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História A era dos Talamaurs - Ilusão


Escrita por: Karimy

Notas do Autor


Oi, pessoas!!! Tudo certo???

As coisas estão começando a tomar forma, principalmente os conflitos, que a partir desse capítulo ficarão cada vez mais implícitos. Espero que gostem!
Agradeço ao apoio de todos, os comentários estão sendo muito estimulantes! *-*

Capítulo 11 - Ilusão


Fanfic / Fanfiction A era dos Talamaurs - Ilusão

Floresta Negra

 

     Duas semanas haviam se passado e os talamaurs ainda trabalhavam de forma árdua para construir logo a nova moradia deles. Com as moedas falsificadas pelas fêmeas, Hiashi enviou um grupo de oito talamaurs do clã Inuzuka para comprarem, na Cidade de Ferro, o que eles não poderiam produzir por conta própria, até mesmo para poderem poupar tempo.

 

   Infelizmente, enquanto exploravam pedras para a construção do castelo, alguns talamaurs acabaram morrendo com suas cabeças e corpos esmagados por um terrível deslizamento. Alguns apenas se machucaram, mas, como estavam todos muito bem-alimentados, logo se curaram. Eles deixaram os corpos dos mortos ao relento, um ao lado do outro, envoltos em mantas brancas e finas. Na noite seguinte, não restava mais nada dos cadáveres, que foram consumidos pelo sol. O ocorrido acabou abalando muito os Hyuuga e seus aliados, até porque o tempo de vida prolongado que os talamaurs tinham fazia com que todos, de todos os clãs, conhecessem-se.

A comoção foi geral, tiraram uma noite de folga para poder lamentar a perda dos treze mortos.  O pior, para Hinata, era ver as viúvas que viveram por tanto tempo ao lado de seus maridos agora terem que chorar por um fim tão terrível e inesperado. Para eles, era completamente incomum a morte fora de uma batalha, quase improvável de acontecer, principalmente para os mais velhos.

   Nessa noite de luto, nenhuma tocha ou lamparina foi acesa. Estavam todos no campo de construção, conversando, recordando-se dos mortos e de seus feitos em vida. Os dias e as noites já não estavam mais frescos como dias atrás, o calor era intenso e o céu estava limpo durante o dia e ainda mais estrelado durante a noite. As árvores estavam com as folhas firmes, com coloração mais forte, e animais andavam pela mata que cercava o local. Era como se toda a natureza quisesse mostrar respeito ao acontecido da noite anterior.

   Sasori e Hinata se afastaram dos outros em busca de um pouco de silêncio. Toda aquela conversa já ficava cansativa, era notório o sofrimento da família dos falecidos, já estava passando do momento em que eles deveriam ter um pouco mais de privacidade para lamentar suas perdas da forma que quisessem. Alguns outros talamaurs também já se dispersavam, procurando um pouco de descanso mental, pois sabiam que a vida, numa época tão diferente da que estavam acostumados, seria difícil.

   Hinata encontrava-se sentada no chão, usando uma pedra como apoio para as costas, e Sasori estava deitado com a cabeça recostada no colo dela. O relacionamento deles parecia ter voltado aos primórdios; conversavam mais, brincando com coisas corriqueiras e bobas.

Hinata realmente se empenhava para que eles se aprofundassem e se entregassem um ao outro como não haviam tido coragem de fazer durante o século em que ficaram juntos. Sasori parecia estar se deixando levar, ele sempre foi muito atencioso com ela e isso contribuía para que os esforços da talamaur não fossem em vão.

   Ele estava empolgado, falando sobre a construção e de como os talamaurs que trabalhavam com ele estavam se divertindo, apesar de tudo. Sasori sorria enquanto falava, e Hinata afagava os cabelos dele, divertindo-se com o tom de voz descontraído de seu namorado e agradecendo pela pitada de humor no meio de toda aquela tragédia. De momentos em momentos, os olhos dos dois se encontravam e ela se sentia energizada com o brilho das íris marrons dele.

Estavam leves, como se nada do que passaram de ruim para ainda estarem vivos importasse. Todos os traumas das guerras e lutas que viveram agora pareciam distantes, como um sonho ruim. Hinata se sentia preparada para seu destino, entendia com mais clareza que, para um casamento dar certo, o esforço deveria ser diário. Não tinham combinado nada ainda sobre quando se uniriam, juntando seus clãs através da união matrimonial, mas não tinham pressa, contavam o tempo com cautela.

   Ainda era estranho para ela saber que sua vida estaria ligada a dele para sempre. Na verdade, sempre esteve, desde seu nascimento, mas era diferente agora que eles já possuíam tantos anos de vida. Acabaram se acostumando tanto com a presença um do outro, que quando assumiram compromisso diante dos clãs, tudo acabou sendo banal demais. Estavam acomodados antes mesmo do início, mas Hinata tinha certeza de que isso mudaria, estava fazendo tudo o que podia.

   Ficaram em silêncio por um pequeno momento, quando viram alguns de seus companheiros correndo para o círculo de talamaurs que estavam em volta das viúvas. Hinata não entendeu bem o que acontecia, mas, ao que parecia, uma das infortunadas devia ter desabado em choro; o que não era comum para os talamaurs fazerem em público, normalmente eles eram mais contidos.

   O corpo de Hinata se arrepiou quando ela sentiu os dedos de Sasori tocarem seu rosto. Sentia-se sensível nessa semana por conta de seu período fértil, o que era algo completamente desconfortável, já que tinham de evitar contato sexual apesar de ela se sentir mais excitada nessas ocasiões.

Eles se olharam enquanto trocavam aquele carinho mínimo — ela afagando os cabelos dele, enquanto ele acariciava a face dela. Estava se sentindo comovida por estar, enfim, conseguindo enxergá-lo de uma forma mais profunda. Sua respiração estava pesada e seu coração descompassado, via-se como uma burra por não ter se deixado amar antes. Reclamava sempre, dizendo a si mesma que ele era apenas como um irmão para ela, quando, na verdade, ela nunca tinha feito nada para mudar isso. Agora começava a ver o resultado de sua aproximação, e estava orgulhosa.

   — O que aconteceu? — ele perguntou. Os mamilos de Hinata ficaram intumescidos pelo prazer causado pela voz baixa e grave dele em seus ouvidos, ela engoliu em seco, umedecendo os lábios e balançando a cabeça em negação. Não tinha entendido a pergunta dele. — Você está diferente nestes últimos dias.

   Ela ficou pensando por um instante, não saberia como explicar para ele tudo o que havia se passado por sua cabeça. Não tinha como dizer que só agora começava a amá-lo como um pretendente e não como um amigo. Soltou um baixo suspiro e deu um tímido sorriso, desfazendo o contato visual que tinham, olhando para o movimento que ainda era intenso entre os demais talamaurs.

   — Eu só quero que sinta que eu te amo — sussurrou com lábios trêmulos.

   Sasori soltou um sorriso gostoso aos ouvidos de Hinata, fazendo com que o coração dela disparasse ainda mais em seu peito. Estava apreciando cada nova sensação de seu corpo ao lado dele, era algo mágico e confuso ao mesmo tempo. Agora conseguia entender o motivo de Ino ficar tão arduamente em busca de um amor para si. Aquele sentimento que começava a nascer em Hinata era grande, sedutor e acalorado, no mesmo tempo em que era intimidador e doloroso.

Percebeu que sempre esteve errada em pensar que o relacionamento deles não daria certo.

A mão de Sasori se firmou na nuca dela, fazendo-a olhar para ele, e ela cedeu, abaixando-se para beijá-lo. Seus lábios se tocaram sutilmente, e o macio de suas carnes a provocou um arrepio. Encararam-se, ainda com os rostos bem próximos, suas respirações chocando-se, tornando o nervosismo que Hinata sentia em seu corpo em algo quase que engraçado.

Estavam havia tanto, tanto tempo juntos, e ela nunca tinha conseguido se sentir daquela forma com ele antes. Estava tão deslumbrada, que não queria ter de se afastar mais, só que não estavam sozinhos e aquela demonstração de afeto ficaria estranha se prolongada. Ela endireitou seu corpo, beijando a mão de Sasori, que ainda permaneceu por alguns segundos em seu rosto. Estava tudo muito diferente, encaminhando-se para como ela sempre havia sonhado ser um relacionamento amoroso.

   Depois de alguns minutos de silêncio, que foram constrangedores para Hinata — que ainda começava a se acostumar com tudo aquilo — Sasori se levantou, indo em direção a alguns membros do clã que ele pertencia. Hinata ainda observou-o de longe por algum tempo, até que resolveu se levantar também e dar uma volta.

   Ino estava ocupada, era o dia de ela ficar com as crianças, mas Hinata já não se sentia tão mal por estar sozinha. Os talamaurs voltavam a falar com ela gradativamente, pareciam começar a tentar deixar o passado para trás, onde de fato era o lugar dele. Só que esse processo estava sendo lento, já que nem todos ainda a aceitavam por perto. Na verdade ela sabia que muitos ali gostariam que a pena máxima tivesse sido aplicada a ela, em vez de ter perdido apenas o seu direito de liderança.

   Quando Hinata deu por si, já estava bem longe de todos, onde o campo se erguia, estendendo-se longamente em um pasto selvagem, que alimentava animais que caminhavam pela localidade. Podia observar algumas colinas ao fundo da paisagem, mas, como era noite, não dava para ver muito. Hinata estava impressionada em como até mesmo o seu jeito de perceber as coisas tinha mudado agora.

Sentia-se mais atenciosa a detalhes pequenos, de coisas lindas que nunca tinha parado para reparar antes. O sentimento que crescia dentro dela por Sasori a estava fazendo muito bem.

   O problema era que os talamaurs nunca puderam realmente viver em paz. Sempre estiveram em situações complicadas, e uma dessas começava a assombrar a visão de Hinata naquele momento. Seu coração, que minutos atrás tamborilava de excitação, agora estava em um ritmo pesado, quase a sufocando. Suas mãos se fecharam com força, suas presas se deslocaram para fora de sua gengiva e ela virou as costas, começando a correr o quão rápido podia. Precisava avisar seu pai.

   A leveza de seus movimentos fazia parecer que seus pés nem mesmo se encostavam no chão, suas costas estavam eretas e seu abdômen comprimido, sua respiração era calma e ritmada, só que, por dentro, estava chocada.

Sabia que os Otsutsuki tentariam alguma coisa, mas não imaginava que seria tão rápido. Jamais se esqueceria do rosto de Belial: ele era lindo, atraente, mas a história também dizia que ele era um dos talamaurs mais perigosos que os inimigos possuíam como aliado.

Hinata avistou seu pai do outro lado do campo, deu a volta em um grupo de jovens talamaurs que conversavam e seguiu em direção ao líder, ignorando os olhares assustados. Hinata conteve seus movimentos subitamente, seus braços tencionaram e seus joelhos se flexionaram, ela deslizou suas botas pela relva, parando a uma pequena distância de Hiashi, que pareceu assustado com a brusca aproximação. Hinata soltou sua respiração, revelando o quão ofegante a corrida a deixou.

   — Isso é jeito?... — Hiashi falou entredentes, estava visivelmente nervoso com os modos de sua filha.

   — Belial... Eu o vi, ele estava nos observando — ela disse, ainda com seu coração disparado. Neji, seu primo, estava mais afastado, só que pareceu ter a ouvido, já que ficou a encará-la de longe.

    Hiashi olhou para o talamaur com quem estava conversando, tornando a olhar para sua filha. O rosto do líder estava sério e amargo, mas ainda assim ele acionou seu byakugan, começando a procurar pelo espião, para logo em seguida desativar seu poder, olhando desapontado para Hinata.

   — Acho que você está muito afetada pelo que aconteceu com nossos companheiros. — O amigo de Hiashi balançou a cabeça positivamente, concordando com o líder. — É melhor você ir descansar. Da próxima vez, tenha certeza do que diz para que não saiam mais absurdos de sua boca.

Os lábios de Hinata se entreabriram, seus olhos arregalados passearam entre Hiashi e o amigo dele. Não acreditava no que tinha acabado de ouvir.

   — Mas... — Ela tentou, porém se calou ao ver mais um dos ameaçadores olhares de seu pai. Os olhos dela se encontraram com os de Neji mais uma vez e, constrangida, ela começou a correr, como uma criança prestes ao choro.

   Hinata corria mais devagar agora, seus olhos ardiam e sua garganta parecia estar fechada. Estava xingando-se mentalmente, decepcionada com a possibilidade de seu sentido primitivo a ter traído, deveria ter pensado melhor e acionado seu poder ocular, talvez não estivesse passando por isso agora.

Ela sentiu suas mãos molhadas, notando só naquele momento que elas ainda estavam fechadas pela tensão. Sabia que todos deveriam estar rindo dela agora, mas não se importou, voltando para o lugar onde jurava ter visto Belial. Ela parou, soltando um alto e dolorido soluço choroso, mas se conteve como pôde, liberando seu byakugan.

   Hinata levou suas mãos ao peito, como se estivesse se agarrando à esperança de não estar ficando louca. Sua respiração forte fazia seus ombros subirem e abaixarem, sua garganta estava seca, e ela continuava procurando. Focou-se em diversas áreas, mas a única coisa que conseguia ver eram pequenos animais.

Ela desativou seu poder e recolheu suas presas, ficando reflexiva. Não estava conseguindo compreender o que havia acontecido, até porque, mesmo se Belial tivesse usado de sua habilidade para criar uma miragem, ela ou seu pai teriam percebido — contando com o fato de que o clã Kurama era famoso por seu poder de ilusão ótica.

   — Será que é verdade? — Hinata deu um pulo, assustando-se com a repentina e silenciosa aproximação de seu primo.

   — O quê? — ela questionou em baixo tom, ainda envergonhada.

   — Que Belial é tão poderoso que consegue alterar a realidade com suas ilusões?

   — É o que os mais velhos dizem. — Os dois ficaram em silêncio por um tempo muito curto, mas a vergonha que Hinata sentia era tão grande que pareceu que estiveram ali, calados, por uma eternidade. — Eu juro que vi — sussurrou cabisbaixa.

   — Não se preocupe — ele disse, a surpreendendo. Hinata olhou para Neji, esperando a conclusão de suas palavras, sentindo-se aliviada ao ver Sasori se aproximando deles. — Vou ficar atento e providenciarei proteção para seu pai, assim como para os outros líderes.

Hinata aninhou-se nos braços de Sasori, dando um curto sorriso aliviado para seu primo em seguida, que logo se retirou.

    — Soube o que aconteceu.

   — As notícias correm rápido — ela disse, revirando os olhos.

   — Não se preocupe. Não deveria.

    Sasori beijou o alto da cabeça de Hinata, que ficou observando os talamaurs de longe. Não conseguia entender o motivo de duvidarem tanto dela, sabia que tinha cometido um crime no passado, mas já havia recebido sua porção de culpa.

Estavam todos tão dispersos, alguns conversando, outros ainda lamentando a perda da noite anterior, mas nenhum parecia estar preocupado com o futuro, com os conflitos que poderiam vir pela frente ou com o que poderia acontecer com eles agora que a realidade tinha mudado tanto. 


Notas Finais


É isso aí, pessoas!!! Parece que a Hina está tentando se convencer sobre o amor! Como se não fossem suficientes as mortes, ainda existe uma possível ameaça, e a desconfiança de Hiashi para com nossa talamaur! O que acham?!


Quero aproveitar para deixar o link de um oneshot curtinha que fiz, é mais um jogo de palavras reflexivo, que possui inúmeras interpretações. Espero poder ver vocês por lá!
https://spiritfanfics.com/historia/mina-9978752

Bjnn!!!


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