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História The lovely maid - Capítulo 2


Escrita por: Hazzharold

Notas do Autor


"Obrigada pelos 262 favoritos em apenas um capítulo!!"- Anaelisatassi

Capítulo 2 - Capítulo 2


Fanfic / Fanfiction The lovely maid - Capítulo 2

Ano 1843...

 Não sei muito bem, mas faz muito tempo que minha mãe morreu. Na hora, eu nem acreditei quando vi ela naquela cama sem sinal de vida. Para mim, ela estava apenas dormindo. Demorou para que minha ficha caísse de que ela realmente havia morrido. No momento, entrei em choque e desespero. Eu gritava por dentro, querendo minha mãe e por fora era silêncio. Os gritos de dentro transformavam em choro. Um choro desesperador. Depois que tive a confirmação de que ela havia morrido, eu contei para todos os criados dessa casa e um moço a enterrou, agora eu estou no lugar dela na casa. Virei uma escrava no casarão. Tentei ao máximo esquecer a morte de minha mãe porque já estava afetando-me profundamente e eu não poderia perder minha atenção nisso. Eu tinha que focar minha cabeça em meu novo serviço.

  — Aurora, o que estás a fazer? – me desperto dos meus pensamentos ao ouvir a voz de Aninha. Olho para ela, inclinando minha coluna para cima, ficando reta. Passo minha mão na testa para tirar o suor que estava ali e em seguida jogo um fio de cabelo para trás, este que grudava em meu rosto.

  — Limpando? – falo o óbvio e Aninha revira os olhos.

  — Enfim. O senhor Bieber quer falar com você. – enrugo a testa, surpresa. Ele não estava viajando?

  — Por que? – Pergunto. Aninha ergue suas mãos até a altura do seu ombro e faz cara de quem não sabia de nada. Continuo olhando para Aninha para ver se eu achava uma resposta, mas eu não achei nada. Balanço a cabeça em confirmação e saio andando, passando do seu lado. Aninha segura meu braço, me fazendo olhar para ela.

  — Aurora, por favor, não irrite ele hoje. – fico confusa. — Parece que ele está bravo. – ela avisa seriamente. Senti um arrepio e confirmei.

  Começo a andar em direção ao casarão. Às vezes, Aninha é um amor de pessoa, tão boa e doce; mas ela é assim quando quer e as vezes ela fica chata, azeda igual um limão. Hoje ela não esta nem azeda e nem doce, hoje ela está um pouco legal, mas Aninha sempre fora assim. Até me acostumei com esse humor tão repetitivo dela.

  Realmente, não sabia o que o Sr. Bieber queria falar comigo. Ele nunca gostou de olhar na cara dos criados, conversar então? Piorou. Eu acho que ele vai me dar uma bronca por eu não ter limpado alguma coisa ou ter limpado o que não era para limpar. O Senhor Bieber sempre tratou os criados realmente como uns escravos. As únicas pessoas que ele tratava bem nesse casarão eram a minha mãe e os pais dele. Ele conversava com minha mãe, mas nem sempre era assim. As vezes ele era chato e nem olhava para a mesma.

  Chego no corredor do quarto dele e, com  passos devagar, começo ir até à sua porta. Eu estava nervosa e, talvez, ansiosa para saber o que ele tinha a me dizer. Suspiro e bato na porta levemente, escutando um “entre” abafado, entrando em seguida. Olho em volta do quarto para ver se achava ele e vejo um ser sentado na cama, sem camisa e com os cabelos bagunçados. Era ele. Ele olha para mim com um olhar que eu não entendia o que queria dizer e isso estava começando a me intrigar.

  — Feche a porta. – ele fala com sua voz grossa e rouca. Viro meu corpo e fecho a porta que está atrás de mim.

  — Queria falar comigo, senhor? – viro-me novamente para ele. Coloco minhas duas mãos atrás das minhas costas e volto a olhar para ele. Ele já estava em pé, olhando para mim do mesmo modo que quando entrei.

  — Prepare meu banho. – ele fala rude e eu confirmo assustada pela mudança em sua voz.

  — Sim senhor!

  Abaixo a cabeça e saio em direção ao enorme banheiro que ali tinha. Entro no mesmo, pego o balde que estava cheio d'água e jogo na banheira. Agacho e pego mais água quentinha do balde e, novamente, jogo na banheira. Enquanto vou fazendo esse ato, meu pensamento cai sobre o que aconteceu com o sr. Bieber. Como pôde mudar de humor tão rápido? Será que era só isso? Mas ele não queria conversar comigo?

  Assim que termino, me levanto e me viro. Ao virar, tomo um grande susto ao ver Sr. Bieber parado e me olhando. Ele estava perto de mim.

  —Que susto... – falo em um sussurro que eu acho que só eu ouvi. Mas me enganei porque ele também ouviu.

  Ele sai do encosto da porta e vem em minha direção.

— Por que ficou assustada? – ele pergunta, olhando-me profundamente e eu poderia jurar que ele estava vendo minha alma de tão profundo que ele olhava.

  — É... é que eu não lhe vi aí, Sr. Bieber. Peço perdão. – abaixo a cabeça. Ele não fala nada e percebo que ele continuava olhando-me sem falar absolutamente nada.

  — Minha mãe voltou da viagem? – ele muda completamente de assunto.

  — Não... não senhor. – respondo, tentando me acalmar depois do acontecido e ele murmura algo.

  — Está bem. Espere-me no quarto, quero tratar de um assunto com você. – Ele fala seriamente, deixando-me com um pouco de medo. Assenti e saí dali.

  Entro no quarto novamente e fico em um canto, esperando por ele. Confesso que estou muito curiosa para saber o que ele tem a me dizer e, ao mesmo tempo, com medo de que seja alguma coisa que eu fiz de errado. Fico esperando por ele por alguns minutos e o mesmo sai do banheiro com uma toalha enrolada na cintura, mostrando sua barriga bem definida, ele ainda estava molhado. Tento disfarçar meu olhar, olhando para o chão e sinto que ele olha para mim como se já soubesse onde eu estava. Sr. Bieber vem até mim em passos largos, ficando em minha frente, me deixando entre a parede e ele. Olho para o Sr. Bieber e ele olha para os meus olhos como se quisesse alguma coisa ou como se estivesse procurando. Ele começa a se aproximar de mim com os passos — agora — vagarosos e, a cada passo que ele dava para frente, eu dava um para trás; até eu sentir minhas mãos contra a parede gelada e em seguida minhas costas chocando-se na mesma, me deixando sem saída. Engulo a seco.

  — Eu vou fazer uma pergunta para você e eu quero que você me responda. – ele fala sério. Balanço a cabeça em confirmação e ele me prensa mais contra a parede. Sr. Bieber inclina sua cabeça para frente, ficando na altura do meu ouvido. — Quando eu estava fora, você fez algum tipo de amizade? – ele pergunta em um sussurro, fazendo-me arrepiar. Podia sentir o cheiro de vinho forte que vinha de sua boca.

  — Sim, senhor. – respondo em um sussurro. Confesso que eu não tinha forças para mentir 'pra ele. Não sei o porquê, mas alguma coisa dizia para eu falar a verdade.

  — Erik? – ouço sua voz sair com um tom diferente. Balanço a cabeça em confirmação e ouço ele respirar fundo. — Ouça bem, Aurora... – ele desvia seu olhar por alguns segundos dos meus e logo volta a olhar em meus olhos. — eu não quero que você fique fazendo amizade com ninguém. Você serve para me servir, fazer minhas vontades e eu não permito que você fique fazendo amizade com os criados. – Ele dá uma pausa. — Se eu descobrir que estão ultrapassando minhas regras, eu garanto que não responderei pelos meus atos! – ele fala com irritação. — Entendeu, Aurora?! – ele bate sua mão na parede, fazendo-me tomar um susto. Confesso que estou com medo e que eu quero sair daqui. Estou desesperada, nunca vi ele assim.

  — Sim, senhor. – confirmo em um murmúrio e engulo a seco. — Por favor, senhor, me solta. – peço em um fio de voz. Eu estava em pânico. Na mesma hora que eu falo isso, ele se afasta de mim, olhando-me. Meus olhos estavam cheios de lágrimas, mas eu não queria derrubar nenhuma. Não na frente dele. Sr. Bieber vira o seu corpo, não querendo olhar mais para mim.

  — Saia. – ele manda baixo, mas o suficiente para eu ouvir.

  Abaixo o olhar e saio dali o mais rápido possível. Fecho a porta e em seguida as lágrimas começam a escorrer. Ele sempre foi grosso comigo, só sabe me dar bronca e falar o que eu tenho que fazer ou não. Claro, Aurora! Você é uma escrava, não vale nada e só obedece ordens. Você quer que o Sr. Bieber te trate como?

  Essa frase ficou rondando em minha mente, me fazendo cair na realidade. Passo minha mão no rosto e saio dali, indo para a cozinha onde estava Aninha, esta que fazia comida.

  — Aninha? – chamo, entrando na cozinha. Ela se vira para mim e vem minha direção.

  — E aí? Como foi? – ela pergunta olhando meu estado.

  — Ele não quer que eu converse com o Erik, senão, ele vai tomar as devidas providências. – vejo Aninha ficar espantada.

  — Aurora, você conhece o sr. Bieber. Ele não gosta que nenhum dos criados se envolvam, principalmente você. – ela fala, passando a mão no meu braço. — Então faça o que o sr. Bieber mandou, porque se você não fizer, você já sabe o que vai acontecer. – balanço a cabeça em confirmação.

  — Sim, Aninha, eu sei. – respondo, lembrando-me perfeitamente.

  — Então não fica assim. Pelo menos você tem a minha amizade. — dou-lhe um sorriso verdadeiro. Eu tenho a amizade de Aninha e gosto muito dela; ela lembra muito minha mãe e isso é bom para mim. Eu posso contar com ela para tudo. —  Me ajuda no almoço? – dou um sorriso largo para ela, eu amo cozinhar. Cozinhar é uma paixão que eu sempre tive na minha vida.

  — Claro! – Ela revira os olhos, rindo. Ela foi até às panelas e eu fui com ela.

  — Você começa fazendo isso e eu vou mexendo a massa. – Ela aponta para alguns legumes que tinha na pia. Balanço a cabeça e pego a faca, começando a tirar as cascas de cada um dos legumes.



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