, eu não ia conseguir pensar em coisa alguma além de “o que eles tinham feito a noite passada?”, talvez eu devesse brincar com eles e quando os vissem dizer: “eu sei o que vocês fizeram na noite passada”, quase igual aquele filme, “eu sei o que vocês fizeram no verão passado”, só que não, eu não sabia.

— O Cas me ligou. – A Emme finalmente disse quando estávamos indo para a primeira aula, e eu quase tive um torcicolo virando o rosto para encará-la, com as sobrancelhas erguidas e a cara assim: QUE? ELE TE LIGOU? ELE TE CONTOU ONDE ELES FORAM? O QUE FIZERAM? O QUE O LUAN FEZ?

Mais ou menos isso.

— E o que ele disse? – A Lilly conseguiu perguntar no meu lugar, eu ainda estava meio chocada demais para conseguir perguntar alguma coisa, estava nervosa, tremula, já pensando mil coisas e louca para saber tudo, como a Emme costumava dizer, nos mínimos detalhes.

— Ele disse que chegaram muito tarde, ou muito cedo, para ser mais especifica.

— E onde eles foram? – Finalmente consegui proferir algumas palavras, meu ser inteiro já estava tendo um choque anafilático de ansiedade para aquela maldita pergunta que estava me importunando desde a noite passada, onde eles tinham ido e o que tinham feito, alguém me conta, pelo amor de Deus.

— Ele disse que foram numa boate. – Arregalei os olhos, e a Emme emendou rapidamente. – Ele disse que não fizeram nada de errado, só beberam muito, que ele bebeu um pouco, mas o James e o Luan beberam bem mais que um pouco, digamos assim.

— Ficaram bêbados. – Eu concluí e a Emme deu um sorriso de “exatamente isso”.

— Mas ele me garantiu que eles não fizeram nada de errado. – Assenti com a cabeça, mas fiz uma cara de desconfiança que deve ter sido bem óbvia porque a Emme logo emendou. – A gente tem que dar um voto de confiança a eles, Belly.

— Ah, claro, eles vão numa boate, sei lá onde, bebem de se acabar e não fazem nada de errado. Você acredita mesmo nisso?

— Acredito! Se o Castiel me disse que não fez nada de errado, então eu acredito nele, ele não ia mentir para mim.

— Tudo bem, então o Luan vai ter que me dizer pessoalmente para eu saber que ele não mentiu para mim. – Eu não teria coragem de perguntar a ele na verdade, mas talvez jogasse um verde, como quem não quer nada, perguntando onde eles foram e o que fizeram só para eu ver a cara dele.

Belly! Você precisa confiar e acreditar mais no Luan, pelo amor de Deus, como vocês vão namorar se você nem confia no coitado.

— Nós não vamos namorar. – Eu disse, com raiva, já pensando que ele devia ter pego mesmo umas duzentas e a Emme revirou os olhos, mas foi a Lilly quem respondeu.

— A Emme tem razão, Belly, se ele disse que não fizeram nada, com certeza ele estava dizendo a verdade, eu conheço o Castiel, ele não é de mentir, ele não mentiria para livrar a barra do James e do Luan.

Revirei os olhos, mas não respondi nada.

Será mesmo que eles não tinham feito nada? Será mesmo que eles foram para uma boate, sentaram em algum lugar, ficaram bebendo e conversando e depois foram para a casa do James? Assim, inocentemente? Por que algo dentro de mim desconfiava? Talvez não fosse desconfiança, fosse apenas medo, medo do Luan ter ficado com outra, medo dele ver que podia continuar tendo o mundo e não precisava de mim.

Ele te ligou de madrugada dizendo que não conseguia parar de pensar em você, sua idiota, sinal que ele não ficou mesmo com ninguém, sinal que ele sentiu sua falta, isso sim.

Será que essa vozinha idiota tinha razão?

Tentei tirar da cabeça as desconfianças, o medo e a outra voz que enchia minha cabeça de dúvidas e resolvi me focar na aula para parar de pensar, quando você coloca a mente para trabalhar em alguma coisa, ela não tem tempo de ficar enchendo sua cabeça de caraminholas e coisas erradas, ou quase te levando à loucura.

Assim como o café da manhã, parece que as aulas e a parte da manhã inteira demorou dois séculos e meio para passar, mais lenta que uma lesma e uma tartaruga juntas, e eu tentei mesmo não pensar na hora, no Luan, no que ele tinha feito, mas hora e meia, ou melhor dizendo, cinco minutos e meio, sempre vinha algum pensamento atrapalhar minha concentração, e assim, eu consegui sobreviver até a hora do almoço; quando adentramos o refeitório e eu vi o vulto dele na mesa, mesmo de longe, senti meu coração se inchando igual um peixe boi, uma felicidade sem igual tomou conta do meu peito e do meu coração, era como se eu tivesse vendo o sol nascer pela primeira vez, ou como se eu tivesse enxergando pela primeira vez na vida, como se eu tivesse ouvindo a música mais linda do mundo, como se eu tivesse ganhado na mega sena sozinha, ou podia ser tudo isso junto, tamanho era a minha felicidade, meu sorriso se alargou no rosto e eu tentei não parecer tão óbvia enquanto nos aproximávamos da mesa e nos sentávamos, olhei para as meninas ao meu lado e vi que elas pareciam tão felizes quanto eu.

— Olha só quem deu o ar dá graça finalmente! – Eu disse, brincando, tentando mostrar que eu não tinha quase morrido naquele tempo em que ele estivera fora do colégio.

— Eu sei que você quase morreu sem mim. – O Luan disse e eu soltei uma gargalhada. Ele leu meu pensamento?

Sim, quase morri.

— Voltou mais convencido do que já era.

— Isso é humanamente possível? – Brincou o Castiel e todo mundo riu, enquanto o Luan fazia uma careta forçada ao Castiel, eu sabia que era forçada porque ele riu depois, dando de ombros.

— Vocês estão com uma cara péssima! – A Lilly disse e o James deu um sorriso amarelo, enquanto o Luan bocejava e o Castiel dava de ombros, dando um sorrisinho sem jeito em direção a Emme.

— Culpa do tio Charles que mandou a empregada nos acordar com um balde de agua na cara e nos colocar a força no carro para voltar ao colégio, eu só queria continuar dormindo a tarde inteira.

— Nossa, nem me fale. – O James concordou com o Luan que dava outro bocejo e se inclinava sobre a mesa para pegar os óculos escuros do James, que estava sentado meio longe dele, ao lado do Luan estava o Castiel, e do outro lado, ao lado do Cas, estava o James. O James tinha tirado os óculos escuros por alguns minutos para massagear o vão entre o nariz e os olhos, como se estivesse com dor de cabeça, o que devia estar mesmo, resultado de uma coisa típica chamada “ressaca”.

— HEY! Meus óculos! – O Luan fingiu que nem ouviu, colocou os óculos nos olhos e se espreguiçou, esticando os braços para cima e estalando as costelas, tão alto que eu ouvi dali, do meu lugar.

— Vocês devem ter aprontado e muito então, se chegaram tão tarde. – A Lilly parecia estar fazendo o que eu tinha pensado em fazer com o Luan, perguntar sobre a noite passada para ver como ele iria reagir, eu não ia fazer isso ali, na frente de todo mundo, até porque, o meu antecedente em relação a ciúmes não era nada bom com o Luan, e além do mais, eu mesma tinha pedido um tempo para ele, né, se eu perguntasse alguma coisa assim, ia ser meio estranho.

— Que nada, ficamos só bebendo e zoando da cara um do outro. – O James esfregou os olhos e bocejou, e depois puxou uma batata assada de uma tigela sobre a mesa e colocou no seu prato que já estava servido, pegando um pedaço com o garfo e levando a boca.

— Na verdade, eu não sei porque saio daqui para ficar vendo as mesmas caras de bunda lá fora.

— Eu que digo isso, saio daqui, para comemorar meu aniversário vendo as mesmas caras de bunda de vocês. – O Luan gargalhou e jogou em cima do James uma batata frita, na verdade, tentou jogar, se inclinando sobre a mesa, quase sobre o Castiel que deu um tapa na cabeça do Luan.

— Ôhhh.

— Sai de cima, seu viado.

Eu ri e revirei os olhos.

— Vocês podiam, pelo menos, ter contrabandeado umas garrafas de tequilas para nós, né? – Eu disse brincando e a Emme adorou a ideia, o Luan não pareceu gostar muito não.

— Ahh, seria muuuito bom mesmo!

— Tequila? Você, Belly? – Eu gargalhei e o encarei, erguendo os olhos.

— Por que não?

— É que... você... – O Luan gaguejou em meio a um bocejo, e o Castiel deu um tapa na nuca dele, o que fez ele olhar feio para o Castiel, enquanto ele continuava pelo Luan.

— Você não tem cara de quem bebe tequila.

— Olha quem está falando, quem tem carinha de santo, mas ficou bêbado igual uma porta ontem?

— Portas não ficam bêbadas, seu idiota, e você bebeu praticamente a garrafa de Whisky sozinho, Luan, o que tá falando?

— Ah, cala essa boca, você tava lá comigo bebendo enquanto o James estava lá... – O Luan parou de falar e praticamente todas as meninas na mesa olharam para ele, okay, estou exagerando, mas pelo menos três meninas olharam para ele, uma delas arregalou os olhos e arqueou as sobrancelhas, desviando os olhos do Luan para o James. O Luan pareceu meio sem fala e sem reação, como se tivesse falado demais e lançou um olhar de “ihh fodeu”, para o James.

— Enquanto o James estava...? – A Lilly perguntou de novo e o James passou a mão no rosto, como se estivesse com vergonha.

— Ê, seu idiota. – O Castiel deu um tapa na cabeça do Luan e o Luan deu de ombros, como quem diz “foi mal”.

— O que aconteceu?

— Não aconteceu nada, Lilly. – Apressou-se o James, mas a Lilly continuou encarando ele.

— O que você estava fazendo, Theo James? – Quando ela fala seu nome inteiro pode ter certeza que o bagulho é sério. Ele sabia disso.

— Lilly... – Começou o James, como quem não queria dizer, mas ela continuou encarando ele com as duas sobrancelhas erguidas, inquisitiva, e o Luan deu de ombros e soltou uma risada debochada.

— Ah, conta logo que você vomitou o banheiro inteiro, seu nojento.

O James fez uma careta e revirou os olhos e a Lilly continuou na mesma postura ainda, como se quisesse que o James confirmasse a história.

— Você vomitou...?

— Linguarudo. – O James disse e o Luan deu uma gargalhada, dando de ombros, o James se inclinou sobre a mesa e puxou os óculos dele do rosto do Luan, que tentou dar um tapa na mão do James, mas o garoto foi mais rápido.

— Hey, meus óculos.

Meus óculos. E acho que eu preciso mais deles do que você. – O James colocou os óculos no rosto e voltou-se para a Lilly, eu não sabia se ele estava olhando para a Lilly de fato, por causa dos óculos, mas o rosto dele estava na direção da Lilly. – Ah, Lilly, eu não queria te contar isso, né.

— É mesmo vergonhoso. – O Luan ficou provocando.

— Cala essa boca. E essa sua cabeça extremamente grande acabou de folgar meus óculos.

— Eu não tenho a cabeça grande...

— ... Só do tamanho de uma abóbora de Hallowen. – O James disse e todo mundo riu, enquanto o Luan fazia uma cara feia.

— Eu vou te mostrar a cabeça gran...

— AI. – As vozes do James e do Luan ecoaram quase juntas enquanto o Castiel exibia um sorriso imenso, ele tinha acabado de dar um tapa na parte de trás da cabeça dos dois, que viraram o rosto, incrédulos, para encararem um Castiel que não estava nem ai e continuava comendo a comida dele normalmente, como se nada tivesse acontecido.

— Por que você fez isso? – Os dois perguntaram ao mesmo tempo e o Castiel deu de ombros.

— Tive vontade.

— É um idiota mesmo.

— Vocês estão falando demais na minha orelha, estão me dando dor de cabeça.

— A minha parece que vai explodir.

Eles pareciam mesmo uns zumbis sentados à mesa do almoço, mas só que zumbis comiam cérebros e não comida. Eca.

Ficamos mais um tempo ali almoçando, os meninos como sempre, dando alegria à mesa, e a presença do Luan dando alegria a minha vida, ao meu ser, a tudo à minha volta, como era bom ter ele de volta!

Para a nossa sorte, fomos avisados quando saímos do refeitório que o professor da tarde estava doente e por isso não teríamos aula, cara, aquela foi a melhor notícia EVER, a melhor notícia da minha vida até então, isso significava uma tarde inteira fazendo o que quisesse, curtindo o resto do dia que estava ensolarado, sem ficar preso numa sala de aula, nossa, que maravilha, nem pude acreditar quando ouvi aquilo, quase enfiei o dedo no ouvido para ter certeza que eu ouvi direito, aliás, eu enfiei mesmo o dedo no ouvido, diga-se de passagem.

— Não limpou os ouvidos ontem, Maya? – O James começou a me zoar e eu ri, revirando os olhos.

— Estou realmente tentando ver se eles estão sujos ou eu ouvi direito.

— NÃO TEMOS AULA A TARDEEEEEEEEEEE!!!! PISCINA NA CASA DO JAMEEES!!!! UHUUUU!!!

Todo mundo que passava ficou olhando torto para a Emme que gritava no meio do corredor enquanto saíamos do refeitório, eu dei um passo para trás e fingi que não conhecia ela, mas com a Emme não tinha escapatória, ela passou o braço ao redor do meu ombro e abriu um sorriso imenso, enquanto os meninos gargalhavam.

— Quem dera se pudéssemos mesmo ir para a piscina da casa do James de novo!

— Vocês foram ontem? – Lancei o melhor olhar de inveja ao Luan e ele abriu um sorriso imenso, se aproximando de mim e me abraçando do outro lado, e eu fiquei entre a Emme e o Luan, ambos andando e me arrastando praticamente, porque era bem difícil andar com os dois me abraçando dos dois lados.

— Estava uma delícia! – A Emme lançou um olhar em direção ao Luan, por sobre mim, um olhar de “eu vou te matar”.

— Isso, nos mate de inveja mesmo, eu nem queria estar numa piscina agora, esticada numa cadeira de descanso, com esse sol delicioso na minha cara e...

— Tomando uma deliciosa e geladinha caipirinha. – Completou o Luan, o que fez a Emme fuzilar ele ainda mais com os olhos e ele gargalhar.

— Caipirinha ainda por cima? Mas que disparate! – Ah, mas eu vou mandar o meu pai enviar um cheque gordo ao diretor e me liberar para o meu aniversário também, não quero nem saber, eu quero piscina com caipirinha!!!

Todo mundo riu da indignação da Emme e ela fez uma careta, soltando de mim e me lançando um olhar risonho, eu já conhecia bem aquele olhar.

— Castiel, venha aqui! – Ela saiu andando firmemente até o Castiel, bancando a dona nervosinha que vai arrumar treta com alguém, mas no fundo era tudo fingimento, eu soltei uma risada e olhei para o Luan que sorria.

— Piscina com caipirinha, heim, quem diria. Que vidão! – Ele deu de ombros, ainda abraçado a mim, caminhando comigo, agora era melhor andar só com ele do meu lado.

— Pois é. – Eu não queria perguntar o que eles tinham feito, ia parecer ciumento demais, ainda mais depois daquela discussão nossa onde ele achou que eu briguei com a lacraia por ciúmes, então era melhor evitar demonstrar ciúmes por um tempo, só para não assustar ainda mais ele, né, vai que ele sai correndo de novo, eu não tinha certeza do contrário ainda.

— Um dia eu chego lá. – Eu disse brincando e ele riu, ficando com aquele sorriso lindo nos lábios por um tempo.

Continuamos seguindo e ele apertou o meu ombro, me segurando um pouco mais no lugar, enquanto nossos amigos continuavam andando na frente, aos risos, nem ai para nós, eu olhei para ele e arqueei a sobrancelha e ele sorriu, então desapertou meu ombro e voltou a caminhar, bem mais lentamente, antes de dizer com a voz um pouco mais baixa.

— Vamos fazer uma festa surpresa para o James hoje.

— Hoje? – Ele assentiu com a cabeça e eu tive um insigth.

— Meu Deus, é hoje o aniversário do James! – Ele riu alto e concordou com a cabeça. Santa lerdisse, né Isabelly.

— Sim, mas depois você dá os parabéns para ele.

— E vai rolar festa surpresa para ele hoje ainda? – Eu queria dizer “Não obstante a gandaia, cachaçaiada que vocês fizeram ontem e sabe lá Deus mais o que, ainda vão fazer outra festa hoje?”

Ele assentiu com a cabeça, mas não pareceu notar minha pergunta silenciosa. Ufa.

— Sim, no salão dos dormitórios. Eu e o Castiel contrabandeamos várias garrafas de bebidas, e o resto, vamos pegar no vale. – Arqueei a sobrancelha, então um sorriso foi se formando nos meus lábios.

— Bebidas? Isso inclui...? – O Luan fechou a cara, não parecia gostar muito da ideia de me ver bebendo.

— Tequila, sim. – Ele fez uma cara bem feia, mas eu nem dei bola e abri o sorriso ainda mais.

— Eba!

— Isabelly... – Ele começou e eu o encarei, erguendo uma sobrancelha, desafiadora.

— Sim?

— Não acho que seja uma boa ideia você beber tequila...

— Por que não?

— Mulheres e tequila é uma combinação um tanto perigosa. – Soltei uma risada alta.

— Relaxa. Eu sei me cuidar. – Dei uma piscadinha para ele e ele fez uma careta e então respirou fundo, derrotado. – Então, vocês vão fazer a festinha surpresa, mas como vão conseguir tirar o James do salão antes, para ele não perceber?

— Bom, eu e o Cas estamos cuidando disso, eu vou chamar o James para jogarmos bola, já que não temos aula, o Cas vai ajudar a arrumar o salão, pegar as bebidas e tudo mais.

Assenti com a cabeça, eles eram mesmo ligeiros heim, já tinham pensado em tudo, como se soubessem de antemão que não ia ter aula a tarde, pensei numa coisa e arregalei os olhos, olhando para ele.

— Peraí, a ausência do professor... Vocês tem alguma coisa a ver com isso? – Olhei para ele arqueando as sobrancelhas, acusativa, e ele gargalhou, erguendo a mão livre no ar, como se fosse inocente.

— Claro que não, o que você acha que nós somos?

— Ah, não sei, vindo de vocês é possível esperar tudo. – Ele riu e negou com a cabeça.

— Não fizemos nada, mas foi uma sorte o professor faltar, se ele não faltasse eu ou o Castiel íamos dar um jeito de fazer tudo do mesmo jeito.

— Com certeza. – Eu ri, eles eram mesmo capazes de tudo, ele riu e ficou me olhando um tempo.

Alcançamos as escadas dos jardins e paramos no meio delas. A maioria dos alunos da nossa turma estavam nos jardins agora, aproveitando a aula vaga e o resto da tarde para curtir o sol, uma coisa bem rara para nós, o Luan olhou para o jardim e então soltou meu ombro, segurando minha mão e me puxando para continuar descendo as escadas, fomos seguindo devagar pelo gramado do jardim em direção a uma parte afastada do lago, um pouco longe de todos os alunos aglomerados do outro lado; estar andando com ele ali, nos gramados, passando por tantos alunos que estudavam conosco, de mãos dadas, era algo que chamava muito a atenção, por isso, vi vários olhares em direção a nós, muito mais de meninas do que de meninos, obviamente, as meninas já olhando e cochichando entre si, eu podia já imaginar as conversinha, algo tipo “olha lá, o Luan de mãos dadas com a Isabelly, será que eles estão namorando”, daí outra responde: “duvido muito, ele é o maior galinha, e olha para ela, tão sem sal nem açúcar, sou mais eu”.

Mais ou menos assim.

O Luan desviou os olhos da frente e olhou para mim e depois para onde eu estava olhando, vendo as meninas nos olhando, surpresas, curiosas, com os olhos arregalados, e indo cochichar depois, eu percebi que, entre uma dessas meninas, estava a Catherine, uma das meninas que ele ficava antes, não sei até quando, nem quando fora a última vez que ele ficara com ela, mas eu sabia que ele ficava bastante com ela antes, desviei os olhos e vi o Luan olhando para a menina, os dois trocaram um olhar, e então ele voltou os olhos para mim e sorriu, erguendo as nossas mãos juntas e dando um beijo na face da minha mão.

— Aposto que estão falando da gente. – Eu disse, não mais olhando para as meninas, agora olhando o céu azul a frente, o lago esverdeado com o sol refletindo sobre ele deixando-o mais verde ainda.

— Não liga para elas.

— E se começarem a falar que estamos... – Deixei a frase no ar, ele não respondeu de imediato. Chegamos perto do lago, ele estava com a camisa vermelha da North, aquelas típicas para assistirmos aula e a jaqueta, que mais parecia um terno, preta por cima, também típico para as aulas, ele tirou a jaqueta e jogou-a no chão, forrando para eu me sentar, eu olhei para ele, surpresa e sorri.

Me sentei sobre a jaqueta dele, um pouco sobre a jaqueta e um pouco sobre a grama para que ele também pudesse sentar sobre o tecido, e cruzei as pernas, ficando de frente para ele, eu estava de saia, a saia normal de aula, apesar de ter calças também, mas como estava o dia quente e ensolarado, coloquei a saia, era sorte que ela era arredondada e não justa, por isso, deu para colocar o pano sobre a parte da frente das minhas pernas e não mostrar nada no meio das pernas cruzadas. O Luan, como um bom cavalheiro, sequer olhou para as minhas pernas ou onde eu arrumava a saia, no meio das minhas pernas cruzadas, sentou, com os pés apoiados na grama e os joelhos um pouco inclinados, cruzando os braços sobre os joelhos e olhando para o lago e o sol acima, a luz dele nos aquecendo de maneira maravilhosa. Ele fechou os olhos por instantes e eu desviei os olhos da paisagem e olhei para o Luan, ele era, sem sombra de dúvidas, a paisagem mais linda que meus olhos já tinham visto, daquele jeito ainda, era muito mais lindo; uma expressão serena, relaxada, de quem saboreia o calor do sol, totalmente tranquilo e sereno, uma paisagem tão linda que eu fiquei olhando para ele e sorrindo, meio abobada, meio perdida naquele sentimento que só ele era capaz de me fazer sentir.

Ele abriu os olhos e olhou para mim, vendo o meu sorriso bobo e sorriu, esticando a mão e pegando a minha, para levar até o lábio e beijá-la novamente, ficando com a minha mão enganchada na dele ali, por muito tempo.

— Eu não ligo se começarem a falar que estamos... – Ele não terminou a frase, como eu não tinha terminado, e eu apenas sorri de volta, sem saber o que dizer. Ele beijou minha mão de novo e roçou a face da minha mão no rosto dele, recostando o rosto contra a minha mão e fechando os olhos por segundos, relando o nariz na minha pele e inspirando profundamente, antes de dizer, com a voz mais fraca. – Eu senti sua falta ontem.

Meu sorriso bobo se triplicou, mas eu tentei disfarçar e olhei para o lago, mordendo o lábio levemente tentando parar de sorrir, eu sei que ainda estava meio na dúvida com ele, que ainda não tinha certeza do que ele queria, que ainda não tínhamos decidido nada e era grande parte por minha causa agora, mas ter ele ali, daquele jeito, dizendo aquelas coisas, não tinha como não me amolecer, eu ainda era loucamente apaixonada por ele.

— Sentiu, é? – Eu perguntei, voltando a sorrir igual uma boba e ele abriu os olhos e me encarou, ainda com o rosto recostado à face da minha mão, que era segura pela dele ainda.

— Tanto que cheguei a uma conclusão ontem. – Franzi o cenho e o encarei.

— Que conclusão? – Sobre o que ele estava falando? Sobre nós dois? Sobre ficarmos juntos? Sobre eu ou as dez? Ai meu paizinho, acalma meu coração que saiu pulando igual uma criança quando ganha um monte de doces da avó.

Ele sorriu e deu de ombros.

— Surpresa.

Luan! – Ele soltou uma risada alta e então voltou a postura anterior, afastando o rosto da minha mão, mas ainda segurando ela, e mudou totalmente de assunto.

— Eu não vou poder ajudar a arrumar o salão com o Castiel, será que você poderia ajudar ele com as meninas? 

Ai que raiva. O que ele tinha concluído? Ele tinha tomado alguma decisão? Ele ia fazer alguma coisa para provar para mim que podíamos ficar juntos porque ele não ia mais fugir ou correr como um garotinho assustado? Era isso?

Fiquei olhando para ele um tempo, perdida em pensamentos, morrendo de curiosidade, em choque pelo que ele tinha dito, e ele riu, estalando os dedos na minha frente.

— Terra chamando Belly. Alou? – Eu pisquei e foquei os olhos nele, voltando a mim.

— Que conclusão você chegou? – Ele riu, mas não respondeu, ao invés disso, perguntou:

— Sabe que dia é amanhã?

— Han? – Ele riu mais ainda e soltou minha mão, esticando as pernas sobre a grama e me puxando sobre o colo dele, o que me fez dar um gritinho agudo, alto o suficiente para os jardins inteiro ouvir e ele riu de mim, para variar, ele só ria da minha cara. Idiota.

Agarrei-me ao pescoço dele e ele envolveu meu corpo com os braços, me mantendo segura no colo dele, sentada de lado, e então o olhei, ali, tão perto de mim, o que fez meu coração já automaticamente acelerar no peito mais que um carro de fórmula um, ele estava disputando racha com o sangue que saiu correndo pelas veias, esquentando tudo dentro de mim, e a respiração por sua vez não ficou para trás, nada dentro de mim gostava de ficar para trás quando o Luan chegava perto de mim daquele jeito, a respiração já ofegou tanto que parecia que minhas pernas que tinham corrido quilômetros e quilômetros de distância, e obviamente, o Luan notou tudo isso, porque seu sorriso se tornou ainda maior. Ele aproximou o rosto de mim e eu parei de respirar por segundos, agora eu ia morrer de vez, como ele conseguia fazer aquilo comigo? Num segundo eu estava ofegante, no outro eu esquecia de respirar, que loucura que ele fazia com meu organismo, eu heim.

— Esqueceu que dia é amanhã? – Ele riu, o rosto muito perto do meu, o nariz roçando levemente no meu nariz, me fazendo fechar os olhos ou eu ficaria meio zarolha olhando para ele, me encolhi no corpo dele e ele riu, afastando o rosto, ainda risonho. – Pode respirar agora.

Ufa.

Arfei, soltando o ar que estava preso e respirando fundo, então ele gargalhou e eu olhei para ele, fazendo uma careta.

— Muito obrigado. – Falei ironicamente e ele riu, me apertando nos braços dele e roçando o nariz agora no meu pescoço, me fazendo arrepiar inteira.

— Ah, Belly, você é incrível, sabia? – Arqueei uma das sobrancelhas e então ri, negando a cabeça de leve.

— De repente, você ficou completamente maluco e cego, não é possível. – Ele riu e se afastou de mim para me olhar, aquele sorriso lindo nos lábios.

— Quero continuar maluco e cego o resto da vida então. – Revirei os olhos e fiz uma careta e ele riu, aproximando o rosto do meu e sem que eu pudesse prever ou ter alguma reação que pudesse evitar, ele selou os lábios nos meus, fui pega tão de surpresa que até esqueci daquele lance que eu tinha falado de pedir um tempo e tudo mais, que se foda o tempo que eu pedi, ele estava ali, me agarrando, me beijando, e eu não ia fazer nada?

Entreabri os lábios e senti o lábio dele roçando nos meus, mas o beijo foi apenas suave, a língua dele roçou de leve na minha, por entre meus lábios e então ele selou nossos lábios e se afastou, sorrindo lindamente.

— Você vai comigo? – Han? Eu fico ainda mais lerda quando estou perto daquele jeito dele, isso é um fato clinicamente comprovado. Franzi o cenho, confusa.

— Hãn? – Ele riu.

— Ao Vale, a visita é amanhã. – Ahhhh, nossa, a visita ao vale, eu tinha esquecido completamente, a minha cara disso foi bem nítida porque o Luan riu, de novo, da minha cara.

— Nossaa, o vale! Eu tinha esquecido. – Ele negou de leve com a cabeça, risonho, e eu me encolhi nos braços dele.

— Então, você quer ir comigo? – Ele estava me convidando agora, diferentemente da maneira como tínhamos combinado de ir, né, com a Emme me jogando para cima dele praticamente, agora ele que estava me convidando para ir, arqueei uma das sobrancelhas, surpresa.

— Você está me convidando? – Ele abriu um sorriso imenso e acenou com a cabeça

— Sim, estou. – Fiquei olhando para ele com aquela cara de idiota e lerda e ele riu. – E então?

— Ah. – Pisquei e voltei a mim e ele riu.

— Como é lerdinha, meu Deus. – Fiz uma careta.

— Hey! Eu não sou lerda. – Ele riu e negou com a cabeça, ironicamente falando.

— Não, claro que não. – Fiz outra careta e mostrei a língua e ele incitou o rosto para a frente, fingindo que ia morder minha língua, e eu soltei outro gritinho de susto e medo ao mesmo tempo, gargalhando em seguida enquanto ele me apertava em seus braços e ria. Eu senti milhares de olhos em cima de nós naquele momento, mas nem liguei, ele era meu, MEU, quer que eu soletre para vocês, vadias?

E L E É M E U!!!!

Ai que delicia de homem. Ele me deu um selinho demorado, depois vários selinhos e começou a encher meu rosto de beijos enquanto me apertava nos braços dele.

— Você vai me responder ou eu vou ter que me ajoelhar aqui e pedir para você? – Arregalei os olhos e me afastei, encarando ele, assustada e ele riu.

— Nem pense numa coisa dessas. – Ele riu alto e me apertou novamente contra os braços dele, enquanto eu fazia uma careta, ele continuava me olhando com aquele sorriso lindo nos lábios. Eu molhei os lábios e desviei os olhos, meio sem jeito, então senti a mão dele em meu rosto, o dedão roçando em minha bochecha e ele puxando meu rosto para encará-lo.

— Você quer ir comigo ao Vale, Isabelly Maia Muller? – Parecia quase um pedido de casamento, ou de namoro, e aquilo fez meu coração se comprimir dentro do peito. Comecei a sorrir igual uma idiota, boba, apaixonada e ele abriu o sorriso, aquele sorriso que eu achava a coisa mais linda do universo inteiro.

— Sim, eu quero. – Eu disse e ele riu, puxando meu rosto em direção ao dele, me fazendo fechar os olhos antes mesmo que meus lábios tocassem nos dele, o que aconteceu segundos depois, os lábios macios dele tocaram os meus que se entreabriam involuntariamente, já loucos pela boca dele, e eu senti a língua dele invadindo minha boca e tocando a minha, então me perdi totalmente naquele beijo, me esquecendo completamente de onde estávamos, que tinham vários alunos a volta, incluindo aquelas meninas que deviam estar morrendo de inveja de mim naquele momento, que se foda todas elas, nem ligava para mais nada naquele momento, só para a língua dele na minha, a boca dele na minha, a mão dele no meu rosto, me puxando mais e aprofundando o beijo e me deixando completamente quente e derretida nos braços dele. Eu era uma manteiga sobre a frigideira quente, estava me derretendo em segundos, daqui a pouco começaria a borbulhar, borbulhar, então começaria a evaporar e depois sumia, ou pior, queimava, queimava sobre a frigideira, queimava inteira até torrar.

Derretendo, quente, fervendo, queimando, isso era tudo o que ele fazia comigo e com tudo dentro de mim, ele me queimava como um fogo em chamas, me consumia, me devorava. Perdi a noção de tudo e agarrei os cabelos dele, nosso beijo começando a ficar mais quente que uma floresta em chamas, a mão dele apertando minhas costas, a outra mão deslizando por entre meus cabelos e eu ficando sem ar, completamente sem ar; meu Deus, eu ia morrer, queimada e sem ar, mas como era maravilhoso morrer daquele jeito!

Ele afastou o rosto do meu, inesperadamente, e eu ofeguei, o encarando, ele também estava ofegante e então, enquanto nós dois tentávamos recuperar o folego, ele começou a rir, a gargalhar e eu comecei a rir junto, e ele me abraçou forte, enfiando o rosto entre meu pescoço e meus cabelos e enchendo meu pescoço de beijo, me fazendo encolher nos braços dele, ainda risonha.

— Olha o que você faz comigo! – Afastei dele e arregalei os olhos, assustada.

— AI MEU DEUS! – Ele começou a gargalhar de novo e eu abaixei os olhos, em direção ao colo onde eu estava sentada, ele estava excitado? Mas eu não estava sentindo nada.

— Estou brincando. – Ele disse rindo e eu respirei aliviada, o que o fez rir mais ainda, e brincar. – Ou não. – Eu olhei para ele e sorri, sapecamente.

— Acho que eu sentiria alguma coisa, né? – Ele gargalhou e me olhou, safado, o que fez meu sangue correr quente nas veias.

— Com certeza você ia sentir.

— Uiii! – Eu disse brincando e ele riu, me apertando em seus braços.

— Mas se continuássemos com aquele beijo eu não ia conseguir segurar mais não. – Ele disse, risonho, e eu ri, fazendo uma careta.

— Luan! – Ele acariciou meu rosto e ficou me olhando, um sorriso bobo no rosto, e eu comecei a me derreter igual manteiga na frigideira novamente, mas dessa vez não era por causa do beijo, só por causa daquele olhar e aquele sorriso mesmo. Sai de mim quando percebi alguém se aproximando atrás da gente.

— E ai, seu viadinho. – O James deu um tapa na cabeça do Luan que saiu do transe de me olhar e fez uma cara feia.

— Viado não tem namorada. – O James riu e abraçou a Lilly pela cintura.

Ele tinha me chamado de namorada, mais uma vez naquela semana, ele tinha me chamado de namorada, mas dessa vez foi bem enfático, tipo, eu tenho uma namorada, olha ela aqui no meu colo.

Ai meu Deus, para tudo.

Fiquei sem ar por um momento.

— Opa, então eu não sou viado. Ufa, que sorte né, Lilly. – A Lilly revirou os olhos, mas riu fracamente da piadinha idiota do James.

— Ah, você eu já não sei, não, tem muito cara por ai que é gilete, tá ligado.

— Sai fora, eu sou macho, muito macho.

— Machucado. – Eu disse, zoando e o James arregalou os olhos, me encarando e o Luan começou a gargalhar.

— Você, Isabelly?

— Até a Belly te zoa! – O Luan continuou gargalhando e o James ficou com aquela cara de passado, enquanto eu ria, dando de ombros.

— Estou zoando, James. – Ele respirou aliviado, mas bem fingidamente e eu ri.

— E ai, seu viadinho, bora bater uma bolinha? Chamei os caras do time.

— Opa! Demorou. – O James esticou o braço na direção do Luan e o Luan soltou minha cintura e tocou na mão do James, os dois fazendo um toquinho com a mão rapidamente.

— Vou te esperar ali na frente. – O James saiu caminhando com a Lilly ao lado, segurando a mão dela e parou um pouco mais à frente, abraçando a ruiva pela cintura e eu desviei os olhos, dando privacidade aos dois, enquanto sentia as mãos do Luan envolta de mim novamente, me apertando.

— Tudo bem se eu te abandonar novamente? – Fiz uma careta manhosa e ele riu, me grudando mais contra o corpo quente e gostoso dele, só isso já fazia meus pelos se arrepiarem no corpo inteiro.

— Sem problemas. – Eu disse e ele aproximou o rosto do meu, devagar, uma das mãos segurou meu rosto, novamente, e eu fiquei olhando para ele, sorrindo, meio abobada. Ele foi aproximando o rosto devagar, até que os lábios dele tocaram nos meus, me fazendo entreabrir os lábios, sentindo a língua dele na minha em seguida, enquanto ele começava a me beijar bem devagar, um beijo calmo, não aquele fogo de minutos atrás que quase me derreteu e meu fritou por dentro.

A mão dele acariciou meu rosto e ele aprofundou um pouco mais o beijo, fazendo eu me perder no beijo dele, no cheiro dele, na mão quente dele no meu rosto, meu corpo inteiro já reagindo ao toque dele, não importava se o beijo fosse ardente, em chamas, ou calmo ou mais moderado, eu sempre me derretia nos braços dele em qualquer ocasião, eu sempre me sentia perdendo o ar, perdendo a noção e o sentido de tudo, e eu adorava tudo aquilo.

Ele foi diminuindo o beijo até ir parando, selando os lábios dele nos meus várias vezes, carinhosamente, então finalmente me olhou, com aquele sorriso lindo e bobo no rosto. Parecíamos mesmo dois namorados, mas não éramos, eu nem tinha decidido o que fazer, dar uma chance a ele mesmo ou pedir mais um tempo, mas como eu ia pedir mais um tempo depois daquilo tudo ali?

— Nos vemos mais tarde então, minha linda. – Ele acariciou meu rosto e selou os lábios nos meus novamente, eu já tinha derretido e virado uma gosma ali, escorrendo pela grama, ressequida debaixo daquele sol.

— Na festa. – Eu disse, baixinho, entre os selinhos dele, e ele se afastou e sorriu, acenando com a cabeça.

— Acho que sim. – Meneei a cabeça e olhei de lado, vendo o James e a Lilly esperando a gente.

— Melhor irmos então. – Ele assentiu e eu escorreguei do colo dele, me ajoelhando na grama e me levantando e ele se levantou em seguida, enquanto eu ajeitava a saia e passava a mão por ela tirando a grama que tinha ficado ali, grudada no tecido, ele chacoalhava a jaqueta, colocando-a no corpo. Fiquei ao lado dele e sorri, meio sem jeito, fazendo menção de ir até onde o James e a Lilly estavam.

— Eles estão nos esperando. – Dei um passo à frente, mas não consegui ir adiante, senti a mão do Luan na minha, e um segundo depois ele estava me puxando em direção a ele.

— Belly. – Parei de frente a ele, vendo aquele rosto lindo e sorri, meu coração estava derretido também dentro do meu peito, eu toda era uma gelatina amolecida, sem chances de dar tempo algum depois daquilo.

— Oi? – Eu perguntei depois de um tempo vendo ele me olhando com aquela carinha absurdamente linda.

— Nós dois... – Ele começou, meio receoso. - Estamos bem de novo? – Fiquei olhando para ele sem saber o que dizer, será que dizia que já estava tudo bem? Quer dizer, eu já estava mais mole que maria-mole, como ia bancar a durona? Mas se eu dissesse que tudo bem, só depois de uns beijinhos na beira do lago, ele ia achar que estava fácil demais, né, e não ia dar tanto valor.

Mordi o lábio inferior, sem saber o que dizer, me sentindo confusa e ele sorriu, e tocou meu rosto com o dedão, acariciando-o carinhosamente.

— Talvez. – Eu disse, para não ficar sem responder nada e ele assentiu com a cabeça.

— Tudo bem. É cedo demais ainda para dizer, né. – Eu assenti com a cabeça, e ele deslizou o dedo até meu queixo e o segurou, puxando meu rosto de leve em direção ao dele e me beijando, um beijo carinhoso, amoroso, delicioso, e por segundos, eu esqueci o mundo novamente.

O beijo foi rápido e ele me soltou, sorrindo e segurou minha mão, agora me puxando em direção a Lilly e o James que estavam rindo de alguma coisa, provavelmente nos dando uma privacidade naqueles minutos também.

— Borá lá? – O Luan disse ao James quando nos aproximamos e o James assentiu com a cabeça, dando um selinho na Lilly antes de finalmente soltá-la.

— Até mais tarde. – Ela disse, toda carinhosa. Eita, essa Lilly estava mesmo apaixonadíssima, tipo eu.

— Os minutos parecerão uma eternidade longe de você. – Ele mandou um beijo a Lilly e ela riu, revirando os olhos, o Luan mandou um beijo para mim também, e os dois saíram caminhando em direção ao estádio, começando a conversar alguma coisa no caminho enquanto eu e a Lilly ficávamos ali, uma ao lado da outra, olhando para os nossos respectivos amados, cada uma com um sorriso bobo e idiota no rosto.

Nos entreolhamos e rimos, provavelmente pensando a mesma coisa, e então nos viramos e seguimos em direção ao colégio para ajudar a Emme e o Castiel com os preparativos para a festa surpresa do James, e enquanto ficamos no salão dos dormitórios, ajudando com os enfeites, a decoração, as bebidas, os copos, tudo com uma ajudinha do Castiel e alguns meninos da North que sabiam como conseguir qualquer coisa na cozinha e além da cozinha para a festa, eu fiquei volta e meia pensando no Luan, naquela tarde maravilhosa com ele, sentados na beira do lago, conversando, rindo, nos beijando, abraçadinhos, como dois namorados, o olhar amoroso dele, o sorriso bobo como se estivesse apaixonado, assim como o meu sorriso, que era impossível de não ser bobo, de não ser idiota, quando eu toda era boba e idiota por ele, e percebi que se eu me deixasse levar por todo o medo e a desconfiança nunca daria certo, e que eu tinha finalmente conseguido o que eu sonhara por todos aqueles anos em que estudara ali, em todos aqueles anos em que sonhara com ele, em que sonhara com meus lábios nos dele, as mãos dele em mim, me abraçando, ele me beijando, ele me amando como parecia que finalmente estava, e eu não podia jogar tudo aquilo fora justo agora que eu tinha conseguido apenas por medo, apenas por desconfianças idiotas, eu não podia deixar que todas as garotas que morriam por ele me convencesse que dormiram com ele, só porque eu tinha medo que isso realmente acontecesse, eu precisava de fato confiar mais nele, acreditar mais nele e deixar esse maldito medo de fora, eu precisava de uma vez, viver o sonho que eu estava realizando, antes que fosse tarde demais e eu perdesse tudo aquilo por burrice minha, e eu morreria se perdesse ele, quando finalmente o conquistei, por burrada minha.

 

Depois que deixamos os preparativos todos prontos, não podíamos de fato colocar os enfeites no dormitório até que o James voltasse né, esperamos ele e o Luan voltarem e subirem para tomar banho, então colocamos todos os enfeites e terminamos de ajeitar tudo. Quando terminamos eu subi para o dormitório junto com as meninas, um pouco cansada, mas acho que valeria a pena, pelo que eu tinha visto, eles tinham arrumado muitas bebidas, duas caixas de som que ligariam a um celular e conseguiriam colocar umas músicas bem bacanas ali, o diretor tinha liberado tudo, então poderíamos festejar até tarde, nos embriagar (essa parte o diretor não tinha liberado, mas ele não precisava saber) e depois só subir para o quarto e capotar na cama.

A Lilly foi a primeira a ir para o banho e eu me joguei na minha cama ao contrário, colocando as pernas meio que para cima sobre a cabeceira e parte da parede e olhando a Emme de cabeça para baixo enquanto ela sentava na cama, mexendo no celular.

— Então, o Castiel te contou o que os meninos fizeram de fato ontem? – Eu perguntei, eu sabia que o Castiel era bem aberto com a Emme, ele contava tudo para ela, e as vezes, quando não contava, deixava escapar informações valiosas.

— Nada além do que já tinha dito e do que os meninos disseram no café da manhã. – Fiz uma careta.

— Você acha que estão mesmo dizendo a verdade? – Aquele medinho atacava novamente.

— Acho que sim, quer dizer, eu acho que eles aprontaram um pouco mais do que falaram, mas nada relacionado a mulher, isso eu tenho certeza. Se o Castiel tivesse ficado com alguém, o rosto dele denunciaria, ele não sabe mentir diante do meu...

— Olhar fatal de Emme. Eu conheço bem esse olhar. – Eu disse, aos risos e ela riu, dando de ombros e exibindo aquele sorriso imenso, cheia de si.

— Exatamente. – Se o Castiel não conseguia mentir e a Emme não detectou nenhuma mentira, então de fato eles não tinham feito nada de errado. Nossa, isso me dava um alivio imenso, e tal alivio me fez tomar uma decisão, eu abri um sorriso tão imenso que a Emme percebeu, ela me conhecia muito bem, né. — O que foi? Que sorriso é esse?

— Eu e o Luan tivemos uma tarde maravilhosa, quer dizer, não uma tarde inteira, mas ficamos um pouquinho juntos na beira do lago antes de eu vir para cá com a Lilly.

— JURA?! – Assenti, toda sorrisos e a Emme só faltou pular na cama, sentando de pernas cruzadas na cama e endireitando o corpo, já esperando as fofocas. – Me conta TUDO!

Eu gargalhei e deslizei as pernas para o lado, tombando de lado na cama e me erguendo em seguida, sentando na cama, de pernas cruzadas também, de frente para a Emme na outra cama ao lado, ambas sentadas de lado nas camas.

— Ele estava todo doce, me colocou no colo dele, ficou me beijando, na frente de TODAS as meninas, até da Catherine.

— Sério? Ela tava lá?

— Ahan, nos gramados, com as amiguinhas nojentas dela. – Fiz uma careta, eu e a Emme praticamente juntas, na verdade. – E o Luan não estava nem ai, ficou todo doce comigo E me chamou de namorada para o James.

— Ahhhh, Belly! Ele está mesmo apaixonado! – Fiz uma carinha de “ai, será?”

— Você acha mesmo?

— Belly, olha para mim e responde com honestidade: Quando ele está com você, assim, ele parece apaixonado?

Parei para pensar por alguns segundos, lembrando do olhar dele, carinhoso, amoroso, do sorriso bobo nos lábios, e sorri, aquele sorriso idiota que já me denunciava, e então voltei os olhos para a Emme que já estava sorrindo, toda boba também.

— Parece. – Eu disse, finalmente, e ela assentiu, sorrindo.

— Ele te disse, né, ele ficou frio daquele jeito porque ficou com medo, mas ele está mesmo apaixonado por você, e você não é a única a ver isso, eu, o Cas, o James, a Lilly, TODO mundo acha isso, todo mundo diz isso, o Luan está apaixonado por você, e acho que agora ele parece ter se decidido.

O jeito que ela disse parecia que ela sabia mais do que estava dizendo, eu conhecia ela, e arqueei uma das sobrancelhas, inquisitiva, e ela riu alto, dando aquele sorriso imenso, que eu também conhecia bem e dizia “eu sei das coisas, honey, mas não vou te contar agora”.

— Pode ir abrindo a boca. – Eu disse, e ela gargalhou, negando com a cabeça.

— Só estou dizendo o que o Cas me contou, agora o resto, eu deixo com o Luan. – Ela deu uma piscadinha e eu congelei por dentro por um segundo, o que isso queria dizer?

— O QUE? AH, nãooooo, Emelly Vance, pode me contar TUDOOOOOO! – Eu dei um pulo da cama e me joguei sobre ela, pulando sobre ela e nós duas caímos sobre a cama, eu comecei a apertar ela, tentando fazer cócegas e ela começou a rir, me empurrando.

— NÃO, BELLY, PARAA, PARAAA. – A voz dela saiu esganiçada e depois ela começou a rir e eu comecei a apertar mais ela, e ela ficou se encolhendo tentando me afastar, e eu finalmente parei, e acabamos nós duas deitadas na cama, rindo, e depois olhando para o teto, as duas meio abobadas, ela me olhou de lado na cama e eu a olhei, sorrindo. – Ele te ama!

Sorri ainda mais e suspirei, voltando os olhos para o teto, sonhadora.

— Tomara que você esteja certa, Emme.

— Eu estou, pode apostar. – Ela sorriu e então se ergueu num pulo, se levantando e parando na beira da cama e me olhando com aquele olhar brilhoso e o sorriso imenso nos lábios.

— Você já decidiu que roupa vai usar na festa? – Ah não, droga, tinha esquecido completamente disso. Fiz uma careta e a Emme riu, exibindo em seguida aquele sorriso imenso.

— Anda logo, temos que achar uma roupa BEM linda e sexy. – Eu revirei os olhos e ri, então me levantei, e fui lá me sujeitar a todas as opiniões da Emme de que roupar usar, e era uma mais “sexy” como ela dizia, do que outra, se dependesse dela, eu estava ferrada, ou não, quando ela parou de me dar as opções sexys demais, ela começou a mostrar as combinações mais lindas, afinal de contas, a Emme era a garota mais bem vestida daquele colégio, e entendia de modo bem mais do que eu, tipo bem mais mesmo.

Finalmente eu e a Emme chegamos num acordo sobre a minha roupa, e quando a Lilly saiu do banho, a Emme me mandou ir tomar banho que ela iria ajudar a Lilly a escolher a roupa dela. Emme, a conselheira de moda.

Depois que tomei banho, me arrumei, a Emme me ajudou com a maquiagem, deixando ela bem mais marcante para a noite, ao invés de fazer chapinha nos cabelos, usei o babyliss da Emme e fiz vários cachos soltos, o que deixou meus cabelos lindos, então finalmente me vesti, colocando um shortinho preto, brilhoso, com lantejoulas, esses típicos de festa, e uma blusinha, babylook, super justinha, também preta, para dar um destaque coloquei um colar prata que era grande e ia até minha barriga e na ponta tinha uma pequena cruz com pedrinhas de brilhante, coloquei algumas pulseiras pratas, para combinar com o colar e um brinco de pedrinha, prata também, e por fim, calcei um sapato de salto preto. Quando me olhei no espelho, finalmente pronta, a Emme começou a assobiar, e eu e a Lilly gargalhamos.

Eu estava mesmo linda.

A Emme colocou um vestidinho prata, todo brilhoso, meio justo na cintura, mas ele todo parecia estilo tubinho, ela com aqueles louros lindos, ficara linda com aquela roupa, tão simples, mas tão linda, era impressionante como ela entendia mesmo de roupas, e para a Lilly, elas escolheram um vestido preto, com renda na parte de cima e um cinto vermelho, para combinar com os cabelos da Lilly, e ela ficou linda, a roupa preta realmente destacava os cabelos, a Emme fez uma maquiagem nela para destacar os olhos verdes, e ainda passou um batom vermelho que ia matar o James do coração, ah se ia!

Demoramos um século e meio para descer, obviamente, porque nenhuma mulher ficava pronta tão rápido, né, ainda mais com toda aquela superprodução que tínhamos feito, quando finalmente descemos a festa já estava rolando solta, o som alto estava ecoando dentro do salão dos dormitórios, as conversas já estavam altas, parecendo uma peixaria, e tinha várias pessoas andando para lá e para cá, algumas em rodinha nos cantos, algumas dançando, todas com um copo de alguma coisa na mão, muito animados.

Seguimos por entre os alunos, ouvindo risos de um lado, conversas animadas de outro, meninos falando bobeira num canto, meninas falando sobre meninos no outro, e eu fui seguindo entre as pessoas, meus olhos perdidos por entre os alunos, em busca daquele que eu tanto queria ver, meu coração já ansioso por ver aquele sorriso, aquele rosto lindo, que só de pensar meu peito já se inchava como um balão e saia alçando voo, o que devia me deixar com mais seios, talvez, eu esperava que sim. Estava meio perdida em pensamentos que mal percebi quando alguém se aproximou de mim por trás, só senti mãos envolvendo minha cintura e me puxando para trás, o que me fez arregalar os olhos e dar um gritinho de susto, no instante em que lábios colavam-se ao meu rosto, próximo ao meu ouvido e depositava um beijo demorado, ele não precisava dizer mais nada, eu já sabia quem era, aquele cheiro era inesquecível e eu o reconheceria sob quaisquer circunstancias, abri um sorriso imenso no instante em que ouvia a voz dele ecoar alta e forte no meu ouvido.

— Meu Deus, como você está cheirosa! – Me encolhi quando os lábios dele foram descendo até o meu pescoço, beijando-o suavemente.

— Para com isso. – Eu disse, entre risos, e ouvi o riso dele na minha pele, no meu pescoço, então ele se afastou e me girou com as mãos dele, me fazendo deslizar nas mãos dele até estar de frente para ele, vendo finalmente o dono do meu coração bem a minha frente, lindo, maravilhoso além da conta, meu Deus, eu fiquei meio minuto sem ar enquanto olhava para ele.

Além daquele cheiro maravilhoso que emanava dele há quilômetros de distância, que era a coisa mais fantástica de se sentir, tinha ele todo a minha frente, lindo como um Deus grego. Ele parecia uma cópia de Narciso, eu apostava e ganhava, ou talvez uma mistura de Apolo e Narciso, ou os dois perdiam para ele, o que era bem mais provável, pode apostar. Ele estava com os cabelos espetados com gel, o que eu achava extremamente lindo, apesar de adorar ele com touca, todo meio molambento porque, até mesmo quando ele estava todo largado ele era a coisa mais linda do mundo, arrumado daquele jeito então, eu morria sem ar; ele estava usando uma camisa estilo social, de botões e gola, era azul escuro cheia de quadradinhos pequenininhos numa cor mais escura, com dois bolsos de cada lado e para combinar com a camisa ele estava usando uma gravata azul escura também, mal feita no pescoço, a blusa era de manga curta e ficava apertadinha nos braços, deixando aqueles músculos fortes do braço meio que a mostra, ele estava com uma calça jeans preta, e enquanto eu ficava olhando para ele, meio minuto paralisada, abobada, boquiaberta, eu morri, fui ao paraíso e voltei.

— Caramba, como você tá linda! – Voltei a mim com a voz dele, e sorri, vendo aquele sorriso deslumbrante naquela boca linda de lábios grossos e avermelhados que eu tanto amava e que só de olhar eu já sentia vontade de beijar, meu pai amado, como ele conseguia ser tão lindo assim? A mãe dele estava muito inspirada quando fez ele, porque olha, minha nossa, e lá ia eu perdendo o ar novamente.

Ele me puxou para ele, colando meu corpo ao dele e aproximou o rosto do meu, selando os lábios nos meus num selinho carinhoso e um pouquinho demorado, então se afastou sorrindo.

— Você tá um gato, sabia? – Ele abriu um sorriso imenso e piscou para mim antes de dizer.

— Pensei que sempre fosse gato. – Soltei uma risada e revirei os olhos.

— E convencido também.

— Realista. – Gargalhei ainda mais e ele me apertou contra o corpo dele, enfiando o rosto entre meu pescoço e meus cabelos, beijando meu pescoço e me arrepiando inteira, ele era mestre em fazer aquilo, era como se soubesse o que aquilo causava em mim, não era possível.

Dei um tapinha no braço dele enquanto já me encolhia toda contra o corpo dele e ele riu, se afastando e soltando meu corpo, para segurar minha mão.

— Vem, vamos arrumar uma tequila para você. – Ele disse, piscando para mim e eu abri um sorriso imenso, o que o fez negar com a cabeça de leve, como se estivesse me dando uma bronca muda, mas ele estava sorrindo ainda. Seguimos de mãos dadas por entre as pessoas, alguns caras cumprimentando ele aqui ou ali, e nós dois de mãos dadas fazendo todo mundo nos ver juntos, acho que parecia quase uma coisa oficial, mas sem ser oficial porque ele não tinha me pedido em namoro nem nada do tipo ainda, e eu nem tinha dito que estava tudo bem entre nós, por mais que isso fosse bem obvio né, só um burro não saberia disso.

Alcançamos um cantinho do salão onde havia uma mesa e vários copos e garrafas e o Luan largou minha mão para pegar um copo e uma garrafa, servindo um pouco de tequila, aproximadamente um dedo e meio, então deixou ele de lado e pegou mais dois copos grandes, pegando outra garrafa e despejando metade de um liquido transparente, depois pegou uma garrafa de schweppes e despejou mais metade até o copo encher até a borda, ele pegou um copo e tomou um gole e o colocou de volta a mesa, então pegou o outro copo que ele tinha colocado apenas um golinho dentro e se virou para mim, me entregando, dando um sorriso imenso.

— Sabe como tomar? – Fiz uma cara de esperta, sorrindo imensamente e depois olhei para o copo na minha mão e ergui, aproximando do rosto para cheirá-lo, fazendo uma caretinha com o cheiro forte, isso fez o Luan gargalhar.

— Oh, meu amor! – Ele estava rindo, mas aquela frase saiu tão carinhosa que eu quase virei geleia e deixei o copo cair, escorrendo junto com o liquido.

Que lindo!

Ele pegou uma fatiazinha de limão já cortada em cima de um pratinho e um vidrinho pequeno de saleiro e se virou para mim, sorrindo, meio risonho ao mesmo tempo.

— Deixa eu te ensinar, minha coisa linda. – Ele se aproximou de mim, ficando parado de frente para mim. – Você coloca um pouco de sal no limão, chupa o limão, dai você segura na boca o liquido do limão com o sal na boca, sem engolir, e então vira o gole de tequila e engole tudo. Entendeu?

Fiquei olhando para ele um tempo, então assenti, agora com uma cara de temerosa ao invés de quem sabia o que estava fazendo, e ele riu, se aproximando de mim e me dando um selinho rápido.

— Vamos lá, você consegue. – Eu revirei os olhos e respirei fundo, Okay, eu conseguia fazer isso, eu não era tão certinha assim, né.

Peguei o limão e o sal da mão dele e fiz o que ele falou, joguei um pouco de sal no limão, chacoalhando o vidrinho em cima do limão, deixando cair uma quantidade não muito grande, é claro, devolvi o vidrinho de sal para o Luan, que segurou, enquanto continuava parado a minha frente, me olhando.

Olhei para o limão e para o copo, respirei fundo e fiz logo antes que acabasse a minha coragem. Levei o limão a boca e chupei ele com o sal, ficou um gostinho meio azedo do limão, mais gostosinho com o sal, segurei o liquido na boca, sem engolir, e levei o copo de tequila rapidamente a boca, virando um grande gole e engolindo tudo junto, e...

Minha Nossa Senhora das meninas puritanas que nunca tinha feito uma coisa dessas na vida, o que era isso?

O negócio desceu queimando por minha garganta e caiu no meu estomago incendiando tudo por dentro, fiz uma cara feia e dei um pulinho depois, e o Luan começou a gargalhar.

Meu pai amado, aquilo era mesmo do capeta, mas caramba, era bom demais!

Eu queria mais!

Olhei para o Luan, ainda dando pulinhos, agora animada e abri um sorriso imenso, enquanto quase gritava, excitada com aquilo.

— EU QUERO MAIS! – Ele gargalhou e pegou o copo da minha mão e o limão, jogando o limão fora, colocou meu copo sobre a mesa e colocou mais uma dose, dessa vez ele pegou outro copo e fez um para ele, e então fez tudo de novo, pegou dois limões, dessa vez ele mesmo colocou sal nos dois limões, depois virou-se para mim e entregou o copo e um limão, depois pegou o outro copo e o outro limão e olhou para mim, sorrindo lindamente, e disse.

— No três. – Eu assenti, sorrindo excitada com aquilo. – Um, dois... Três.

E nós dois chupamos o limão, segurando o liquido na boca e viramos o liquido do copo num gole só. Eu dei outro pulinho, animada e fazendo uma careta depois e o Luan, que fez apenas uma cara feia por segundos, voltou a gargalhar de mim, que continuei pulando por mais um tempo.

Aquilo era maravilhosamente libertador!

Ele riu de mim por um tempo.

— Agora chega. – Ele disse e eu fiz a maior cara de indignação.

— Nãooooooo.... – Ele riu e revirou os olhos, pegando o limão e o copo da minha mão, depois de deixar os dele na mesinha, e jogou o limão fora, deixando o copo num canto. Pegou os dois copos grandes que ele tinha preparado antes e me entregou um.

— Se você beber só tequila vai tombar em cinco minutos. – Ele disse, rindo, virando um gole da bebida dele e indicando com o rosto a minha bebida, olhei para ela e aproximei do rosto, para cheirar, tinha um cheiro forte, mas se eu já tinha entrado naquilo, não podia parar, virei um gole e fiz uma careta, o gosto era forte, mas era gostoso, o gostinho de limão da schweppes deixava bem gostoso e fácil de tomar.

Ele sorriu e segurou a minha mão com a mão livre dele e me puxou e saímos andando por entre as pessoas novamente, seguindo em direção onde os meninos e minhas amigas estavam agora, num canto do salão, onde três sofás de um lugar cada estava em círculo, perto da janela, dois sofás estavam ocupados, o James estava sentado em um, com a Lilly no seu colo de lado, e no outro o Castiel com a Emme no colo, do lado de cada sofá tinha uma mesinha meio alta, de modo que, quem estava no sofá, conseguia pegar o copo sobre a mesinha, ao lado da mesinha do Castiel e da Emme tinha um copo e ao lado do sofá do James e da Lilly, tinha outro. Nos aproximamos, eles estavam conversando e rindo e quando nos viram, sorriram para nós, o Luan colocou o copo dele sobre a mesinha ao lado do sofá e se sentou no sofá, me puxando para me sentar no colo dele, apesar de ser de um lugar só, o sofá era grande e espaçoso, e eu me recostei no braço lateral do sofá e nele um pouco, ficando sentada meio de lado, com as pernas para fora. O Luan passou uma mão nas minhas costas, me segurando e a outra pegou o copo, virando um gole e depois colocando o copo novamente sobre a mesinha, eu fiz a mesma coisa, tomei um gole e coloquei meu copo ao lado do copo do Luan.

— E ai, Belly, achou a tequila? – Eu fiz uma careta e o Luan gargalhou.

— Ela adorou! – O James fez uma cara de surpresa e a Emme gargalhou. Que legal, todo mundo ia rir de mim agora?

— Belly! Quem diria heim, o Luan está mesmo te transformando. – A Emme disse e o Luan sorriu e arqueou as sobrancelhas olhando para mim e eu dei de ombros.

— Me transformando num mal exemplo igual a ele. – Ele gargalhou e eu ri, brincando.

— Você adora esse mal exemplo. – Não podia negar, eu adorava mesmo.  Fiz uma careta e ri, me encolhendo de leve.

— Adoro mesmo. – Eu disse, meio baixinho, e ele sorriu, carinhosamente, me olhando por segundos, que pareceram uma eternidade, eu senti vontade de beijar ele, de beijar ele até que aquele calor que começava a tomar conta do meu corpo me consumisse completamente, mas acho que era só efeito da bebida, sorri e desviei os olhos antes que eu fizesse merda na frente dos meus amigos ainda por cima.

A Emme estava rindo, o James e a Lilly também.

— A Lilly também experimentou. – O James disse e eu desviei os olhos para ver a Lilly e depois a Emme que riu mais ainda, ah, a Emme com certeza já estava começando a ficar bêbada também, ou ela estava rindo de louca mesmo que ela era, vai saber, ela bêbada e ela normal era quase a mesma coisa.

A Lilly ficou vermelha igual os cabelos e deu de ombros.

— É horrível! – Todo mundo gargalhou e o James abraçou ela forte, enchendo o rosto e o pescoço dela de beijos, fazendo ela se encolher no colo dele.

— Pelo menos alguém tem juízo por aqui, né. – Revirei os olhos, é claro que tinha que ser ela, né.

— Claro, né, Lilly. – Todo mundo riu.

— Pelo menos não sou eu dessa vez. – O Castiel disse e a Emme olhou para ele, erguendo as sobrancelhas.

— Ah, mas deveria ser. – Ele riu e olhou para Emme com uma carinha tão bonitinha que eu ri, vendo os dois.

— Poxa, Emme, só uma vez, vai... – Todo mundo riu deles e a Emme abriu um sorriso imenso, segurando o rosto do Castiel para se aproximar do rosto dela.

— Tudo bem, só porque você fica lindo assim. – Todo mundo riu, o James e o Luan fizeram cara de nojo e eu ri deles, estavam só zoando com o Castiel. A Emme selou os lábios no Castiel e eles trocaram um beijo rápido, enquanto os meninos continuavam zoando.

— Ah que bonitinho, o Cas tá apaixonado! – O Castiel revirou os olhos.

— De quatro.

— De coleira.

— Que nem um patinho. – Todo mundo riu, e o Castiel revirou os olhos mais uma vez.

— Olha quem tá falando. – Ele disse, não especificando ninguém, afinal os dois estavam falando e eu acho que ele querendo dizer que os dois também estavam, mas os meninos só riram e não disseram nada.

— E ai, tá de pé ainda a nossa aposta amanhã, Santana? – O Luan encarou o James e deu seu melhor sorriso de ganhador.

— Você já era, Theo James.

— Você que pensa, Luan Santana. Se prepare para perder.

— Já pegou o lencinho, Theo James, você vai precisar.

— Ainda bem que a Belly vai estar lá, para você chorar no ombro dela. – Eu gargalhei. Aqueles dois eram hilários.

Resolvi ajudar o meu amorzinho, é claro.

— Ele não vai precisar de mim para chorar, só para ganhar.

— Ahhh, essa é minha garota! – O Luan abriu um sorriso imenso, então segurou meu queixo e me puxou para um beijo, selando seus lábios aos meus num selinho demorado e apertado. Depois ele afastou o rosto de mim, sorrindo lindamente, e se voltou para o James. - Tá vendo, James, você já era.

— Eu também tenho uma garota linda para me ajudar. – O James sorriu para a Lilly e se aproximou dela, dando um selinho rápido, e a Lilly ficou da cor dos cabelos, eu ri diante do jeito dela. – Não cante vitória antes da hora, mermão.

— Haha. Veremos. – Eu fiquei rindo dos dois, eles eram mesmo muito hilários juntos.

— O que vocês apostaram? – O Castiel perguntou, depois de ficar observando a gente e rindo junto com a Emme.

— Basquete no flip. – Respondeu o James, e o Castiel assentiu com a cabeça.

— Tá afim de participar, Cas? – O Castiel negou com a cabeça de leve e depois gargalhou.

— Nem pensar.

— Por que, já sabe que vai perder Vega? – Lá foi o James provocar ele também e eu gargalhei ali, no colo do Luan, eu estava com o riso fácil, parecia que estava começando a tudo ficar leve, alegre e engraçado.

Tomei um gole da minha bebida, sentindo ela descendo queimando por minha garganta e esquentando tudo por dentro de mim como se eu tivesse tomando o fogo puro, quase igual aquele fogo que o Luan me fazia sentir quando me beijava ou ficava perto de mim, mas dessa vez era apenas a bebida.

— Eu não perderia se entrasse, mas como conheço vocês dois, não quero nem entrar nessa.

— Alá, já tá dando para trás, é um fracote mesmo.

— Eu vou te mostrar o fracote.

— Anda logo, Vega, entra na aposta, seu merda.

— Não.

— Porra, cara, você nunca dá para trás, tá com medo de passar vergonha na frente da sua mina? – O Luan gargalhou e o Castiel fez uma careta, a Emme estava olhando dos meninos para o Castiel e então ergueu uma das sobrancelhas.

— O que foi, Cas? – Ela perguntou, talvez tivesse mesmo pensando que ele não quisesse participar por causa dela, por medo do que ela diria se ele perdesse ou coisa assim. – Eu não vou te zoar, nem nada se você perder, você sabe disso, né?

O James gargalhou e a Emme fez uma cara feia para o James que parou de rir na mesma hora.   

— Eu sempre vou estar do seu lado te apoiando. – Ela disse, toda carinhosa ao Castiel e ele ficou olhando para ela, sorrindo, todo bobo, parecia o mesmo sorriso que o Luan tinha ficado no rosto me olhando aquela tarde, e ao pensar nisso eu senti uma coisa no peito que entalou minha garganta, como se uma bola de pelos estivesse se prendendo ali e me sufocando, peguei o meu copo e virei um grande gole, o Luan me olhou de lado, sem entender e eu dei um sorrisinho, enquanto o Castiel continuava conversando com a Emme, mas todo mundo participando no modo silencioso.

— Eu sei disso, Em, não tem nada a ver com isso, é que eu conheço bem esses dois.

— Ele sabe o que acontece com quem perde, é isso. – O Luan disse, meio sério e o Castiel olhou para ele e ergueu uma das sobrancelhas, desafiando-o, mas o Luan não disse mais nada. Eu olhei curiosa para o Luan, sem entender, o que acontecia com quem perdia?

— Como assim? O que acontece com quem perde? – O James soltou uma gargalhada e o Luan deu de ombros, rindo, o Castiel também começou a rir e eu, a Emme e a Lilly ficamos olhando para os três sem entender nada.

— Esqueci de te contar essa parte da aposta. – Arqueei as sobrancelhas, encarando-o sem entender. Que parte da aposta?

— Quem perde tem que pular no lago à meia noite, só com as roupas intimas.

O QUE?

Arregalei os olhos e encarei o James, depois desviei os olhei para o Luan, que abriu um sorriso amarelo, bem assim “só esqueci de contar esse simples detalhezinho, meu amor”.

— Ele está brincando, né? – Eu indaguei, meio baixinho para o Luan, mas o James ouviu e começou a gargalhar e o Luan começou a rir junto, negando com a cabeça.

— Vocês estão brincando, eu não vou pular no lago. James! – O Luan e o James gargalharam ainda mais, como se achassem tudo muito engraçado.

— O Castiel não quer ir porque ano passado foi ele que pulou. – O James disse, depois que parou de rir, a Lilly ficou olhando com os olhos tão arregalados quanto eu. Eles só podiam estar brincando.

— Cas? – A Emme perguntou, incrédula, e os meninos riram novamente, nessa hora até eu ri, ela parecia não acreditar, a cara dela era de puro susto.

O Castiel deu de ombros.

— Eu perdi, ué, e aposta é aposta.

— Vocês sempre fazem isso? – Eu perguntei, olhando para o Luan meio assustada ainda, e completamente incrédula, como eles podiam pular no lago no meio da noite apenas com a roupa de baixo, quer dizer, aquele lago já era um gelo até mesmo de dia, com o sol rachando em cima dele, imagina a meia noite, devia ser o gelo puro, tipo aquele mar onde o Jack morreu congelado, eu apostava e ganhava, na certa.

— Desde a oitava série. – Arregalei os olhos, como eu nunca vi ninguém pelado no lago a meia noite? Ah, claro, deve ser porque eu nunca vou no lago a meia noite, né?

— Gente, vocês são loucos. – A Emme disse e eles riram, como se achassem mesmo engraçado.

— É divertido, todos nós já pulamos alguma vez na vida.

— Alguns mais do que algumas vezes.

— Alá quem tá falando, Castiel, quantas vezes ele já pulou mesmo? – O Castiel gargalhou e o Luan riu junto.

Esses meninos eram definitivamente loucos, agora eu não tinha mais dúvidas disso.

— Então se perdermos eu vou ter que... – A Lilly começou assustada e o James se apressou, bem convincente daquilo.

— Nós não vamos perder, meu lírio.

Desviei os olhos dos dois e olhei para o Luan, erguendo as sobrancelhas e ele riu.

— Por que você não me contou essa parte antes? – Ele deu de ombros, sorrindo.

— Eu me esqueci, e também, com tudo que aconteceu com a gente depois... – Ah, claro, aconteceu tanta coisa, nem tivemos tempo de ter aquele tipo de conversa.

Assenti com a cabeça e peguei meu copo para virar mais um gole, mas daí eu percebi que era o último gole, eu já tinha bebido o copo inteiro e nem tinha percebido, que isso, gente, será que eu estava virando cachaceira igual aqueles meninos?

Coloquei o copo vazio sobre a mesinha e vi que o James estava grudado na Lilly, falando algo no ouvido dela e fazendo ela rir, toda manhosa, eu sorri e desviei os olhos para a Emme e o Castiel, eles estavam se beijando, e eu desviei os olhos rapidamente, era estranho ficar olhando minhas amigas beijando, o Luan estava virando o resto da bebida dele também e depois que colocou o copo sobre a mesinha, segurou minha mão e inclinou o corpo para a frente, tocando o meu rosto com os lábios e depois falando, carinhosamente e meio baixinho.

— Vem, vamos sair daqui, quero te mostrar um lugar. – Abri um sorriso, curioso e ele sorriu, segurando meu rosto e me dando um selinho.

Escorreguei do colo dele e desci, quando pisei no chão senti como se o mundo estivesse dando uma oscilada e me segurei na borda do sofá, o Luan se levantou e me segurou, rindo.

— Beber sentada dá nisso, quando você levanta, tudo gira. – Eu ri, um pouco mais alto do que o normal e olhei para os lados, mas ninguém estava me olhando, todo mundo estava namorando sem nem lembrar que eu existia, eu sabia bem como era aquilo e não ia atrapalhar elas.

Ele segurou minha mão e me puxou com ele, saindo andando por entre os alunos que estavam mais barulhentos que o normal, a música ainda ecoava pelo ambiente, uma música agitada, meio barulhenta, risos se misturavam aos barulhos da música, vozes elevadas, gritinhos, uma balburdia sem fim. Passamos por entre meninos e meninas, ninguém mais notando a gente ali, no meio de tanta gente e seguimos em direção as escadas que levavam para os dormitórios.

Notei que ele estava me levando em direção as escadas que dariam nos dormitórios masculinos, eu nunca tinha ido lá, e quando alcançamos as escadas, eu apertei a mão do Luan e a puxei, meio temerosa, e ele virou o rosto para me olhar.

— Ai é o quarto dos meninos. – Ele riu e assentiu com a cabeça.

— Relaxa, eu não vou te tarar, não. – Eu gargalhei. Até que não seria uma má ideia, pensando bem. Ele me puxou novamente e eu segui atrás dele, começando a subir as escadas, como eu estava meio bêbada, ou talvez um pouquinho mais do que meia, ele soltou minha mão e parou ao meu lado, segurando minha cintura e me ajudando a subir sem tropeçar nos degraus, o que aconteceria fácil se eu estivesse sozinha, o salto também não ajudava em nada.

— OPS! - Pisei em falso num degrau e dei uma cambaleada para trás e o Luan me segurou firmemente, enquanto eu começava a gargalhar.

— Devagar, princesa. – Eu ri, tentando manter o controle, eu juro que minha mente estava boa, eu estava pensando completamente bem e perfeitamente normal, mas minhas pernas é que estavam meio desnorteadas, não me obedecendo muito bem, era como se o meu corpo estivesse meio lerdo além do normal, e minha mente apenas lerda o que já era sempre.

— Minhas pernas não estão obedecendo. – O Luan riu.

— Isso é normal. Você não está acostumada a beber, por isso. – Com certeza absoluta meu amor, eu nunca tinha tomado um porre na minha vida, pensando bem, eu nunca tinha bebido nada alcóolico na minha vida, pronto, falei. Sim, eu era uma santinha, pode dizer, mas desde que começara a andar com ele, isso estava mudando em todos os sentidos.

Alcançamos o alto das escadas e seguimos por um corredor, parecia com o dormitório das meninas em praticamente tudo, os quartos um ao lado do outro, o corredor, só que era do outro lado. Seguimos pelo corredor até o final, eu não fazia ideia que o quarto deles era no final, uma vez que o meu e das meninas era logo no começo do corredor, subia as escadas e já saia praticamente na cara do nosso quarto.

O quarto deles era mesmo o último no corredor, ele abriu a porta e me puxou para dentro, acendendo a luz, e eu vi um quarto também parecido com o meu, mas o quarto deles parecia maior, sei lá, podia ser só impressão, mas parecia mesmo maior. As camas eram mais afastadas uma das outras e eles tinham uma cortina envolta de toda a cama que fechava elas, como que para dar privacidade a eles, o que não tinha no nosso quarto, talvez as meninas não precisassem de privacidade umas com as outras, sei lá, nós meninas éramos mesmo muito mais à vontade umas com as outras no quesito corpo, eu passara a vida toda vendo as meninas de calcinha e sutiã, e para mim, era como se fossemos irmãs dormindo no mesmo quarto, então não tinha nada demais.

Eu parei no meio do quarto e fiquei olhando a volta, o Luan olhou para mim e sorriu, aquele sorriso lindo e eu pensei, por um segundo, se ele não ia mesmo me tarar, quer dizer, por que ele tinha me levado ali?

— Eu não vou te tarar, Belly. A não ser...

— A não ser? – Perguntei rapidamente e ele riu.

— A não ser que você queira. – Ele sorriu sapecamente e eu fiquei mais vermelha que um pimentão, ele me puxou pela cintura, rindo e beijou meu rosto, enchendo-o de beijos.

— Relaxa, eu não vou te tarar, só quero te mostrar uma coisa. – Ele soltou minha cintura e segurou minha mão e então me puxou pelo quarto, do lado esquerdo do quarto tinha um guarda roupa imenso, madeira pura, quando nos aproximamos, percebi que o guarda roupa não era grudado a parede como parecia ser de longe, ele tinha um espaço na lateral da parede direita, e um espaço também na parte de trás, um espaço que cabia uma pessoa inteira. Ele parou perto do guarda roupa e me olhou e então sorriu arteiro e me disse.

— Eu vou na frente e você me segue, bem perto de mim, tá? – Arregalei os olhos e olhei para ele e depois para o guarda-roupa.

— Vamos para Nárnia? – Eu brinquei e ele riu, negando com a cabeça.

— Engraçadinha. Vem. – Ele esticou a mão para pegar minha mão e eu estiquei minha mão pegando a dele, que ele apertou carinhosamente. Ele seguiu em direção a lateral do guarda roupa, no vão que tinha desgrudado da parede, então soltou minha não e passou pelo vão, se apertando para passar, o vão não era tão pequeno, mas também não era enorme, eu passava de boa, mas ele não, ele era grande e forte né, eu era pequenininha.

Fui atrás dele e passei de lado pelo vão ao lado do guarda roupa e sai na parte de trás do guarda roupa, eu não conseguia ver direito a frente porque o Luan estava a minha frente tampando a visão praticamente toda, mas eu percebi que tinha uma escadinha no final, atrás do guarda roupa. Uma escada? Como assim? Para onde nós iriamos?

Ele seguiu atrás do guarda roupa até chegar próximo a parede do outro lado, então parou a beira de uma escadinha de madeira, então virou o rosto e me olhou, sorrindo, uma mão ele estava já segurando na escada, prestes a subir. Caminhei até ele e parei perto da escada, vendo ele subindo a escada até chegar perto do teto, mas quando ele tocou o teto, não era o teto mais, era um forro, ele apertou com as duas mãos, fazendo força, então uma espécie de tampa, um quadrado bem grande, se ergueu sob a pressão dele e eu senti um vento soprando para dentro do quarto e batendo na minha cara, me deixando mais surpresa ainda. Ele afastou a tampa com as duas mãos, empurrando para o lado e então se ergueu, pisando no último degrau e passando pelo buraco e saindo... no telhado?

Parei na beira da escada e olhei para cima, vendo o rosto dele apontando no buraco e me sorrindo, lindamente.

— Vem, sobe! – Olhei para a escada e então para ele lá em cima, e segurei a lateral da escada.

Se você está pensando nessas escadas normais, com degraus e corrimão, esqueça, estou falando dessas escadinhas de madeira, móvel, que se coloca em todo lugar, onde tem duas madeiras grande de cada lado e aqueles pauzinhos no meio, e você tem que segurar dos dois lados e fazer força para subir, rezando para não cair da escada, e aquela era eu, rezando para não cair quando comecei a subir a escada, mas com o salto, não estava dando muito certo, eu mal conseguia pisar direito, então ergui o pé e chacoalhei no ar, fazendo o sapato se soltar do meu é e cair no chão num baque surdo, e fiz o mesmo com o outro pé, ficando descalça.

— Boa ideia, você não ia conseguir ficar com aquilo aqui em cima. – Arregalei os olhos e ele riu, e me chamou com a mão. – Vem, Belly. – Tomei coragem e dei um impulso no corpo, subindo os degraus até chegar lá em cima, minha cabeça se aproximando do buraco, ele esticou a mão para me segurar, e eu segurei na mão dele, sendo puxada enquanto continuava subindo até pisar no último degrau e finalmente sair pelo buraquinho: estávamos em cima do telhado.

Quando terminei de subir, pisando sobre o telhado, finalmente longe daquela escadinha, ele me segurou pela cintura e eu olhei ao redor, parando de respirar por um minuto.

A paisagem era espetacular.

As estrelas brilhavam no céu acima, infinitas e tão maiores como se eu estivesse muito mais perto do céu, milhares de pontinhos brilhantes em dourado e prata e a lua cheia destacavam-se sobre o céu, aquela bola prateada no céu, a coisa mais linda que eu já tinha visto na minha vida, era como se tudo estivesse a um toque de distância, como se eu pudesse esticar a mão e tocar nas estrelas e na lua, como se eu pudesse brincar com elas com as pontas dos dedos, e diante de tal pensamento eu estiquei a mão a frente, em direção ao céu, tentando tocar nas estrelas, se eu fechasse um dos olhos e olhasse na ponta dos meus dedos era como se eu estivesse mesmo muito perto de tocá-las.

Desviei os olhos e vi o Luan parado ao meu lado, sorrindo enquanto me observava, eu sorri e olhei a volta, observando o telhado, não era muito grande, era como se fosse um telhado de uma sacada, mas ali não havia nenhuma sacada; Eu nem sabia que tinha um telhado naquele colégio, quer dizer, como tinha um telhado ali se o último andar era uma área de concreto, onde nós, inclusive, já tínhamos subido pelas escadinhas medonhas da parte de trás do colégio?

— Eu nem sabia que tinha um telhado no colégio. – Ele riu e me puxou para o lado, me ajudando a caminhar sobre as telhas, parando mais para o outro lado de onde tínhamos saído, quase no meio do telhadinho e nos sentamos, o Luan me ajudando a me sentar sem escorregar e deslizar por aquelas telhas, o que faria eu cair e me espatifar lá em baixo e não seria nenhum pouco legal e romântico, tenho certeza.

Me sentei e estiquei as pernas, apoiando o pé em uma telha mais abaixo que me dava um apoio maior e me garantia não escorregar, mas as telhas não eram tão lisas quanto pareciam olhando de cima. O Luan sentou atrás de mim, as pernas abertas, encaixando meu corpo no meio do dele e fazendo eu me recostar no peitoral dele atrás de mim e então me abraçou, envolvendo meu corpo com os braços fortes e eu me recostei nele, olhando a paisagem a minha frente. Além do céu maravilhoso, dali eu podia ver tudo, eu podia ver o estádio de um lado, a floresta escurecida de outro, o que me fez pensar nos momentos que passamos no meio daquela mata como se fosse outro lugar no mundo, ou até mesmo fora desse mundo; conseguia ver o vale mais adiante, lá em baixo, várias luzinhas douradas das luzes dos postes e das casas acesas aquele horário, era uma paisagem simplesmente linda, indescritível de fato e inexplicável, e eu senti meu peito se enchendo de alguma coisa que eu não conseguia explicar, uma sensação de paz, de quietude, de tranquilidade interior que eu jamais tinha sentido na vida antes, o silencio ali era quase palpável apesar de ainda poder ouvir a música que tocava no interior do dormitório, vindo do salão lá em baixo, mas ali o silencio era predominante, até mesmo aquela música ao longe era possível de se esquecer e deixar que apenas o silencio imperasse, levando à alma uma sensação ainda maior de paz e tranquilidade.

Senti o toque dos lábios do Luan no meu rosto, lateralmente e sorri, virando meu corpo de lado um pouco para olhar para ele, ele me sorriu, aquele sorriso lindo.

— E ai, gostou? – Sorri e assenti com a cabeça, desviando os olhos novamente para a paisagem. – Era para ser uma sacada aqui, mas o diretor mudou de ideia e então deixaram só o telhado.

— Uma sacada seria perfeito. – Ele riu e acho que assentiu, mas eu estava olhando a paisagem novamente, me deixando ser tomada por aquelas sensações que não conseguia explicar.

— Seria, mas a gente encontrou essa passagem para o telhado e nem precisamos de sacada, já temos a nossa própria sacada. – Virei o rosto novamente e então disse, com a voz brincalhona.

— E você já trouxe quantas meninas até aqui? – Ele me olhou, sério, e então sacudiu a cabeça levemente, negando-a.

— Você é a primeira. – Olhei para ele e pisquei. Ele estava mesmo falando a verdade?

— É sério? – Ele assentiu e tocou meu rosto com as pontas dos dedos, acariciando-o levemente.

— Eu te trouxe aqui porque queria te falar uma coisa. – Olhei para ele e franzi o cenho, já começando a ficar curiosa. Falar o que? Era sobre ele? Sobre nós? Ele viu minha carinha de curiosa e sorriu, negando com a cabeça levemente, ainda acariciando meu rosto. Eu ajeitei meu corpo meio de lado, no meio das pernas dele, e me recostei, metade das costas no peito dele, outra metade no braço esquerdo. – Mas você precisa me jurar que vai ouvir tudo o que eu vou dizer primeiro e depois dizer alguma coisa.

Assenti com a cabeça, já erguendo as sobrancelhas, começando a pensar no que poderia ser, quer dizer, se ele queria que eu ouvisse tudo antes de falar era porque era sério o negócio?

— Promete que não vai me jogar de cima do telhado antes de ouvir tudo o que tenho para dizer? – Arregalei os olhos.

— Luan... – Comecei e ele tocou meu lábio com o dedão, roçando o dedo bem de leve no meu lábio, me fazendo entreabrir os lábios levemente, já começando a sentir um calor intenso no meu corpo inteiro só com aquele toque.

— Promete, Belly? – Olhei para ele e molhei os lábios levemente quando ele afastou o dedo do meu lábio deixando para trás uma sensação de adormecimento e falta do toque dele.

Eu estava começando a ficar com medo do que ele tinha para dizer.

— Prometo. – Assenti com a cabeça e ele assentiu de volta, então mordeu o lábio inferior e respirou fundo, como se estivesse tentando tomar coragem.

— Eu fui um idiota com você. – Ele começou e eu fiquei olhando para ele, mordendo o lábio, sentindo meu corpo começando a tremer sem que eu pudesse controlar e a ansiedade tomar conta do meu corpo por inteiro. Se ele não falasse logo tudo, eu ia morrer. – Eu sei disso, fiz tudo errado, tudo, não tinha nada a ver com você, tinha só a ver com o meu lado idiota e burro, pensando que continuar com aquela vida de galinha era melhor do que ter você ao meu lado, mas não era, e eu percebi isso ontem, Belly.

Engoli em seco e fiquei encarando ele, sentindo o medo tomando conta do meu corpo, o que tinha acontecido ontem que ele não tinha me contado?

— Ontem, naquela boate, por um momento eu pensei que podia ter a minha vida de galinha de volta, quer dizer, você tinha pedido um tempo para pensar, não estávamos juntos de fato e lá estava eu, sozinho, podendo ser quem eu sempre gostara de ser, o Luan galinha, charmoso, que pegava a mulher que queria.

Claro, eu sabia que ele podia ser isso quando ele quisesse, onde ele quisesse e com quem ele quisesse, e era por isso que ontem eu mal conseguira dormir, era por isso que eu tive tanto medo e não parei de pensar no que ele estava fazendo. Eu assenti e não disse nada, e ele continuou.

— Mas acontece que não foi bem assim, e lá, naquela boate, eu acabei percebendo que, mesmo que eu pudesse pegar todas as mulheres do mundo, desde a mais linda a mais gostosa do universo, nenhuma delas me deixaria como você me deixa, nenhuma delas me faria sentir o que você faz, Belly, o que você está fazendo agora. – Ele segurou minha mão e levou até o lábio, tocando os lábios na face da minha mão e depositando um beijo, suave. – Você tem todo o direito de ter medo que eu faça merda de novo, de ter medo de que eu mude de ideia, porque eu já fui idiota mais de uma vez, e eu sei que sou um idiota, e possa ser que eu venha a ser idiota de novo, e faça alguma merda, porque eu ainda estou aprendendo a ser esse novo Luan, esse novo Luan por causa de você, por você, para você, e eu só posso te pedir que me ajude a continuar sendo esse Luan, mas para isso, eu preciso que você me aceite, Belly, que você perca esse medo e confie em mim, e se eu fizer alguma merda, você puxe minha orelha e me coloque de castigo, se for preciso, eu aceito, só não se afaste de mim e não me deixe afastar de você de novo.

Fiquei olhando para ele, mal conseguindo piscar, meu ser inteiro estava se encolhendo dentro do peito, meu coração estava se apertando, tinha uma bola de pelos se formando na minha garganta e meus olhos arderam, o que ele estava dizendo? Meu deus, o que ele estava querendo dizer com tudo aquilo?

Respirei fundo, me lembrando de como se respirava novamente e olhei ao redor, piscando algumas vezes tentando afastar as lagrimas que começavam a querer descer por meu rosto; uma música vinha de dentro dos dormitórios e eu fiquei ouvindo ela por alguns segundos, antes de voltar os olhos para ele e ver aqueles olhos lindos me encarando, com tanta sinceridade que eu nunca tinha visto antes, e algo mais, tinha algo mais naquele olhar que eu não conseguia definir.

A música continuou tocando, uma música linda que eu não fazia a menor ideia de quem cantava ou que música era, mas eu fiquei lá, ouvindo a música e olhando para ele, meus olhos ardendo até que uma lágrima escorreu pelo canto dos meus olhos e desceu sorrateira por minha pele, sem que eu pudesse sequer senti-la, porque naquele momento, eu não estava sentindo mais nada.

— Belly... – Ele disse, com a voz mais baixa, me fazendo prender a respiração para não começar a chorar ainda mais. Ele me olhou, roçando a face da minha mão nos lábios, me fazendo sentir a barba dele por fazer na minha pele, junto com a pele quente, e um arrepio perpassou por meu corpo inteiro. – Eu estou apaixonado por você.

Senti que o mundo parava de girar, o vento parava de soprar, as estrelas paravam de brilhar no céu acima, todas se transformando em olhinhos que nos observavam, atentas, querendo ver e ouvir todos os detalhes, as corujas em seus galhos altos, com seus lindos olhos arregalados paravam de piar para poder nos ouvir, as arvores lá em baixo, tão altas e imensas que quase podiam alcançar aquele telhado, paravam de se chacoalhar e os passarinhos em seus ninhos, paravam de bater suas asinhas chamando por atenção, e erguiam os olhinhos para nos ver, em cima do telhado, como se fossemos dois gatinhos apaixonados, no alto do telhado, vendo as estrelas e a lua acima; o mundo inteiro parou para nos ver e nos ouvir, enquanto eu parava de respirar e meu corpo inteiro se congelava por dentro, minha mente se perdendo, sem conseguir pensar em nada, um branco e um silencio como tudo ao redor, tomando conta de mim e do meu corpo, completamente. Eu estava totalmente sem reação enquanto aqueles olhos castanhos tão lindos me olhavam de um jeito que eu nunca tinha visto ele olhar antes, e aqueles lábios tão lindos e vermelhos se molhavam e ele respirava fundo, fechando os olhos, como se estivesse pensando ou tomando coragem para alguma coisa.

De olhos fechados ele sacudiu a cabeça negativamente, antes de afirmar.

— Não, não estou apaixonado. Eu... Eu amo você.

Ele disse isso, e enquanto a voz dele ecoava em meus ouvidos e meu coração parava de bater e meus pulmões paravam de respirar, eu ainda podia ouvir a música que vinha de dentro dos dormitórios.

It's gotta get easier, oh easier somehow
Vai ficar mais fácil, mais fácil de alguma forma

Cause I'm falling, I'm falling
Pois estou apaixonado, apaixonado

— Eu fui um babaca, um otário, mas eu prometo que não vou ser mais. Eu prometo se você quiser... – Ele abriu os olhos e parou  de falar e eu o encarei, sem conseguir emitir uma única palavra; eu senti outra lágrima descendo por meu rosto, silenciosa, que droga, eu não queria chorar, mas aquela música que vinha do dormitório e o olhar dele, e aquelas palavras, e aquela sensação estranha, e aquela paisagem, e a bebida, tudo estava mexendo comigo e eu não estava conseguindo me controlar, meu coração pulsava forte no peito, inchado, tinha tanto sentimento pulsando dentro dele que eu mal conseguia respirar.

Meu deus, o que ele estava fazendo?

Eu vi ele enfiando a mão no bolso da calça e puxando uma caixinha e senti minha respiração sumir dos pulmões.

Ele abriu a caixinha e virou-a para mim e eu morri por um segundo enquanto meus olhos continuavam abertos, olhando para a caixinha, eu como uma morta sem conseguir dizer nada, os minutos correndo no relógio, a terra girando tão gradativamente que mal podíamos sentir, as estrelas brilhando lá de cima e nos observando, enquanto eu continuava olhando para aquela caixinha pelo que parecia ser uma eternidade.

Meu deus!

take me back again
me aceite de volta

We'll make a memory out of it
Vamos criar uma lembrança disso

 

— Isabelly Maia Muller... – Ele começou e eu arfei, levando uma das mãos a boca, sem conseguir acreditar que ele estava mesmo fazendo aquilo. Não, ele não estava mesmo fazendo aquilo, estava?

Outra lágrima desceu por meu rosto, um sorriso enorme se formou nos lábios dele, e eu me derreti completamente, meu corpo inteiro começando a tremer recostado a ele, meu coração inchado e apertado ao mesmo tempo, um aperto e uma sensação de estar pisando nas nuvens tomavam conta do meu corpo e do meu coração, meus pensamentos estavam fugindo da minha mente como ratinhos brancos com medo de serem capturados e irem parar numa gaiolinha onde somente passariam o resto da vida girando e girando numa roda sem sentido, e eu estava girando e girando sem conseguir entender ou acreditar naquilo tudo e que aquilo estava mesmo acontecendo comigo, minha mente girava dentro da minha cabeça, meu corpo tremia e eu estava sem chão, sentada sobre o telhado no alto do colégio, com a paisagem mais linda a minha frente e outra mais linda ainda as minhas costas e acima de mim.

Eu estava sonhando e era o sonho mais lindo de toda a minha vida.

E enquanto ele dizia aquelas palavras, eu tive certeza absoluta de uma coisa:

Se eu já não fosse desesperadamente apaixonada por ele, eu me apaixonaria agora.

 

— Você quer ser minha garota?

 

 

 

 


Notas Finais


Estou até com medo de comentar alguma coisa depois disso porque vai estragar o clima.
Oficialmente, a música “not today – Imagine Dragons”, é o tema do casal ‘Lubelly’
Gente...
Eu estou sem fala, eu mesma estou sem fala, porque essa música é a coisa mais linda que eu já ouvi em toda minha vida

Talvez seja porque eu sou a pessoa que mais ama musicas de temas de filmes no mundo todo, desde essas musicas normais, como aquelas instrumentais, eu sou completamente apaixonada por música de tema e trilha sonora de filmes porque elas têm um dom de fazer a gente sair de dentro da gente e ir para outro planeta e o mundo se transformar numa coisa completamente maravilhosa enquanto observamos eles lá de cima, da lua, vendo o universo todo ao nosso redor, e até essa simples nota final começa a ficar emotiva demais porque estou escrevendo ela ouvindo essa música
kkkkkkkkkk

Só queria dizer que, eu amo escrever, seja fanfic, ou seja meu livro, porque escrever é o que eu sei, de fato fazer, e escrever é além de você pegar uma ideia e descrevê-la no papel ou numa página do word em branco, escrever é você conseguir colocar o sentimento numa simples cena e poder transmitir isso a quem está lendo de modo que até mesmo a pessoa consegue sentir o que você sentiu quando escreveu, escrever é tirar alguém do lugar e levar ela até onde você está quando escrevia aquela cena, e eu me orgulho muito disso tudo que eu faço, mesmo que apenas meia dúzia de pessoas leiam nesse momento, eu sei que eu fiz uma coisa que eu mesma gostei e gostei de fazer, porque escrever é isso, é você não escrever para as pessoas, mas para si mesmo.

Eu disse que meia dúzia de pessoas leem essa fic, mas eu estou sendo muito modesta kkkk, talvez seja mais que isso porque cada capitulo tem mais de cento e cinquenta visualizações quase, o que significa que muita gente lê, mas poucas comentam, e sobre isso eu gostaria de pedir

Gente, comentem mais, vocês não sabem o quanto isso é importante, além do quanto isso me faz bem

Essa fic aqui, eu adapto ela para uma outra fic de Harry Potter, que eu posto aqui mesmo no site, que chama “O que toda mulher inteligente deve saber” (não precisam ler porque é exatamente a mesma coisa que essa só que versão Hogwarts com o Sirius e a Marlene), e eu recebi recentemente alguns comentários lá que me deixaram muito feliz, porque a menina parecia que estava tendo um treco com o capitulo, e o comentário dela me deixou excepcionalmente feliz.

É uma simples fanfic (que muita gente nesse site escreve de qualquer jeito, não leva a sério, pensa que escrever é só narrar de qualquer jeito, sem nem se importar com o que escreve), mas para mim fanfics sempre foi uma escola, uma escola sozinha, de mim comigo mesma e meu amor por escrever, que foi me fazendo continuar e melhorando cada vez mais, e cada comentário lindo que eu recebo, é uma alegria, um incentivo que me ajuda a continuar escrevendo.
Por isso, dou dois conselhos:

Primeiro, se você escreve e quer fazer isso porque ama, ame mesmo e se empenhe em tudo que você faz, desde uma fanfic a um livro, porque se você não consegue se empenhar numa coisa simples e fácil de fazer, que ninguém vai requerer muito empenho de você, como vai fazer um livro bem feito? E ame o que você faz, escreva para você e não para os outros, escreva e coloque no papel o seu empenho, o seu amor, tudo o que você é, só assim você fará algo bem feito, seja escrevendo ou em qualquer outra coisa da vida.

Segundo conselho:
Não desanime as pessoas, não critiquem, elogiem se achar que merece ser elogiado, e se não merecer, guardem para vocês.
Uma palavra levanta uma pessoa, mas uma palavra também derruba.
E se você leu algo bom, gostou de algo, comente, diga a pessoa o que achou, o que sentiu, o que gostou, porque é isso que a fará confiar mais e continuar fazendo o que gosta, e assim, quem sabe, também tornar uma coisa boba em algo grande, e você, de alguma maneira, estará fazendo o seu papel o mundo, um papel bom, que voltará para você com certeza, porque tudo que fazemos aqui, volta para nós, por isso, plante rosas, distribua rosas, e todas elas voltarão para vocês.

Enfim, falando demais, para variar
Comentem então, me digam o que acharam do capitulo, da música, de tudo, Okay?

E com isso eu termino essa nota dizendo que eu amo escrever essa fanfic
e amo comentários, então comentem bonitinho, tá :)

Beijos
Lanah Black


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...