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História A Escolhida - Fallen Angel


Escrita por: Ckjima

Capítulo 2 - Fallen Angel


Fanfic / Fanfiction A Escolhida - Fallen Angel

    Quando abri os olhos, estava amanhecendo, deitada no sofá enquanto ele me encarava curioso do outro lado da sala.

—O quê aconteceu com você? – Ele perguntou rindo.
—Bebi demais – respondi corando, me levantei do sofá e peguei um dos livros que estavam próximos a mim e o folheei tentando me concentrar.
—Não se culpe, você estava aproveitando a balada... – ele deu de ombros, estava sem camisa, ai meu Deus.
—Pode me levar para casa? – perguntei timidamente enquanto ele sorria diante da minha cara vermelha.
—Claro... Beba... – ele respondeu me entregando uma xícara de café.

    Logo estávamos em um estacionamento próximo a um restaurante e ele me puxou pela mão.

—Você quer que eu vá para casa nessa coisa? – murmurei olhando para a moto esportiva estacionada na calçada.
—Ah... Não faça isso... – ele subiu na moto e me ofereceu a mão.

    Se Deus estava querendo me punir, ele estava conseguindo, o boy começou a aumentar a velocidade que os carros pareciam borrões enquanto ele os ultrapassava movimentando a moto sem diminuir a velocidade. Por essa razão mantive meus olhos fechados a maior parte da estrada, me agarrando a ele como se fosse sua mochila.

    Quando senti suas mãos empurrando meu joelho, me fazendo destravar as pernas, percebi que estacionava na frente de minha casa.

—É aqui? – ele perguntou enquanto eu descia da moto.
—Sim... Me desculpe por ter dormido no seu sofá... – murmurei ainda sentindo minhas bochechas ardendo.
—Foi um prazer conhecer você... – ele respondeu enquanto eu andava em direção à portaria do prédio e ele esperava com o capacete aberto, acenou e partiu.

    Cumprimentei o porteiro e acionei o botão do elevador, andando rapidamente até a porta antes que algum vizinho me visse chegando de manhã, destranquei a porta, me jogando no sofá e passei a mão pelos lábios, lembrando o beijo, o boy... Loucura...

    Nesse exato momento senti uma queimação em minhas costas e fui ao banheiro despindo a blusa e com horror vi que havia uma tatuagem em minhas costas, um conjunto de símbolos, uma cabra, um homem e as letras YHWH, corri para o computador e digitei os símbolos enquanto tremendo me afastava do computador...

    Duas semanas depois, eu acordei suando, um pesadelo terrível, fugia por casas em chamas, totalmente desesperada... Levantei-me da cama e fui ao banheiro, minha cabeça pesava uma tonelada e meu estômago revirava... Vomitei, por um bom tempo...
Meu corpo parecia ter sido atropelado por um caminhão, andei debilmente até meu quarto e me joguei na cama... Meus pesadelos estavam se tornando cada vez mais reais, mais assustadores, como se estivesse realmente naqueles lugares pavorosos...

    Um mês depois, sob muito protesto, fui ao médico, que pediu uma série de exames e nenhum acusou nenhuma doença... Apenas os vômitos e pesadelos... Perdia peso, não conseguia dormir, estava começando a me assustar com tudo que acontecia. Voltei para casa e resolvi sair logo depois, uma inexplicável vontade de tomar sorvete...

    Entrei na sorveteria e pedi um duplo de chocolate, me sentei próximo ao freezer enquanto sentia aquela delícia gelada derretendo na boca, a doçura e a suavidade que escorriam pela garganta, pedi uma garrafa de água e a tomei como se estivesse no deserto...

    Tal sensação não era tão distante, era um fogo interno, uma revolta diante de coisas banais que fazia meu corpo entrar em combustão, eu tinha ímpetos de gritar, esmurrar, despedaçar, bater, atirar... Violência ecoava por mim, como se não suportasse mais ver as mesmas coisas dia-pós-dia, eu queria rasgar aquela mesmice, queria reescrever aquele momento e, naquele segundo a tinta seria meu sangue...

    Passei pela rua e ouvi um elogio, uma dessas gracinhas grosseiras que te fazem revirar o estômago se pensar direito, um sorriso de desdém que era exibido confirmava o tipo de situação que era solicitada ali, dei dois passos em sua direção, talvez tomada pela fúria instantânea, sorri, um sorriso falso, uma piscadela de incentivo e foi o suficiente para abrir a porta e me deixar entrar, palavras, palavras ouvidas em músicas, palavras, palavras, palavras, sua boca não conseguia se fechar, revezando em usar meu corpo e corromper minha mente... Eu ria...

    Tudo que antes parecia tão verdadeiro, agora não passava de uma boa desculpa para me foder... Está bem, não precisa de delongas... Sorri e passei para a fase seguinte enquanto tentava me convencer do quanto era importante para sua medíocre vida... Por alguns segundos, me dediquei a observar aquele muquifo arrumadinho, uma risada coçou minha garganta e ele achou que estava gostando, continuava a bolinação enquanto eu ria...

    Ria tanto que a coisa azedou, virando para a putaria de sempre, levantou a mão para me agredir e nesse momento, como se tocada por um anjo... Ou melhor, pelo capeta, passei a mão no estilete que estava no canto da mesinha próxima ao sofá e golpeei seu pescoço, o sangue jorrou lindamente, me livrei de seus braços peludos e me afastei enquanto ele se engasgava e me limpei em uma das toalhas jogadas no sofá preparado para o ato... Me vesti enquanto seus olhos esbugalhados se esvaziavam e saí daquele lugar me sentindo um membro da realeza...

    Andei pela rua com a cabeça empinada, o peito estufado, sorrindo enquanto ouvia as bobagens habituais... Andei até o anoitecer, voltei para a casa, tomei um banho, vesti minha melhor roupa e saí rumo ao mesmo destino de sempre...

    Casa lotada, corpos suados, mãos bobas, palavras idiotas... Sorrisos, muitos deles, dessas noites que você vai ao bar e não se contenta em pedir uma misturinha doce para aliviar a chatice, você precisa de queimar o bucho para ouvir seu destino...

    Estava lá, com o copo na mão, rebolando ao som da mesma batida quando ele surgiu, rindo, me encarando com aqueles olhos macabros, me puxou pela mão, me levando para fora daquele lugar, me deixei levar, queria ver até onde conseguiria ir... Ele tocou meu rosto e beijou minha boca, uma coisa absurda, enfiando a língua de uma maneira que não era normal... Seus olhos me observavam atentos, ele sabia, pressentia o que havia acontecido... Soltou uma risada e me deu um tapa no traseiro, falou uma grosseria muito simpática enquanto me guiava para um dos becos imundos que fediam a sexo e bebida barata... Eu ri, deixei que me arrastasse por aquele lugar como se fôssemos celebridades, as pessoas nos encaravam enquanto ele as ignorava, quando já no fim do caminho, fomos interceptados por um bando de garotos loucos, ele sacou sua arma e atirou sem dizer uma única palavra, um tiro no meio da testa do primeiro que se aproximou, os outros arregalaram os olhos e puxaram suas armas enquanto ele ria e me encarava... Beijo a queima roupa, sua boca cobriu a minha enquanto eu o encarava assustada.

—Bem vinda minha princesa... – ele murmurou enquanto eu abria os olhos...
—Quem... O quê é você? – perguntei encarando-o sem palavras.
—Meu nome é Azaziel... E esse é sua nova casa... Seu dono é meu irmão Abaddon...
Vou te ensinar... Vou te mostrar que aqui é muito melhor do que lá em cima...
—Inferno? – murmurei olhando para ele...
—Você não entendeu? – ele respondeu com aquele sorriso derrete geleira...
—Princesa? – murmurei olhando para ele que realmente parecia majestoso.
—Uhum – ele respondeu afirmando com a cabeça.
—Sete virgens para sete soldados... Sete virgens para sete senhores, sete virgens para os reis do inferno? – perguntei lembrando do catecismo.
—Eu sabia que tinha escolhido a garota certa – ele respondeu se aproximando e beijou minha mão.
—Mas eu não... Era... – murmurei pensando no que aconteceu no muquifo arrumadinho.
—Não? – ele respondeu rindo e eu corei.
—Venha comigo... Vamos prepara-la para o ritual... – ele murmurou enquanto me puxava pela mão pelas escadarias daquele lugar literalmente infernal.



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