1. Spirit Fanfics >
  2. A Encantadora de Dragões - A História de Pansy Parkinson >
  3. O Caldeirão Tombado

História A Encantadora de Dragões - A História de Pansy Parkinson - O Caldeirão Tombado


Escrita por: RLSarzenski

Capítulo 5 - O Caldeirão Tombado


Fanfic / Fanfiction A Encantadora de Dragões - A História de Pansy Parkinson - O Caldeirão Tombado

.

 

 

–  Alunos do primeiro ano! Primeiro ano aqui!

A voz grave despertou Pansy de seus devaneios. Ela olhou para o lado e viu um gigantesco homem de barba desgrenhada segurando uma lâmpada. Tinha um aspecto selvagem verdadeiramente assustador, mas Pansy ficou aliviada em constatar que ele estava guiando os calouros para longe das carruagens negras. Eles desceram em silêncio por uma encosta íngreme e escura. Logo saíram de sob o manto de árvores que os cobriam para as margens de um lago, e então Pansy teve uma das visões mais extraordinárias de sua vida.

Erguido no alto de um penhasco rochoso na margem oposta, estava um monumental castelo de muitas torres. Boquiaberta, Pansy achou que sozinho o castelo podia bem ser do tamanho de todo o vilarejo de Adlington. Com suas janelas altas e luminosas rivalizando com as estrelas, parecia saído das páginas de um conto de fadas. Pansy mal pôde acreditar que era ali que ela passaria a morar.

Os demais alunos logo começaram a se acomodar em pequenos barquinhos enfileirados na margem do lago. Pansy olhou ao seu redor com uma pontada de desespero. Todos já tinham companhia para a travessia. Inclusive Draco, quem Pansy tinha acompanhado de perto por ser o único que até então ela conhecia.

– Só quatro em cada barco! - gritou o gigante cabeludo.

Nesse momento Draco, que estava acompanhado de apenas dois meninos, olhou para trás e a primeira pessoa que viu foi Pansy.

– Você vem?

Pansy não esperou ser convidada duas vezes. Mal conseguindo esconder seu sorriso, ela pulou para dentro do barco e se sentou ao lado de Draco na parte da frente.

– Por sinal, esses aí atrás são Vincent Crabbe e Gregory Goyle.

Pansy virou o rosto para os garotos que acabara de atropelar. Eram enormes comparados aos demais alunos da mesma idade, e não pareciam muito contentes.

– Prazer.. - cumprimentou Pansy, dessa vez esboçando com dificuldade o sorriso.

Após as apresentações, todos os barcos começaram a deslizar pelo lago ao mesmo tempo, fazendo a superfície lisa como vidro irromper em pequenas ondulações. Todas as crianças dobraram o pescoço para o alto, contemplando o castelo se agigantar à medida em que se aproximavam. E por alguns segundos Pansy fez a mesma coisa, embora não tenha demorado muito para ela perceber que a visão ao seu lado era muito mais interessante..

Refletindo a luz das janelas e das estrelas acima, os olhos atentos de Draco reluziam como a prata polida. Pansy não pôde evitar se perder neles mais uma vez, e só desviou o olhar daquele rosto quando o seu próprio foi atingido por uma cortina de hera no momento em que adentraram num túnel. Ali desembarcaram numa espécie de cais subterrâneo, de onde foram conduzidos escadaria acima até um par de grandes portas de carvalho. Elas davam para o saguão de entrada do castelo, que era do tamanho do casarão dos tios de Pansy. Ali foram recebidos por uma bruxa de aparência severa chamada Minerva McGonagall, que deu as boas-vindas aos novos alunos e explicou brevemente o sistema de Casas para os quais seriam selecionados dali a pouco:

– A Seleção é uma cerimônia muito importante porque, enquanto estiverem aqui, sua Casa será uma espécie de família em Hogwarts. Vocês assistirão a aulas com o restante dos alunos de sua Casa, dormirão no dormitório da Casa e passarão o tempo livre na Sala Comunal.

Nesse momento Pansy sentiu o estômago afundar. Extasiada com a nova escola, ela tinha esquecido completamente daquilo que Draco mencionara no trem. Agora que ouvira os detalhes, percebeu o quanto a Seleção seria decisiva na separação dos alunos. Ela olhou para o menino louro parado ao seu lado e sentiu o sangue gelar. Um medo profundo a invadiu nesse momento - maior do que aquele inspirado pelas carruagens negras - e ele congelou Pansy de tal modo que ela nem percebeu os fantasmas que irromperam das paredes e começaram a dançar ao seu redor. Somente a voz da Prof.ª McGonagall a trouxe de volta do transe:

–  Agora façam fila e me sigam.

As portas duplas que davam para o Salão Principal se abriram, e Pansy sentiu como se houvesse mergulhado num sonho. O salão que agora atravessavam lembrava mais uma magnífica catedral de mármore. Em lugar dos bancos, porém, quatro longas mesas acomodavam as centenas de alunos - todas elas servidas de pratos e taças douradas. As velas não ficavam dispostas em candelabros, mas sim suspensas aos milhares acima de suas cabeças, logo abaixo de um teto estrelado. E onde deveria estar o altar, havia uma quinta mesa onde se sentavam os bruxos mais velhos. No meio dela, sentado numa cadeira de espaldar alto, havia em especial um que lembrou muito a Pansy o Papai Noel.

Pansy e os demais alunos foram levados até os degraus em frente a essa mesa, e em seguida deram as costas aos professores para encarar o restante da escola. A Prof.ª McGonagall trouxe um banquinho onde colocou um velho chapéu pontudo, e em seguida desenrolou um pergaminho e limpou a garganta. Uma a uma as crianças foram sendo chamadas pelo nome para sentar no banquinho e colocar o chapéu, que para espanto de Pansy tinha uma boca que gritava as Casas para as quais deveriam ir.

– Lufa-Lufa!

E a mesa da respectiva Casa explodia em aplausos.

– Grifinória!

Mais aplausos. Tão logo eram selecionados, os alunos corriam para se juntar aos novos colegas na mesa onde eram calorosamente recebidos.

– Sonserina!

Pansy observou o menino Crabbe se sentar ao lado de seus companheiros mais velhos (quase do seu tamanho), sendo pouco depois seguido por Goyle. Pansy foi ficando cada vez mais angustiada. Ela não fazia a menor ideia de para onde seria enviada. Olhou de esguelha para Draco, calmo e sereno como a superfície de um lago, e se lembrou do que ele dissera sobre a verdadeira natureza daquela prova. Uma peneira. Uma forma de refinar a sujeira, separar as gemas brilhantes da lama. E o chapéu era o joalheiro que perscrutava o quilate de cada bruxo antes de decidir o quanto valiam.

– Draco Malfoy! - chamou a Prof.ª McGonagall.

O menino se adiantou com uma expressão altiva. Parecia estar muito confiante. Pansy prendeu a respiração enquanto o observava sentar no banquinho. A professora levou o chapéu à sua cabeça, mas ele mal encostara em seus fios dourados quando anunciou energicamente:

– Sonserina!

Pansy ficou impressionada. Nenhum outro aluno tinha sido selecionado de forma tão rápida. Draco no entanto apenas se levantou e se dirigiu calmamente para sua mesa, cumprimentando os novos colegas sob uma chuva de ovações.

É claro.. o que mais se podia esperar? - pensou Pansy com tristeza, olhando para aquela mesa como um sonho distante. - Afinal de contas, é a elite de Hogwarts..

Agora Pansy estava definitivamente arrasada. Não tinha qualquer esperança de ser enviada para uma Casa tão seleta. Ela, que nunca tinha produzido qualquer feitiço. Que até poucos dias estava limpando fezes de coruja com um trapo podre. Ela nem mesmo deveria estar ali. Talvez tudo não tivesse passado de um grande engano.

Mais alguns alunos foram sendo chamados, e depois de uma menina ser despachada para a Corvinal, ouviu-se um novo chamado:

– Pansy Parkinson!

Foi como se cada nome fosse um prego nos pés de Pansy. Por alguns instantes ela foi incapaz de se mover. Apenas sentia um enxame furioso de abelhas ferroando as paredes do estômago. A Prof.ª McGonagall precisou chamar de novo, e finalmente Pansy conseguiu dar os cinco passos que decidiriam seu destino. Ela se sentou no banquinho, e a professora colocou o chapéu na sua cabeça. Ele afundou até a altura dos olhos, e tudo ficou escuro. Então veio o silêncio.

Ela esperou. O Chapéu Seletor não se manifestava. Pansy fechou os olhos , apesar de já estar tudo escuro.

Eu sabia. - pensou, apertando a borda do banquinho com tanta força que suas mãos doíam. - Meu lugar não é aqui.

Ela já estava se preparando para correr pra longe, quando a voz do chapéu ressoou alto em seus ouvidos:

– SONSERINA!

Pansy paralisou. Não podia acreditar no que acabara de ouvir..

O chapéu foi retirado, e como cortinas erguidas de um palco, Pansy viu uma plateia eufórica sorrindo e aplaudindo para ela. Ela registrou aquela cena incrédula, um sorriso tão grande nascendo em seu rosto que mal parecia caber ali. Ela galgou os degraus e correu para se juntar aos colegas, que apertaram sua mão e deram tapinhas em seu ombro. Não se lembrava de ter se sentido tão feliz em toda a sua vida.

Somente um detalhe, porém, encolheu um pouco sua alegria. Draco Malfoy não a cumprimentara por ter sido eleita para sua Casa. De fato, ele nem pareceu notar o ocorrido. Sentado no lado oposto da mesa a algumas cadeiras de distância, ele estava imerso em conversa com outros colegas. Isso fez o sorriso de Pansy diminuir um pouco.

Após isso a Seleção continuou para o restante dos calouros, mas Pansy já não estava mais prestando muita atenção - o que também valia para vários outros alunos nas mesas. Somente quando um certo nome foi chamado, um silêncio mortal caiu sobre o salão:

– Harry Potter!

Dessa vez até Draco se calou para prestar atenção. Um burburinho percorreu as mesas, e Pansy se virou para observar o menino franzino se adiantava para o banquinho. Era magro e usava óculos debaixo de um cabelo preto bagunçado.

Esse aí é o famoso Harry Potter..? - Pansy ouviu sussurrarem perto dela. – Não parece ser tudo aquilo.

Pansy nada comentou, mas não pôde deixar de concordar. Pelas histórias que contavam sobre ele, ela imaginava que fosse alguém um pouco mais interessante. O chapéu pareceu demorar um pouco na vez dele também, mas finalmente o enviou para uma das demais Casas e após os aplausos o salão voltou novamente ao normal. Depois disso poucos alunos restaram para ser selecionados. Pansy viu um menino ruivo chamado Rony Weasley ser enviado para a Grifinória e por fim um menino negro chamado Blásio Zabini se juntar a eles na mesa da Sonserina.

Quando tudo acabou, o velhinho semelhante ao Papai Noel se levantou e pronunciou algumas palavras aleatórias sem sentido:

– Antes de começarmos o nosso banquete, eu gostaria de dizer umas palavrinhas. Pateta! Chorão! Destabocado! Beliscão! Obrigado.

Todos aplaudiram. Pansy decidiu imitar a multidão, embora não tivesse a mínima ideia do que estava fazendo.

– O velho diretor Dumbledore continua o mesmo - Pansy ouviu rirem ao seu lado.

– E pensar que ele é o bruxo vivo mais poderoso da atualidade.

Nesse momento Pansy reparou que Draco não estava aplaudindo, o que a fez parar imediatamente. Finalmente a cerimônia de abertura se encerrou e a ceia foi anunciada, bem na hora em que o estômago de Pansy começava a roncar. Ela olhou para os lados procurando os garçons, mas em vez disso a comida simplesmente surgiu como um passe de mágica nos pratos e travessas douradas - um banquete digno de reis bem debaixo do seu nariz. Os olhos de Pansy brilharam. Nunca tinha visto tanta comida antes, e ela precisou fechar a boca para não salivar em cima dela.

As horas seguintes se resumiram apenas a rir, falar e mastigar. Pansy mais ouvia as conversas à sua volta do que participava, mas de qualquer forma ela não cabia em si de contente. A única coisa que a impedia de desfrutar plenamente aquela noite perfeita eram os olhares que ela lançava, entre uma garfada e outra, para o menino louro sentado algumas cadeiras de distância.

Até a hora em que eles se levantaram das mesas e foram conduzidos por monitores aos seus dormitórios, em nenhum momento sequer ele olhou para ela.

 

***

 

Os dias que se seguiram foram especialmente marcantes para Pansy. O que não é de se admirar, afinal de contas não é sempre que uma menina de onze anos tem a oportunidade de estudar bruxaria num castelo mágico.

Não que Pansy não fosse familiarizada de alguma forma com a magia, como era o caso de muitas crianças ali. Ela crescera na casa de seus tios bruxos: ocasionalmente os vira executar feitiços e preparar poções. Havia conhecido também a loja de animais mágicos do Sr. Carroll. Mas nem a Toca do Coelho ou mesmo o Beco Diagonal podiam se comparar a Hogwarts. Se antes ela havia molhado os pés na magia, lá ela estava submersa.

Por todos os corredores e escadas haviam retratos que falavam com ela e se moviam de uma moldura a outra. Pansy ficava tão pasma quando passava por elas que frequentemente tropeçava em algum degrau ou esbarrava em alguma armadura. O fato de algumas escadas se moverem sem aviso não ajudou muito. Na primeira vez em que isso aconteceu Pansy levou um susto tão grande que abraçou um balaústre do corrimão, gerando uma onda de risos de seus colegas. Nessas horas ela apenas ria de volta sem jeito e continuava seguindo os colegas até as salas de aula, já que sozinha ela certamente se perderia no labirinto de corredores e acabaria esbarrando em algum fantasma.

As aulas em si eram um espetáculo à parte. Haviam várias disciplinas, cada uma ministrada por um professor diferente. Havia a aula de Herbologia, em que estudavam plantas e ervas mágicas nas estufas do castelo com uma professora baixinha de unhas grandes. Na aula de Feitiços, ministrada por um anão velhinho, aprendiam a executar magia e encantos gerais com a varinha. A Prof.ª McGonagall se encarregava de ensinar Transfiguração (uma matéria que Pansy achou particularmente difícil) e um fantasma decrépito ensinava História da Magia (que Pansy achou particularmente chata).

Havia ainda uma estranha matéria intitulada Defesa Contra as Artes das Trevas, aguardada com muita ansiedade pelos colegas de Pansy. Ali supostamente deveriam aprender a reconhecer e se proteger da Magia Negra, o que por si só já tornava a disciplina sombria - mas a aura sinistra em torno dela piorava ainda mais com os boatos de que ela era amaldiçoada, já que nenhum professor conseguira ficar a cargo dela por mais de um ano. Talvez isso explicasse o motivo do professor Quirrell, um bruxo franzino de turbante, viver nervoso e gaguejante em suas aulas. A falta de confiança do professor só fazia Pansy se sentir ainda mais agoniada com a aula, e ela torcia as mãos debaixo da carteira contando os minutos para sair daquela sala escura. Ela sempre tinha a sensação de que alguma coisa - alguma presença muito ruim estava ali. Draco, entretanto, parecia descontraído e ouvia com interesse as aulas. Naturalmente, ela o estivera observando os últimos dias.

Draco ainda parecia não ter percebido a presença dela em sua turma. Na verdade, a última vez que ele notou Pansy foi quando procurou um quarto passageiro para a travessia do lago no barco. Desde então era como se ela não existisse mais para ele. Ela até esperou por uma brecha para puxar conversa, mas simplesmente não aparecia uma. Na maioria das aulas Draco estava ocupado fazendo anotações ou simplesmente olhando entediado para a janela, e de qualquer forma Pansy não queria correr o risco de levar uma bronca dos professores por conversar em sala. Nos intervalos entre as aulas, durante as refeições e na Sala Comunal, ele estava sempre rodeado de amigos - principalmente Crabbe e Goyle, que andavam atrás dele como grandes guarda-costas e realmente intimidavam Pansy. Enquanto não surgia a oportunidade, Pansy se limitava a observá-lo à distância, a espera de uma chance. E ela finalmente veio, na ocasião de sua primeira aula de Poções.

Pansy notou um certo alvoroço entre seus colegas na manhã de sexta-feira, enquanto seguia o grupo por trás em silêncio pelas masmorras até a sala de aula. As razões daquilo eram basicamente duas: primeiro porque a aula seria ministrada pelo famoso professor Severo Snape, o diretor da Casa da Sonserina. Ele era considerado por muitos um gênio, e tinha a reputação de fazer jus ao nome “severo” que carregava. E em segundo, porque aquela disciplina em particular seria dividida com a turma da Grifinória.

A primeira coisa que Pansy aprendeu quando chegou em Hogwarts - antes mesmo de aprender seu primeiro feitiço para levitar uma pena - foi que sonserinos e grifinórios não se misturam. E isso era uma lição muito importante.

Há séculos as duas Casas tinham uma rivalidade intensa. Pansy não entendia muito bem o motivo, mas era algo que ultrapassava a esfera esportiva e beirava quase ao ódio mútuo. Nos corredores eles sempre trocavam olhares de desprezo, e a atmosfera de hostilidade era tanta que até os calouros não demoravam para assimilar e manter a tradição. Portanto não foi uma grande surpresa para Pansy quando os alunos de ambas as Casas se sentaram em lados opostos da sala, sem nem olharem para as caras uns dos outros. A surpresa foi quando Pansy percebeu que Harry Potter estava ao seu lado. Não na mesma mesa, mas perto o suficiente para ela ver uma estranha tatuagem em forma de raio na sua testa. Ela tinha se esquecido que ele fora selecionado para a Grifinória. Um lapso que também pareceu ter ocorrido ao Prof. Snape:

– Ah sim.. - sussurrou baixinho, quando leu o seu nome na lista de chamada - a nossa nova celebridade.

Alguns colegas de Pansy sufocaram risinhos. Snape terminou a chamada e se levantou, e todos ficaram em silêncio. Havia algo no porte do mestre que provocava naturalmente esse efeito. Talvez fosse a capa, talvez fossem os olhos negros e penetrantes, ou talvez fosse a fria serenidade imperturbável em todo e cada um de seus gestos. Ele começou a falar sobre sua disciplina numa voz baixa, pouco acima de um sussurro, e todos prestaram atenção. Draco em particular - Pansy reparou - estava mais concentrado que nunca. O professor fez uma pausa e caminhou pela sala.

– Potter. - voltou-se subitamente. – O que eu obteria se adicionasse raiz de asfódelo em pó a uma infusão de losna?

O menino fez uma careta.

– Não sei, não senhor.

Snape sorriu. Parecia estar procurando ser paciente.

– A fama pelo visto não é tudo.. vamos tentar outra vez, Potter.

Em seguida ele prosseguiu, fazendo mais duas perguntas. Nenhuma delas o garoto soube responder, embora uma menina do outro lado da sala levantasse a mão para cada uma delas. Ao final da terceira pergunta, Potter simplesmente mandou o professor perguntar à outra garota, provocando um rebuliço na sala. Pansy ficou pasma com o seu atrevimento. Snape porém nada disse. Ele apenas permaneceu calmo e deu todas as respostas para Potter, as quais Pansy se apressou a anotar. Ao final informou:

– Vou descontar um ponto da Grifinória pela sua impertinência, Potter.

Um ponto não significava quase nada, mas Pansy viu Potter lançar um olhar de raiva para Snape depois que ele deu as costas. Pouco depois naquela aula houve um incidente com o caldeirão de um menino. Por algum motivo ele se contorceu e tombou, entornando no chão um líquido corrosivo que fez todos subirem em banquinhos. Um aluno chamado Longbottom não conseguiu escapar e ficou gravemente ferido. Snape precisou socorrê-lo e levá-lo para a ala hospitalar, não sem antes descontar outro ponto da Grifinória. Aparentemente, ele percebeu que o responsável havia sido Potter.

Minutos depois, todos estavam guardando seus materiais na pasta. A aula havia terminado e os alunos iam se retirando da sala enquanto comentavam animados o ocorrido. Pansy se virou e viu que Draco estava sozinho, guardando com cuidado seus tubos de ensaio no estojo. Ela olhou para ele com admiração. Pouco antes ele havia sido elogiado pelo próprio Prof. Snape, que dissera a todos para se espelharem na maneira perfeita como ele havia cozinhado as lesmas. Pansy olhou para os lados. Havia restado somente os dois na sala. Finalmente aquela era a sua chance..

Pansy engoliu em seco. Para conter um pouco as dolorosas batidas do coração, apertou seu exemplar de Bebidas e Poções Mágicas contra o peito, e em seguida se dirigiu a Draco:

– Meus parabéns por hoje..

– Ei Draco! Você vem? - gritou uma menina loira à porta.

– Dá um tempo, Dafne. Esses frascos são delicados.

Dizendo isto terminou de guardar o último tubo no estojo, fechou-o e foi até a colega, passando direto por Pansy.

– Aula agitada a de hoje hein? - comentou Dafne.

Ela agarrou Draco pelo braço e o puxou pelo corredor, desaparecendo de vista. Pansy permaneceu imóvel ao lado do caldeirão tombado, apertando o livro contra o peito, enquanto ouvia os passos e os risos dos dois se distanciarem.

 

 

.



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...