Chegamos ao palácio, enquanto me direcionava até um guarda America parecia feliz ao cruzar aquelas portas, a coisa mais certa a fazer, já que ela seria a nova princesa de Illéa, precisava falar com ela e dizer que já segui em frente, e pra que ela seja muito feliz. Enquanto não ia conversar com ela, fui falar com um guarda.
– Soldado Evans, pela manhã eu entrego o relatório da viagem para o general Markson.
– Sim, soldado Leger, o general Markson me falou para te dizer que descansasse hoje, pois amanhã vai ter o anuncio da escolhida do príncipe.
– Sim, com licença.
Fui falar com Lucy, depois irei descansar. Procurei Lucy por todo o palácio e quando a encontrei ela estava na sala de conveniência encolhida chorando.
– Lucy – ela levantou e começou a andar em direção ao alojamento das criadas limpando as lagrimas.
– Por favor, me deixe em paz. isso só vai piorar as coisas.
– Eu tentei falar com ela, mas ela está com medo de enfrentar Maxon. Ela não está pronta para ouvir. De manhã, garanto que ela vai saber que já segui em frente.
– Se você tem um pouco de consideração, não faça isso comigo. Você sabe que já sofri bastante. Nao preciso de outra mentira. – ela já tinha caminhado até o meio da sala quando eu a peguei e a forcei a me encarar.
– Nao é mentira, Lucy. – Sabia que ela queria acreditar, mas dava pra ver que não conseguia como eu ela já tinha passado por um sofrimento grande.
– Vou odiar você para sempre por partir meu coração. Mas sabe o que é o pior? – neguei com a cabeça – O pior é que vou amá-lo para sempre também. Você salvou minha vida. Eu estava me escondendo dentro de mim mesma, e você me fez parar com isso, essa é a pior parte. – Eu arregalei os olhos. Como a salvei?
– Como? Como a salvei? – Ela deu de ombros.
– Simplesmente por existir. Você perdeu seu pai, eu perdi minha mãe; nós dois tivemos que nos virar com quase nada. Vimos rebeldes de perto. Fomos obrigados a guardar muitos segredos. Mas você não se deixou abalar por causa disso. Pensei que se você podia se manter forte, eu também podia. – Quase chorei! Podia ver a expressão de tristeza no rosto dela e resolvi contar a história de meus pais.
– Minha mae nasceu Quatro. Abriu mão de tudo para ficar com meu pai. As vezes eles conversavam sobre o começo do casamento. Sem casa, mas com um sorriso no rosto. Ele abriu mão de tanta coisa por ela – abri um leve sorriso e lagrimas ameaçavam a cair – usava sapatos quase sem sola, mas então dobrava a esquina e lhe comprava uma laranja. Ela adora laranja. Quando ela tinha que trabalhar, mas estava doente, ele cumpria as tarefas dela e as dele, mesmo que isso significasse dias sem dormir. E minha mãe? Foi abandonada pela família. Trocou uma vida limpa e segura por um apartamento abarrotado de crianças. E depois que ele morreu, e ela continuou a se sacrificar. – Meu lábio estava tremendo e quando Lucy viu começou a chorar.
– Então esse é o único tipo de amor que conheço na vida. Quando você ama alguém, você se sacrifica. E eu me negava a deixar os outros se sacrificarem por mim – eu insisti pondo um dedo no peito – eu queria ser o herói. America e eu brigávamos o tempo todo por causa disso. Ela estava disposta a descer uma casta por mim, mas eu não queria deixar. Eu seria o único a ceder, o único provedor, o único protetor. E então me dei conta de que de alguma forma tinha conseguido isso sem fazer nada. E você provavelmente não faz ideia – sussurrei essa última frase – mas fez o mesmo por mim.
– Como assim? – eu enlacei os meus dedos nos dela.
– Todo dia você diz ou faz alguma coisa que me desafia, e me transforma. Você acha que anda Lucy? Pois eu acho que você voa. Você se vê de uniforme? Eu vejo você numa capa. Você é uma heroína, uma heroína da natureza mais discreta e autentica. – Ela olhou fixamente para o chão. Larguei os dedos dela e segurei seu queixo. – É por isso que você não pode desistir. Heróis não desistem. Você me tornou melhor. E eu quero ser melhor para você. Quero ser melhor com você. – Ela se equilibrou na ponta dos pés e encostou a testa na minha.
– Mas você já é o melhor, Aspen. Do jeito que é. – Minha respiração vacilou.
– Isso significa que eu estou perdoado?
– Quero ser sua. Você sabe. Desde o começo. – Eu sorri, se eu disser que não teve uma pontinha de malicia estarei mentindo.
– Verdade. Nunca vou esquecer.
– Nem eu. Eu te amo, Aspen. Tenho mais certeza disso do que de qualquer coisa. Mas não posso ficar com você se ainda estiver preso à senhorita America – eu assenti.
– Sei que eu disse que sempre sentiria algo por ela, é verdade. Fomos íntimos demais para isso não acontecer. Mas tudo o que sou é seu. E prometo: amanhã de manhã, haja o que houver, vou concertar as coisas.
Dei um beijo em sua testa e parti para o meu quarto.
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