História A Escolhida - Capítulo 8: "O sequestro"

Verônica P.O.V.
- Deaton! Cheguei! - berrei, assim que entrei em sua casa.
Sim, eu estava morando com Deaton, pois ele estava me ajudando a encontrar os meus pais. Espera... preciso explicar melhor essa situação toda.
Durante toda minha vida, vivi em um orfanato e depois de dezesseis anos, recebi uma carta que dizia que os meus pais viviam em Beacon Hills há muitos anos e eu enfiei em minha cabeça que eu queria conhecê-los e então, eu fugi do orfanato, sem dinheiro, apenas com algumas roupas e comida da geladeira do orfanato, que eu havia "pegado emprestado"... (Ah quem eu estou querendo enganar? Eu roubei comida do orfanato sim! Era uma questão de sobrevivência. Não me julguem... Voltando....). Desde que fugi do orfanato, passei por muitas dificuldades, quando cheguei a cidade, estava sem comida e minhas roupas estavam todas sujas e foi no mesmo dia em que eu cheguei, que eu conheci Deaton, eu estava andando pelas ruas, com uma chuva forte, batendo em meu rosto e dificultando minha visão, então me sentei na frente de um consultório veterinário, que estava com as luzes acesas.
E alguns minutos depois, Deaton saiu do consultório e eu pedi sua ajuda, pois estava perdida e com muito frio, mas ele resolveu me ajudar dando um abrigo, uma casa. Ele disse que eu sou especial e ofereceu um quarto em sua pequena e humilde casa.
- Verônica! Me ajuda! Estou na cozinha! Corri até a cozinha, o alarme de incêndio começou a tocar e vi sair fogo do forno, corri até a pia, peguei uma panela cheia de água, joguei no forno e o fogo apagou. Suspirei aliviada.
- Ufa - eu disse.
- Verônica, que panela é essa?
- Estava na pia...
- Ah não! Essa panela estava cheia de gordura.
Comecei a rir, muito. Deaton me olhou com uma expressão totalmente irritada, mas eu não conseguia parar de rir da situação. Até que ele jogou um pano úmido na minha cara. Gritei de nojo e dessa vez, foi ele quem riu.
- Agora você vai me ajudar a limpar o forno - ele disse, tentando parecer bravo.
- Sim - respondi rindo.
Estávamos limpando o fogão, que ficou muito nojento, graças a mim e meus desastres, quando a campainha tocou. Nos encaramos e olhamos para a porta, que dava no corredor da cozinha. Olhei para Deaton e coloquei o pano sujo na pia.
- Bom... eu vou lá ver quem é - eu disse.
Fui até a porta, a misteriosa pessoa tocou a campainha novamente. Que pessoa mais desesperada, pensei comigo.
Peguei na maçaneta e foi então, que um arrepio caiu sobre o meu corpo, me fazendo tremer toda. Olhei para a porta. Meu coração acelerou. Eu sentia que algo estava errado. A campainha ecoou novamente na casa.
- Verônica, abra a porta! - disse Deaton, ficando irritado com o barulho.
Destranquei a porta e girei a maçaneta, do outro lado da porta, havia um garoto, da minha idade aparentemente, com um cabelo espetado e um pouco mais alto do que eu. Assim que me viu, um sorriso encantador apareceu em seu rosto.
- Olá - ele disse.
- A.... Oi! Precisa de ajuda?
- Sim, muita ajuda. Gostaria de falar com Deaton.
- Claro, me siga.
O garoto tinha um cheiro estranho, me lembrava a morte. Espera... desde quando morte tem cheiro? Morte é morte. Ai Verônica, você está passando muito tempo com Scott. O que não é algo tão ruim.. ai... pare com esses pensamentos hormonais!
Levei o garota até a cozinha e quando Deaton o viu, sua cara feliz, se transformou em espanto.
- Ah.... Ethan? - ele perguntou.
- Aiden! - o garoto disse e Deaton congelou.
- Como?
- Não me pergunte, eu simplesmente acordei dos mortos...
- Espera... Você também voltou dos mortos? - perguntei, tentando entender o que estava acontecendo.
O garoto ia falar algo, quando Deaton o interrompeu.
- Aiden era um alfa, na verdade, ele e seu irmão gêmeo, por um tempo ajudaram Scott, mas Aiden morreu nas mãos de um Oni... Você se lembra da história do Oni?
- Se tem ligação com a história do Stiles Coringa, então sim...
- Bom... mas após a morte de Aiden, o irmão dele, Ethan, sumiu e até pensei que ele estivesse morto, mas agora estou começando a duvidar de muitas coisas que eu tinha certeza que haviam acontecdio... enfim... por que está aqui, Aiden?
- Pelo meu irmão. Preciso achá-lo.
- Compreendo, mas não posso ajudá-lo... Estamos com sérios problemas com a Escolhida...
- A Escolhida? Pensei que a história dela fosse uma lenda.
- Assim como os lobisomens? - perguntei.
- É, tem razão - Aiden soltou um riso baixo e olhou para mim - E você é...?
- Ah, eu sou a novata, literalmente entrei nesse negócio de criaturas sobrenaturais faz uma semana e já estou com um nó em minha cabeça, mas as pessoas normais me chamam de Verônica.
- E por acaso é a namorada de Scott?
Deaton andava devagar com a panela engordurada e um pote de vidro, cheio de pó. Ele sabia o que estava acontecendo e eu também.
- O que disse...?
- Por favor, você sabe que estou aqui por sua causa... Dá para ver em seu olhar que é bem esperta e já sabe tudo o que está acontecendo...
Me arrepiei novamente, respirei fundo e Aiden começou a rir.
- E você também sabe que a Alfa está aqui... Você é especial, Verônica. Não sabemos ainda o que você, mas nós vamos descobrir.
Deaton acertou Aiden com a panela e ele caiu no chão, Deaton abriu o pote e jogou o pó em volta de Aiden. Quando ele terminou, suspirou aliviado.
- Você acha que isso vai me deter? - ele perguntou a Deaton.
Aiden se levantou e começou a tocar na barreira que estava ao seu redor, tentando destruí-la e ele estava conseguindo. Puxei Deaton e saímos correndo para fora da casa. Peguei as chaves do carro e dei para Deaton, mas um garoto, que tinha o dobro de sua altura o segurou pelo pescoço no ar.
Olhei para os lados desesperada, do outro lado da rua, estavam a Alfa, Erica, o irmão de Aiden, Kim, cheia de machucados e Brutus.
Senti alguém me puxar para trás, as garras de Aiden perfuraram meu braço, ele me segurou com uma das mãos ainda enfiada em meu braço e colocou a outra em minha nuca. Outro arrepio invadiu minha alma, aquela sensação me deixou com o corpo gelado.
Eu podia ter lutado contra eles, mas algo não deixava, era como se algo dentro de mim, me impedisse, como se essa coisa dentro de mim, soubesse o que estava fazendo.
- É melhor nos deixar ir - disse Kim, andando lentamente até Deaton, que tentava lutar contra o garoto que o segurava, Boyd, eu acho.
- Eu fiz uma promessa a Verônica e que eu vou cumprir - ele disse decidido.
Erica se aproximou em um piscar de olhos, ela deu um soco na cabeça de Deaton tão forte que ele desmaiou.
- Estou adorando esses novos poderes que a Destinada nos deu... - ela disse.
- Então, Scott estava certo sobre e Destinada, ela pode ressuscitar os mortos...
- E renová-los... - ela riu, pegou um pequeno saco de seu bolso da calça e tirou um pó de dentro, jogando em mim e a minha consciência se foi no mesmo segundo.

Dois dias depois do sequestro...
Scott P.O.V.
- Você viu a Verônica? - perguntei a Lydia, pois ela não tinha ido a escola já faziam dois dias.
Lydia tirou o celular do bolso e mostrou uma mensagem para Verônica.
"Lydia, não consigo falar com Scott, então queria avisar que nos próximos dias vou dar uma sumida com Deaton, pois achei uma pista sobre os meus pais... Bjs!"
- Te respondi? - ela perguntou.
- Estou mais calmo agora.
- Você realmente gosta dela...
- Como amigo....
- Não parece.
Liam e Hayden apareceram atrás de nós.
- Problemas com a Verônica? - perguntou Liam.
- Sim, ela foi atrás dos pais dela.
- É um direito dela, Scott. Se ela sente que deve fazer isso, não podemos impedi-la - disse Hayden.
- Você tem razão, Hayden. Tenho que respeitá-la!
- Exato! Ah... e o plano?
- Stella e Stiles estão cuidando disso...
Lydia revirou a cara.
- Não gosto daquela garota - disse Lydia e eu ri. Ela me encarou de maneira séria, mas não consegui segurar a pergunta dentro de mim.
- Por que ela anda muito com o Stiles?
- Não, eu sinto que ela sabe mais do que fala. Ela está escondendo alguma coisa.
- Lydia, ela foi torturada pelo grupo da Alfa.
- E como ela escapou apenas com ferimentos nos braços? Se eles são tão poderosos, como ela diz, ela nem teria chances de escapar, pelo fato de ser uma caçadora e eles uma alcateia de criaturas sobrenaturais. Eles não são burros, Scott. Estão fazendo um jogo de xadrez conosco e Stella é o xeque-mate.
- Acha que não devíamos confiar nela? - perguntou Liam.
- Acho que temos de ficar com os olhos abertos.
O sinal tocou. Cada um foi para a respectiva sala, eu fui para a sala de literatura. A professora Grace estava lá, lendo um livro, no qual não consegui ver a capa e assim que todos chegaram ela levantou o livro e nos mostrou.
- Esse é o trabalho de hoje. É a filosofia de hoje. Sem desânimo pessoal, todos nós somos filósofos, apenas precisamos despertar esse lado nosso, que vive adormecido na escuridão de nossas próprias almas ingênuas. Leiam o primeiro capítulo e se divirtam.
Abri o livro, mas não conseguia me concentrar na leitura, estava preocupado, não sabia com o quê, mas eu sentia que deveria estar preocupado com alguma coisa.
De repente, escuto uma voz.
- Scott, está tudo bem? - perguntou Grace.
- Sim, claro.
- Você parece aflito, como se todo o peso do mundo estivesse em seus ombros, assim como... O que te deixa assim?
- Eu não sei...
- Hm... compreendo, seus sentimentos estão confusos e misturados, certo?
- É, talvez.
- Ah Scott... Isso é normal, principalmente para um adolescente, mas cuidado, não deixe que esses sentimentos te tirem do sei caminho verdadeiro.
Ela então se virou e sentou-se na mesa novamente. Olhei para ela incrédulo com suas palavras e sabedoria. Ela era tão jovem e já sabia tudo isso?
Balancei a cabeça e voltei a me concentrar no texto, meus olhos pareciam cansados e fechavam e abriam, quando percebi o sinal tocou, me assustando.
Todos saíram da sala, menos eu, que fiquei encarando o nada. Grace se aproximou novamente.
- Scott, por que você não descansa um pouco na biblioteca? Pode me entregar o trabalho depois...
- Claro - eu disse.
Quando cheguei a biblioteca, Stella, Stiles e Malia estavam sentados em uma das mesas, cheguei mais perto e puxei uma cadeira de uma mesa vazia.
- E como vão as coisas? - perguntei.
- Bom... com o plano está tudo bem, mas com você não parece - disse Stella.
- Não consigo me concentrar em nada, parece que tudo está tirando meu foco das coisas. Eu nunca me senti assim...
- Acho que sei o que quer dizer...
- Sabe?
- Eu já me senti sem foco também. Na verdade, você apenas está perdido em sua própria mente, porque está andando no escuro. Você não sabe o que pode acontecer quando invadirmos o depósito da Alfa, mas eu te garanto uma coisa, eu vou fazer de tudo que estiver em meu alcance, para não decepcioná-lo. Eu prometo.
- Obrigada, Stella.
Ela sorriu de uma maneira fofa, e me lembrou muito a Allison. Stiles pegou um dos livros da biblioteca, pegou uma página e a arrancou.
- Essa não era a página q eu te pedi... - disse Stella.
Stiles tirou outra folha do livro.
- Também não é essa!
Stiles fechou e abriu o livro novamente e tirou a primeira página q viu, Verônica revirou os olhos e pegou a folha de sua mão, da bolsa, ela tirou uma pinça e a passou sobre a borda da folha, abrindo uma passagem, ela abriu a folha no meio, como é aberto um feijão.
- Pronto! Aqui está - disse ela sorrindo satisfeita.
- O que é isso? - perguntou Malia.
- Nosso plano! O tio Cris vai liberar o sistema de segurança, e eu vou com você na frente, Malia. Então, caso ocorra um combate, Malia ataca os gêmeos. Lydia ataca Kim. Liam e Hayden vão atrás de Erica e Boyd, respectivamente. Scott cuida da Alfa e eu tomo conta do Brutus e Stiles pega a Destinada.
- Por que eu fico com dois?
- Porque Malia, você é muito poderosa e eu sei q você adora chutar umas bundas.
- Por isso que eu gosto de você.
- Scott, use isso. É minha última reserva - Stella me entregou um saquinho com um tipo de pó azul - Funciona como um escudo, não deixa a magia da Alfa te afetar.
Assenti e peguei o saco, olhei para o pó, desconfiado. Será que ela estava mesmo do nosso lado?
- Bom... esse foi o plano. Repassem para os outros, nos encontramos na frente da escola, amanhã a noite - disse Stiles fazendo uma careta e tentando piscar com um olho só.
- O que está fazendo? - perguntou Stella.
- Tentando piscar com um olho só...
- Você não vai conseguir...
- Eu sei.
Então, ela revirou os olhos e saiu com Malia, ambas rindo de Stiles.
Verônica P.O.V.
Minha cabeça latejava e sentia meu sangue sair pelas orelhas. Abri os olhos e percebi que estava de ponta cabeça. Erica Boyd, estavam me observando.
- Alfa, ela acordou... - disse Erica e então uma mulher de máscara entrou, onde quer que eu estava, ela se aproximou e pegou o sangue saindo pelas minhas orelhas e o lambeu em seus dedos.
- Gosto de jovens... Você tem sangue bom...
- Quem é você? - eu perguntei.
- Como posso dizer isso, mas você não sabe, mas já me conhece.
Quando ela disse isso, senti um calafrio percorrer o meu corpo. Ela tirou a máscara do seu rosto e tudo ficou branco. Berrei com toda a força dos meus pulmões, não suportando a dor. Assim, que a dor sumiu, tudo ainda estava em branco. Não conseguia ver nada. Tentei me mover, mas as cordas não me ajudavam, apertavam ainda mais. O desespero tomou conta de mim.
- Estou cega! Você me deixou cega!