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História A Duquesa - O Relógio Bate Nove...


Escrita por: agronskypond

Capítulo 1 - O Relógio Bate Nove...


Fanfic / Fanfiction A Duquesa - O Relógio Bate Nove...

Era difícil para ela dizer quanto tempo ela estava longe de Gallifrey. Não se lembrava e nem saberia chutar. Seu pai, num último esforço de salvá-la da guerra do tempo retirou toda a sua essência de senhora do tempo, implantando em um relógio e mandando-a para uma parte desconhecida do tempo e espaço.

Foi enviada para a Terra, na década de 1920. Viveu alguns anos da sua vida sem saber o que estava acontecendo com seu planeta natal, sem saber sequer que não era do planeta ao qual habitava e que uma guerra estava matando todos que ela amava.

Mas a guerra acabou.

Uma série de fatos estranhos começaram a aparecer na vida de Alexandra Reckziegel que, posteriormente e aleatoriamente, reativou a sua memória e essência de senhora do tempo voltando a ser quem era e herdando uma TARDIS do seu planeta natal, da sua família. O que também era um sinal de que eles não haviam sobrevivido.

Foi assim que ela virou a Duquesa.

 

***

 

Caminhava rapidamente pelas ruas de Londres usando um vestido florido afinal estava calor. Os cabelos cor de fogo estavam soltos e se mexiam conforme os passos acelerados daquela moça de aproximadamente vinte e cinco anos.

Passava desapercebida por todos ali. O que era bom por que ninguém entraria em pânico com todo aquele problema que estava acontecendo. O lado ruim era o mesmo. Ninguém sabia o que estava acontecendo e ela tinha que lidar com tudo sozinha. Ela não conseguia lidar bem sob pressão.

Enquanto andava rapidamente e ponderava mais rápido ainda, chocou o seu corpo contra o de outra pessoa.

― Me desculpe! ― Ela proferiu observando a figura a sua frente, com quem havia trombado.

Era um homem claramente mais velho do que ela, mais alto, quase sem cabelo e com orelhas definitivamente grandes. Ela observou vagarosamente apenas porque aquelas orelhas eram enormes. Usava uma jaqueta preta de couro que deveria ser uns dois números maior do que ele de fato deveria vestir, todavia ela havia gostado daquele estilo.

― Não tem problema! ― O homem disse sorrindo e acenando levemente com a mão arqueando o cenho de forma extremamente feliz.

Ela acenou para ele sorrindo, porém não da mesma forma que ele. Era parecia mais contida do que ele. Quando ia voltar a caminhar na direção em que deveria ir escutou o homem falar novamente podendo notar que seu sotaque era do Norte. Definitivamente do Norte.

― Qual o seu nome? E por que está tão acelerada? ― O homem questionou cruzando os braços a frente do corpo notoriamente curioso.

― Hm... ― Ela murmurou pensativa. Não sabia se deveria contar algo para ele, nem o conhecia. ― Eu me auto intitulo Duquesa, mas quando converso com seres humanos digo que meu nome é Alexandra Reckziegel. Eles lidam melhor com esse nome. ― Tagarelou. ― E eu tenho que investigar se os manequins de Londres são Autons ou não. É difícil, eu sou uma só e eles podem parecer manequins muito comuns quando querem.

Quando a Duquesa terminou de falar suspirou pesadamente, como se ela quisesse demonstrar que precisava extravasar toda a pressão de estar tentando salvar o mundo. O que passava pela sua mente, por outro lado, era se passar por louca para aquele homem para que ele pudesse sair e ela voltasse ao trabalho.

Não foi o que aconteceu.

O homem arqueou o cenho e deu dois passos em direção a moça que apenas estudava tudo com atenção. Ele a olhou de cima a baixo, como se escolhesse o que deveria perguntar primeiro. Duquesa se repreendeu mentalmente por ter feito aquilo. Era culpa dela ter despertado mais ainda a curiosidade do homem.

― Porque você se auto intitula Duquesa? ― Foi a única pergunta que ele fez endurecendo um pouco a sua feição.

― É uma mania do meu povo. Nem sei se é isso, fiquei pouco tempo por lá, uns cem anos só. Mas eu lembro que tinha um homem que se intitulava Doutor e meio que algumas pessoas, bem poucas, seguiram o exemplo...

― Doutor?

Duquesa pode perceber o homem ficar mais tenso, como se ela tivesse dito algo que não devesse. O grande problema era que ela não tinha dito nada de errado. Quer dizer, muitas pessoas em Gallifrey não gostavam do tal Doutor, entretanto ela nunca havia visto sua fisionomia. Nenhuma delas.

Enquanto ela pensava no que ela poderia ter feito de errado para deixar o homem tão tenso ela percebeu que ele voltará a caminhar como se nada tivesse acontecido. Mas ele não deixaria Duquesa sem saber.

― Ei... ― Ela gritou, correndo em sua direção e repousando a mão no seu ombro. ― O que aconteceu? Porque ficou tão tenso quando eu disse...

― Eu sou o Doutor, Duquesa!

Assim que o homem se identificou como o Doutor, a feição dela foi de ‘curiosa’ para ‘surpresa’ em um milésimo de segundo. Ele era quase uma figura folclórica de Gallifrey e estava bem a sua frente. Ela ficou parada alguns instantes até resolver o que deveria falar, ou perguntar.

― O que aconteceu na guerra? Eu sei que ela acabou, mas não sei como. Alguém mais sobreviveu? O que aconteceu Doutor? ― A cada palavra que ela pronunciava a sua angustia e dor aumentavam, unicamente porque a esperança renasceu em seu coração. Alguém da sua família poderia ter sobrevivido.

Talvez ela e o Doutor não estivessem sozinhos.

― Todos morreram. Daleks e senhores do tempo! ― Ele olhou para o chão por alguns momentos, penoso.

― O que aconteceu? ― Duquesa tentava com todas as suas forças não chorar. Mais uma vez suas esperanças morreram. De uma vez por todas.

― Eu explodi Gallifrey. Matei todos os Daleks de uma só vez... ― O Doutor balançou a cabeça vagarosamente, suspirando. ― Só que isso matou todos os senhores do tempo também! ― Ele chutou o chão levemente voltando a olhá-la nos olhos. ― Vá em frente, você pode me odiar agora!

 ― Eu não vou te odiar... ― A voz da senhora do tempo parecia embargada, como se um nó tivesse se formado em sua garganta, porém manteve-se firme. ― Ainda que doa saber que todos estão mortos, você fez certo. O Império de ódio e morte dos Daleks deveria acabar. Você fez isso e salvou o universo!

Duquesa era jovem, mesmo para os senhores do tempo e o que os Daleks fizeram contra Gallifrey fez com que ela percebesse que o ódio não leva ninguém a lugar nenhum. A culpa não era do Doutor, não mesmo. Era dos Daleks e do seu criador.

Quando ela observou o rosto do homem seu olhar estava vago. Parecia estar tentando compreender o que estava acontecendo ali. Ele estava mais triste que Duquesa, sem sombra de dúvidas e ela o abraçou.

Sem mesmo o conhecer direito ― sem contar as histórias que ela escutou sobre ele ― ela o abraçou forte. Ele era um senhor do tempo, como ela. Triste sem mais ninguém.

Não mais, ponderou.

Em todo o tempo-espaço, Duquesa agora tinha alguém que lhe entendia e esperava que o Doutor também pensasse assim.

No momento que Duquesa soltou o homem pode perceber que ele sorria. Pelo menos ela havia feito que ele se sentisse um pouco melhor. Ela era do mesmo povo dele e não o culpava por nada, isso deveria ter feito com que ele se sentisse bem melhor.

― Então você quer ajuda com esses Autons?

Foi a única coisa que ele falou.

 

***

 

Com a ajuda do Doutor, Duquesa descobriu que eram de fato Autons e se não fosse por ele não saberia o que fazer.

O Doutor desenvolveu duas bombas para que fossem implantadas nos painéis de controle dos Autons que ficavam cada uma em uma extremidade da cidade. O Doutor pegou uma e a Duquesa outra.

Ela abriu a porta de uma cabine telefônica vermelha, tradicionalmente britânica ficando parada na porta. Observou a TARDIS do Doutor, que era azul e uma cabine de polícia. De fato, eles eram mais britânicos que muitas pessoas dali. Ela riu.

― Você realmente acha que isso vai funcionar? ― O Doutor perguntou.

― Eu confio em você! ― Respondeu no mesmo instante.

Ambos sorriram.

A ruiva foi entrar na sua TARDIS quando ouviu a voz dele ressoar pelo local novamente. Ela saiu novamente encarando o homem que sorria, porém ela podia ver um pouco de tristeza em seus olhos. Ela reconhecia porque também tinha tristeza estampada em seus olhos.

― Você acha que nós vamos nos ver de novo? ― Ele questionou com a voz levemente embargada.

― Eu acho que... ― Ela correu na direção dele, lhe abraçando. Ele a levantou e girou-a no ar. ― O tempo-espaço é infinito, mas eu tenho certeza que vamos nos ver em breve. Nós somos família agora, Doutor, e família sempre se reencontra!

Ela deu um beijo na sua bochecha e arrumou a jaqueta de couro dele. Sorriu mais uma voz e voltou para a sua TARDIS. Antes de entrar de uma vez por todas, entretanto, ela colocou apenas a cabeça para fora.

― Enquanto não nos vemos, tenha aventuras maravilhosas Doutor! Você merece!

E assim Duquesa finalmente entrou em sua TARDIS e voou para onde devia, sem fazer qualquer barulho.


Notas Finais


Twitter: @agronskypond


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