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História A Era Mais Escura - Perda e Consolo


Escrita por: MarleyMAlves

Notas do Autor


Primeiramente, muito obrigado pelos 300 views que a história atingiu ontem. Já faz quase um ano que eu posto neste site, e mês passado atingimos 200 visualizações, e é muito gratificante ver que em apenas 30 dias, conseguimos mais 100 visualizações. Muito obrigado.

Este é o último capítulo que eu tinha escrito antes de começar a postar minha história, eu reescrevi capítulos inteiros, sim, mas eu já sabia o que esperar, a partir de agora estamos entrando em terreno desconhecido até mesmo para mim; com isso dito, espero que eu continue a superar suas expectativas.

Capítulo 19 - Perda e Consolo


Fanfic / Fanfiction A Era Mais Escura - Perda e Consolo

- Acredite meu amigo, quando digo que soldados são obsoletos, é porque sei o quão fácil é matar um! – Reafirmou Illai, antes de tomar mais um gole de seu imenso caneco de cerveja. – Depois que substituímos os muros por barreiras, e os homens por nossas próprias criações, nunca mais tivemos problemas com invasões em Zankar.

            Logan estalou a língua em resposta, cruzando as pernas ao sorrir de escárnio e retrucar:

            - Nunca tiveram problemas porque ninguém nunca tentou invadir Zankar, estamos vivendo tempos de paz a séculos. – Corrigiu o general, se inclinando mais sobre a mesa. – Mas me diga, milorde, o que pretendem fazer quando suas “criações” e barreiras caírem e não tiverem nem um homem capaz de segurar uma espada?

            O zankariano parou por um instante e recostou na cadeira de madeira do refeitório, o observou enquanto formulava sua resposta, a qual demorou uns bons segundos para chegar, admitiu para si mesmo naquele momento que havia marcado um ponto naquela discussão, mais fácil do que esperava na verdade.

            - Nós temos nossas medidas de segurança, se é isso que quer saber. Mas tenho certeza que não será necessário chegar a esse ponto, mesmo por que, ao contrário de seus preciosos soldados. – Disse o emissário, gesticulando para todos os homens que circulavam no recinto. – Nossas barreiras não recuam de medo em batalha, e nossos guardas não precisam ser alimentadas ou de dois dias de folga toda semana.

            Apenas ergueu a mão, se rendendo aos argumentos do homem excêntrico, que como sempre, estava vestido com panos pesados e joias; entendeu na mais de uma hora que estavam naquela conversa que não importavam seus argumentos, ele nunca se daria por vencido. E mesmo que se esforçasse para negar, não havia como não perceber que a relação entre os dois inesperadamente tomara tons bem mais amigáveis do que achava possível, depois dos acontecimentos que levaram todo um alojamento a ser consumido por uma substancia negra misteriosa, os dois passaram a trabalhar juntos para encontrar respostas sobre as mortes na capital e aquela estranha e monstruosa criatura, sem nem um avanço até aquele momento, no entanto.

            - Por acaso fez algum progresso em seus livros? – Questionou, em um tom bem mais baixo do que costumava usar.

            - Hm, tudo o que descobri até agora é que seja o que for aquele monstro, ele não era feito de carne e osso como todo o resto, se fosse tenho certeza que seus soldados ainda estariam dormindo naquele alojamento. – O bruxo agora brincava com um anel em seu dedo. – Isso me faz lembrar muito pouco da anatomia dos seres que são invocados por alguns magos, e mesmo assim ainda é muito diferente, é quase como se aquilo tivesse sido criado e não simplesmente nascido; e ainda, tem algo mais que anda me incomodando.

            Logan tomou ar e se acomodou melhor em sua cadeira para ouvir o que estava por vir, mesmo porque, ultimamente a melhor notícia que recebeu foi a definição plena da palavra “agridoce” ao descobrir sobre a fuga de Mila Dameron.

            - Tudo aquilo que aconteceu durante a realização do Astárium, não foi como deveria ser, primeiro que não é nada comum os restos de um monstro se transformarem em podridão concentrada ou mesmo fazer crescer aquelas coisas; claro, sem nem falar na informação que conseguimos, que não serviu para nada além de me fazer beber mais destilados. – Percebeu-o desabafar por meio as palavras, não era para menos, sentia a mesma frustração que o emissário, afinal, como podia algo durante a era Sortilégica ser tão obscuro e difícil de estudar.

            Logan voltou até aquele momento no dormitório norte do castelo em sua mente, quase conseguia ver as formações estranhas crescendo do visco escuro que flutuava por todos os lados do lugar, porém, também podia ouvir a voz fantasmagórica cochichando em seu ouvido, algo que não sabia porque não conseguia esquecer, e volta e meia retornava para o assombrar, nunca, porém, tão vívido como aquela tarde uma semana atrás; foi então que um calafrio percorreu seu corpo por inteiro, e por puro reflexo o fez olhar por cima dos ombros, de alguma maneira tão certo que de havia alguém ali inclinado sobre seu ombro. Respirando fundo ao voltar a fitar o feiticeiro, de alguma maneira um pensamento passou por sua cabeça, o qual ainda um pouco assombrado, compartilhou:

            - É como se a magia que você usou tivesse feito aquelas cinzas “acordarem” de novo, não sei, como se houvesse algo dormente ainda vivo ali. – Disse, meneando a cabeça enquanto ainda elaborava a frase ao mesmo tempo que a expunha.

            - Minha nossa, esse é um lado que ainda não tinha pensado, parabéns meu caro, você mais uma vez se fez útil! – Brincou o estrangeiro, soltando um meio sorriso, porém logo levando a mão ao queixo enquanto se recostou na cadeira, deixando o rosto tomar feições pensativas. – Ainda assim, posso te afirmar que nunca vi ou ouvi falar de nada assim, como poderia algo se reanimar com base em uma magia, ainda mais uma tão antiga, é irreal pensar que...

            - Posso estar indo um pouco longe demais. – Começou Logan, interrompendo o outro, mas apenas porque temia que aquela linha fresca de pensamento se desfizesse. – Mas toda a magia veio do Elo, do outro lado que como você me disse, era chamado de Etéreo muito tempo atrás, assim como a tal praga que o Astárium escreveu sobre, você acha que...? – Deixou a frase por se completar sozinha, já esperando que o bruxo tivesse entendido aonde queria chegar.

            Viu o homem arregalar um pouco os olhos ao apoiar o cotovelo na mesa e a mão na testa, aparentemente digerindo e ponderando aquela possibilidade, ele parecia um pouco descrente e sem palavras, o que já sabia bem que não era comum para Illai.

            - Você esta insinuando que a magia em si pode ter despertado aquela tal “corrupção”, simplesmente pelo fato de ter vindo do outro lado do Elo, assim como aquelas coisas que cresceram em todo o lugar. Mas ainda assim, se tem uma coisa que usei para acabar com aquela coisa no beco foi magia. – Ele lembrou, mais uma vez recostando na cadeira e agora jogando a cabeça para trás miseravelmente. – Ah, minha cabeça já esta doendo de novo, preciso de mais cerveja! – O zankariano então começou a murmurar, ainda com a cabeça jogada para trás enquanto ele parecia fitar o teto do refeitório do castelo. – Se eu soubesse que Ravius tinha tantos mistérios, teria vindo para cá muito tempo atrás.

            Riu em resposta as palavras dele, e por fim, confessou, pensando em quantas coisas já havia presenciado durante sua vida naquele reino:

            - Se eu soubesse, teria ido embora muito tempo atrás, mas se tem uma coisa que eu já aceitei, é que na verdade, quase não temos controle sobre onde nossa vida vai nos levar.

            Passou a mão pelos cabelos castanhos ao se perguntar por quanto mais tempo aquelas estranhas novidades continuariam aparecendo por Losran, muito havia acontecido e muito rápido, não tinha certeza se conseguiria continuar a acompanhar tudo; ao menos algumas coisas haviam ao menos se acalmado, pois já fazia uma semana inteira desde o encontro a criatura, e desde então, nem uma morte naquelas circunstancias havia chego até seus ouvidos, o que era um grande alívio; por outro lado, naquela manhã um novo capítulo começava na história da mercenária que fugira de seu exílio também uma semana atrás. E aparentemente, o feiticeiro já tinha conhecimento disso, pois perguntou:

            - Mas me diga, o que a carta de vossa altíssima majestade dizia? – O zankariano havia recostado na cadeira de madeira e agora encarava o general como se soubesse que aquela não era uma informação que ele deveria ter ciência.

            - Como sabe disso? – Questionou, pego de surpresa, e suas sobrancelhas se levantando visivelmente só ajudaram a o entregar ainda mais.

            No bolso interno de seu sobretudo, sentiu a carta do rei pesar, as palavras escritas ali o surpreenderam mais do que esperava, e aquela conversa com o bruxo foi a única coisa até agora que pareceu tirar aquele assunto de sua cabeça.

            - Eu tenho meus métodos, meu amigo. – Exaltou Illai, limpando algum pó invisível de sua camisa exótica e chamativa. – É obvio que não pode me dizer nada, mas ao menos me diga uma coisa. – Pediu ele cruzando os braços e dando-o um meio sorriso um tanto provocador.

            - Que seria? – Indagou, fitando o estrangeiro com seus olhos cinzas enquanto levantava uma de suas sobrancelhas, claramente sem ideia do que poderia estar por vir.

            - Tem alguma coisa relacionada com aquela famosa assassina de vocês que escapou semana passada?

            “Como pelos deuses ele sabe disso? ”, questionava, assim como se perguntava se o homem diante dele não possuía a capacidade de ler mentes entre suas muitas habilidades mágicas.

            - Estou achando que vou ter que ensinar a alguns dos meus homens a ficarem quietos. – Disse por fim, um tanto desconcertado com o tanto que o bruxo sabia sobre o estado atual da capital e do reino, como sempre, não era de se importar com política, mesmo assim, tinha uma ideia de que aquilo talvez pudesse denegrir a imagem de Ravius perante os outros dois grandes reinos.

            Rindo em resposta, o feiticeiro fez menção de beber mais cerveja de seu caneco, porém logo lembrando que a mesma havia acabado, foi então que Logan empurrou seu próprio caneco, ainda cheio até a boca para o homem, que não pestanejou em já tomar uma grande golada. Foi neste mesmo tempo que uma recruta adentrou o refeitório apressadamente, e Logan instantaneamente teve um déjà vu com aquela situação.

            Indo diretamente em sua direção, o que intensificou ainda mais aquela sensação estranha e horrível; a jovem, que agora percebia estar pálida e com o maxilar trincado, bateu continência e se pôs a informar:

            - General... aconteceu um incidente a alguns minutos... – Falava ela, mas parecia haver algo preso em sua garganta.

            Enquanto esperava a jovem terminar a sentença, não disse uma palavra para apressa-la ou algo do tipo, realmente queria aqueles últimos segundos de paz de espirito.

            - Aconteceu um incidente... no porto, senhor. – Concluiu a soldado, e no mesmo instante entendeu o porquê daquele nervoso, pois ele também acabara de o sentir, mesmo que para Logan provavelmente fosse milhões de vezes pior. – E seu...

            Não ouviu nem mais uma palavra, apenas levantou-se e correu o mais rápido que podia até os estábulos para pegar seu cavalo.

Se havia uma coisa que o general não pensaria mais naquela noite, era na carta de Aurius.

 

            Se viu paralisado na entrada daquele beco escuro próximo ao porto, iluminado apenas pelas tochas de seus soldados que caminhavam envolta daquela montanha de braços, pernas e cabeças; no entanto, uma delas em especial parecia fita-lo de volta, e era essa a qual ele também não conseguia tirar seus olhos. Era a cabeça de seu sobrinho, o qual ele mesmo havia mandado para lá naquela manhã.

            Sentia seu rosto queimando e seus dentes doendo de tão forte que os pressionava uns contra os outros. Uma sensação a qual já sentira antes, mas nunca com tamanha força, o havia possuído, e esta parecia rasgar sua alma em pedaços cada vez menores. Era sua culpa, e era verdade.

            - General, nós... nós revistamos os corpos, e eu percebi uma coisa, mas não sei se é relevante. – Informou a recruta, a mesma que fora o chamar menos de meia hora atrás no castelo; e de todas as maiores maldições que poderia imaginar, aquela simplesmente não era possível.

            - Os corações sumiram. – Afirmou, e por um momento fechou os olhos e respirou profundamente, pensando em toda a dor que seu sobrinho havia sofrido enquanto aquela monstruosidade arrancava seu coração do peito.

            Mas aquilo não fazia sentido, aquilo estava morto, e não sabia se estava preparado para aceitar a hipótese de que haveriam mais seres como aquele na cidade.

            - Sim... – Confirmou a soldado, abaixando a cabeça por um instante. - O que vamos fazer com os... com eles.

            Engoliu em seco ao pensar em soluções, pois cada uma delas o fazia se sentir mais culpado por aquelas vidas, por Den.

            Sabia o que era o certo a se fazer, mas não tinha a coragem de falar, os olhos daquele jovem que teimava em se sentar ao seu lado no almoço pareciam julgá-lo de cima daquele monte de membros, então se forçou a desviar os seus próprios ao dar a resposta:

            - Queime. – Disse, mas o que saiu não passou de um murmuro.

            Não entendendo, ou talvez não acreditando, a recruta deu um passo em sua direção ao novamente questionar:

            - Senhor...?

            - Eu disse queime. – Reafirmou, agora em alto e bom tom, além da voz firme e fria; nada além de uma encenação para esconder o quanto seu peito doía naquele momento.

            Não mais questionando, a jovem acenou positivamente com a cabeça e se afastou, andando de volta em direção a aquele beco para transmitir as ordens para os outros que ali estavam, poucos, pois muitos desmaiaram ou tiveram náuseas.

            Percebeu seu corpo desabando aos poucos, um peso fantasma cada vez maior recaindo sobre seus ombros, e por fim as lágrimas que com tanto afinco tentava conter.

            Precisava sair daquele lugar, ou não restaria nada dele.

            Virou-se de costas para aqueles restos, os restos de seu próprio sangue, e caminhou de volta até seu cavalo, o qual o esperava próximo ao centro daquela pequena praça onde o beco se encontrava, entre uma grande catedral e uma padaria. Ao chegar até o animal, ajeitou sua cela e preparou-se para subir, porém se deteve por um instante e recostou sua cabeça na montaria. Era sua culpa.

            Pelo canto de seus olhos observou uma criança; o menino, sentado aos pés da fonte no centro da pequena praça tinha em mãos uma espada de brinquedo, a qual ele segurava contra o chão, e forçava sua testa contra a madeira. Aquela perda não era só sua, sabia bem disso, já havia visto homens e amigos morrerem antes, mas o que aconteceu com aqueles soldados, com seu sobrinho, aquilo era o pior que qualquer tortura, e a morte, era a tão bem-vinda paz.

            Subindo em seu cavalo, olhou uma última vez para a criança, e a percebeu chorar, exatamente como ele mesmo estava fazendo por dentro, e assim bateu com seus calcanhares na montaria ao sair a cavalgue pela capital iluminada pelas luzes noturnas. Inicialmente rumava de volta para o castelo real, mas não era para lá que gostaria de ir, na verdade não havia lugar em que o general gostaria de estar naquele momento, se simplesmente pudesse deixar de existir por algumas horas...

            Sentindo-se sufocado, olhou para cima, para a lua e estrelas ao longe, e se deixou sentir a brisa noturna tocando seu rosto; ainda havia um lugar, um lugar onde poderia estar próximo de desaparecer, e era para lá o único lugar que sentia coragem de ir.

            Logan então cavalgou Losran a dentro, e além dela e de seus grandes portões, para a solidão onde era o único local onde poderia abaixar aquela muralha.

 

            Sentado em uma grande pedra, em uma alta colina fora dos domínios da capital, ainda olhava para as estrelas, para os astros que brilhavam no manto negro da noite. Acreditava nos deuses, não em sua compaixão, mas em seu abandono e na lição que poderia ser tirada disso; o que poderiam ter feito para merecer aquele tipo de punição, seres mais mortais que os monstros que reinavam no mundo selvagem, como na floresta de Ilca às suas costas.

            Refletida nos olhos do general, as luzes da metrópole reluziam, e com os cotovelos apoiados nas pernas e o rosto no punho, sentiu lágrimas escorrerem por seu rosto.

            Estava desabando. Era sua culpa.

            - A vista não mudou nada. – Disse uma voz a suas costas, e Logan virou-se subitamente, apenas para ver Mila Dameron em pé a alguns metros de distância. A furtividade dela não deveria surpreendê-lo, era uma assassina a final de contas. – Aqui sempre foi um bom lugar para desaparecer.

            Não soube explicar o misto de emoções que foi vê-la em pé ali, apenas sabia que agora manter aquela parede de frieza e indiferença era praticamente insuportável.

            - O que faz aqui? – Questionou, apesar de já saber a resposta.

            - Ninguém deveria ficar sozinho em um momento desses. – Ela falou, se aproximando vagarosamente, não pôde deixar de perceber a expressão serena no rosto da mulher e o quanto seus olhos cor de esmeralda brilhavam naquela penumbra.

            Se sentando ao seu lado na pedra, a mercenária, que era a única pessoa a qual o general havia mostrado aquele lugar durante sua vida toda, falou, agora também observando o vasto céu acima de suas cabeças:

            - Eu sempre me senti confortável olhando para as estrelas, elas sempre foram as mesmas enquanto os lugares que eu tinha que ir eram tão diferentes. – Revelou ela, e em seguida virou-se para o general, o observando com aqueles olhos verdes tão vivos.

            Se sentia fraco, fraco por ainda achar que poderia estar seguro na presença daquela mulher, mas agora sua fraqueza estava além de onde ele poderia alcançar.

            - Como você sabe... sobre o que aconteceu. – Perguntou, e todo aquele peso pareceu aumentar.

            Mila se endireitou e moveu uma mecha de seu cabelo nanquim para atrás da orelha, e sua resposta veio com um sorriso que não transmitiu nem um tipo de alegria:

            - Tenho meus contatos, Logan.

            - Então, já conseguiu algum informante. – Afirmou, mas sabia que mesmo tendo a informação daquele massacre, a mercenária também soube onde encontrá-lo, e isso não saiu de nem um lugar a não ser sua memória.

            Mila pôs a mão em seu ombro, e falou, com a voz mais doce que já havia ouvido:

            - Eu sinto muito.

            Antes que pudesse se impedir, riu de escarnio para ela enquanto as palavras saiam de sua boca:

            - Como pode sentir, você nem o conhecia.

            - Mas eu conheço você. – Ela se aproximou mais e colocou a mão enluvada em seu peito, o toque foi tão reconfortante que o fez fechar os olhos por um instante. – E sei que não importa o quão quebrado você esteja por dentro, nunca vai deixar que ninguém saiba, e isso vai te matar aos poucos.

            Aquelas verdades que a assassina lhe contava o atingiram como flechas e terminaram de destruir aquela já tão debilitada muralha em seu âmago. E mais lágrimas caíram de seus olhos, caindo diretamente nas mãos dela.

            - Eu não vou te decepcionar de novo, eu juro, mas me deixe te ajudar. – Pedia ela, ainda com a mão em seu peito e com seus olhos encarando o rosto abatido do general. – Me deixe ajudar a pegar seja o que for que esta acabando com Losran, que isso seja minha redenção.

            O general enxugou os olhos, e quando os abriu, observou a cidade ao longe, onde agora pessoas morriam, onde os cidadãos tinham medo e o corpo vazio de seu sobrinho era queimado junto de muitos outros homens.

            Sem desviar os olhos da capital, colocou a mão no interior de seu sobretudo e quando tocou na carta de Aurius, precisou de um segundo para juntar a coragem de puxa-la para fora. Por mais que quisesse acreditar no que a mercenária dizia, existiam instintos sob a pele daquela mulher que ela mesma ainda precisaria provar ter superado; e estendendo a mão para Mila, disse:

            - Tem coisas aqui que são para você.

            Pegando a correspondência com o selo real de sua mão, a assassina observou-a por algum tempo, esperou a ver abri-la ali mesmo, entretanto, para sua surpresa, a mulher colocou-a de lado e novamente se voltou para o general.

            - Os próximos problemas podem esperar. – Concluiu ela por fim, e por dentro, Logan agradeceu sinceramente ao ouvir aquelas palavras.

Os dois então ergueram os olhos para o céu negro daquela noite de outono, a lua brilhando logo acima de suas cabeças, somente deuses e eminentes saberiam dizer o que viria a seguir, mas uma coisa estava clara, muito mudaria a partir de agora.


Notas Finais


Nunca deixem de me deixar comentários, é sempre ótimo saber suas opiniões sobre os capítulos, e mais uma vez, muito obrigado pelo apoio!


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