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História A Duquesa - O Relógio Bate Dez...


Escrita por: agronskypond

Capítulo 2 - O Relógio Bate Dez...


Fanfic / Fanfiction A Duquesa - O Relógio Bate Dez...

As mãos repousavam dentro dos bolsos da jaqueta preta de couro que usava. Ela devia admitir que tinha gostado tanto da jaqueta do Doutor que teve que arranjar uma para si mesma. Riu lembrando disso.

Os cabelos vermelhos estavam presos em um coque alto e os olhos esverdeados observavam aquela cidade maravilhosa. Todos os tipos de raças, juntas. Vivendo bem e em paz. Caminhava tranquilamente pelo mercado central comendo as mais diversas coisas e conversando com todos.

O lugar estava lotado, o que a deixava receosa por viver esbarrando nas pessoas e algumas podiam ser muito raivosas, dependendo da espécie. Tentava caminhar pelo local com delicadeza e cautela, porém o inevitável aconteceu.

Ela trombou com duas pessoas.

A mulher era ruiva como ela e tinha um sorriso grande desenhado em sua face, como se estivesse conhecendo o lugar, era definitivamente sua primeira vez ali. O homem, por sua vez, usava um topete, um sobretudo definitivamente comprido e tênis nos pés. Arqueou o cenho na tentativa de não rir daquele traje diferente dele.

― Me desculpem, isso está lotado! ― Ela disse sorrindo e seguindo seu caminho.

― Não foi nada. ― A mulher proferiu em resposta fazendo Duquesa respirar aliviada.

Ela continuou sua caminhada dando poucos passos à frente quando escutou o homem falando “Duquesa” em voz alta. Ela parou no mesmo instante. Respirou fundo e girou os calcanhares estudando o homem com cuidado.

― Duquesa, é você? ― Ele questionou mais uma vez.

― Só existe uma Duquesa em todo tempo-espaço e... ― Ela se aproximou dele olhando bem em seus olhos. ― Só existe uma pessoa em todo tempo-espaço que me chama assim... Olá, Doutor!

Ela sorriu constatando que aquele era o Doutor que há pouco tempo havia conhecido. Ele gargalhou alto, abraçando-a e girando-a no ar. Como era bom encontra-lo novamente. Assim que ele a colocou no chão novamente, observou seu rosto repousando as duas mãos nele e rindo.

― Você não tem mais orelhas gigantescas... ― Disse o que havia observado naquela nova face.

― Você acha? Eu acho que elas são bem grandes, mas nada se compara ao topete e a necessidade de ser o mais inteligente! ― A mulher ruiva que o acompanhava proferiu rindo e fazendo a senhora do tempo rir junto. ― Sou Donna Noble, humana! ― Disse estendendo a mão.

― Você tem razão Donna! ― Duquesa concordou soltando o rosto dele e apertando a mão dela. ― Duquesa, senhora do tempo!

― Então você é igual ele? Quero dizer, mesma raça? Mas você parece normal...

Duquesa riu e pode escutar o pigarro completamente forçado do senhor do tempo, o que a fez rir mais ainda da situação. Ela olhou para ele com um sorriso maroto, como se estivesse adorando tudo aquilo.

― Qualquer um parece normal perto dele e... ― Ela dizia com um sorriso maroto desenhado, mas logo foi interrompida.

― Ei, eu estou aqui! ― O Doutor interrompeu novamente, observando a senhora do tempo. ― Por onde andou todos esses anos? ― Ele questionou por fim deixando mostrar a sua curiosidade.

― Anos? Foram meses! ― Ela rebateu assustada. Como ela tinha ficado longe anos? Era impossível. Mas... ― Oh, nós temos linhas temporais diferentes Doutor!

― Enquanto vocês colocam o papo em dia vou andar pela cidade, maravilhosa demais para ficar parada. ― Donna disse. ― Um prazer te conhecer Duquesa!

Assim eles observaram a mulher desaparecendo pela multidão. Duquesa ficaria preocupada com ela, se perder era fácil ali, mas se ela estava viajando com o Doutor ela deveria ser no mínimo esperta.

Ele então caminhou até um par de cadeiras esperando que a moça lhe seguisse e assim ela o fez. Sentou-se e colocou as mãos dentro da jaqueta observando as pessoas passando a sua frente enquanto escutou a voz do homem soar pelo local.

― Para você se passaram apenas meses? Para mim foram anos, uns quatro no mínimo! ― O Doutor parecia reclamar com a Duquesa, mas ao mesmo tempo parecia entender que eles tinham linhas do tempo distintas.

― Espero que tenha tido várias aventuras para me contar, quatro anos não são pouca coisa não! ― Ela comentou sorrindo para ele.

― Eu conheci pessoas que foram muito importantes para mim... ― A voz dele ficou levemente mais triste. ― Rose, Martha e agora Donna! Eu me regenerei para salvar Rose que tentou me salvar...

― Uau, uma frase e já percebi que foram ótimos anos! ― Duquesa concluiu.

― Seria melhor se você estivesse aqui, você disse que nós somos família! ― Ele retrucou parecendo chateado e parecendo uma criança.

― Sim, eu disse! ― Ela assentiu com a cabeça pegando na mão dele. ― E eu disse que família sempre se reencontra e onde nós estamos mesmo?

De fato, mesmo que eles se vissem poucas vezes Duquesa sabia que eles eram família. Não só por serem do mesmo povo e sentirem as mesmas frustrações por serem os últimos, mas porque eles se entendiam e havia algo mais profundo naquilo.

Eles se gostavam genuinamente, como família.

― Porque você não viaja comigo? Seria maravilhoso! Dois senhores do tempo juntos por todo tempo-espaço! ― O Doutor propôs notoriamente feliz olhando para ela apertando a sua mão.

― Creio que não seja possível. Agora nós sabemos que nossas linhas temporais são muito diferentes Doutor! ― Ela respondeu suspirando porque ela realmente queria ir com ele. ― Mas quem sabe um dia eu não faça uma viagem para conhecer a sua TARDIS?

Ela arqueou o cenho de forma convidativa, fazendo com que o Doutor mudasse sua expressão, mostrando-se surpreso. Segundos de silêncio só foram quebrados quando o homem riu alto. Ele pareceu ficar mais tranquilo com tudo aquilo.

Ou poderia ser só loucura, Duquesa pensou.

― E você? Viajando com muitas pessoas? ― Ele questionou claramente interessado.

― Não. Só eu, minha TARDIS e o universo. ― Ela respondeu estudando o chão por segundos até levantar o olhar e sorrir. ― Ajudei algumas pessoas achando lar para elas, mas acho que isso não pode ser considerado ‘viajar junto’, como claramente você faz.

― Você não deveria viajar sozinha... ― Ele disse pegando em sua mão, visivelmente preocupado. ― Eu sei porque eu também não funciono bem sozinho!

Duquesa assentiu com a cabeça um tanto quanto entristecida. Sentiu o Doutor levantando-se ainda segurando a sua mão, ela entendeu o recado. Balançou a cabeça se livrando de todos os pensamentos tristes e sorriu.

Levantou calmamente e parou ao lado do homem, entrelaçando seus dedos ao dele e colocando a outra mão no bolso da jaqueta. Observou ele jogando o sobretudo para trás e escondendo a outra mão no bolso da sua calça social.

Eles se entreolharam, sorriram e começaram a caminhar pelo local.

― Você gostou mesmo do estilo, não é? ― O Doutor questionou enquanto passavam dentre várias barracas que vendiam as mais diversas coisas.

― Sim! ― Duquesa riu balançando a mão dentro do bolso, balançando também a jaqueta. ― Melhor do que sobretudo, roupa social e all star...

Ela proferiu olhando para o lado e mesmo assim pode perceber o olhar dele estar focado em si. Olhou-o e não pode deixar de rir. Ele estava chateado com aquele comentário? O que ela podia fazer se preferia a jaqueta de couro?

― Pense pelo lado bom... ― Duquesa começou a falar juntando seu braço ao dele. ― Agora você não é orelhudo, só tem esse topete gigante, mas ninguém é perfeito!

― Hmmm...

Ele murmurou estudando algo que estava bem a frente dele. Ela arqueou o cenho preocupada com o que poderia ser. Ele apenas sorriu convidativo e começou a correr, levando a moça com ele. Quando chegaram ao local havia diversos doces, o que deixou-a bem mais tranquila.

Mas parecia que o universo nunca deixaria que eles tivessem um dia comum...

― DOUTOR!

A voz de Donna ecoou alto pelo local demonstrando que eles estavam bem perto dela. Eles olharam pelos lados e nada. Ela gritou de novo e parecia extremamente atordoada. O Doutor pareceu perceber onde ela estava, Duquesa o seguiu sem nem questionar nada.

Eles entraram em uma pequena sala vermelha que estava incrivelmente perto deles. Donna abraçou o Doutor e explicou o que havia acontecido.

Ela disse que a mulher que estava ali usou um tipo de alienígena para que ela voltasse ao dia que ela fez a escolha que a levou a conhecer o Doutor, nessa regressão ela mudou tudo e foi catastrófico.

Ela abraçou o Doutor novamente e Duquesa colocou a mão no seu ombro sorrindo de forma tranquila para ela que retribuiu.

 

***

 

Eles caminhavam até o local que a TARDIS do Doutor estava estacionada. Duquesa estava com as duas mãos dentro do bolso e estranhamente quieta. Eles haviam conversado bastante depois de toda a situação com Donna e por isso mesmo se tornou mais difícil dizer tchau, mais uma vez.

― Eu sei que a gente mal se conhece, mas eu percebi que você é uma pessoa maravilhosa. Espero que um dia nos possamos viajar juntas! ― Donna disse para ela sorrindo.

― Você é muito corajosa e forte Donna, o Doutor é muito sortudo de te ter por perto. ― Ela esticou as duas mãos pegando as de Donna. ― Se um dia você se cansar de viajar com ele minha TARDIS sempre tem lugar para mais um... ― Duquesa piscou para ela rindo observando a feição do homem.

― Tudo bem! ― Donna respondeu abraçando-a bem forte. ― Eu fico de olho nele, se precisarmos de ajuda eu te chamo, okay? Até mais Duquesa!

Donna a abraçou mais uma vez fazendo a senhora do tempo rir olhando o Doutor, que apenas estudava a cena toda. Donna passou por ele dando um tapa de leve no seu ombro e entrando na TARDIS dele.

Ele caminhou vagarosamente em direção a Duquesa que começava a falar.

― Cuide dela viu? Ela é muito especial, dá pra ver...

― Cuidarei, prometo! ― Ele disse, todavia parecia mais preocupado com outra coisa. Ou pessoa. ― E você? Quem vai cuidar de você?

― Eu mesma? O universo? ― Ela parecia meio incerta do que dizia, porém mesmo assim ela ria tentando disfarçar a tristeza que estava sentindo em dizer tchau para ele de novo.

― Não precisa ser assim Duquesa. A TARDIS aguenta até alguns paradoxos, porque não aguentaria duas linhas temporais diferentes? ― O Doutor proferiu segurando a sua mão.

― Eu sei Doutor, mas é perigoso demais ficar perto de mim... ― Ela suspirou finalmente explicando porque preferia ficar sozinha. ― Muitas pessoas nesses anos morreram por minha causa, é por isso que eu prefiro ficar sozinha. E eu o adoro demais para deixar você fazer algo estupido por mim...

― Do que você está falando? ― Ele questionou.

― Você salva pessoas Doutor e quanto tempo demoraria para você fazer alguma besteira para me salvar? ― Ela questionou olhando nos olhos dele que parecia afirmar tudo o que ela dizia. ― Você não é o meu Doutor ou o Doutor de Donna, Rose ou Martha. Você é o Doutor de todo tempo-espaço. Eles precisam mais de você do que eu!

― Não diga isso! ― Ele a repreendeu apertando sua mão. ― Todos são importantes a sua forma Duquesa...

― E você é especial demais! ― Duquesa disse repousando a outra mão em seu rosto. ― Nós nos vemos em breve Doutor, agora vá. Donna está esperando.

Ela beijou sua bochecha e ele apenas suspirou fechando os olhos por alguns instantes antes de girar os calcanhares seguindo até sua TARDIS.

― Tenha aventuras maravilhosas para me contar!

Duquesa gritou para ele, observando ele acenando. Instantes depois a cabine de polícia azul não estava mais ali.


Notas Finais


Twitter: @agronskypond


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