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História A droga do amor - O começo do dia


Escrita por: lanahblack

Capítulo 20 - O começo do dia


Fanfic / Fanfiction A droga do amor - O começo do dia

                          “Se eu já não fosse desesperadamente apaixonada por você, eu me apaixonaria agora.”

 

                                                                 — A droga do amor é entender que —

Não há nada que um homem valorize mais do que algo pelo que ele precise esperar, para o qual precise se esforçar ou que precise lutar um pouco para conseguir.
 

 

— Isabelly Maia Muller... Você quer ser minha garota?

Se isso é um sonho, não me acordem, ou eu juro que mato o filho da mãe que me tirar desse sonho tão maravilhoso.

Aquilo só podia ser um sonho, não tinha outra explicação, ou aquela bebida me fez ficar tão louca que eu estava tendo alucinações, ai meu Deus, será que era isso? Não, não podia ser, não podia ser, ai meu Deus, meu paizinho, alguém me belisca para eu ter certeza que isso é real!

Fiquei, o que pareceu uma eternidade, olhando para o Luan, aquele sorriso lindo dele estampado no rosto lindo dele, debaixo daquele céu lindo, eu não sei o que era mais lindo, ele, aquele sorriso ou o céu estrelado acima dele, na verdade, ele era bem mais lindo do que qualquer céu, mesmo que desse para ver toda a via láctea dali, ou até mesmo se estivesse tendo uma aurora boreal, ele era, sem sombra de dúvidas, muito mais lindo, o que era uma aurora boreal perto daquele sorriso?

Eu fiquei olhando para ele, boquiaberta, sem reação e ele riu, erguendo as sobrancelhas e me encarando enquanto eu não conseguia raciocinar direito, acho que meu cérebro saiu de dentro da minha cabeça e caiu lá em baixo, alguém vai lá buscar para mim, por gentileza?

— Você não vai responder? – Ele perguntou, risonho e eu pisquei, voltando a mim, o que o fez rir mais ainda. – Acho que eu vou ter que te descer dessa nuvem, ai.

Soltei uma risada esganiçada e então fiquei rindo mais uma eternidade e meia, mentira, eu só fiquei rindo, meio sem controle num segundo e no outro eu estava quase chorando, acho que a bebida estava fazendo mais efeito ainda.

— Eu... eu... eu nem sei o que... – Comecei a gaguejar e o Luan riu. Percebi que ele apoiou a caixinha no joelho e tirou uma das alianças lá de dentro, isso fez meu coração saltar dentro do peito, deu um salto pirueta há quinze metros de altura e caiu de ponta na piscina, estilo nado sincronizado das Olimpíadas, ele segurou minha mão direita e eu fiquei congelada, dessa vez mais sem reação ainda. Ele abriu ainda mais aquele sorriso lindo, segurou minha mão e colocou o anel na ponta do meu dedo anelar, pronto para fazê-lo deslizar até o fim, mas ele não fez isso, ele ficou me olhando enquanto segurava o anel no meu dedo: ele estava esperando a minha resposta.

— Belly... Você quer... – Ele começou a dizer, repetindo a pergunta e eu voltei a mim, antes que perdesse minha chance, ou antes que eu acordasse daquele sonho ou daquele delírio, e isso não podia acontecer antes de eu dizer o meu “sim”, né.

— Sim... sim, sim, sim, ai meu Deus, SIM. – Eu gritei alto o último “sim” e ele soltou uma risada, deslizando o anel por meu anelar e dessa vez terminando de colocá-lo no meu dedo.

Definitivamente eu estava sonhando ou delirando, aquilo não era real, não podia ser, ou podia?

Ele pegou a outra aliança da caixinha e olhou para mim, sorrindo, antes de dizer:

— Agora é a sua vez. – Arregalei os olhos e vi ele esticando a aliança na minha direção, meu pai amado, ele queria que eu colocasse no dedo dele?

Quase tive um treco, eu ia colocar a aliança nele como os noivos na igreja. Ai, paizinho, estou sonhando e que sonho MARA!!

— Ai, meu Deus, estamos casando? – Ele riu enquanto eu segurava a aliança da mão dele e depois, tremula, ia enfiando no dedo anelar dele. Quando terminei de colocar a aliança prata no dedo dele, ele segurou meu rosto com as duas mãos e puxou para ele, colando meus lábios nos dele e me beijando intensamente em seguida, me fazendo esquecer do mundo inteiro ao meu redor, até mesmo que eu estava sentada sobre um telhado a sei lá quantos metros de altura, e por segundos, até mesmo da aliança no meu dedo e do fato dele ter me pedido em namoro, o que era quase um sonho mesmo, ou uma alucinação, mas no fundo de mim eu rezava para não ser nenhum dos dois.

Ficamos sentados sobre o telhado mais um tempo, abraçados, olhando as estrelas, conversando, e eu pensando que, em toda minha vida, aquele era, sem sombra de dúvidas, o melhor sonho que eu já tinha tido em toda minha existência, até melhor do que quando eu beijei ele pela primeira vez, ou nosso primeiro amasso de verdade, e quase tão bom quanto a vez que ele disse que estava apaixonado por mim, o que foi realmente muito incrível também, mas agora era mais do que isso, ele tinha dito que me amava, de verdade, ele tinha dito aquelas três palavrinhas que todo homem morre de medo e que eu sempre suspirei por ele praticamente a minha vida inteira, e para tornar tudo ainda mais incrível, ele tinha colocado uma aliança de prata no meu dedo, caramba, aquele era o sonho mais perfeito mesmo, ever, tipo ever mesmo, sabe? Okay, eu estou me empolgando, estou eufórica, e minha vontade é de sair dançando a Macarena em cima desse telhado, mas eu não posso porque senão eu caio, quebro o pescoço e daí já era tudo né, mas acho que você me entende, não é mesmo?! Como você ficaria se o cara por quem você é apaixonada te pedisse em namoro?

Ergui os olhos para o céu e fiquei olhando as estrelas brilhantes lá em cima, por um segundo, pensando em como tudo aquilo era louco, como seria quando descêssemos daquele telhado? Como as meninas do colégio iriam me olhar quando me vissem com uma aliança no dedo e andando ao lado do Luan, que também estaria usando uma aliança no dedo? Lembrei da Katherine e daquela cara de cavalo da Larica, voltei a mim com os braços do Luan se apertando contra o meu corpo e os lábios dele roçando na lateral do meu rosto, antes de sua voz ecoar no meu ouvido.

— Que carinha é essa? Está pensando em que? – Abaixei os olhos e virei o rosto de lado para olhá-lo e ver aquele sorriso lindo dele. – Espero que esteja pensando em mim.

Soltei uma risada e fiz uma caretinha, o que o fez rir e me apertar mais contra o corpo dele, o que era absurdamente muito bom, o corpo dele contra o meu, o calor do corpo dele, o cheiro delicioso dele, aquilo tudo era bom além do normal, bem típico de sonho ou de alucinação mesmo, sabe, bom demais para ser verdade.

— Estava pensando no que vão dizer quando nos virem juntos, quer dizer, quando virem isso. – Ergui a mão e mostrei a aliança no meu dedo, ela era linda, prata, meio grossa e tinha uma pedrinha de brilhante no meio que se destacava. Caramba, eu ainda não acreditava em tudo aquilo, só podia mesmo ser um sonho.

— Não liga para elas, nem para ninguém, o que importa é que eu te amo e quero só você. Elas não importam, elas que...

— MORRAM de inveja. – Eu gritei alto, de cima do telhado, concluindo a frase dele e ele gargalhou, me apertando contra seus braços fortes e enchendo meu pescoço de beijos, o que me fez arrepiar inteira e me encolher em seus braços.

— Está com frio? – Ele sussurrou em meu ouvido e eu neguei de leve com a cabeça porque não queria sair dali, mas a verdade é que eu estava sim com um pouco de frio, sim, o efeito da bebida estava passando e o calor dela indo embora, e para ajudar, ali em cima o vento era bem mais forte e frio do que o normal em qualquer outro lugar.

— Vamos descer, já ficamos bastante tempo aqui em cima também.

— Ahhhh. – Virei o rosto para olhá-lo e fiz um biquinho manhoso, o que o fez sorrir, negando de leve com a cabeça.

— Não faz esse biquinho que eu não resisto. – Abri um sorriso imenso, involuntariamente e em seguida fiz outro biquinho, o que o fez sorrir e me apertar contra seus braços e aproximar o rosto do meu perigosamente, e entreabri os lábios, esperando o beijo dele, mas ele sorriu e apenas roçou o nariz no meu, carinhosamente.

— Não podemos ficar mais um pouquinho? – Eu disse, ainda com aquele jeitinho manhoso e levei a mão até o rosto dele, acariciando carinhosamente, deixando meus dedos deslizarem até os cabelos dele e se enroscarem naqueles fios macios e vi o sorriso dele se alargar, antes dele se afastar e segurar minha mão, levando-a até os lábios.

— Pensei que você ia querer exibir o anel por aí. -  Meu Deus, por que eu não tinha pensado nisso antes? Arregalei os olhos, involuntariamente e ele começou a rir. – Não acredito que não pensou nisso.

— Bom, eu vou ter bastante tempo para exibir o anel. – Abri um sorriso imenso e ele riu, assentindo com a cabeça.

— Você tem toda razão, mas é melhor descermos, está ficando frio e eu preciso cuidar da minha namorada linda.

Sabe aquele frisson no coração ao ouvir alguém dizendo algo totalmente lindo? Era isso que eu sentia ao ouvir ele me chamando de namorada, eu era namorada dele, dava para acreditar? Depois de basicamente sete anos sonhando com isso, estava acontecendo de verdade, quer dizer, isso era mesmo verdade?

— O que você disse? – Eu estava brincando, eu tinha ouvido perfeitamente, só queria ouvir ele me chamando de namorada mais uma vez, acho que ele percebeu minha ideia e abriu um sorriso imenso antes de dizer.

— Eu preciso cuidar da minha namorada.

— Como é?

— Namorada.

— Repete de novo.

— Namorada.

— Ai meu Deus.

— Namorada.

— Estou sonhando, só pode ser.

— Namorada, namorada, namorada linda! – Ele me puxou e me abraçou com força, enfiando o rosto no meu pescoço e eu me encolhi em seus braços, rindo igual uma hiena enlouquecida. EU ERA NAMORADA DELE!!!!

Me belisca para eu saber que não estou sonhando!

— Quer que eu te belisque? – Ele ouve meus pensamentos, não é possível.

Fiz cara de assustada e ele começou a rir.

— Vem, vamos descer, está ficando frio aqui para você. – Ele rastejou um pouco para trás, se afastando de mim, e então se levantou, esticando a mão em seguida para que eu pudesse segurar e ter um apoio para me levantar.

Seguimos por sobre o telhado, devagar, o Luan na frente segurando minha mão e eu atrás dele, tentando não olhar lá em baixo ou eu podia me desequilibrar e descer deslizando até lá em baixo, e do jeito que eu era, isso era bem provável.

Descemos pelo mesmo buraco que subimos e o Luan me ajudou a descer a escadinha medonha, uma vez em terra firme, seguimos até o quarto, saindo de trás do armário, e eu sentei na beirada de uma cama, massageando os pés, descer a escadinha de madeira descalça tinha machucado um pouco meus pés e o Luan ficou me olhando.

— Você está bem? Machucou? – Abri um sorriso meigo e neguei de leve com a cabeça.

— Não, só doeu um pouco meus pés descer aquela escadinha medonha. – Ele riu e assentiu com a cabeça, se aproximando de mim e sentando ao meu lado, mas ficando bem mais pertinho de mim.

— Já que estamos aqui, podíamos aproveitar um pouquinho. – Olhei para ele e arqueei uma das sobrancelhas, com aquele olhar desconfiado.

— Aproveitar, é? – Ele riu e ergueu as mãos no alto, como quem se rende.

— Eu não vou fazer nada de errado, prometo. – Soltei uma gargalhada meio debochada e foi a vez dele de me olhar com aqueles olhinhos enrugados. – A não ser que você queira.

Dessa vez eu ri com vontade, esse era o grande problema né, eu sempre queria, mesmo não podendo.

— Sabe qual é a minha cama? – Ele perguntou, mudando um pouco de assunto, ou não mudando né, se ele ia mesmo me agarrar seria na cama dele.

Olhei a volta, observando as camas, mas assim à primeira vista parecia tudo igual, não tinha como eu saber, por isso voltei os olhos para ele e dei de ombros.

— Não tem nenhuma dica? – Ele riu e fez uma cara de pensativo, então riu e deu de ombros.

— Acho que tem um jeito de você descobrir. – Arqueei uma das sobrancelhas e ele riu, passando os braços ao redor do meu corpo e me puxando contra ele, antes de me deitar sobre a cama me fazendo soltar um gritinho de susto e surpresa, ao mesmo tempo, o que o fez rir mais ainda. Num instante eu estava sentada na cama, no outro eu estava deitada sobre a cama com ele por cima de mim, ai papai amado, me dê forças para não agarrar ele sem querer querendo, aliás, querendo muito.

— Luan! – Eu exclamei, meio sem ar e risonha ao mesmo tempo e ele apoiou a mão sobre a cama para me olhar, com aquele sorriso imenso no rosto, o peso do seu corpo quase todo sobre o meu e meu coração já disparando como louco dentro do peito. – Não podemos ficar assim na cama dos outros.

Eu queria dizer “é melhor você não ficar assim em cima de mim ou eu não respondo por meus atos”, acho que isso era ainda o efeito da bebida, só podia ser.

— Quem disse? – Ele estava brincando comigo, eu podia ver no rosto dele isso, ele adorava fazer isso comigo.

Luan! – Ele riu e aproximou o rosto do meu, me fazendo prender a respiração e por um momento esquecer tudo, inclusive a cama e de quem era ou não, típico, quando ele chegava perto assim de mim eu sempre tinha essas reações, era como se meu cérebro parasse de funcionar, eu não sei o que era isso e não tinha o menor controle sobre isso, de qualquer maneira.

— Relaxa. – Ele sussurrou antes de tocar de leve os lábios nos meus, então tudo desapareceu.

Os lábios dele eram doces e macios e os meus se encaixavam perfeitamente nos lábios dele, de tal maneira que eu me perdia completamente ali. O beijo dele era hipnotizante, se é que isso era possível, mas quando eu beijava ele eu sentia meu corpo inteiro se aquecer, se entorpecer e enlouquecer, uma vontade insana de querer mais e mais se apossava de mim de tal maneira que eu não tinha controle algum, e eu não conseguia raciocinar, eu não conseguia pensar em mais nada, só naquela boca, naquele beijo, no corpo dele sobre o meu.

Deslizei os dedos pelo cabelo dele e os segurei, apertando os dedos com força nos cabelos dele, fazendo com que minha respiração acelerasse e o Luan intensificasse o beijo, acho que ele perdia o controle tanto quanto eu.

Antes que aquilo ficasse mais quente do que já estava ficando, desci com os dedos até tocar o rosto dele e o segurei, levemente, antes de sussurrar em seus lábios:

— Luan, estamos na cama dos outros. – Eu ri entre o beijo e ele se afastou um pouco, abrindo um sorriso imenso.

— Você ainda não adivinhou qual a minha cama. – Fiz uma cara de vencida e comecei a rir, mas então notei uma coisa, eu estava deitada na cama com a cabeça apoiada no travesseiro e dele vinha um cheiro peculiar, um cheiro muito conhecido; franzi o cenho e virei o rosto de lado deixando meu nariz mais próximo do travesseiro, então abri um sorriso imenso e voltei a olhar para ele, que parecia ter notado o que eu tinha adivinhado.

— Essa é sua cama? – Ele riu e assentiu com a cabeça, deslizando por cima do meu corpo e caindo de lado, ao meu lado, apoiando a mão na cabeça e o cotovelo sobre a cama.

— Foi tão fácil assim? – Eu ri e dei de ombros, virando o rosto de lado para olhá-lo.

— Seu cheiro te denúncia.

— Cheiro ruim? – Gargalhei. Que louco, se aquilo era cheiro ruim eu queria morrer naquele cheiro.

— Você sabe muito bem que seu cheiro é maravilhoso!

— Ah, é mesmo? – Assenti com a cabeça e ele ergueu as sobrancelhas e um sorriso arteiro foi se formando nos lábios dele enquanto ele ia se aproximando devagarinho de mim.

— E o que mais é maravilhoso em mim? – Que pergunta fácil de responder: Tudo!

Mas eu não disse isso assim.

— Seu sorriso.

— Hum, meu sorriso é maravilhoso? – Assenti com a cabeça vendo ele alargando aquele sorriso lindo, sorri e continuei.

— A boca.

— E o que mais além da boca? – Esse corpo gostoso, esses cabelos sedosos e o beijo que me deixa louca. Inconscientemente abaixei os olhos para a boca dele e entreabri os lábios, já louca de vontade de beijar ele.

— O seu beijo...

— Por que não disse isso antes? – Ele indagou, antes de aproximar o rosto do meu, colando nossos lábios, e me beijando, dessa vez, um beijo calmo, doce, me fazendo sentir o doce sabor dos lábios dele nos meus, a boca macia, a língua quente roçando e se entrelaçando na minha e o calor que tudo aquilo me fazia sentir crescendo ainda mais dentro de mim, era como se o beijo dele abrisse a tampa de um vulcão e permitisse que ele saísse se derramando todo a sua volta, só que esse vulcão estava dentro de mim e naquele momento ele começava a jorrar suas lavas por minhas veias e aos poucos eu ia incendiando de tal maneira que me queimaria toda por dentro até morrer, ou até ele me salvar, mas como ele faria isso, eu não tinha ideia, porque quanto mais ele me beijasse, mais ele me mataria e se ele se afastasse, eu morreria de qualquer jeito, porque eu precisava dele absurdamente, meu corpo precisava dele, implorava por ele, enlouquecidamente.

O beijo lento aos poucos, como era de se esperar com aquele vulcão todo jorrando dentro de mim, foi se intensificando e ficando mais quente, mais voraz e eu fui perdendo totalmente o controle, como era de se esperar também, era impossível eu não perder o controle com aquele homem se debruçando sobre mim e no segundo seguinte deitado sobre mim, nós dois sobre a cama, o corpo todo dele se enroscando no meu e se encaixando entre o meu e me deixando ainda mais maluca do que eu já era. Deslizei a mão pelas costas dele, apertando-a e senti o corpo dele se pressionar um pouco mais contra o meu, daquele jeito não íamos sair dali, muito menos voltar para a festa, mas no fundo eu não queria voltar para a festa, eu não queria dividir ele e aquele momento nosso com ninguém, queria que fosse só nosso, nossa primeira noite como namorados oficialmente, e acho que ele estava consumando bem o relacionamento, quer dizer, não totalmente consumado, mas se continuássemos daquele jeito não ia demorar para isso também não.

Eu mal me lembrava mais de onde eu estava e muito menos o que tinha fora daquele quarto, da festa, dos meus amigos, eu não estava mais interessada em nada fora dali, só me importava com o corpo de Luan sobre o meu, e aquele cheiro que exalava da pele dele que me entorpecia, me fazia perder os sentidos completamente, e era o grande culpado por minha amnésia temporária. Todo o meu corpo, minha pele, estava quente, pegando fogo e minha respiração estava ofegante, e ele sequer havia de fato feito alguma coisa, na verdade ele não estava fazendo nada além de me beijar, mas só o beijo dele já era suficiente para me fazer ficar sem ar, bom, por enquanto ele só me beijava, mas sua mão que começava a deslizar por minha cintura, se esgueirando por debaixo de minha blusa, insinuava querer muito mais, e no fundo, eu nem me importava com isso também.

A mão forte de Luan apertou minha cintura enquanto ia subindo por minha pele, o toque da pele dele contra a minha própria pele causando um frisson dentro de mim e fazendo meu corpo todo se arrepiar, ele me fazia eu me sentir de uma maneira que eu nunca me sentira antes, em toda minha vida, ele fazia eu me sentir mulher, e eu nunca tinha me sentido assim, de fato, uma mulher antes, eu ainda me sentia uma garota, uma menina na grande parte do tempo, mas quando estava com ele isso mudava, eu passava de uma garota para uma mulher, uma mulher que sentia coisas que não sabia nem entender direito, sequer explicar, e de alguma maneira eu sentia que o Luan sentia o mesmo, eu sentia que ele também perdia o controle quando estava perto de mim, quando me tinha em seus braços, do mesmo jeito que eu perdia totalmente o controle quando estava nos braços dele, ele me desejava, me desejava como eu o desejava, a ponto de doer.

Os lábios dele deslizaram por meu pescoço e eu me arrepiei ainda mais, a mão dele deslizando por minha pele e de repente as duas deslizando pela lateral do meu corpo fazendo o tecido da minha blusa ir subindo aos poucos, roçando por minha pele e subindo lentamente enquanto os lábios do Luan no meu pescoço me faziam arfar, arrepiar e mal notar a blusa subindo, até que ele parou de me beijar e se afastou, lentamente, para me olhar, com aqueles lábios grossos avermelhados e aqueles olhos em chamas que eram capazes de me despir só de me olhar, e nem sei porque, mas de repente eu me vi erguendo os dois braços para cima e deixando ele terminar de subir minha blusa por meu corpo e tirando-o por cima da minha cabeça, e de repente, lá estava eu, mais uma vez na vida, de sutiã na frente do Luan.

Deus, eu estava mesmo perdendo totalmente o controle e a sanidade, o que esse homem estava fazendo comigo?

Ele se aproximou novamente de mim, dessa vez, devagar, e tocou meus lábios com os dele, suavemente, entreabrindo meus lábios com os dele e iniciando um beijo lento, e aos poucos foi se aproximando, o corpo dele novamente sobre o meu, seu peitoral com a camisa pressionando a minha pele quente e meus seios no sutiã, o que me deixava ainda mais insana e louca para puxar aquela camiseta para cima e sentir a pele dele contra a minha, e acho que ele pensou a mesma coisa que eu ou captou o meu pensamento, porque segundos depois, ele afastou-se de mim, abruptamente e ergueu-se, segurando a própria camisa com as duas mãos e puxando-a para cima, se livrando rapidamente da camisa e a jogando de lado, antes de voltar com o corpo sobre o meu e me beijar novamente, dessa vez intensamente, sem me dar nenhuma chance de me recuperar do meu estado de abobada por ver ele sem camisa, no segundo seguinte ele estava me beijando intensamente, seu corpo agora tocando totalmente o meu, a pele quente do seu peitoral se espremendo contra os meus seios e minha pele e fazendo nós dois perdemos totalmente o resto do juízo que ainda nos restava, nos fazendo perder totalmente a cabeça, a sanidade, o meu ser inteiro agora o desejava e eu sabia que ele, ah, ele com certeza desejava loucamente fazer eu e ele nos livrarmos de todas as roupas o quanto antes.

Só de pensar nisso eu me arrepiava inteira e meu corpo se aquecia mais ainda, meu Deus, o que estava acontecendo comigo?

Os lábios dele voltaram a deslizar por meu rosto e seguir até meu pescoço, me fazendo arrepiar inteira quando os lábios dele beijaram meu pescoço deixando a ponta da língua quente deslizar por minha pele, Deus do céu, o que era aquilo? Um arrepio perturbador percorreu todo o meu corpo e eu me senti grudando uma das mãos nos cabelos dele com força, o corpo dele estava entre minhas pernas e eu nem sequer tinha notado isso antes, ele estava fazendo eu me perder totalmente.

— Luan! – A minha voz saiu rouca e tão baixa que eu nem sei se ele ouviu, e eu nem sabia mais se aquilo era um pedido de socorro ou um gemido de prazer, só sei que aquilo tudo era bom demais e que não devíamos estar fazendo nada daquilo, ele mal tinha me pedido em namoro e já estávamos daquele jeito, como eu ia aguentar namorar com ele sem me perder?

Os lábios dele foram descendo do meu pescoço em direção aos meus seios e eu me senti prendendo a respiração quando os lábios dele alcançaram o alto do meu seio, a língua novamente tocando minha pele e me fazendo queimar inteira por dentro, dessa vez o vulcão estava em seu estado ativadíssimo, jorrava lavas e mais lavas e mataria tudo que estivesse ao seu redor, ele ia é me matar, isso sim. Pai amado tenha misericórdia!

Fechei os olhos e agarrei mais os cabelos de Luan enquanto os lábios dele seguiam para o outro seio, as mãos agora apertando meus seios, louco para tirar meu sutiã, com toda certeza do mundo, o que ele não fez, eu acho, porque sabia que nessa hora eu acordaria do meu transe e o faria parar, na verdade, será mesmo que eu o faria parar? Eu não sabia de mais nada. Eu nunca tinha me sentido assim antes, nem perto disso em toda minha vida, claro que, eu nunca tinha ido tão longe assim com garoto nenhum antes, e era ai que morava o lance da coisa, só ele me fazia querer mais do que uns beijinhos um pouco mais calientes, mas com ele, era mais do que um pouquinho caliente, com ele era o próprio fogo, ele fazia o desejo percorrer meu corpo, minha pele, meus poros, ele me deixava maluca, aliás, se ele tinha a intenção de me deixar louca, ele estava muito próximo disso.

Os lábios de Luan foram descendo dos meus seios em direção a minha barriga e eu prendi a respiração totalmente quando os lábios dele roçaram por minha barriga me causando mais arrepios e me fazendo arfar, mordendo o lábio inferior e fechando os olhos, sem conseguir controlar as sensações que ele causava em mim, Deus do céu, se aquilo era o que eles chamavam de prazer, prazer, sou Belly, e você está me deixando louca.

As mãos ágeis do Luan desceram por minha cintura até o meu short e eu mal percebi quando ele segurou a borda do shortinho preto, de lantejoulas, e começou a deslizar ele por minha pele, fazendo ele descer por minhas coxas e ir descendo até chegar na minha canela, nessa altura do campeonato, eu estava com os olhos, não mais fechados, mas abertos, arregalados, encarando o Luan que tirava meu short e em seguida puxava as sandálias dos meus pés, largando-as no chão.

Eu estava seminua na frente dele, quase nua, apenas uma calcinha e um sutiã me impedia do status de totalmente nua, mas para mim era praticamente isso, eu estava só de calcinha e sutiã na frente de um garoto e isso nunca tinha acontecido na minha vida antes. Senti meu rosto queimar, provavelmente mais vermelha que um pimentão, enquanto via o olhar do Luan sobre mim, observando cada detalhe do meu corpo, me comendo com os olhos, provavelmente, enquanto eu começava a pensar se estava bonita, meu Deus, será que a calcinha era bonitinha pelo menos? Com qual calcinha eu estava mesmo? Nem sabia mais, tinha tido um branco, minha mente estava entrando em transe, em pânico. Vi ele me olhando e então sorriu, se deitando sobre mim novamente e apoiando as duas mãos na cama, de cada lado do meu corpo e ficou me olhando do alto.

— Você é linda assim meio tímida, sabia? – Fiz uma careta e sorri em seguida, ciente de que estava muito vermelha e morrendo de vergonha. Ele acariciou meu rosto com as pontas dos dedos e aproximou o rosto do meu, selando nossos lábios delicadamente e carinhosamente. – Não precisa ficar com vergonha, eu não vou fazer nada.

— Não? – Eu não sei o que essa pergunta quis dizer de verdade, mas ela pareceu meio decepcionada e acho que Luan percebeu isso porque riu.

— Não, hoje não. – Arqueei as duas sobrancelhas e ele riu, voltando a tocar meus lábios com os dele e então me beijou, no começo lento e calmo, que foi se aprofundando, cada vez mais, e em segundos estava pegando fogo e consumindo meu corpo inteiro naquele fogaréu, não ia sobrar nem cinzas do meu corpinho daquele jeito.

A língua dele roçou na minha, o beijo se aprofundou e eu senti minha mão novamente se enroscando nos cabelos dele, a outra mão apertando as costas dele, as minhas unhas se apertando na pele dele, com certeza deixando algumas marcas ali que denunciariam no dia seguinte, mas eu nem estava pensando muito nisso. As mãos do Luan deslizavam por meu corpo inteiro de maneira intensa, apertando-me com vontade, com desejo, o que fazia a minha pele se arrepiar ainda mais de desejo, o que o instigava ainda mais e fazia o corpo dele se pressionar ainda mais contra o meu; ele estava entre minhas pernas, roçando o corpo dele no meu e me deixando ainda mais maluca enquanto sentia um volume nenhum pouco sutil no meio das minhas pernas, se apertando contra mim e fazendo o fogo dentro de mim me consumir ainda mais.

Os lábios dele desceram por meu pescoço e rapidamente deslizaram até meus seios, beijando o alto do meu seio enquanto a mão cuidadosamente puxava para o lado o tecido do sutiã deixando parte e o bico do meu seio de fora, e antes que eu pudesse sequer pensar no que ele estava fazendo, a língua dele estava deslizando por meu seio e me fazendo estremecer.

Soltei um gemido involuntário e mordi o lábio em seguida, reprimindo o outro gemido que vinha na velocidade da luz, o que ele estava fazendo?

Aquilo era a coisa mais surreal que eu já tinha vivido e era absurdamente... bom, meu Deus, como aquilo era bom, e como ele estava me deixando maluca! Meu corpo inteiro se arrepiava e minha pele estava tão quente que devia estar uns 200 graus Celsius, fácil, fácil, era capaz de fritar salsichas sobre minha pele, todas as células do meu corpo estavam derretidas, como gelatina quente, tão moles que seriam incapazes de manter o meu corpo em pé se eu me levantasse naquele instante.

Soltei outro gemido sem sequer notar e me vi sussurrando o nome do Luan, baixinho e meio em transe pelas sensações que ele me causava, e acho que isso o despertou, ele se afastou do meu seio e ergueu o rosto, me olhando, os olhos em fogo puro, a feição de quem queria me tarar muito mais do que aquilo e eu queria que ele fizesse isso, mas não queria, não podia, mas queria muito.

Ele se aproximou de mim, deitando novamente sobre o meu corpo e segurou meu rosto com as duas mãos, me olhando, o rosto tão perto do meu que quase me deixava vesga.

— Ah, Belly, você me deixa louco! Caramba, você me fazer perder a cabeça. – E sem me deixar sequer responder, me beijou loucamente, as duas mãos segurando meu rosto e fazendo o beijo se intensificar mais ainda. Daquele jeito, eu responderia fácil: “Você já me deixou louca faz um bom tempinho, só para constar.”

Mas nem me importava com isso, com ele eu perderia o juízo, a sanidade, o ar, a noite, qualquer coisa para ficar daquele jeito com ele, para sentir o toque da pele dele na minha, os lábios dele nos meus, o corpo dele sobre o meu, não tinha nada melhor do que tudo isso no mundo todo.

Ele foi suavizando o beijo aos poucos, até que estávamos nos beijando sem causar um incêndio no colégio, o que estávamos quase fazendo um tempinho atrás. Ele selou nossos lábios e então se afastou para me olhar, um sorriso se formando no seu rosto, um sorriso meio abobado igual aqueles meus quando ficava babando e admirando e sonhando com ele, a alguns meses atrás.

— Você me faz perder a cabeça, sabia? – Ele riu e eu ri junto, perder a cabeça? Perdia era tudo, isso sim.

— Acho que nós dois perdemos a cabeça. – Ele sorriu e negou com a cabeça levemente.

— Eu tinha prometido ir mais devagar, né? E olha só como você está. – Ele riu alto e eu abaixei os olhos para mim, fazendo uma careta em seguida e já sentindo meu rosto todo esquentando.

— Definitivamente precisamos ir mais devagar. – Ele assentiu com a cabeça e deslizou o corpo sobre o meu, caindo para o lado, deitando de lado, perto do meu corpo, apoiando a cabeça sobre a palma da mão e o cotovelo dando o apoio sobre o colchão.

— Definitivamente. Como faremos isso é que eu não sei.

Luan! – Ele riu alto, gargalhando e eu ri junto. Ele estava certo, não tinha com controlar, quando estávamos juntos, os dois perdiam o juízo e não tinha muito como segurar isso.

— Tudo bem, eu prometo ser um anjinho da próxima vez que ficarmos sozinhos.

— Olhaa! Tem que cumprir, heim. – Ele riu e assentiu com a cabeça.

— Sim, senhora. – Eu sorri e me encolhi na cama, um ventinho frio batia contra o meu corpo agora que eu não tinha mais aquele corpo quente e forte sobre o meu, e ele pareceu notar isso.

— Está com frio? – Ele ergueu o corpo, sentando na cama e puxou o lençol que estava na beira da cama, abrindo o mesmo e jogando por sobre o meu corpo, me cobrindo, então voltou a deitar do meu lado e me olhou de lado, sorrindo de um jeito carinhoso.

— Muito obrigado, namorado.

— Sempre que precisar, namorada. – Abri um sorriso imenso e ele sorriu de volta, mordi o lábio de leve, ainda na dúvida se tudo aquilo era mesmo real, quer dizer, estava tudo tão perfeito que nem parecia mesmo de verdade. – O que foi?

— Estou me perguntando se isso é mesmo verdade ou efeito da bebida. – Ele riu, achando graça e eu bati de leve no braço dele, o que o fez rir e me abraçar, grudando meu corpo contra o dele, me fazendo sentir o calor do corpo dele me aquecendo novamente e espantando definitivamente o frio para longe.

— Não é sonho, pode acreditar, eu estou aqui de verdade, quer me beliscar para ter certeza? – Afastei o rosto para olhá-lo com carinha de quem tinha gostado da ideia e ele riu novamente, achando graça. – Belisca. Vai.

Soltei uma risada e belisquei de leve o braço dele e ele fez uma careta de dor, o que me fez arregalar os olhos.

— Doeu? - Ele gargalhou em seguida, me fazendo dar um tapa com força no braço dele, mas ele continuou rindo, brincalhão.

— Aiii seu bobo!

— Ai sua linda! – Ele segurou meu rosto e me beijou, carinhosamente, e eu me senti flutuar e alcançar as nuvens, as estrelas e a lua.

Sem sombra de dúvidas eu estava sonhando.

Ele se ajeitou na cama, deitando de um lado e me puxando para deitar sobre ele, me ajeitei na cama, ficando com parte do corpo deitado de bruços na cama e deitei a cabeça sobre o peitoral dele, abraçando-o e sentindo o calor da pele dele me consumindo totalmente, ali o cheiro dele era muito mais intenso e maravilhoso, e a sensação que eu tinha deitada ali, no peitoral dele, era a coisa mais perfeita do mundo, era como se eu me sentisse amada, protegida, segura, era como se fosse o melhor lugar do mundo e por um segundo eu desejei ficar ali pelo resto da minha vida.

Ele acariciou meus cabelos e eu sorri, meu corpo se sentindo mais calmo e aconchegante agora nos braços dele, quentinha e protegida.

Ele sussurrou sobre meus cabelos.

— Eu amo você, Belly, e isso não é sonho. – Fechei os olhos, abobada, o sorriso mais bobo e idiota do mundo nos lábios e então, sussurrei de volta, os lábios muito próximos do peitoral dele, inalando o cheiro maravilhoso dele e sentindo o calor da pele macia dele:

— Eu também te amo!

E antes que pudesse evitar, cai num sono profundo sem sonhos, porque o sonho de verdade, eu já estava vivendo.

 

 

— LUAN!

Acordei com um grito que parecia penetrar os meus tímpanos e invadir meu cérebro, abri os olhos levemente para ver a claridade do dia irritando meus olhos e me fazendo fechar os olhos novamente, minha cabeça estava zonza de sono e eu me sentia aconchegantemente quente e sonolento, com vontade de continuar dormindo, por isso, ignorei o grito que eu nem sabia de onde vinha, muito menos porque, e apertei o corpo que estava colado ao meu, me deixando afundar novamente no sonho gostoso que eu estivera tendo minutos atrás.

Num segundo eu estava novamente penetrando as profundezas do meu sono, imagens dos sonhos voltando a minha mente enquanto meu corpo afundava e eu entrava num mundo paralelo...

— Ai, Meu Deus, acorda Luan, Luan, LUAN ACORDA! – Dei um pulo da cama e quase cai da mesma, me erguendo e apoiando-me com as mãos sobre o colchão vendo o rosto assustado da Belly bem abaixo de mim.

— Ai, Belly, que susto, caramba! – Voltei a deitar o meu corpo na cama, mal percebendo que na verdade eu estava deitando mais em cima dela do que no colchão, acho que a cama era pequena demais para nós dois. Abracei o corpo quente dela e me aconcheguei deixando minha cabeça apoiar-se em seu peito, as mãos envolvendo a cintura dela, o corpo quente e macio e cheiroso dela me deixando com vontade de voltar a dormir, o que não aconteceu porque ela bateu a palma da mão na minha testa me fazendo abrir os olhos que eu tinha acabado de fechar.

Luan! Acorda! Ai Meu Deus, eu não acredito que eu dormi aqui, olha como eu estou! – Hã? Demorei alguns segundos para perceber sobre o que ela estava falando, ela tinha dormido comigo, bom, isso parecia óbvio já que eu estava acordando e ela estava comigo, a não ser que fosse um sonho, e um sonho muito bom porque ela era tão quente, macia e cheirosa que se fosse sonho eu não queria acordar, não;

— Bom dia para você também, Belly, e obrigado por me acordar. - Quando a voz do James ecoou pelo quarto foi como se minha consciência despertasse de repente e minha memória voltasse a funcionar na velocidade de um foguete.

Caramba, a Belly tinha dormido no meu quarto!

Caramba, ela tinha dormido aqui e ela estava apenas de calcinha e sutiã!

Ai caramba!

Ergui meu corpo de uma vez e quase cai da cama, o que não aconteceu porque me segurei a tempo, meus olhos agora bem abertos focaram-se ao redor, a cama do James bem ao meu lado, ele estava esfregando os olhos, deitado de barriga para cima, cheio de preguiça, mas visivelmente acordando, logo mais à frente a cama do Castiel estava também ocupada, mas ele estava meio acordado, ou um pouco mais dormindo que o James, estava colocando o travesseiro sobre a cabeça numa tentativa de tentar voltar a dormir mesmo com todo aquele falatório.

Desci meus olhos e vi a Belly novamente me encarando, os olhos arregalados, assustada, brava e envergonhada, as três coisas ao mesmo tempo, se é que tudo isso era mesmo possível. Os cabelos dela estavam meio rebeldes, bagunçados entorno de seu rosto, mas era a coisa mais linda do mundo, e eu quase me perdi naquela imagem. Seu corpo seminu estava descoberto e ela estava deitada na cama, sem se mover, me olhando e esperando que eu fizesse ou dissesse alguma coisa, mas eu estava meio sem fala, ela era tão linda, caramba!

— Desculpa se seu amigo pensou que eu fosse colchão. – Ela lançou um olhar zangado para mim e eu franzi o cenho, me sentindo culpado um segundo depois. Foi mal, eu queria dizer, não estou acostumado a dormir acompanhado, sabe como é, normalmente eu não durmo com ninguém, não literalmente, só nos outros sentidos, mas parece que com a Belly era bem o contrário em tudo, mas eu apenas disse:

— Desculpa. – Me sentei na cama, procurando minha camiseta jogada ao lado da cama, percebi que a roupa dela estava num montinho, também do lado da cama, junto com a minha camiseta e minha calça jeans, eu tinha tirado a calça jeans? Disso eu realmente não me lembrava, mas de todo o resto, sim, de todo o resto eu me lembrava muito bem, tínhamos nos beijado ali, na cama, e de repente o beijo se transformou num caldeirão, tão quente que eu tive que juntar toda a minha força para não fazer o que não podia, mas que eu desejava profundamente, eu não sei o que ela faz comigo, mas ela me deixa louco, completamente louco e sem controle.

Peguei minha camiseta e as roupas dela e coloquei na cama no instante em que ela se erguia, sentando sobre a cama, abaixando os olhos, envergonhada, para pegar a roupa dela.

— Eu te machuquei? – Eu disse, pensando se eu podia tê-la machucado durante a noite, enquanto dormia, fora o fato de ter me estatelado em cima dela, coitada, eu devia ser bem pesado para ela que era tão delicadinha e eu brutamontes cheio de músculos e peso, mas a minha pergunta pareceu ter outro sentido porque o James, que estava naquele momento sentando na cama, ergueu as duas sobrancelhas e olhou para mim, os olhos mostrando bem outras intenções e o rosto de Belly de repente ficou mais vermelho que um pimentão. – Durante a noite, eu digo, quando dormi, eu te machuquei? Sei lá, eu sou bem ogro dormindo.

Me apressei em corrigir a pergunta e o James começou a rir, talvez numa tentativa de disfarçar também.

— Ogro dormindo? Só dormindo?

— Ah, cala a boca. – A Belly não respondeu e se levantou para poder vestir a roupa que eu tinha colocado do lado.

— Falou Shrek...hum, belo corpo, Maia. –

James! – A Belly pareceu ficar agora, definitivamente, mais vermelha que o próprio pimentão, pegando a blusinha e colocando na frente do corpo, enquanto eu arregalava os olhos, encarando o James que ria, se levantando da cama, só de samba canção.

Peraí, ele tinha olhado para a minha garota?

— Tira os olhos, Theo. – O James gargalhou e seguiu andando em direção ao banheiro.

— Relaxa, Santana.  – Ele entrou no banheiro, fechando a porta e eu olhei a volta, o Castiel estava com o travesseiro sobre a cabeça e o Frank, que dividia o quarto com a gente também, estava dormindo num sono profundo.

Caramba, como eu tinha pegado no sono e deixado ela dormir ali, no meio daqueles moleques, só de calcinha e sutiã? O que mais eles tinham visto enquanto eu dormia? Só de pensar nisso o sangue corria quente por minhas veias, e eu me virei rapidamente, para ver ela colocando o shortinho, ficando ainda de sutiã.

— Desculpe, eu não devia ter dormido, caramba, você ficou assim, aqui, e a culpa é minha. – Ela sorriu, gentilmente, e terminou de colocar a blusinha, se aproximando de mim, ainda com o rosto meio borrado de maquiagem, com cara de quem tinha acabado de acordar, os cabelos bagunçados, mas linda, extremamente linda.

— Está tudo bem, já foi, não tem como mudarmos isso, né? – Eu assenti, mas no fundo estava querendo matar a mim mesmo por isso.

— Não vai ficar brava? – Envolvi a cintura dela com as mãos a puxando contra o meu corpo e ela sorriu, tocando meu peitoral com as pontas dos dedos e deixando a mão pousar ali.

— Bom, talvez você tenha que me compensar por isso, de alguma maneira. – Abri um sorriso imenso e aproximei meu rosto do dela para selar nossos lábios, suavemente.

— O que você quiser. – Ela sorriu e passou a mão pelos meus cabelos bagunçados, bagunçando-os ainda mais.

— Vou pensar sobre isso. – Ela se afastou de mim e pegou os sapatos debaixo da cama, segurando-os na mão. – É melhor eu ir, e ninguém me ver saindo daqui assim, senão eu estou ferrada.

— Eu te levo, calma ai. – Peguei a camiseta e vesti, rapidamente, indo em direção ao enorme guarda roupa e pegando uma bermuda para mim, vestindo com pressa, para poder leva-la até o quarto dela, ou até a beira das escadas, já que eu não podia subir.

Seguimos em direção ao corredor, ainda era cedo e por ser sábado ninguém acordava antes das nove, por isso o corredor estava vazio, descemos as escadas e eu fui com ela até a escada que levaria ao quarto das meninas; ela parecia sem jeito, por isso, quando paramos em frente a escada, eu passei meus braços ao redor do corpo dela, puxando-a para perto de mim, sentindo o calor do corpo dela contra o meu.

— Você é linda quando acorda. – Eu disse, carinhosamente, e ela sorriu, tímida e sem jeito, aquele jeitinho vergonhoso era tão lindo porque eu estava acostumado já com a Belly forte, cheia de atitude, que batia de frente comigo se preciso, por isso ver uma Belly delicada, tímida, envergonhada, era algo que me fazia admirar ainda mais.

— Você me ilude muito, sabia? – Eu ri e apertei meus braços ao redor do corpo dela, apertando-a contra mim.

— Não estou dizendo nenhuma mentira. – Ela fez uma caretinha engraçada e eu aproximei meu rosto do dela, percebendo que ela estava evitando me beijar porque tínhamos acabado de acordar. Fui aproximando meu rosto do dela devagar e ela virou o rosto de lado, mais uma vez, tímida.

— Eu acabei de acordar. – Ela disse, sem jeito e eu ri, segurando o rosto dela com os dedos e puxando-o para mim, fazendo ela me olhar de frente, então aproximei meu rosto do dela e selei nossos lábios suavemente, apenas tocando meus lábios nos dela, sem aprofundar o beijo, então me afastei e sorri, vendo ela com aquele jeitinho tímido.

— A gente se vê daqui a pouco então, namorada. – Ela franziu o cenho e me olhou, confusa, e eu ri, acho que ela estava dormindo ainda. – A visita ao vale, é daqui a pouco.

— Ah, é mesmo. – Ela bateu a mão na testa, esquecida, e eu ri, apertando o corpo dela contra o meu apenas porque gostava da sensação do corpo dela colado ao meu, para não dizer, que me deixava já louco para agarra-la novamente.

— Você não vai me dar o bolo, né? – Eu perguntei brincando e ela, arteira, fez uma carinha típica de “hmm, será?”, e eu arregalei os olhos, erguendo as sobrancelhas, teatralmente, apenas para faze-la rir.

— Nunca! – Eu respirei aliviado e ela riu, mas eu estava apenas brincando, por isso, apertei ela em meus braços, mais uma vez, e beijei o rosto dela demoradamente, fazendo ela abrir um sorriso imenso.

— Assim fico mais tranquilo. – Ela riu e bateu de leve no meu braço.

— Bobo.

— Vai lá se arrumar. Te vejo daqui a pouco, namorada.

— Te vejo depois, namorado. – Ela abriu um sorriso imenso e eu a apertei contra mim mais forte, fazendo ela rir, e selei meus lábios nos dela novamente, não queria deixar ela ir, mas precisava, eu mesmo precisava tomar um banho e tínhamos um dia inteiro juntos ainda, então seria por pouco tempo.

Dei um tapinha no bumbum dela de brincadeirinha e ela me olhou, com ar de indignada, e eu ri, mandando um beijo para ela enquanto ela subia as escadas, de um em um segundo olhando para trás e sorrindo para mim.

Esperei ela terminar de subir e seguir para o quarto e então voltei para o meu quarto, quando entrei e fechei a porta atrás de mim, o James estava em frente ao guarda-roupa procurando uma camiseta e o Castiel estava sentado na beira da cama, com cara de sono, o Frank, para variar, anda estava dormindo, ele era o mais difícil de acordar, até mais do que eu e o James juntos. Quando me viu dentro do quarto, o James abriu um sorriso imenso e zombeteiro, e eu já soube que lá vinha chumbo.

— Que gostosa a Belly, heim.

— Olha o respeito com a minha namorada.

— Humm, namorada? É mesmo? – Abri um sorriso imenso e ergui a mão, que eu ainda estava usando a aliança.

— Oficialmente agora, então tira os olhos da minha garota.

— Olha só, Luan Santana está namorando, não acredito. – Ele começou a me zoar e o Castiel, que parecia ter acordado só para entrar na conversa, já começou a me zoar também.

— Que droga, agora vai chover e estragar o dia no Vale. – O James gargalhou e eu mostrei o dedo do meio para o Castiel.

— E pelo jeito já consumou o namoro.  – O James continuou rindo e eu neguei de leve com a cabeça, seguindo até o guarda-roupa para pegar uma toalha limpa.

— Sério, Luan? Eu lembro mesmo que quando eu entrei para dormir ontem, eu vi uma garota seminua na sua cama. – O James gargalhou e sentou na beira da minha cama, segurando uma camisa, mas acho que ele já tinha esquecido até o que estava fazendo antes.

— O que você viu exatamente? – Me virei encarando ele e o James, e pela minha cara eles devem ter percebido o ciúmes estampado ali. Qual é, eu não olharia para a namorada deles se estivessem de calcinha e sutiã, quer dizer, eu daria uma olhadinha só, mas uma olhadinha respeitosa.

— Não vi muita coisa, você estava meio que capotado em cima dela, então vi mais a sua bunda do que a dela. – Peguei uma camiseta de dentro do guarda-roupa e joguei em cima do Castiel que gargalhava, junto com o James que parecia uma hiena.

— E ai, rolou? – O James perguntou e, imediatamente virou o rosto para olhar a cama onde eu dormia. – Hmm, não estou vendo sangue aqui.

— Cala a boca. – O James gargalhou e o Castiel se aproximou para averiguar melhor a minha cama.

— Ou não rolou nada, ou ela não era mais virgem.

— Cala a boca vocês dois. – Os dois se entreolharam e riram.

— Acho que ela negou.

— É, ele ta nervosinho. – Não tinha como não rir com aqueles idiotas e eu, que estava tentando ignora-los, comecei a rir.

— Otários.

— É, ela negou mesmo. – Comecei a rir e me virei, me recostando no guarda-roupas e negando de leve com a cabeça, mas sem dizer nada.

— E ai, otário, vai contar ou não? Porque a Belly estava quase pelada aqui e eu vi bem.

— Nossa, gostosinha ela.

— É mesmo, James?

— Nossa, o Luan é muito brocha mesmo. – Soltei uma gargalhada.

— E a Lilly, vai bem?

— Cala a sua boca e fica na sua. – Gargalhei e voltei a atenção para o guarda-roupa, pegando a toalha e me virando para ir ao banheiro.

— O negócio foi bom então, heim. – Eu abri um sorriso imenso e passei a mão pelos cabelos, o que fez o James rir.

— Ela não quis? – O Castiel perguntou e eu parei no meio do caminho, me virando para olhar para eles, se eu não dissesse nada, eles iriam pensar que eu e a Belly realmente tínhamos feito alguma coisa, não que eles fossem sair falando por ai, eu sabia que não, confiava minha vida a eles tranquilamente, mas sabia que eles mereciam a verdade de qualquer maneira, eram meus melhores amigos.

— Eu que parei antes que fizesse merda, o que foi bem difícil, admito.

— Você parou? – O James arregalou os olhos, assustado por me ouvir dizer aquilo e eu assenti com a cabeça.

— Ela estava bêbada e eu me empolguei mais do que devia, não tem como não me empolgar com a Belly, cara.

— Não tem mesmo, que bunda heim. – Peguei o tênis do Frank que estava ao lado da cama dele e joguei em direção ao James que desviou e gargalhou, àquela altura do campeonato o Frank já tinha acordado e estava sentado na beira da cama, sonolento, só prestando atenção na conversa.

— Dá próxima vez acerto a tua cara.

— Ui, ta com ciuminho Santana? – Mostrei o dedo do meio para ele que gargalhou.

— Você fez certo, Luan, se ela estava bêbada e vocês fossem até o fim, ela ficaria muito puta com você hoje.

Dei de ombros, eu não sei qual seria a reação dela, mas eu sabia que não era certo e eu não queria que fosse daquele jeito também, ela merecia algo do jeito que as garotas sonham, sabe, com flores e sei lá mais o que elas pensam que tem que ter nessas horas, mas eu queria que fosse do jeito que ela sonhava e não do meu jeito só por causa do meu tesão que, confesso, era muito por ela, absurdamente grande mesmo, mas eu tinha que me controlar e precisava parar com aqueles amassos antes que o tesão vencesse meus conceitos.

— Ela merece mais que isso, de qualquer forma. – O Castiel concordou com a cabeça e o James jogou o tênis do Frank de volta em cima de mim, o que não me acertou porque me desviei bem a tempo.

— Até que enfim tá virando homem, heim Santana.

— Sempre fui homem, babaca, quer ver? – O James mostrou o dedo do meio para mim e eu ri, me afastando e seguindo em direção ao banheiro, era melhor tomar um banho, me ajeitar e descer para irmos ao vale, aquele dia ia ser longo e eu ia passar do lado dela, então eu sabia que seria um dia perfeito.

 

 

— ISABELLY MAIA MILLER!

Eu mal abri a porta do quarto onde eu dormia com as meninas e um grito digno da minha mãe invadiu meus tímpanos. Fechei a porta atrás de mim e parei, com os olhos arregalados e as sobrancelhas arqueadas vendo uma Lilly e uma Emme paradas no meio do quarto, ambas com os braços cruzados.

— Isso são horas de chegar?

— Onde você dormiu, será que pode nos contar?

Ai, caramba, eu não tinha avisado onde tinha dormido, bom, eu nem tive tempo de nada para ser mais exata né, porque eu nem devia ter dormido com o Luan, muito menos quase pelada, o que foi a coisa mais burra, idiota e vergonhosa que eu já fiz na vida, todos os amigos dele tinham me visto de calcinha e sutiã, e provavelmente pensado que nós dois tínhamos feito coisas que nem tínhamos de fato feito.

Que droga.

— Desculpem, eu peguei no sono e não...

— Pegou no sono?

— Eu dormi com o ...

— É, a gente soube onde e com quem você estava dormindo. – A voz da Lilly era de quem estava com raiva, parecia tipo, muito com a minha mãe, muito mesmo.

Mordi o lábio, sem jeito, sem saber o que fazer, e fui adentrando o quarto aos poucos seguindo em direção a minha cama.

— Foi sem querer, não precisam ficar me olhando com essas caras.

— O que aconteceu? – A Emme sentou na cama dela, de frente para mim e eu engoli em seco, lá ia a entrevista com minha mãe, sem ser minha mãe.

— Eu dormi sem querer, foi isso, só isso.

— Vocês não...?

Não! Claro que não.

— E o que aconteceu que vocês sumiram, e acabou no quarto dele com você dormindo lá? – Será que elas sabiam como eu tinha dormido? Acho que não, ou a bronca teria sido pior.

— O Luan me pediu em namoro. – Eu disse, abrindo um sorriso imenso e erguendo a mão direita para mostrar a aliança, foi só fazer isso que elas esqueceram de todo o resto.

— Ai meu Deus, não acredito?

— Jura?

— Olha isso, Lilly! – As duas se juntaram ao redor da minha mão, olhando a aliança, querendo ver por fora, por dentro, por todos os lados, depois me pediram para contar, exatamente, como tinha sido o pedido e lá se foi metade da manhã para eu contar tudo que tinha acontecido, brincadeira, não foi tudo isso, mas foi um bom tempinho.

Depois de contar tudo que tinha acontecido, todos os detalhes, menos os sórdidos, não quis entrar a fundo em como tínhamos ido parar na cama dele, e como eu tinha ido dormir, fui tomar um banho, ou acabaríamos perdendo o dia fofocando, e fui me arrumar para passar o dia no Vale com o Luan, minhas amigas e seus respectivos namorados, tudo entre amigos, acho que aquele dia ia ser bem legal, mais do que eu poderia sequer ter imaginado algum dia.

 

 

Depois de quase duas horas desde que entrei no quarto levando bronca da Lilly, finalmente tínhamos chegado ao vale, que estava, como em qualquer dia de visita, lotado, abarrotado de adolescentes andando para lá e para cá, passeando entre as lojinhas, fazendo compras, ou as vezes só na praça comendo pipoca, rindo e jogando pipoca para os pombos, ou então comendo o melhor lanche da vida deles na lanchonete do gordo, ou no flip jogando joguinhos, enfim, todo mundo arrumava um jeito divertido e gostoso de passar o tempo na visita ao vale, até porque, passávamos muito tempo esperando ansiosamente aquele dia para desperdiça-lo, e eu não estava também querendo desperdiçar o meu dia fora daquele colégio, finalmente.

Como a maioria fazia, seguimos caminhando por entre as lojinhas, e apesar do dia estar ensolarado um ventinho frio soprava esvoaçando meu cabelo, por sorte, eu decidira colocar aquele vestido vinho, rodado e de mangas longas, que eu comprara na última vez que estivera no vale, o que parecia um tempão, mas não passava de umas semanas. O Luan seguia comigo de mãos dadas, nossas novas alianças brilhando nos nossos dedos, o que atraia vários olhares, eu podia ver nos olhos das meninas uma incredulidade surreal, como se elas estivessem tendo alucinações ao ver o Luan andando e mãos dados comigo e nós dois estarmos usando uma aliança prata no dedo, e isso fazia meu ser se inchar de felicidade e excitação, eu estava esfregando na cara de todas elas que ele era meu, definitivamente meu, e para completar aquilo tudo, só faltava esfregar aquilo na cara daquela lambisgóia da Larica, mas eu não via ela há um bom tempo, na verdade, desde que eu quebrara a cara dela, será que eu tinha mesmo quebrado algo para valer nela e por isso ela tinha sumido? Bom, eu não estava de fato preocupada com isso.

Depois de andarmos por entre as lojas, seguimos para o flip, que estava completamente lotado àquela hora, nossos horários era basicamente igual ao de todo mundo, primeiro você passeia pelo vale, depois vai para o flip jogar, depois vai para o gordo comer, alguns, ou mais especificamente falando, casais, mudavam um pouquinho isso, ao invés de irem para o flip, iam para o cinema darem uns amassos, depois iam para o gordo, e lá ficavam até o horário de ir embora, eu nunca tinha feito isso, mas se bem conhecia o Luan, em breve estaríamos fazendo, só para podermos dar uns amassos no cinema, e eu confesso que adorava a ideia. Aliás, falando em casaizinhos que iam para o cinema, quando estávamos indo para o flip, o Castiel e a Emme se despediram dizendo que iriam dar um passeio e nos encontravam mais tarde, eu tinha a impressão de que o Castiel resolveu levar a Emme para conhecer o cinema, que menina sortuda.

— Pronto para perder, Luan? – O James falou assim que adentramos o Flip e o Luan gargalhou.

— De jeito nenhum. E você, James, pronto para pular no lago? – O James gargalhou também e eu e a Lilly nos entreolhamos, rindo em seguida, meninos, todos iguais.

— Espero que você esteja com uma cueca bonitinha para mostrar mais tarde. – Brincou o James e eu gargalhei, olhando de lado para o Luan e me lembrando dele, naquela manhã, só de cueca, na cama, tinha sido uma visão do paraíso, apesar de eu não ter podido saborear muito aquele momento e admirá-lo como gostaria devido a situação, por isso pensar em vê-lo novamente só de cueca de repente me atiçou muito, eu estava começando a pensar em, sem querer, querendo, perder aquele jogo.

— Ahh, gostou de ver a minha bunda hoje cedo, né? – Eu gargalhei e o James fez uma careta e mostrou o dedo do meio para o Luan, causando mais risos em mim e na Lilly, que me olhou em seguida curiosa, mas não disse nada, eu sabia que mais tarde aquilo geraria mais perguntas.

— Sai fora, Santana, não gosto de bunda peluda, não. – Eu e a Lilly gargalhamos alto o suficiente para o fliperama inteiro ouvir, mas ninguém sequer notou, o lugar estava lotado, com milhares de vozes se misturando num falatório quase maior do que uma peixaria, pessoas conversando, rindo, gritando contra as telas de computadores ou nos carrinhos de corrida, ou nos jogos de lutas, alguns torcendo, alto o bastante, para alguns amigos, alguns torcendo contra, ou seja, um verdadeiro escarcéu, por isso, ninguém notou nossas risadas escandalosas.

Os meninos adentraram o flip, lotado, se espremendo entre os alunos, e foram comprar fichas para podermos jogar no basquete, e também em outros jogos, eu não era muito boa naqueles joguinhos, e sabia que a Lilly também não, mas não precisava de fato ser fera naquilo, mesmo que eles tivessem apostado, eles sabiam muito bem que nós não seriamos lá muito boas, mas o que importava era a intenção, e a minha... bom, eu tinha que ganhar, certo?

Eu e a Lilly ficamos na entrada esperando os meninos e vendo alguns garotos jogando num fliperama de lutinha, o que era até bem engraçado de ver, e eu acabei ficando com vontade de jogar só para ficar apertando aqueles botões enlouquecidamente igual aqueles meninos faziam, me virei para falar para a Lilly que queria jogar aquilo, mesmo sendo jogo de menino, quando vi o Denis vindo na nossa direção, com um amigo do lado, e um sorriso de orelha a orelha estampado no rosto.

Ai, meu Deus.

— Hey Isabelly. – Sorri, me sentindo meio sem jeito, a última vez que eu falara com aquele garoto fora para fazer ciúmes ao Luan, eu praticamente usara ele, mesmo sendo por pouco tempo e não tendo feito nada além de apenas conversar com o garoto, ainda assim, eu tinha percebido que havia um interesse dele por mim que eu, sem querer, acabara alimentando e criando falsas esperanças. Mais um para lista dos que eu iludi enquanto tentava conquistar o Luan. Voltei a mim com a voz dele ecoando no meu ouvido, agora parado a minha frente e da Lilly. – Nossa, você por aqui? Não sabia que curtia fliperama.

— Ah, até que é legal. – Eu disse, sorrindo educada e desviando os olhos, involuntariamente, para olhar novamente o menino jogando lutinha mais para o lado, cercado de amigos torcendo por ele, ou contra ele, não sei bem.

— Lutinha? Serio? – Ele disse, ao seguir o meu olhar, e começou a rir, enquanto eu dava de ombros, agora sem graça e com raiva ao mesmo tempo, qual era o problema? Eu não era capaz de jogar aquilo que era só apertar um monte de botões?

— O que tem? – Ele continuou rindo mais um pouco, acompanhado do amigo dele e eu fechei a cara, o que o fez parar de rir aos poucos e passar uma das mãos por meus ombros, o que eu sabia que não era nada bom, considerando que agora eu namorava e meu namorado estava logo ali mais adentro e poderia voltar a qualquer momento. Vi o olhar da Lilly em mim, meio preocupado e sabia que ela estava pensando a mesma coisa que eu, problemas à vista.

— Foi mal. Que tal então se jogarmos nós quatro?

— Nós quatro? – Arqueei a sobrancelha, olhando para ele, e de repente me dando conta do amigo dele ao lado, com os olhos praticamente grudados na Lilly que começava a ficar mais vermelha que um pimentão de tão sem graça que estava. O olhar dela que me enviava uma mensagem de problemas à vista, estava se intensificando, era um olhar de alerta total.

— Ah, esse é meu amigo. – Ele virou o rosto para o amigo dele e sorriu, o menino sorriu meio galante para nós, honestamente, ele era bonitinho, mas tinha um jeito meio, sei lá, garboso demais, uma cara de quem não valia um centavo furado, eu conhecia o Denis e sabia que ele era um garoto legal, mas aquele garoto, eu nunca vira ele antes, ou nunca reparara nele porque não me lembrava da cara dele de jeito nenhum.

— John. – Ele disse, segurando a mão da Lilly e beijando-a, todo galante, e a Lilly arregalou os olhos, apavorada, eu conhecia ela bem o suficiente para saber como ela estava se sentindo, com medo do James aparecer, ver, e pensar que ela estava dando bola para o cara esquisito e todo cheio de charme para cima dela.

Eu precisava fazer alguma coisa, por isso, comecei a tentar me afastar do Denis e tentar arrumar uma desculpa para nos livrar deles.

— Ah, oi, prazer. Olha Denis, não vai dar... – Eu comecei a dizer, tentando já me livrar dos dois, mas o Denis não pareceu perceber que tinha um motivo para eu tentar me livrar deles, ele pensou que, talvez, eu estivesse meio sem jeito e tentando fugir, e ele não queria que eu fugisse dele mais uma vez, talvez na cabeça dele, aquela fosse a chance dele, mas não tinha mais chance nenhuma nem para ele, nem para nenhum outro garoto na face da terra comigo.

— Tá com medo de perder? Eu prometo pegar leve com você. – Ele sorriu e deu uma risadinha, apertando mais a mão no meu ombro, enquanto ele me abraçava de lado, me segurando como se estivesse com medo de eu sair correndo.

— É, prometo que vamos ser gentis com vocês. – A maneira como o amigo dele disse “gentis” não parecia nada ligado ao jogo e isso me estremeceu, antes que eu pudesse dizer, ou pensar em dizer alguma coisa, ouvi uma voz bem atrás da gente que fez os olhos da Lilly se arregalarem de medo e meu coração palpitar forte no peito: problemas à vista.

— Quem é que vai ser gentil com a minha garota? – Eu virei o rosto, com os olhos arregalados, e vi o James parado bem atrás de nós com o Luan do seu lado, o olhar do Luan estava fixo em mim e nas mãos do Denis grudadas no meu ombro me segurando, vi os olhos dele se desviarem do Denis e se encontrarem com os meus e me senti congelar por dentro, agora eu entendia o medo que a Lilly estava sentindo antes, com a possibilidade do James ver o cara em cima dela, eu sentia aquele medo agora, e se o Luan pensasse que eu estava dando bola para o Denis?

Engoli em seco e tentei me esquivar da mão do Denis, numa tentativa de mostrar ao Luan que eu não estava ali por vontade própria, o que era bem verdade, mas o Denis, não sei bem porque, se por medo ou simplesmente automaticamente, apertou mais o meu ombro, me prendendo a ele, e eu senti o medo e o desespero aumentar dentro de mim.

O James deu alguns passos parando bem ao lado da Lilly e encarando o tal de John, que olhou da Lilly para o James, que era consideravelmente maior que o menino. Vi as mãos do James escorregarem para os ombros de Lilly, a puxando mais para perto dele, sem tirar os olhos do garoto, a ameaça do olhar do James já era capaz de torrar o menino até ele virar pó, se isso fosse possível.

— Ah, ela é sua garota? – O John perguntou e o James, com a fisionomia de quem queria socar o garoto até ele ficar desfigurado, assentiu com a cabeça, sem desviar os olhos dele.

— É, ela é minha garota, e acho que isso já é suficiente para você manter uma distância bem segura longe dela, se é que você me entende.

Ameaça feita.

Mas o garoto continuava encarando o James e a Lilly, ele não parecia muito preocupado com a ameaça do James, ao contrário do Denis, que começou a tentar intervir, ainda me segurando pelos ombros.

— Calma cara, não queremos briga, nós só estávamos...

— Tentando roubar as garotas dos outros? – Engoli em seco, num segundo o Luan estava parado do meu outro lado, de frente para a lateral do meu corpo, olhando para o Denis e a mão dele no meu ombro, e a tensão do olhar dele era igual a do James, eu jamais imaginei ver o Luan olhando para um cara daquele jeito por minha causa. O Denis percebeu que o Luan estava do nosso lado e me soltou, dando um passo para o lado, se distanciando de mim, eu não queria que o Denis apanhasse por causa daquilo, ele era um cara legal, já aquele John não, mas eu não podia deixar o Luan brigar com o menino, por isso, me virei de frente para o Luan e segurei a mão dele, fazendo ele desviar os olhos do Denis e me encarar.

— Tá tudo bem, deixa isso para lá, eles não sabiam...

— Mas agora já sabem. – A voz do Luan foi seca e dura, eu sabia que não era para mim que ele estava dizendo aquilo, por isso ele não estava sendo nenhum pouco gentil ou doce nas palavras. Ele me segurou pelo braço e me puxou para o lado dele, me tirano da sua frente e deixando ele olhar diretamente para o Denis. – Ela é minha namorada, então espero que você...

— Claro, cara, foi mal, eu não sabia, não foi nossa intenção, né John? – O cara continuava encarando a Lilly e o James sem dizer uma palavra, os dois pareciam estar lutando com olhares, e eu não sabia mais exatamente quem estava ganhando, mas apostava no James. – John?

Tadinho do Denis, ele estava apavorado, acho que o Luan e o James deviam ter alguma reputação quanto a briga naquele colégio que eu nunca me ligara antes, porque literalmente, eu podia ver o medo nos olhos do Denis, como se ele soubesse bem do que aqueles dois eram capazes, ou talvez fosse só pelo tamanho do Luan e do James, e pelo olhar ameaçador dos dois, eu não sei ao certo, mas o Denis puxou o amigo dele pelo ombro, fazendo o cara, finalmente, desviar os olhos da Lilly e do James para olhar para o Denis atrás eles.

— Vamos cara, deixa isso para lá. – O tal de John voltou os olhos para o James uma última vez, um olhar bem estranho, que fez uma pedra de gelo escorregar por minhas costas, de medo, e então se virou e saiu andando atrás do Denis.

E eu finalmente respirei aliviada.

Voltei os olhos para o Luan, mas ele não estava me olhando, continuava olhando para onde o Denis e o amigo esquisito dele fora, com o olhar perdido e as feições de bravo, sem jeito e com medo, toquei novamente na mão dele e ele finalmente voltou-se para mim, o olhar suavizando ao me ver ao seu lado. Ele segurou a minha mão e se aproximou de mim, me puxando para ele e fazendo meu corpo colar ao dele, enquanto me olhava de perto.

— Não posso ficar longe nem cinco minutos que já tem um monte de abutre em cima de você. – Engoli em seco e mordi o lábio, com medo, antes de tentar me defender.

— Luan, desculpa, eu não queria...

— Belly... – Ele negou com a cabeça levemente e riu. – Caramba, estou dizendo que não posso te deixar sozinha muito tempo ou vão acabar roubando você de mim.

— Roubando eu de você? – Ele assentiu, agora com um sorriso divertido nos lábios.

— O que você acha que ele queria?

— Ele ficou com medo o suficiente quando soube que você era meu namorado. – O Luan gargalhou e me puxou para mais perto, selando nossos lábios em seguida, suavemente.

— Melhor não arriscar. – Eu sorri e vi pelo canto dos olhos que o James e a Lilly, que pelo visto tiveram a mesma conversa particular que eu e o Luan, já estavam de mãos dadas e mais próximos de nós. O Luan percebendo também, soltou de mim e segurou a minha mão, me puxando em direção ao Flip.

— Vamos, vamos que eu tenho uma aposta para ganhar. – O James riu e seguiu atrás de nós, ele parecia um pouco mais relaxado agora que o cara fora embora, mas aposto que, se ele aparecesse ali novamente, o James não iria se segurar muito mais e iria partir para cima do cara.

Dez minutos depois ninguém lembrava mais do que tinha acontecido na porta do Flip, estávamos mais para o meio do salão jogando basquete, que fora dividido em sessões e em melhor de três.

Primeiro o James jogara com a Lilly e no final, marcamos a pontuação deles. Depois eu e o Luan fomos jogar, e no final, eles e nós marcamos a nossa pontuação, e foi assim mais duas vezes, primeiro a Lilly e o James, depois eu e o Luan. Estávamos ganhando, tínhamos feito uma pontuação melhor na nossa segunda rodada do que os dois tinham feito nas duas rodadas deles, então aquela rodada era a última e a decisiva, e eu confesso, tinha gostado muito daquilo, era muito excitante ficar torcendo contra a outra dupla para poder ganhar a aposta, mas sabendo que, mesmo que você ganhasse uma rodada, não lhe garantia a aposta, por isso você tinha que se esforçar para melhorar ainda mais na próxima rodada.

O Luan percebeu a minha empolgação, e parou ao meu lado, sorrindo, quando o James e a Lilly foram para a cesta jogar a última rodada deles:

— Quer ganhar a aposta? – Ele me perguntou baixinho, e eu dei um sorriso imenso para ele, olhando para a Lilly e o James, pensando que ele queria que nós dois fizéssemos algo que tirasse a concentração deles ou algo assim.

— Está pensando em que? – Ele viu o meu olhar de maldade e riu, negando de leve com a cabeça.

— Nada disso do que você está pensando, eu não roubo dos meus amigos, só dos inimigos. – Soltei uma gargalhada que, sem querer, querendo, deve ter tirado a concentração do James porque vi ele errar uma bola, e imediatamente coloquei a mão na boca, abafando a risada, o que fez o Luan rir mais ainda. Voltei meus olhos para ele e vi os olhos dele brilhando em minha direção.

— Está pensando em quê então? – Ele sorriu de lado, sapecamente, e eu senti um nó no meu estomago junto com um calor que subia e invadia todo o meu corpo.

— Estava pensando em ver você de calcinha e sutiã mais uma vez.

Luan! – Eu coloquei a mão na boca para abafar minha risada e ele me enlaçou pela cintura, me colando ao corpo dele, deixando nossos rostos bem mais próximos. Delicadamente ele segurou minha mão e levou até os lábios dele, beijando-a e depois soltou-a para acariciar meu rosto, com aquele sorriso lindo ainda estampado no rosto e fazendo todas as células do meu corpo se agitarem dentro de mim enlouquecidamente, eu imaginava elas assim: um monte de bolinhas rosas, completamente loucas e apaixonadas pelo Luan, e todas as vezes que elas viam ele se aproximando de mim (o que elas deviam ver por uma televisãozinha interna, dentro de mim), elas começavam a pular enlouquecidas e empolgadas gritando o nome dele que nem loucas, em uníssono de tal maneira que ecoava por todo o meu corpo, vibrando cada centímetro da minha pele.

— Que tal perdermos essa aposta? – Arregalei os olhos. O que? Agora eu queria vencer, eu queria muito vencer. Dei um tapa no braço dele e ele riu, vendo a minha cara de assustada.

— Nem pensar! Eu quero ganhar, eu preciso ganhar! – Ele riu alto e me apertou mais contra ele, o que fez as celulazinhas do meu corpo gritarem histéricas e pularem mais ainda dentro de mim, mais insanas do que nunca.

— Uau, não sabia que você era tão competitiva assim. – Ele estava brincando comigo, eu sabia disso, eu via isso nos olhos dele e no sorriso em seus lábios, mas fiz uma careta e mostrei a língua, estilo ranzinza o que o fez rir mais ainda e em seguida colar os lábios nos meus, selando-os e fazendo um frisson percorrer todo o meu corpo enquanto as palavras dele ecoavam em minha mente, ele queria me ver de calcinha e sutiã, e eu queria muito ver ele de cueca de novo, agora me diz, como isso ia acabar com todas essas vontades insanas invadindo nós dois? Ainda mais depois da noite passada, no fundo eu sabia muito bem como acabaria, mas eu não queria pensar naquilo naquele momento, ou então minhas celulazinhas iriam explodir dentro de mim de tanta excitação, elas mal se aguentavam quando ele me beijava, quem dirá todo o resto.

Voltamos a nós quando a voz do James ecoou alto, depois de um sonoro arranhar de garganta.

— Hum, hum. Acho que é a vez de vocês. – O Luan afastou nossos lábios e piscou para mim, segurando minha mão depois de se afastar de mim, deixando um vento frio bater contra o meu corpo que sentia a falta do calor dele, as celulazinhas dentro de mim ficaram bem tristes por termos de nos separar.

— Vem que eu tenho uma aposta para perder.

Luan!­ – Bati no braço dele e ele gargalhou, estava brincando, mas eu não sabia o quanto. Será que ele ia mesmo perder de propósito aquela aposta?

Por completo azar, ou seria sorte? O James e a Lilly tinham empatado com a nossa última boa pontuação, portanto, nós precisávamos fazer mais pontos que eles, se fizéssemos a mesma pontuação, ficaríamos empatados, e isso resultaria numa outra rodada com pontos corridos, quem fizesse mais pontos automaticamente já ganhava. Ou então somaríamos todos os pontos, de todas as rodadas, e quem tivesse mais ganhava.

O Luan colocou a ficha na máquina e me olhou de lado, piscando para mim, antes das bolas de basquete começarem a descer por uma rampa.

O jogo era simples, tínhamos que ir pegando as bolas que iam descendo da rampa, e jogando na cesta mais a frente, para acertarmos, mas ela era meio alta e meio longe, então não era tão fácil assim, você tinha que pegar a manha de como jogar para fazer ela cair certinho na cesta, mas nem sempre essa manha dava certo.

Começamos a jogar, o Luan não parecia nada com alguém que queria perder, mas eu vi ele perder algumas bolas fáceis, que ele normalmente não erraria, e eu comecei a pensar se ele não estava fazendo de proposito, eu tentei acertar todas as minhas bolas com uma vontade além do normal, eu não queria perder, por isso, só errei duas bolas, o que fez ele ficar impressionado comigo. Quando o tempo estava quase acabando, faltando dez segundos para acabar nosso tempo, estávamos perdendo por nove pontos, tínhamos que fazer três cestas para empatar com a nossa última pontuação, que também era a mesma da Lilly e do James, e acertar pelo menos mais uma ou duas cestas para ganhar a aposta; a bola desceu e eu me joguei para a frente para pegar a bola, eu queria acertar aquelas bolas de qualquer jeito, mas o Luan foi mais ágil e pegou a bola da minha mão, a jogando em direção a cesta, e então eu prendi a respiração por um segundo pensando que ele iria errar, mas ele não errou, a bola foi direto na cesta e eu respirei aliviada, ele pegou a próxima bola e jogou novamente, mas quando eu pensei que a bola iria cair na cesta, ela bateu no aro e voou para fora. Que droga!

Duas bolas desceram a rampa e eu peguei mais uma, no mesmo instante que o Luan pegara a dele, o tempo estava acabando, só faltavam cinco segundos, ele jogou a bola, e errou, nem chegou perto, tínhamos que acertar mais duas para empatar, e mais uma para ganhar, então eu não podia errar, porque cinco segundos passam mais rápido do que você imagina, mas as vezes mais lento que se pode imaginar, e aqueles cinco segundos estavam indo rápido demais, para o meu gosto.

Respirei fundo e joguei a minha bola usando uma manha que eu já tinha pego que raramente me fazia errar e foi na certa, a bola caiu direto dentro da cesta, sem sequer relar no aro. Que lindo!

Eu sorri para mim mesma, orgulhosa, e então olhei para o cronometro acima da cesta e para as duas bolas que vinham em nossa direção.

Três segundos. Que droga, não ia dar tempo.

O Luan pegou a bola e eu, mais uma vez, prendi a respiração.

Dois segundos.

Anda logo, criatura.

Luan! – Eu quase gritei, ou sussurrei, eu não sei ao certo, eu sei que eu comecei a ficar sem ar, talvez porque eu tinha parado de respirar naquele suspense todo.

Ele ergueu a bola, posicionando-a e jogou.

Um segundo.

 A bola voou em direção a cesta e...

A bola bateu no aro.

Zero segundo.

E saiu para fora.

Eu soltei o ar, exasperada, e olhei para ele, esperando ver ele com uma cara de sinto muito, ou zangado, mas não, ele estava com um sorriso sacana nos lábios.

Filho de uma mãe! Ele tinha feito de propósito!

Nós tínhamos perdido a aposta.

 

 

 


Notas Finais


Eu nem sei como me desculpar com vocês por toda a demora

Foi uma demora além do normal, né

Eu já tinha explicado antes que derramei café com leite no meu note, né, e dai eu fiquei meio que sem inspiração, porque, quanto mais tempo sem escrever, mais a preguiça toma conta e a inspiração se esvai...

Dai para ajudar tudo gente, surgiu uma oportunidade de emprego para mim em Sp, mas eu não estava morando em Sp, então tive que ir para a capital numa semana, depois voltar em outra, e depois ir mais uma vez porque tinha passado e iria começar a trabalhar, e dai a primeira semana de trabalho foi correria, e dai no fds acabei indo para a casa da minha mãe, e a semana seguinte foi corrido de novo, e dai eu acabei ficando esse tempão sem conseguir escrever, na verdade, eu estava com metade do capitulo feito tem quase um mês, e só hoje que finalmente consegui ficar de boa, e terminar o capitulo, para minha sorte, fiquei sozinha na casa onde estou esses dias, e dai fiquei tranquila e passei a tarde escrevendo

Não vou prometer a vocês capitulo toda semana agora porque estou prestes a mudar definitivo para SP, apesar de já estar aqui trabalhando, mas minha mãe vem para cá em qlq fds desses, dai vou ficar bem entretida, mas tentarei ao máximo ir escrevendo a noite, durante a semana, Okay, vou tentar não sumir tanto tempo, prometo mesmo

Enfim
Desculpem também ter terminado aqui, mas se eu fosse continuar, o capitulo ia ficar muito grande mesmo porque tem muita coisa para acontecer nesse dia do vale ainda

Mas me digam o que acharam
Isso se vocês ainda acompanharem a fic né kkkkkkkkkkk


Então é isso meninas
Até o próximo capitulo, e mais uma vez, perdãooooooooo, de todo coração, pela demora.

Beijos
Lanah Black


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